P o c o X 3 G T

A Poco vem tentando buscar sua independência da Xiaomi, mas ainda segue reaproveitando projetos da linha Redmi e este é o caso X3 GT, que foi lançado há algumas semanas e nada mais é do que uma versão global do Redmi Note 10 Pro 5G lançado no início do ano na China. Os dois aparelhos são iguais por fora e por dentro, mas temos boas mudanças comparado ao Note 10 Pro lançado por aqui. Curioso para saber o que o Poco X3 GT tem a oferecer? Então confira a análise completa do TudoCelular.

O Poco X3 GT vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:

O Poco X3 GT é um celular intermediário que flerta com o segmento mais avançado. Ele tem design com bordas bastante curvas na traseira, traz pintura metálica em três opções de cores e aposta no Gorilla Glass Victus para proteger a tela contra riscos e impactos. As laterais e traseira, no entanto, são feitas de plástico. Porém, é um material de qualidade que passa robustez.

Ele traz certificação IP53 para proteção contra respingos e poeira, mas não chega a ser à prova d’água. Este é mais um intermediário da Xiaomi que peca por não ter slot para microSD e nem entrada para fones de ouvido (pelo menos vem com adaptador de USB-C para P2 na caixa). A falta de tela AMOLED também pode pesar na escolha para quem busca um celular mais avançado e isso faz com que as bordas sejam mais largas do que gostaríamos.

O bloco de câmeras na traseira é mais largo e saltado do que normalmente encontramos em intermediários com mesmo sensor. Parece que a Xiaomi quis forçar a aparência de celular avançado, mas não chega a ser algo bom neste caso. A câmera principal tem um aro cromado para se diferenciar das demais.

Por mais que o X3 GT use o alto-falante de chamadas como saída de som para áudio estéreo, ele ainda possui uma terceira saída de som no topo, que fica ao lado do emissor infravermelho e de um microfone. Na parte inferior há outra saída de som, a entrada USB e um segundo microfone. Do lado esquerdo temos a gaveta para dois chips e do lado direito há a tecla de volume e o botão de energia, que vem com leitor biométrico ágil e eficiente incorporado.

O X3 GT é mais um celular 5G da Xiaomi. Ele também vem equipado com Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.2 e NFC.

Este é mais um intermediário da Poco com tela IPS LCD de 6,6 polegadas com resolução Full HD e taxa de 120 Hz, sendo a mesma configuração encontrada em modelos como o X3 Pro e X3 NFC. O sensor de toque responde a 240 Hz, o que ajuda a reduzir a latência em jogos.

O brilho máximo não é dos mais fortes, mas está dentro do que normalmente vemos em modelos da fabricante chinesa. O nível de preto é bom e o contraste elevado garante cores vibrantes. Há um perfil de calibração para deixar as cores mais saturadas, mas em nenhuma das três opções temos boas fidelidade de cores. Há suporte a HDR10 que funciona com vídeos do YouTube.

A parte sonora soa um pouco decepcionante, especialmente por ter alto-falantes que foram otimizados pela JBL. Apesar das três saídas de som, a potência do áudio é apenas decente. Ele se destaca por entregar bons graves e agudos, mas os médios são praticamente inexistentes. É curioso ver que ele apresenta resultados piores que o Poco X3 Pro que traz configuração similar.

O X3 GT vem equipado com a plataforma Dimensity 1100 que tem muito em comum com a mais avançada 1200 da MediaTek e fica acima em desempenho à plataforma Snapdragon 860 presente no Poco X3 Pro. Em nosso teste de velocidade tivemos um bom resultado com o X3 GT que foi rápido ao carregar os apps e ainda conseguiu mantê-los abertos em segundo plano, algo que a versão Pro do X3 falhou em fazer.

Em benchmarks também temos vitória para o X3 GT com números maiores em testes que envolvem processador e chip gráfico. No AnTuTu tivemos uma boa diferença na pontuação, o que faz o X3 GT ficar mais próximo dos celulares mais avançados.

Em jogos tivemos bom desempenho em todos que testamos. No Call of Duty foi possível ter ótima fluidez na qualidade Muito Alta. No PUBG não tivemos problema ao jogar com gráficos em HDR e molduras no Ultra. Outros games menos exigentes como Mortal Kombat tiraram proveito da tela ao rodarem em 120 fps.

O Poco X3 GT vem com bateria de 5.000 mAh, sendo ligeiramente inferior à bateria do X3 Pro, porém ainda conseguiu entregar melhor autonomia. Como isso é possível? A plataforma da MediaTek pode estar melhor otimizada para consumo energético ou a Xiaomi caprichou mais no software deste aparelho para desperdiçar menos energia sem comprometer o desempenho.

Isso faz com que o X3 GT passe o dia todo longe de tomadas e ainda sobre um pouco de carga para o dia seguinte. É o tipo de aparelho que garante boa autonomia mesmo em uso mais pesado com jogos. Mas a parte que mais surpreende é o tempo de recarga.

