A Multilaser trouxe recentemente ao mercado um novo celular básico que aposta em duas configurações diferentes para hardware e software. A versão que testamos é a mais completa com 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento e Android 11. Diferente do mais barato que vem com metade da memória e versão Go Edition do sistema operacional. Será que vale a pena o novo básico da Multilaser diante das opções da Samsung e Motorola?
O modelo que recebemos veio em caixa grande com alguns extras não disponíveis na versão padrão. Você recebe os seguintes acessórios, além do celular:
O design do G Max 2 não chama a atenção. Ele parece ser mais um produto chinês com módulo de câmera que lembra o de outros aparelhos. A parte curiosa é a traseira removível, algo praticamente extinto nos dias atuais. Isso permite ter acesso aos slots dos chips e microSD; e aqui vem o primeiro ponto curioso: apenas uma entrada para nano SIM, enquanto a outra ainda adota o antigo formato micro.
O acabamento é simples e a tampa de plástico é fina e apresenta certa fragilidade. Pelo menos você poderá comprar outra caso danifique a que vem com o aparelho, porém não há outras opções de cores caso você enjoe do tom preto. A bateria, infelizmente, não é removível, o que torna o diferencial de abrir a traseira meio inútil.
Há textura que melhora a pegada com o G Max 2 e a Multilaser ainda manda capinha e película na caixa. A parte frontal adota entalhe em formato de gota e as bordas não chegam a ser muito largas, estando dentro do que vemos no segmento.
Há leitor biométrico tradicional na traseira, que responde bem. Na parte inferior do celular encontramos uma antiga entrada microUSB, o seu único alto-falante e um microfone. No topo do G Max 2 há apenas a entrada para fones de ouvido. Na lateral direita encontramos o botão de energia e o de controle de volume.
Na parte de conectividade não há nada de impressionante no G Max 2. Ele não tem suporte a padrão Wi-Fi AC para redes 5 GHz e seu Bluetooth é de quarta geração. Esqueça NFC e sensores mais avançados, o básico da Multilaser deixa claro que é um celular de entrada.
O básico da Multilaser vem com tela de 6,5 polegadas com resolução HD+ e painel IPS LCD, basicamente a configuração padrão em celulares de entrada atualmente. O primeiro ponto negativo vai para o brilho máximo alcançado tanto no manual quanto no modo automático. Por ser baixo, pode atrapalhar usar o G Max 2 fora de casa em dias ensolarados, mas não fica atrás dos básicos da Motorola.
O contraste é decente a ponto de evitar cores lavadas. O painel tem apenas 60 Hz, o que ainda é padrão em celulares mais baratos, porém já é possível encontrar alguns modelos na faixa de preço do G Max 2 com tela de 90 Hz. A reprodução de cores tende para tom frio com branco azulado, mas você pode regular nas configurações de tela.
A parte sonora é mais decepcionante. Não apenas pelo fato de termos uma única saída de som que limita o áudio a mono, mas pelo fato de a potência sonora ser fraca. O som é tão baixo que fica até difícil perceber suas falhas. Um fone de ouvido é obrigatório com o G Max 2 e é uma pena que a Multilaser não envie nenhum na caixa.
O novo celular da Multilaser vem com a plataforma SC9863A da Unisoc. É um chip antigo com processador octa-core de no máximo 1,6 GHz e GPU PowerVR 8322. O que ajuda a salvar o desempenho desta nova versão do G Max 2 é o fato de ter 4 GB de RAM. Ele conseguiu segurar os apps abertos em nosso teste de velocidade, porém o hardware antigo demora para carregar o conteúdo, especialmente em jogos.
Ele também não empolga em benchmarks e isso já era esperado. No AnTuTu conseguimos menos de 90 mil pontos, o colocando no mesmo patamar de celulares mais antigos como o Galaxy A10 com Exynos 7884 ou o Redmi 9A com MediaTek Helio G25.
O G Max 2 é capaz de rodar jogos mais atuais, desde que opte pela qualidade gráfica mais baixa. No Call of Duty tivemos boa fluidez com tudo no mínimo e filtros desativados. No PUBG foi possível jogar na opção gráfica balanceada com detalhes no médio. Já jogos mais leves como Mario Kart e Asphalt 9 rodaram de boa na configuração padrão.
O G Max 2 vem equipado com bateria de 4.000 mAh e conseguiu entregar boa autonomia em nossos testes. Ele chegou a quase bater 20 horas de uso moderado, o que garante passar o dia inteiro longe de tomadas.
