A s u s Z e n F o n e M a x P r o ( M 2 )

Asus lançou o Zenfone Max Pro M2 no final de 2018, mas apenas agora em setembro que a novidade chegou ao Brasil. Ele é o sucessor do M1, um dos melhores básicos que testamos recentemente e já recomendamos diversas vezes por entregar bom desempenho, bateria e não decepcionar em câmera.

Será que o Max Pro M2 consegue repetir o mesmo feito? Talvez o seu maior problema seja o preço. A Asus pede absurdos 1700 reais pela novidade e você descobrirá a seguir se vale pagar tudo isso nele ou é melhor investir em algum rival mais barato.

A caixa do Zenfone Max Pro M2 é igual a de outros recentes lançamentos da Asus. A distinção da versão fica no pequeno emblema no canto inferior direito. Além do celular, você encontrará na caixa:

O Max Pro M2 perdeu suas bordas e ganhou entalhe no topo. Isso permitiu a Asus aumentar o tamanho da tela ao mesmo tempo em que reduziu as medidas do aparelho.

A boa notícia é que você tem um celular mais compacto para usar, porém a qualidade de construção caiu um pouco. O anterior tinha traseira metálica, enquanto o novo tem acabamento em plástico.

À primeira vista dá a impressão que o M2 tem corpo de vidro e muitos podem acabar sendo enganados pelo plástico com acabamento brilhante. Pelo menos ele não é tão frágil e não quebrará fácil como um verdadeiro celular de vidro.

Ele chega em duas cores: Titanium e este em Black Saphire. A pintura em forma de ondas é feita com revestimento brilhante em 16 camadas para gerar um efeito óptico diferenciado. Isso realmente deixa a aparência mais elegante que o simples visual metálico de antes.

O leitor biométrico continua no mesmo lugar e funciona bem, mas já vimos celulares desbloquear mais rápido nessa faixa de preço. Caso você ache a biometria por digital um pouco lerda, também está disponível a facial, que oferece menor segurança.

A tela continua sendo do tipo IPS LCD, está um pouco maior e também ganhou mais pixels. A qualidade não evoluiu. Comparado a modelos mais recentes ele fica devendo pela falta de tela AMOLED. O nível do brilho também poderia ser melhor. Mesmo dentro de casa é preciso deixar o brilho alto para não sofrer com os reflexos no vidro.

Ela possui um recurso que controla o brilho de acordo com a imagem exibida. Quando há muito tons escuros, tende a reduzir o brilho da tela para dar uma falsa sensação de preto mais profundo como na tecnologia OLED. O problema é que isso atrapalha na exibição de vídeos com o brilho oscilando o tempo inteiro. Quem tem olhos mais sensíveis ficará incomodado.

As cores apresentam saturação exagerada e o balanço de branco tende muito para o frio, o que faz com que a tela apresente um tom azulado. Você pode reduzir isso nas configurações e mudar a temperatura das cores, mas a calibração padrão de tela está muito longe do ideal.

A parte sonora por outro lado surpreende. A Asus sempre deu atenção à qualidade do som dos Zenfones, e com o Max Pro M2 não é diferente. O alto-falante é potente e não distorce. Ouvir músicas com fone de ouvido também é mais prazeroso que muito celular intermediário oferece.

O desempenho do M2 fica por conta da combinação de Snapdragon 660 com 4 GB de RAM. O antigo já era rápido para um celular básico e o novo é um pouco melhor.

O problema é o seu preço. Pelo valor que a Asus pede nele, ele acaba competindo com celulares mais rápidos que ele.

Em benchmarks tivemos um salto considerável comparado ao Max Pro M1. E fica no mesmo nível de outros com plataforma similar.

O antigo smartphone da Asus apresentava bom desempenho em jogos e este também não decepciona. No Vainglory notamos pequena queda de quadros por segundo, mas em demais jogos que testamos apresentou desempenho muito bom.

Usamos a ferramenta Gamebench para medir o desempenho de jogos no Zenfone Max Pro M2:

JOGOS FPS
Asphalt 8 30
Asphalt 9 30
Injustice 2 59
Modern Combat 5 60
PUBG Mobile 26
Subway Surfers 60
Vainglory 57

Caso tenha interesse em testar o desempenho em jogos no seu Android, basta fazer o download do Gamebench via Play Store .