A Poco manda um carregador de 67W com a promessa de que a bateria recarrega em 40 minutos. Muitas vezes nem sempre vemos o tempo de recarga prometido pelas fabricantes, mas neste caso realmente ficamos impressionados e em nossos testes o aparelho foi de 0 a 100% em 40 minutos. Com uma carga rápida de 15 minutos terá mais da metade da bateria para usar e 90% dela com meia hora de carga.

O Poco X3 possui conjunto fotográfico triplo na traseira com câmera principal de 64 MP, ultra-wide de 8 MP e uma dedicada para macros com 2 MP de resolução. Há flash duplo de LED de dois tons para completar o conjunto. Na parte frontal temos câmera de 16 MP para selfies.

A qualidade fotográfica é boa no modo padrão que registra fotos em 16 MP ao comprimir quatro pixels em um. Há bom nível de detalhes e as cores estão próximas da realidade. Apenas poderia ter um pós-processamento menos agressivo que tenta escolher os ruídos, mas destrói os pequenos detalhes dos cenários.

Há um atalho para zoom de 2x que apenas estica a foto e faz um corte para aproximar o que está longe. As fotos ficam decentes na tela do celular, mas ao ampliá-las fica notável a perda de qualidade. Há modo 64 MP para extrair o máximo do sensor e conseguimos capturar mais detalhes em troca de mais espaço armazenado na memória.

O X3 GT não vem com câmera dedicada para desfoque de fundo como temos no Poco X3 Pro, mas este sensor não faz falta. O GT é capaz de desfocar bem o fundo de cenários com efeito convincente e apresentando poucos erros. Já a câmera macro é decepcionante por ter resolução baixa que peca na captura de detalhes e sofre com imagens granuladas.

A câmera ultra-wide é apenas decente. Ela registra menos detalhes por ter sensor mais fraco e as cores não são tão neutras como as da câmera principal. Fotografar à noite fica ainda mais complicado com a ultra-wide que perde nitidez e os ruídos ficam mais visíveis.

O X3 GT vem com modo noturno automático que é ativado quando o celular detecta se o cenário é muito escuro e precisa prolongar a entrada de luz no sensor. Na prática, é um um recurso que nem sempre funciona quando deveria, então não espere fotos exemplares à noite com o X3 GT. Ele é capaz de registrar imagens com pouco ruídos, nitidez dentro do esperado para a categoria e cores ideais.

A câmera frontal também comprime quatro pixels em um, mas acaba fazendo upscaling para entregar fotos em 16 MP. Esse processo compromete a nitidez das fotos, mas ainda temos boas selfies em locais com luz ideal. O contraste e cores estão dentro do esperado e o modo retrato é decente e apresenta poucos erros na parte do cabelo. As selfies noturnas já apresentam queda acentuada na qualidade com fotos granuladas.

A filmadora grava em 4K com a principal, Full HD com a ultra-wide e frontal e HD com a macro, todas a 30 fps. A qualidade das filmagens é boa e há estabilização eletrônica para lidar com os tremidos, mas que acaba cortando um pouco o campo de visão e mesmo assim não entrega uma estabilização tão eficiente. A captura de áudio é estéreo com boa qualidade e poucos ruídos de vento.

Esse é mais um celular da Xiaomi que vem com Android 11 e MIUI 12.5 com o Poco Launcher por padrão para a tela inicial. O software flui bem e vem com bastante recursos de customização, incluindo os tradicionais temas e suporte ao modo escuro.

É possível adicionar um atalho ao botão de energia para acessar rapidamente o Google Assistente ao segurar o botão por cinco segundos. Caso você prefira, pode usar este atalho para abrir a câmera ou configurar outros recursos que achar mais interessante.

Há o modo de uma mão que reduz a área do sistema da tela, sendo possível definir o tamanho da janela. O Game Turbo também está presente para você otimizar os jogos e tentar extrair o máximo desempenho. E mesmo se precisar de mais RAM é possível criar memória virtual de no máximo 2 GB ao converter armazenamento em RAM.

Depois de analisar todos os pontos do X3 GT fica claro que o novo celular da Xiaomi é um belo avanço comparado ao X3 Pro. Ele é mais ágil, consegue segurar mais apps abertos ao mesmo tempo, a bateria dura mais e recarrega mais rápido, e as câmeras são melhores. Como a diferença de preço é pequena entre os dois, acaba compensando pagar mais no X3 GT.

Da Motorola temos o Edge 20 Lite como um bom rival 5G e que traz câmera com o dobro de resolução, mas que na prática não entrega uma qualidade superior. O Edge 20 Lite tem tela com taxa de Hz inferior e som apenas mono, mas entrega desempenho similar e sua bateria dura mais. Porém, o X3 GT recarrega muito mais rápido, o que acaba compensando.

Se você não liga tanto para celular 5G no momento, há o Galaxy S20 FE na mesma faixa de preço do X3 GT. O da Samsung tem proteção superior contra água, melhor tela, desempenho um pouco superior e melhores câmeras. Por outro lado, sua bateria dura menos e demora muito mais para recarregar.

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