O carregador que vem com o aparelho entrega no máximo 10W e isso faz com que demore mais de 2 horas para ir de 0 a 100%. Pode parecer muito, mas ainda é comum ver celulares de entrada levando 3 horas ou mais para carregar.
Só faltou um carregamento rápido para agilizar pequenas cargas. Com 15 minutos na tomada ele recupera apenas 14% e chega a 28% em meia hora, o que mostra que seu carregamento é linear.
E as câmeras? Celular de entrada normalmente peca neste ponto e a Multilaser nunca se esforçou na parte fotográfica dos seus aparelhos. O G Max 2 vem com três sensores na traseira, sendo o principal de 13 MP acompanhado de dois de 2 MP para macros e desfoque de cenários. Na parte frontal há uma câmera de 5 MP para selfies.
A câmera principal faz o básico e até registra fotos decentes em situações favoráveis de luz, mas entrega qualidade de celular chinês de marcas menos convencionais. As cores não têm vida, falta nitidez e o contraste desregulado mata os detalhes das sombras. Pelo menos há modo HDR que ajuda a minimizar estes problemas, mas nem sempre funciona como deveria.
Ao cair da noite a qualidade acaba indo junto. A nitidez é ainda mais comprometida e as fotos saem bastante escuras. A boa notícia é que há modo noturno que prolonga a exposição para mais luz entrar no sensor, mas em troca temos mais ruídos visíveis e as falhas nas texturas ficam mais evidentes. Não tem como negar que o G Max 2 não foi feito para fotografar à noite.
A macro também sofre com baixa nitidez, cores apagadas e apresenta ruídos mesmo em fotos tiradas em locais claros. A de desfoque falha em cenários mais complexos e ainda desativa o HDR, o que compromete o balanço de brilho e cores deixando o céu estourado.
A frontal é capaz de registrar selfies decentes de dia, mas sem muita nitidez diante do sensor de baixa resolução. Já em locais escuros temos selfies ainda piores com fotos borradas e granuladas.
A filmadora é capaz de gravar a no máximo Full HD com a traseira e apenas HD com a frontal. A qualidade dos vídeos é fraca para a categoria e não há estabilização para lidar com os tremidos. O foco também não é dos mais ágeis e em alguns momentos pode se negar a focar onde você deseja. A captura de áudio é mono e de péssima qualidade.
O G Max 2 sai da caixa com Android 11 e no momento em que testamos o aparelho ainda estava com pacote de segurança de junho. Este é o tipo de celular voltado para o público que não se preocupa com atualizações, então não espere ver o Android 12.
A interface é básica e lembra o Android pouco modificado da Motorola. A diferença é que os ícones são quadrados e não há um app que centralize os extras. Aliás, a Multilaser nem se preocupa com isso e oferece uma experiência praticamente essencial do Android.
Há modo escuro que muda a cor do sistema e dos aplicativos compatíveis. Os apps que vêm pré-instalados são os tradicionais do Google. Por ser algo tão simples e sem modificações, esperávamos uma fluidez melhor. O problema não chega nem a ser engasgos nas animações, mas sim um atraso na resposta do sistema que nem sempre responde ao primeiro toque.
Como deu para perceber, o G Max 2 é um celular básico que atrai pela grande quantidade de memória, mas decepciona em vários pontos. O que há de mais interessante na sua faixa de preço? Da Samsung temos o Galaxy M12 com tela de 90 Hz e melhor qualidade sonora. Ele perde por pouco em desempenho multitarefas, mas vence em jogos e tem autonomia de bateria muito superior. O M12 é melhor em câmeras e ainda tem uma dedicada com lente ultra-wide para fotos mais amplas.
Da Motorola há o Moto G20 . Ele também traz tela de 90 Hz e melhor qualidade sonora. Seu hardware também é da Unisoc, porém um chip mais avançado que entrega melhor desempenho. Sua bateria dura mais, mas em contrapartida leva o dobro do tempo para recarregar. As câmeras do G20 são melhores e há ultra-wide para fotos mais amplas.
O realme C11 pode ser outra boa alternativa. Ele também tem tela de 60 Hz, mas com qualidade de imagem um pouco superior. A qualidade sonora é mais rica no C11, por mais que tenha também apenas um alto-falante. O desempenho é seu ponto decepcionante, especialmente no multitarefas, mas o software traz mais recursos e a bateria dura mais. Ele só tem uma câmera traseira que entrega qualidade razoável, mas se destaca por ter melhor frontal para selfies.
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