O antigo já contava com câmera dupla e isso não mudou no M2. Apenas a resolução que caiu para 12 MP em troca de maior abertura focal, o que deve ajudar em fotos noturnas. A secundária continua com 5 MP e serve para o desfoque do modo retrato.

O aplicativo de câmera não é o padrão do Android, mas um modificado pela Asus que traz alguns ajustes extras como o modo manual. Ele é um pouco melhor que o do modelo anterior, mas tem uma interface antiga que parece que saiu de um smartphone de 2013.

O M1 conseguia capturar boas fotos de dia, e isso não mudou. Com o M2 você terá fotos com boas cores e balanço de branco acertado, além de baixo nível de ruídos, mesmo em ambientes fechados.

O alcance dinâmico não é muito bom e muitas vezes você terá pontos de luz mais estourados. Isso normalmente acontece com céu ensolarado que tende a sair completamente branco nas fotos.

O mesmo acontece com a câmera frontal. Evite tirar selfies contra a luz para não ter uma foto toda estourada. Selfies tiradas abaixo de luz forte também tendem a apresentar grande perda de detalhes, especialmente ao ativar o modo retrato.

O M2 continua pecando onde o seu antecessor deixava a desejar, nas fotos noturnas. Mesmo tendo abertura focal maior, as fotos ainda saem escuras e com muitos ruídos.

O modo retrato funciona quando há luz. Já em locais mais escuros tende a deixar a foto borrada.

A filmadora é capaz de gravar vídeos em 4K com boa qualidade. Seu foco é ágil em locais bem iluminados, mas sofre bastante para focar à noite. Se quiser tirar proveito da estabilização eletrônica terá que filmar apenas em Full HD para ter menos tremidos.

Ele captura áudio estéreo e a qualidade sonora é boa para o conjunto entregue.

O Max Pro M2 mantém a mesma generosa bateria de 5.000 mAh de antes. Podíamos esperar autonomia similar, mas como a tela cresceu, isso acabou sacrificando a autonomia.

Ainda assim, ele é capaz de entregar bateria para o dia inteiro de uso com sobra. E se você fizer um uso mais leve é capaz de render dois dias, como promete a Asus.

O problema é o tempo de recarga. O M2 leva as mesmas 3 horas do M1 para recarregar totalmente sua bateria.

Esse tempo é muito maior que rivais da Motorola e Samsung que até entregam autonomia de bateria superior.

Assim como seu antecessor, o M2 vem com Android puro. Não estamos falando do Android One presente em alguns recentes lançamentos da Motorola, mas apenas um software mais limpo sem a temida interface ZenUI por cima.

Isso significa que aqui você não terá uma penca de bloatwares poluindo a tela inicial do seu celular com diversos serviços e recursos que você jamais usará. Mas ainda assim há alguns apps que vêm pré-instalados pela própria marca, como o rádio FM, gravador de voz, Facebook, Instagram e Messenger.

O fato de vir com Android mais puro também tem seu lado negativo. Não há nenhum recurso que ajuda a esconder o entalhe. Assim como o software também não permite forçar que apps, e especialmente jogos, ocupem a tela inteira.

A parte mais estranha é que os ícones de Wi-Fi e rede ficam do lado esquerdo do entalhe. Assim sobra pouco espaço para as notificações. Demais ícones com o medidor de bateria e conexões como Bluetooth seguem do lado direito.

Como comentamos, o grande problema do Zenfone Max Pro M2 é seu preço muito salgado. Ele custa mais caro que o Galaxy A50 e Motorola One Vision que são celulares melhores. Os seus verdadeiros rivais seriam o Galaxy M30, Moto G7 Power e Redmi Note 7 que custam menos de mil reais.

Em desempenho ele só come poeira para o rival da Xiaomi, empata com o Galaxy M30 e fica bem à frente do G7 Power. Em bateria é o inverso, só ganha do modelo chinês, enquanto rende bem menos tempo que os modelos da Samsung e Motorola.

A câmera do Zenfone Max Pro M2 tira boa fotos apenas de dia e peca bastante à noite. Se você quer um celular com câmera que capture boas imagens a qualquer momento, então o Redmi Note 7 é a melhor escolha.

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