L G G 3

O G3 é a nova versão de smartphone flagship da LG, com poucas diferenças diretas quando olhamos para o G2 , mas com algumas novidades que chamam atenção, como o sistema de foco que utiliza laser na traseira, design mais limpo na interface (e mais leve), junto de uma tela que é de resolução 2K - que ainda não faz esta diferença absurda, mas já é ótima. A caixa do modelo que recebemos é enorme, muito maior do que precisava ser e funciona mais como um apelo de marketing do que uma embalagem para segurar todo o conjunto durante o transporte da loja até em casa.

Abrindo o conjunto, temos um cabo de dados, fone de ouvido QuadBeat 2, carregador de tomada e manual de instruções de um lado. O smartphone fica no meio e na extremidade oposta está um presente desta versão, que é um carregador sem fios, daqueles que você coloca o celular encostado no dispositivo e a carga já é transferida até a bateria. Este carregador utiliza um cabo microUSB para receber a energia e repassar para o smartphone, que pode vir tanto da tomada ou então de uma porta USB do computador.

Este tipo de presente é bacana e foi além do que a Sony fez, ao colocar um fone de ouvido bastante fraco como compensação para a SmartBand que vem com o Z2 . Por aqui há o mesmo fone de ótima qualidade, independente do "presente".

O G3 não é tão diferente do G2 e, neste meio tempo, seus vazamentos e até o próprio convite de coletiva de imprensa em Londres apontavam para um dispositivo feito em alumínio, o que não aconteceu. Todo o acabamento é plástico e há uma textura (apenas visual) que lembra aço escovado. Na frente temos uma tela True HD-IPS + LCD de 5,5 polegadas e resolução de 1440 x 2560 pixels (2K), com densidade aproximada de 534 pixels por polegada - até o momento em que este review é escrito (agosto de 2014) esta é a tela mais densa em um smartphone. O resultado são imagens extremamente nítidas e sem qualquer quadrado. Sério, nem com o olho grudado na tela é possível assistir um quadradinho. Este recurso é lindo no marketing, mas no cotidiano ele pouco faz diferença para o usuário que já tinha uma tela Full HD ao alcance do braço. Olhando um display Full HD e o do G3, 2K, na mesma distância comum de uso (dois palmos dos olhos), não há qualquer diferença em resolução e qualidade de imagens em comparação ao G2, por exemplo. Chegando BEM perto, a diferença aparece - mas não é com os olhos colados na tela que você usa um smartphone, correto? Problemas de vista chegarão em pouco tempo se você fizer isso.

Assim como o G2, não há qualquer botão ou entrada nas laterais. Abaixo está a entrada microUSB, microfone principal e também a entrada para fones de ouvido.

Em cima temos apenas o segundo microfone e a porta infravermelho, que transforma o celular em um controle remoto universal.

Atrás ficam os botões de volume, liga/desliga, alto-falante, dois LEDs para flash, laser para o foco e a câmera de 13 megapixels que filma em até 4K.

A bateria fica logo abaixo da tampa traseira, que é bastante rígida (alô Samsung!), conta com antena para o NFC e que esconde a bateria de 2.940mAh - que poderia conter mais energia, mas mesmo assim garante a carga para pouco mais de um dia de uso moderado. Ainda por aqui está a entrada para chip da operadora (micro-SIM) e para cartão microSD de até 128 GB.

O G3 tem um design pouco diferente do G2, que garante uma pegada bem mais confortável do que seu irmão mais velho. No lugar de uma parte mais reta na traseira, a fabricante sul-coreana colocou algo curvo, que lembra o que a Motorola faz com o Moto X , G e também com o Moto E . Ficou bonito, ficou confortável e melhorou a pegada - muitos pontos positivos por aqui.

