A Alcatel está longe de ser uma das empresas que você tem em mente, quando o assunto é smartphone. A marca francesa resolveu que era hora de mudar este cenário e colocar aparelhos que não são apenas de entrada, no mercado brasileiro. O Idol 3 é um deles, que chegou ao país em apenas uma das duas versões e que aquece ainda mais o segmento de médio custo, só que com um hardware pouca coisa mais potente. Por dentro há um processador Snapdragon 410 de 64 bits, rodando quatro núcleos em 1.2 GHz, com 1.5 GB de memória RAM e uma tela mais compacta do que seus concorrentes, com suas 4,7 polegadas.
A embalagem adota uma cor azul bem escura, com apenas o nome do aparelho em cima e alguns detalhes na parte de baixo - como quantidade de núcleos no processador e que ele é um dual-chip. Abrindo o pacote, temos o celular, uma película para o vidro, ferramenta para extração da gaveta onde vão os SIM cards, cabo USB, carregador de tomada, manuais e um fone de ouvido da JBL. Um dos focos deste modelo é o áudio e por isso que a fabricante europeia colocou uma marca mais famosa no fone, mas infelizmente o potencial de áudio não é tão bem explorado. Quer uma dica de onde encontrar um ótimo fone e direto da caixa, sem custo adicional? Olhe os QuadBeat da LG, que mandam muito bem neste quesito - melhor do que estes da JBL.
É do lado de fora que fica um dos pontos mais importantes deste smartphone: ele é reversível. A Alcatel utiliza uma solução de software que inverte toda a interface, se você coloca o aparelho de ponta cabeça - e inverte também a ordem de alto-falante e microfone, já que há microfone em cima e abaixo, assim como alto-falante também. A ideia é que você pode atender uma ligação independente da orientação em que está o aparelho, se de cabeça pra baixo ou não. A tela é uma IPS LCD de 4.7 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, densidade aproximada de 312 pixels por polegada quadrada, que ocupa aproximadamente 68,7% da frente do aparelho e que conta com proteção contra riscos leves, mas que não é Gorilla Glass.
A primeira impressão é que a resolução é baixa, mas com 312 pixels por polegada de densidade, é praticamente impossível notar um pixel sequer - dá sim, mas só se você colocar o olho quase que colado na tela e esta é uma atitude que vai te trazer sérios problemas de visão, em pouco tempo. O brilho é forte o suficiente para lidar com situações de luz solar forte, que trabalha com uma saturação de cores bem agradável (típico de telas IPS) e há até tecnologias específicas para lidar com isso, como a Color Enhance , que diz melhorar tudo, mas o que noto é um balanço semelhante ao de telas concorrentes.
Ainda na frente está o sensor de luz, proximidade e a câmera frontal com resolução de 5 megapixels, que é a única parte que não altera quando o aparelho fica de cabeça pra baixo - né, ela é fixa ao corpo. O botão liga/desliga está em uma lateral que nunca vi em outro aparelho e eu apanhei bastante para acostumar que o volume não liga ou desliga a tela - poderia ser uma ótima para canhotos, mas não ajuda nisso não. No mesmo lado onde fica o botão liga/desliga, está a gaveta para colocar os dois SIM cards. Senti falta da entrada para cartões microSD. Na parte de baixo fica a entrada microUSB e acima está a porta para fone de ouvido.
Atrás fica a câmera de 13 megapixels com abertura de f/2.0, flash LED e mais nada. A bateria não pode ser acessada, mas conta com 2.000mAh, capacidade pífia para um aparelho que propõe o consumo de música, mas que se mostrou um pouco acima do esperado - graças ao trabalho de otimização de software que a Alcatel fez, que colocou o consumo energético mais para o lado econômico. Em meus testes, levei um dia inteiro para consumir toda a bateria.
Como temos uma tela de 4.7 polegadas por aqui, acabamos com um corpo que é mais compacto do que seus concorrentes diretos, que amam telas com 5 ou mais polegadas. O corpo do Idol 3 é todo feito em plástico e muito leve, o que passa uma sensação de fragilidade ao primeiro momento. Esta junção de corpo compacto e leveza, entregam uma pegada mais confortável do que eu esperava. Suas dimensões são de 13,4 centímetros de altura, por 6,5 centímetros de largura e 0,7 centímetro de espessura, tudo isso somado aos 110 gramas. Leve, não disse?
A traseira conta com uma textura visual que quer lembrar um metal, mas ao toque você nota que é plástico e está longe de ser robusto quanto o alumínio. As bordas são cromadas e complementam este visual de metal, dando um ar mais requintado ao aparelho que não custa tanto assim.
