R e a l m e G T M a s t e r

A realme segue a todo vapor e não para de trazer novidades para o mercado brasileiro. A aposta mais recente da fabricante chinesa é o GT Master, um celular avançado que promete caber no seu bolso. A empresa não se refere ao tamanho do aparelho mas sim ao seu preço mais acessível; ele chegou custando R$ 3.700 em seu lançamento e promete entregar melhor custo-benefício que muito top de linha. O que ele tem de bom? Será que o GT Master é realmente capaz de enfrentar a concorrência? Vamos conferir.

O Realme GT Master não vem vem em embalagem amarela como nos modelos intermediários e aqui temos algo mais sóbrio com caixa preta e nomes cromados. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

O realme GT Master possui duas aparências distintas a depender da cor que você escolher. O modelo cinza tem traseira em couro vegano e foi projetada por um designer famoso, enquanto as demais cores apostam em acabamento plástico fosco mais convencional, que faz o aparelho ser mais escorregadio, mas a fabricante manda uma capinha na caixa.

As laterais são feitas de plástico e apresentam pintura metálica para dar ar de aparelho premium. A realme não chega a mencionar se a tela do aparelho possui proteção Gorilla Glass, porém dá seguro de 12 meses de proteção contra danos. Também não há qualquer menção à certificação IP para resistência contra água e poeira.

O modelo que testamos é na cor branca com efeito furta-cor, que a depender do ângulo que você olha mais parece um tom de prata. O bloco de câmeras na traseira abriga três sensores que parecem ser do mesmo tamanho, mas é apenas um apelo simétrico para deixar o design mais harmônico.

Na parte frontal há furo para a câmera de selfies que fica localizado próximo à borda da esquerda. O leitor biométrico encontra-se sob o display e funciona bem ao reconhecer rapidamente a digital do usuário. Há entrada P2 para fones de ouvido na parte inferior, ao lado da conexão USB-C, alto-falante e microfone. Na lateral direita há apenas o botão de energia e do lado esquerdo os botões do volume.

Em conectividade temos suporte a redes 5G, Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.2 e NFC. O que fica faltando é um slot para microSD para permitir expandir o armazenamento.

O GT Master vem com tela de 6,43 polegadas com resolução Full HD e tecnologia Super AMOLED. É basicamente o mesmo painel presente no realme GT com ambos entregando bom nível de brilho e taxa de atualização de 120 Hz para maior fluidez do sistema e jogos.

Há suporte a HDR que funciona com vídeos do YouTube e consegue turbinar o brilho e cores em vídeos compatíveis. A calibração padrão tende para tom frio que pode ser corrigido no slide de temperatura nas opções de configuração de tela. Também há dois perfis que saturam mais as cores.

É possível travar a tela em 60 ou 120 Hz, assim como deixar em modo automático que regula a velocidade a depender do aplicativo em uso. Navegar no sistema ou usar os apps nativos temos total fluidez a 120 fps, enquanto alguns apps acabam limitando a 60 fps. O sensor de toque funciona a 360 Hz para garantir resposta rápida nos jogos.

A versão Master traz alguns cortes comparado ao realme GT e a parte sonora é uma delas. Enquanto o modelo mais avançado possui som estéreo, neste temos apenas uma saída de som. O alto-falante na parte inferior entrega boa potência sonora e não decepciona no equilíbrio entre graves, médios e agudos, porém esperávamos som estéreo pelo preço cobrado.

Enquanto o realme GT vem com Snapdragon 888, a versão Master traz a plataforma Snapdragon 778G, mesma que equipa o Edge 20 . Em nosso teste de velocidade ficamos um pouco decepcionados ao ver que ele fica atrás do rival da Motorola na abertura de apps e ainda não conseguiu segurar todos os apps em segundo plano mesmo com 8 GB de RAM.

A realme UI permite aumentar a quantidade de RAM para até 13 GB ao usar parte do armazenamento como memória virtual, o que deve ajudar a resolver o problema no multitarefas para quem usa muitos aplicativos por vez. Enquanto em benchmarks temos pontuações dentro do esperado e até superior ao Edge 20 no AnTuTu.

O GT Master é um ótimo celular para jogar. Ele rodou CoD Mobile e PUBG na qualidade muito alta com todos os filtros ativados e entregando ótima fluidez. O software parece segurar os jogos a 60 fps, mas pode ser um erro do sistema. De qualquer forma, jogos mais leves também rodam liso na qualidade máxima. E a melhor parte é que ele possui um sistema avançado de dissipação que evita que esquente em longas jogatinas.

A bateria pode não impressionar pelo tamanho, mas seus 4.300 mAh rendem o dia todo com folga. A realme já mostrou em outros aparelhos que manda bem em otimização e garante autonomia duradoura para usar o celular o dia inteiro sem se preocupar.