As medidas do G3 são de 146,3 milímetros de altura, por 74,6 milímetros de largura e 8,9 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 149 gramas de peso total. Números grandes para a pegada de uma mão pequena, mas que é leve o suficiente para não causar muito cansaço quando estiver assistindo um vídeo prolongado - como os nossos reviews em vídeo :)

O Android por aqui recebeu uma roupagem nova, deixou de ser lúdico e "alegre", para um visual mais bem encaixado na demanda por sistemas mais limpos e com menor textura - que começou com o Windows Phone, seguiu no iOS 7, passou pela Samsung na TouchWiz mais recente e agora chegou na LG, que deve implementar a nova interface em vários smartphones mais recentes e parrudos. Tudo está com cores chapadas, com pouca (ou nenhuma) textura visual e lembra o que será entregue no Android L. A tela inicial conta com dois painéis onde ficam os widgets e atalhos, sendo que você pode ficar com qualquer quantidade entre uma e sete destas telas.

Um dos recursos adicionados e bem bolados, é chamado de Smart Notice e que está presente logo no primeiro widget pré-instalado pela fábrica. Este widget entrega informações sobre o tempo, relógio e uma área em branco que dá informações como "o tempo ficará chuvoso de tarde, leve um guarda-chuva", ou então "o número X te ligou várias vezes, deseja adicionar aos contatos?", ou então "detectei X MB de arquivos temporários, deseja limpar?". São notificações no estilo Google Now, mas que não substituem as notificações do sistema ou mesmo do próprio Google Now.

Um erro que a LG teima em continuar adotando é a área de notificações extremamente populosa. Isso faz com que você fique com menor espaço para notificações, qualquer uma. Se você abrir o QSlide e adicionar os controles do Quick Remote, por exemplo, perde toda área visível para notificações - elas continuam lá, só que você precisa sempre deslizar a tela para cima para ler. Mesmo com estes dois recursos eliminados da tela, metade da área é ocupada com botões e ajustes como volume e brilho. Se o brilho estivesse em uma área em forma de pop-up e o volume estivesse visível apenas quando o botão de volume é pressionado, teríamos mais espaço para notificações - afinal, é para isso que esta área existe, não?

Assim como já acontecia com outros smartphones da LG, dos mais recentes e parrudos, a marca colocou a possibilidade de abrir mais de uma janela ao mesmo tempo. É possível abrir, por exemplo, o navegador e o Google Maps, ou então o Maps junto do app de mensagens - para ver o endereço que um amigo acabou de te enviar. Senti falta de ter a opção de abrir um app de notas, por exemplo, que seria bacana quando você recebe alguma mensagem e quer anotar um texto e salvar. Ok, funciona bem.

A área de multitask recebeu cara nova também, com a possibilidade de ver previews do que está aberto de forma bem grande e pouco maior do que o Google faz com o Android puro, da linha Nexus. Também dá pra ver as prévias bem pequenas e em maior número, o que ajuda a gerenciar o que está aberto e se vale a pena fechar. Mesmo com muita coisa aberta, o desempenho do G3 não é afetado de forma drástica. Temos um processador Qualcomm MSM8975AC Snapdragon 801 que roda quatro núcleos a 2.5 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna (versão com 32 GB e 3 GB de RAM não é comercializada no Brasil).

O teclado pode ser ajustado de acordo com a altura e tamanho que você preferir - há dois limites, sendo um para cima e outro para baixo, liberando qualquer escolha de tamanho no meio do caminho entre ambos os extremos. Ele também permite que você utilize a barra de espaço para selecionar parte da palavra que você está digitando, o que ajuda na hora de corrigir alguma letra que entrou no lugar errado.

A LG nunca foi o tipo de empresa que deixa o Android limpo, com pouca customização e poucos apps pré-instalados - a Samsung inunda seus smartphones com tudo que você quer e coisa que você sequer sabia que existia. No G3 ela foi além e aumentou a quantidade de apps que já vem prontos para o uso, que não necessariamente são apps que jogos que você quer que ocupem espaço na memória interna. A parte boa deste problemão é que quase todos podem ser apagados por completo do aparelho. Infelizmente há alguns mais chatos e que ficarão presentes - independente da sua vontade. Um deles é o McAfee Security, que está lá e não sairá. De fábrica estão instalados os apps de previsão de tempo, navegador da LG (pra que? PRA QUE se você tem o Chrome também instalado??), gravador de voz, McAfee Security, Asphalt 7, Box.net, Facebook, Fazenda Verde 3, Kingdoms And Lords, Need For Speed Most Wanted, Plants vs Zombies, Twitter, ThinkFree Viewer e dois apps da LG.

