O Vivo XI Plus foi apresentado pela BLU discretamente no mercado internacional no final de agosto, chegando agora ao Brasil como o retorno da marca após enorme reformulação pela qual passou no final de 2016. Ele traz especificações intermediárias que batem de frente com modelos bem mais caros em termos de performance, além de diferenciais interessantes em biometria e pós-venda.
Sua embalagem já demonstra o que está por vir, contando com belo visual ornamentado pela pintura "Descanso na Fuga para o Egito" de Caravaggio. Ela é feita em materiais rígidos que garantem a segurança durante o transporte, mas os acessórios não são organizados em seu interior, ficando todos juntos no mesmo compartimento abaixo do dispositivo.
Dentro da caixa, temos:
Como não poderia deixar de ser, os destaques da embalagem são as capas e películas entregues pela BLU por padrão, garantindo ótima proteção para que você não precise usar a garantia contra danos na tela. Além disso, os fones são surpreendentemente bons para a faixa de preço, não sendo os mais altos do mundo mas contando com boa fidelidade e conforto.
O BLU Vivo XI Plus tem acabamento que mistura vidro e metal na parte de trás, com metal nas laterais e vidro na parte frontal. O dispositivo já tem a tela em proporção diferente, sendo a 19:9, com um entalhe na parte superior.
Essa proporção permite que o smartphone tenha tela grande em um corpo compacto, sendo um pouco menor em altura que o Galaxy S9 Plus, mas levemente mais largo. A espessura é de menos de 8 mm, e o peso fica próximo de 200 gramas, que fica um pouco acima da média para o tamanho dele.
O visual geral lembra o Zenfone 5, tendo inspiração clara no iPhone X tanto com uso do notch quanto nas câmeras no canto superior esquerdo alinhadas verticalmente. A borda inferior, ao menos, é bem reduzida, e o aparelho tem um aproveitamento frontal superior a 82%.
No notch, que tem basicamente o mesmo tamanho encontrado no iPhone X e Xiaomi Mi 8, encontramos a câmera de selfies, sensores de proximidade e luminosidade, alto-falante de chamadas e um sensor para reconhecimento facial 3D, possibilitando que a autenticação seja feita mesmo em locais escuros. Por sinal, este é o primeiro modelo Android com tal característica a chegar ao Brasil de forma oficial.
A gaveta de chips comporta um micro SIM e um nano SIM ou um micro SIM e um cartão micro SD de até 128 GB. A parte traseira tem um leitor de impressões digital, mas o aparelho não tem nenhuma certificação contra água e poeira nem porta P2 para fones de ouvido, ficando a saída única para alto-falante multimídia na sua lateral inferior.
Sobre os métodos de biometria, o leitor de digitais é rápido e eficiente para o que se propõe, e o reconhecimento facial 3D funciona da mesma forma, tendo problema apenas para autenticar em locais sob luz forte direta.
A tela do Vivo XI Plus tem 6,2 polegadas, mesma área útil que temos no Zenfone 5 e outros modelos com mesmas dimensões em proporção 19:9. O display IPS LCD tem proteção Gorilla Glass 3 e o maior diferencial é que a BLU oferece a troca gratuita do visor em caso de quebra até seis meses depois da data da compra. A garantia contra defeitos de fabricação é de 1 ano, com substituição imediata do produto por um novo.
A qualidade de exibição de conteúdo é muito boa para o preço do dispositivo, com brilho confortável para uso tanto em ambiente com pouca luz como em ambiente com muita luz, além de bons ângulos de visão e baixo índice de reflexo no vidro mesmo usando a película que já vem aplicada.
Sobre o áudio, infelizmente temos apenas uma saída de som na parte inferior do dispositivo, que não é a melhor posição e pode acabar sendo obstruída ao segurar o aparelho na horizontal para ver vídeos ou jogar. O volume é alto e não tem muita distorção graças à tecnologia DTS, mas a imersão poderia ser melhor caso o alto-falante de chamadas fosse também usado para entregar som estéreo.
Como dito antes, o Vivo XI Plus não tem entrada P2 para fones de ouvido, então para ouvir músicas de forma mais discreta é necessário usar o adaptador entregue na caixa ou comprar fones Bluetooth. Vale notar que o aparelho é compatível com carregamento wireles no padrão Qi, sendo assim possível carregá-lo enquanto escuta música com fones sem problemas.
O Vivo XI Plus vem com um chipset da MediaTek Helio P60 em seu interior, oferecendo processador bem mais parrudo que o presente no Moto G6, dispositivo mais popular que tem o mesmo preço oficial. E sim, essa potência a mais faz bastante diferença.
O dispositivo da BLU roda de forma fluida aplicativos mais pesados e foi muito bem no nosso teste de velocidade, segurando todos os aplicativos na segunda volta sem grandes problemas e precisando de pouco mais de 1 minuto para concluir os dois ciclos.