A parte mais impressionante vai para o tempo de recarga. O aparelho vem com carregador SuperDart de 65W que leva apenas 34 minutos para ir de 0 a 100%. Ele fica entre os melhores que já testamos, perdendo apenas para o Mi 10 Ultra que foi 4 minutos mais rápido em nossos testes.

Com uma carga rápida de 15 minutos temos metade da bateria para usar, o que já garante autonomia para várias horas. Com 30 minutos na tomada temos a bateria quase cheia.

O conjunto fotográfico é formado por três câmeras: a principal tem resolução de 64 MP, a secundária traz lente ultra-wide com 8 MP e a terceira é focada em macros com 2 MP. A câmera frontal tem sensor de 32 MP.

O GT Master registra boas fotos em nível de nitidez e cores, apesar de forçar um pouco a saturação e contraste, o que pode não agradar os mais puristas. O software não tenta eliminar todo o ruído no pós-processamento para não destruir os pequenos detalhes dos cenários, então você pode notar um pouco de granulação ao ampliar as imagens.

Por padrão as fotos são registradas em 16 MP, mas você pode mudar para a resolução máxima de 64 MP. Ao fazer isso, terá mais detalhes e saturação mais equilibrada, mas o HDR é desativado e acaba comprometendo as áreas claras das fotos.

Não há uma câmera dedicada para zoom, porém o aplicativo traz atalhos de 2x e 5x. Ao aproximar em duas vezes até que temos fotos decentes; já em cinco vezes temos uma queda drástica que torna as fotos inúteis, especialmente em locais mais escuros.

A câmera ultra-wide registra menos detalhes e às vezes exagera ainda mais no contraste. Fotos noturnas ficam ruins com a câmera mais ampla, mas a principal até que faz um bom trabalho quando o modo noturno é ativado. A câmera macro faz o básico por ter resolução baixa e foco fixo.

A frontal registra selfies bem detalhadas com cores precisas e tom de pele próximo do ideal. O modo retrato funciona bem com efeito bastante acentuado e apresentando poucos erros. Selfies noturnas poderiam ser melhores, há ruídos e as texturas perdem qualidade. O modo retrato não chega a comprometer a qualidade e funciona bem mesmo com luz de fundo.

A filmadora grava vídeos em 4K com a câmera principal e Full HD com a ultra-wide e frontal. Os vídeos apresentam boa qualidade em detalhes, cores e alcance dinâmico. A estabilização não chega a ser tão eficiente em 4K, mas funciona bem quando filma em Full HD. A frontal registra bons vídeos e não sofre tanto em locais mais escuros. A captura de áudio é estéreo com boa qualidade e sofre pouco com ruídos de vento.

Na parte de software há uma suíte para os jogos chamada de Game Space para configurar o funcionamento de cada título e também interromper notificações. O modo GT encerra serviços em segundo plano e otimiza o processador para garantir o melhor desempenho nos jogos.

Na parte de customização do sistema é possível alterar os ícones, cores e fontes. Há tema escuro e também o Always on Display para exibir notificaçẽs e informações do sistema quando a tela estiver bloqueada.

Em termos de recursos extras temos a barra lateral no estilo do Tela Edge da Samsung com vários atalhos de apps e recursos. Há também uma bolha flutuante que ajuda na navegação. Você pode adicionar atalhos rápidos na tela de bloqueio e acessá-los enquanto usa o leitor biométrico. O botão de energia também é configurável para facilitar o acesso a recursos que você usa com frequência.

A realme UI 2.0 flui bem, mas ainda apresenta problemas na tradução para o nosso português. O GT Master vem com Android 11 e estava com pacote de segurança recente quando testamos.

Apesar da realme promover o GT Master como um top de linha acessível, ele compete de verdade é na categoria de intermediários premium. O seu maior rival é o Motorola Edge 20 que aposta no mesmo hardware, mas vem com melhor tela, tem câmeras mais avançadas, é mais rápido no multitarefas, porém perde em autonomia e tempo de recarga.

Da Xiaomi temos o Poco X3 GT com mesmo conjunto de câmeras que entrega qualidade similar. Ele não tem tela OLED, porém traz painel LCD de 120 Hz e compensa com som estéreo que faz falta no da realme. O Poco é mais ágil no multitarefas e roda bem todos os jogos, mas fica atrás em autonomia de bateria e tempo de recarga.

Vale a pena pagar a mais pelo GT Master ou o realme 8 5G entrega melhor custo-benefício? O mais barato da marca chinesa foi até mais rápido em nosso teste de velocidade e sua bateria dura mais. A sua tela é de apenas 90 Hz e tem brilho mais fraco e o tempo de recarga é bem mais demorado, enquanto as câmeras também registram boas fotos. O realme 8 5G pode parecer uma compra mais interessante para alguns.

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