Não há navegador padrão instalado, sendo que o usuário fica divido entre um modificado pela LG e o Chrome, ambos prontos para o uso. O Chrome leva vantagem ao permitir que dados sejam sincronizados entre diversos aparelhos (sejam eles Androids, iOS ou o computador). Isso inclui abas, senhas e histórico - o navegador, o outro, não permite nada disso.

Em geral, o Android roda bem e está na versão 4.4.2 (que deve ser atualizado, já que no momento deste review o Google já lançou o Android 4.4.4). O desempenho sofre exatamente do mesmo problema que sofre a Samsung, com o TouchWiz - só que com menor intensidade. Mesmo com um hardware que é tão poderoso quanto meu computador, ele não roda tão liso como faz um Nexus 5, por exemplo. A interface alterada toma conta do desempenho que poderia ser livre para fazer com que todas as animações rodassem perfeitas e sem qualquer atraso. A resolução elevada pode ser um grande problema para o hardware, já que ele conta com basicamente as mesmas configurações do G2, só que com uma tela extremamente mais densa - isso faz com que mais processamento da GPU e da CPU fiquem ativos o tempo todo.

A GPU do G3 é uma Adreno 330, a mesma que está em outros smartphones topo de linha de 2014, como o Galaxy S5 e o próprio LG G2. Ela é capaz de fazer rodar qualquer jogo recente sem qualquer engasgo ou problema. Ter 2 GB de RAM ajuda nisso, mas 3 GB seria melhor - não, a LG não vende a versão com 3 GB no Brasil. Testamos o pesado Asphalt 8, que rodou sem travamentos ou queda na taxa de quadros por segundo.

O tocador de músicas é bastante simples, seguindo o padrão de cores e poucas texturas do restante do sistema operacional. Por conta da altíssima resolução, as capas dos álbuns ficam feias e bem quadriculadas - a não ser que você coloque uma imagem de maior resolução na tag ID3 do arquivo de música. Todos os arquivos MP3 que testamos, rodaram sem problemas. Há ainda como melhorar a reprodução, com pequenos ajustes que - infelizmente - ficam muitos "toques" distante do tocador.

Para vídeos, o player fica escondido (ainda não entendi o motivo) e só abre quando você vai até a galeria de imagens e escolhe assistir um vídeo. Ele é mais simples do que o tocador de músicas, permitindo apenas rodar o arquivo (rodamos em Full HD, sem engasgos) e colocar o tocador em uma janela flutuante.

O sensor de imagens do G3 é superior ao que o G2 ofereceu e ao que está presente no G Flex, que são smartphones topo de linha e próximos ao que temos neste gadget. Na câmera há 13 megapixels de resolução na parte traseira e 2.1 megapixels na frente. Os resultados das fotos são ótimos, com reprodução de cores perfeita e nível de detalhes bastante elevado. Em fotos noturnas o resultado apresenta pouco ruído na imagem - algo muito superior ao G2, que mostrava quase que uma pintura à óleo, resultado de pós-produção na hora de retocar o que ficou com granulado. Um dos pontos fortes deste aparelho está na forma de medir o foco, que utiliza um laser na parte traseira do smartphone. Ele garante maior velocidade na hora de medir o foco, além de maior precisão em ambientes escuros.

Na parte de vídeos, é possível gravar em arquivos de resolução 4K em 30 quadros por segundo, 1080p em 60 quadros por segundo e 720p em 120 quadros por segundo, que é o padrão de câmera lenta no mercado atualmente - ele diminui o tempo em quatro vezes, sem deixar de ter a imagem fluída. A qualidade segue exatamente o que temos nas fotos.

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