Em jogos, também sentimos uma performance superior a outros aparelhos nessa mesma faixa de preço, com jogatina bem fluida e gráficos em bom nível mesmo em jogos como PUBG Mobile e Asphalt 9. A única exceção ficou no Modern Combat 5, que não parece muito bem otimizado para a plataforma gráfica da ARM.
No geral, o aparelho cumpre sem problemas a promessa da fabricante de “suportar os jogos e aplicativos mais exigentes da atualidade com maestria”.
O smartphone da BLU tem duas câmeras na parte de trás, sendo uma de 16 MP com abertura f/2.0 e outra de 5 MP que é usada apenas para reconhecimento de profundidade de campo, o que ajuda no efeito bokeh em tempo real.
Na frente, um sensor solitário oferece selfies em grupo ou individuais também de 16 MP com abertura f/2.0, além de modo embelezamento e modo retrato. Porém, vídeos apenas na resolução HD nessa câmera de selfies, enquanto a traseira é travada em Full HD a 30 fps.
A qualidade das imagens surpreende positivamente, considerando que trata-se de um dispositivo mais barato. Se você quer tirar algumas fotografias para as redes sociais, vai conseguir bons resultados na maior parte dos cenários. Ainda tem um monte de modos bacanas disponíveis, incluindo o manual para ajustes personalizados, HDR, modo noturno para fotos com pouca luz mais claras e com menos ruído, câmera lenta e até um panorama de selfies.
Mas nem tudo são flores. Já sabemos bem que as plataformas da MediaTek têm mais dificuldade em oferecer boa autonomia, e o Vivo XI Plus é mais um a ficar devendo nesse quesito.
Com bateria não-removível de 3.050 mAh, o dispositivo não consegue oferecer um dia inteiro de uso mais pesado, a menos que o usuário faça ajustes para economizar bem a carga. Em nosso teste de uso real, conseguimos uma média próxima a 7 horas e 10 minutos de tela ativa, com cerca de 14 horas e meia de uso.
A recarga não é das mais rápidas, mas fica dentro da média, demorando pouco menos de duas horas para ir de 0 a 100%. Se você tiver um carregador wireless disponível, o Vivo XI Plus é compatível com a tecnologia Qi de carregamento sem fio.
E chegando ao nosso último quesito de avaliação, o BLU Vivo XI Plus traz o Android 8.1 Oreo instalado de fábrica, mas já tem aparência de Android Pie. Isto fica nítido principalmente no menu de configurações e na barra de atalhos/notificações, além de ícones e até a organização da gaveta de apps.
O grande porém aqui é que a interface ainda fica devendo na tradução de algumas áreas, com alguns textos em inglês e até alguns mal traduzidos, mas nada que não possa ser corrigido em updates futuros de software. Por falar neles, a BLU promete update ao Android 9 Pie para o Vivo XI Plus, afirmando apenas que isso acontecerá no início de 2019.
Para os que não gostam do notch, é possível ocultá-lo facilmente com um gesto no canto superior da tela, o que ainda ajuda a evitar que alguns apps não otimizados para o recorte apresentem enquadramento equivocado.
Para encerrar, alguns detalhes do preço, disponibilidade e do retorno da BLU ao mercado brasileiro. A empresa americana retorna ao Brasil com uma parceria com a NoteTec, usando fabricação na China e comercialização com lotes importados para facilitar a logística. O aparelho está disponível já nesta quinta-feira, 6 de setembro, nos canais da autorizada e na loja oficial da BLU no Mercado Livre, e chega em breve ao varejo via marketplace.
O preço é a parte mais interessante: são R$ 1.300 pela versão mais básica (4/64) e R$ 1.600 pela versão mais completa (6/128). E isso sem esquecer que a BLU oferece seis meses de garantia para telas quebradas e 12 meses de garantia contra defeitos de fabricação com troca imediata do produto.
Seus principais pontos positivos são o design e qualidade de construção, desempenho potente para a faixa de preço, tela de boa qualidade, câmeras que surpreenderam positivamente, sistema de biometria avançada que inclui sensor facial 3D e leitor de impressões digitais, e todo o pós-venda prometido pela BLU.
Como nem tudo são flores, temos ainda uma interface que carece de traduções em muitas áreas, além de outras que não se adequaram corretamente ao notch. A bateria é apenas mediana, sendo capaz de aguentar um dia de uso moderado mas devendo te levar direto à tomada já no meio da tarde caso você possua um padrão mais intenso.
Colocando tudo na balança, é inegável que o BLU Vivo XI Plus é uma das surpresas mais agradáveis dos últimos tempos no mercado brasileiro, podendo ser encontrado em sua versão mais simples por R$ 1,3 mil enquanto a mais completa sai por R$ 1,6 mil, tanto na loja oficial da marca no Mercado Livre quanto na revendedora autorizada Notetec .
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