O Idol 3 que é vendido no Brasil vem com processador Qualcomm MSM8916 Snapdragon 410 de 64 bits, com quatro núcleos rodando em 1.2 GHz, acompanhado de uma GPU Adreno 306, 1.5 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna, que libera pouco mais de 11 GB. Ter 11 GB é apertado para jogos e músicas, ainda mais apertado quando lembramos que não há expansão por um microSD por aqui. Isso significa que, literalmente, você precisa escolher bem quais músicas vão no aparelho e quais ficam de fora, para dividir o espaço com apps, jogos, fotos, vídeos e filmes que você fez nas férias passadas. Remover o microSD foi uma péssima ideia da fabricante.
O Android 5.0.2 está por aqui e controlando todo o hardware, com um desempenho bom, mesmo quando você tem alguns apps rodando no fundo - consegui uns cinco deles, antes de notar que o desempenho começou a cair. Se você é amante de números de benchmark, aqui vão alguns:
A interface que a Alcatel escolheu para este modelo é bem diferente do que ela faz na linha Pop, que trabalha com alterações profundas e desempenho que sofre horrores por isso. Por aqui muito do que estamos vendo, está no Android puro e as modificações são bem sutis. Este nível de mudanças está distante do que a Motorola faz ao colocar o Android quase que puro, mas está próximo deste cenário. As maiores mudanças visuais ficam no formato e cor dos ícones, além de atalhos customizados na tela bloqueada e na área de notificações.
Agora, depois de falar bem da escolha de colocar tudo em um visual mais limpo, temos o lado negativo: muitos apps pré-instalados e que não liberam muito espaço após desinstalados. A lista de apps já instalados, antes mesmo de você ligar o aparelho pela primeira vez, conta com 56 programas, sendo alguns como Clean Master e Dr. Safety para limpeza de memória RAM e segurança contra vírus, SwiftKey, WPS Office, assistente para Wi-Fi Direct e outro para atualizações do sistema, economizador de bateria, navegador próprio da marca (que vive com o Chrome do lado e perde feio para o navegador do Google), gerenciador de arquivos e uma grande quantidade de joguinhos da Gameloft. Este é um problema sério, principalmente por não existir possibilidade de expansão da memória com um microSD. Cada byte conta.
O launcher ainda entrega a função de inverter a interface para colocar tudo de cabeça pra baixo e permitir seu uso independente da orientação que você colocou o aparelho. Porém, senti falta de uma opção de ligar e desligar a tela com dois toques no display (ou qualquer outra combinação), já que o botão de liga/desliga muda sempre de lado quando você vira o aparelho. É uma confusão só.
Outra modificações visíveis e que ajudam no cotidiano estão na tela bloqueada (com um útil atalho para um leitor de códigos de barra e QR), uma lista de notícias que abre quando você vai até o lado esquerdo do display e ferramentas como gravador de voz e o Recarga Alcatel, que ajuda na hora de recarregar créditos em um plano pré-pago.
A GPU que controla a parte gráfica é uma Adreno 306, que é mais do que o suficiente para rodar até jogos pesados como Real Racing 3 e Asphalt 8 sem problemas, mas colocar games grandes como estes dois (que, juntos, ocupam mais do que 3 GB), pode deixar o espaço para músicas mais limitado - e vai. O Real Racing 3 rodou bem, mas com reduções nos gráficos, algo que não é negativo, já que a taxa de quadros por segundo seguiu alta por quase que toda a jogatina.
Na parte de músicas, um dos dois focos do aparelho, há suporte para MP3, AAc+, WAV e WMA. Há até um aplicativo, chamado de Mix, que te transforma em DJ e permite reproduzir duas músicas ao mesmo tempo, adicionar efeitos e a própria interface lembra uma pick-up . Se você não souber o que está fazendo, como foi o meu caso, pode criar uma zona de sons e atrapalhar a música original. O app foi criado pela própria JBL e com exclusividade para o Idol 3.
Por aqui temos um sensor de 13 megapixels, com abertura de f/2.0 e que permite até tirar fotos controlando alguns dos recursos em modo manual, algo não tão comum em smartphones e ainda mais raro em aparelhos mais simples. No manual você controla balanço de branco, tempo de abertura do diafragma, sensibilidade do ISO e até o foco. As fotos com boas condições de luz ficam recheadas de detalhes e pouco granulado, mas senti que em alguns momentos o aparelho exagerou na quantidade de brilho e as cores ficaram estouradas. Em fotos noturnas o resultado é tradicional de aparelhos de médio custo, com muito granulado e dificuldade na hora de focar.
Para selfies, há 5 megapixels de resolução no sensor que está abaixo de uma lente com 84 graus de visualização. O que vi (há uma selfie no meio destas fotos) é que cabe sim mais gente na foto (ou mais de você sozinho, com mais do fundo) e a qualidade não é muito próximo ao que temos em alguns concorrentes da Samsung e LG, por exemplo. Quebra o galho, mas não passa de uma boa ferramenta para selfies em redes sociais.
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