O Zenfone 5 faz parte da primeira linha de smartphones que chega ao Brasil, com o nome da fabricante taiwanesa ASUS - vamos deixar de lado o tablet/smartphone Fonepad. Ele é a forma da empresa, que é conhecida como fabricante de placas e notebooks, mostrar que sabe como fazer um smartphone competitivo e justamente na faixa de preço onde a competição é mais agressiva. Ele chega com opção de 1.2 GHz ou 1.6 GHz em um processador Intel Atom dual-core e com 2 GB de memória RAM. A embalagem segue a cor do modelo escolhido (entre preto, vermelho, dourado e branco), com a foto do dispositivo na frente, nome do celular e alguns dados técnicos na parte traseira.
Abrindo o pacote, temos o celular, manuais de instruções, carregador com próprio cabo USB, cabo de dados USB com ponta microUSB e fone de ouvido intra auricular, com borrachas sobressalentes. Na parte lateral o papelão, temos alguns furos que, segundo a ASUS, foram colocados ali para que o ar saia e entre quando todo o pacote é aberto ou fechado - ajudando na tarefa de abrir ou fechar, sem criar pressão na parte interna.
O design do Zenfone não é algo único, ou muito belo. Ele pega o padrão de smartphones Android que foi lançado há pouco tempo, aplicando bordas arredondadas em um formato retangular, mas com uma traseira ligeiramente curvada na parte traseira, o que melhora a pegada do gadget e tenta impedir que escorregões possam acontecer. Na frente temos uma tela IPS de 5 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, proteção de Gorilla Glass 3 e densidade de aproximada de 294 pontos por polegada. A qualidade de exibição de cores é bastante bacana, mas as bordas do display parecem meio que exageradas e poderiam ser menores - o que faria o smartphone perder alguns números em largura e, principalmente, em altura. Para comparação, o corpo do Zenfone 5 é maior do que o Moto X, que tem tela maior. Entendeu o problema das bordas? Ainda na frente estão três botões sensíveis ao toque, uma câmera frontal de 2 megapixels e uma textura metálica na parte inferior, com efeito de luz que lembra o mesmo efeito de notebooks da ASUS - é bonito, atraente e dá um toque de exclusividade, deixando de lado um formato padrão demais e igual ao de tantos outros celulares.
Do lado direito ficam os botões de controle de volume e liga/desliga, com uma curiosa marcação de função (bem leve e que passa desapercebida) logo acima de cada um deles.
Do outro lado não há nada, enquanto acima fica o microfone secundário (para isolamento de ruídos) e a entrada de fone de ouvido.
Abaixo está o microfone principal, porta microUSB e mais nada.
Atrás fica a câmera de 8 megapixels, que filma em Full HD e que tem como auxílio uma lâmpada de LED abaixo da lente. O alto-falante também fica por aqui e a tampa traseira é bastante amiga de sujeiras, principalmente neste modelo branco - ele suja com muita facilidade, sujeira que fica aderida na textura áspera da tampa.
Abrindo a tampa traseira, encontramos os dois espaços para SIM Cards e também a entrada para cartão microSD de até 64 GB. A bateria não é removível e entrega 2.110mAh, que poderia ser o suficiente se o Zenfone não fosse uma pequena draga de energia. Foi raro o dia que não precisei carregar mais de uma vez a bateria - mesmo com um uso pouco exagerado, sem muitos jogos ou navegação. A carga se vai com muita velocidade, muito mais do que seus concorrentes. Se você joga bastante, usa muito o 3G e fica com a tela ligada por muito tempo, é bom ter uma bateria externa na mochila - fica a dica.
A pegada do Zenfone 5 é bastante confortável, principalmente por alguns pontos: a tampa traseira conta com tinta áspera e ela é curvada para o centro, formando uma espécie de barriga. Este conjunto de fatores faz com que o dispositivo fique confortável nas mãos, encaixando na curvatura natural da mão do usuário. Em números, temos um corpo com 148,2 milímetros de altura, por 72,8 milímetros de largura e 10,3 milímetros de espessura - que não está perto de ser fino, mas como a barriga diminui quando olhamos para as bordas do celular, ele chega aos 5,5 milímetros que a ASUS diz que tem. Não é fino, mas na borda parece ser e isso faz com que o celular não encoste seus lados em qualquer superfície lisa.
A traseira é bem presa ao corpo, sem passar a sensação de um plástico fino e de baixa qualidade. O aparelho é leve, mas não tão leve quanto seus principais concorrentes. São 145 gramas de peso total bem distribuídos pelo corpo de plástico, o que ajuda na ergonomia na hora de segurar o celular.
A ASUS não é uma empresa conhecida por poluir o Android, mesmo em tablets que já estão disponíveis para o consumidor no Brasil. O Zenfone 5 não muda esta história e entrega uma versão do sistema operacional móvel do Google, com poucas mudanças drásticas e, melhor ainda, mudanças que não afetam o desempenho geral do dispositivo. As mudanças ficam por contra de uma inicial que acomoda relógio, agenda de compromissos e também a previsão do tempo - algo muito útil, sem exagero de cores ou de letras (algo raro com smartphones Android, quando não olhamos os Nexus e os Motorola recentes. Está longe do sonho purista de ter um Android limpo, como os Motorola recentes e todos os Nexus, mas está ainda mais distante da inutilidade de tantos recursos que alguns concorrentes instalam.
A ZenUI, nome da inferface, é agradável aos olhos em vários momentos. Desde a fonte utilizada na tela de bloqueio, passando para o espaçamento de ícones na tela de apps (que pode ser alterado) e até nos ícones alterados para um visual mais chapado e menos texturizado, muito bem criados e com uma sombra leve que não passa a sensação de relevo que temos em outros gadgets. De frente são cinco telas iniciais (podem ser de uma até sete, dependendo de sua escolha) que podem ser recheadas com apps e widgets. Um destes widgets é o de compromissos e que quando não há compromissos, avisa como será o dia (de acordo com a previsão do tempo.
A tela de notificações é dividida em duas partes. A primeira fica com as notificações e um botão para ir até a área de configurações, com outro para configurações rápidas. Puxando a mesma barra, só que com o dedo mais para a direita da tela, uma área de configurações rápidas é aberta. Nela, você tem desde o controle do brilho, modo avião e Wi-Fi, até mesmo a opção de limpar a memória RAM do dispositivo - com um gráfico bacana de quanto você está usando no momento, avisando quanto foi liberado logo depois da limpeza.
A área de apps também exibe a harmonia de cores entre ícones, junto da separação entre apps instalados e widgets - o que não é muito prático, mas mostra de forma mais lúdica quais widgets você tem. Desta tela é possível realizar uma busca universal dentro do dispositivo, modificar a ordem de exibição dos ícones e até alterar quantos ícones serão exibidos na tela ao mesmo tempo.
Dentro da parte de apps pré-instalados, temos um bem-vindo gerenciador de arquivos com suporte para armazenamento em nuvem (da Asus, Dropbox, Box.net e outros), um não tão útil "Espelho" (que apenas abre a câmera frontal, algo que você já faria com o app de câmera), previsão do tempo feita pelo AccuWeather, app de notas rápidas, a possibilidade de fazer com que as cores da tela fiquem mais quentes ou frias, junto de um app chamado PC Link, que só funciona com Windows e que permite o controle de tudo do smartphone, a partir do computador. Este controle vai além de notificações, passando até ao controle de apps com o teclado e mouse, como o WhatsApp e até o navegador de internet do smartphone. Além disso, temos o Kindle e um gerenciador de tarefas. Todos os apps próprios da Asus receberam o tratamento visual que lembra o Material Design, do Android 5.0 - tudo com cores chapadas, leves e sem texturas.
Por dentro temos um processador Intel Atom Z2560 dual-core 1,6 GHz ou então de 1.2 GHz, dependendo do modelo escolhido - que altera a capacidade interna de 8 GB para 16 GB. Isso é acompanhado de 2 GB de memória RAM e uma GPU PowerVR SGX 544MP2. Em testes práticos, todo o sistema operacional rodou muito bem e sem travamentos em qualquer momento. Quando comparamos com seu rival direto, o Snapdragon 400, este Intel Atom ganhou em todos os testes de benchmark.
O Zenfone não está em um patamar de desempenho que brigue direto com smartphones topo de linha, mas ao rodar jogos pesados (como Asphalt 8), encontrei uma das jogatinas mais fluidas e com sensação de alta taxa de quadros por segundo. Isso acontece apenas em aparelhos mais parrudos, algo muito raro em dispositivos que não custam muito ao bolso. Alguns detalhes ficaram de lado, o que garantiu tamanho desempenho no jogo. Um problema de processadores Intel foi solucionado, que é a compatibilidade com alguns jogos - como o Asphalt 8, que em alguns aparelhos com Intel, apresenta erros em texturas do jogo.
O player de música é bastante simples, segue o padrão de cores chapadas do smartphone inteiro e lembra - bem de perto - o que vimos no Google Play Música. Ele não faz nada além de reproduzir a música (nos formatos MP3, WAV e eAAC+), exibir a capa do álbum e oferecer um pequeno equalizador de som, que faz diferença até mesmo no alto-falante do smartphone.
Não há player de vídeo nativo da ASUS, mas você tem duas opções logo de cara para rodar seus vídeos: Google Play Filmes e a galeria de fotos do Android. Os dois são semelhantes e apenas reproduzem o arquivo, sem problemas. Consegui rodar um vídeo em Full HD, sem qualquer travamento.
A ASUS utiliza dois patamares para falar de sua câmera, dois patamares que são muito bons e que também podem ser um problema para o usuário. O primeiro é a capacidade de reunir quatro pixels em um só, para aumentar a quantidade de brilho e de detalhes da foto, com o nome de PixelMaster. Funciona muito bem e fotos noturnas ficam com brilho absurdamente alto, mas coloca fotos de 2 megapixels na memória, deixando de lado os 8 megapixels que estão no sensor da câmera - é mais ou menos o que a HTC faz em seus smartphones mais recentes.
O HDR também salva em fotos com grande diferença em detalhes, mas nas fotos que tiramos, os resultados foram de fotos com brancos estourados e exagerados, em grande parte das vezes. No geral a câmera é boa, melhor que quase toda concorrência próxima, mas poderia lidar melhor com o HDR e o PixelMaster entregar mais resolução - talvez com um sensor maior, para compensar o corte que o software faz.
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