G o o g l e P i x e l 2 X L

Google iniciou a sua empreitada há alguns anos na tentativa de entregar a melhor experiência com o Android. Inicialmente a empresa apostou na linha Nexus, que acabou sendo abandonada em 2016. Enquanto os primeiros smartphones da companhia eram desenvolvidos por empresas parceiras como Samsung, LG ou HTC, os novos são projetados pela própria Google.

A linha Pixel é uma aposta mais independente da gigante das buscas no segmento de celulares inteligentes. E a cada geração a empresa também busca reduzir a sua dependência do hardware de terceiros. Essa iniciativa foi iniciada com a segunda geração da linha Pixel, que traz um processador de imagem (Pixel Visual Core) da própria Google.

Os smartphones Nexus até chegaram a ser vendidos no Brasil, mas não pela Google. A LG era responsável pela distribuição e suporte ao Nexus 5, por exemplo. O Nexus 6P, produzido pela Huawei, até chegou a ser homologado pela Anatel, mas nunca foi lançado oficialmente em nosso mercado. E o mesmo acontece com os smartphones Pixel, que ainda não são vendidos pela Google no Brasil.

Assim como na primeira geração, o Pixel 2 XL mescla traseira de metal com vidro. O aparelho é oferecido em duas opções de cores (preta e branca), mas a parte superior em vidro é preta nas duas opções. O acabamento em si passa boa qualidade, mas é bom usar uma capa de proteção para evitar que a parte de vidro quebre ao cair.

Na parte frontal vemos logo de cara uma mudança com relação ao design do Pixel 2 e o XL da geração passada. Google adotou o padrão 18:9, trazendo uma tela mais esticada verticalmente, o que ajuda a reduz as bordas do aparelho – algo bastante criticado na geração passada.

A boa notícia é que ainda sobrou espaço para a empresa incluir dois alto-falantes na frontal do dispositivo. O leitor biométrico continua na traseira, no topo da parte de metal. A câmera continua com apenas um sensor, indo contra a tendência do mercado de câmeras duplas.

O Pixel 2 XL tem 157,9 mm de altura, 76,7 mm de largura e 7,9 mm de espessura. O aparelho não é dos mais leves e chega a 175g de peso, mas nada que atrapalhe a experiência de uso. Do lado direito temos o botão de ligar/desligar (na exótica cor laranja no modelo branco) e os botões de controle de volume. Do lado esquerdo temos apenas a gaveta do cartão SIM. E como já esperado de um smartphone da Google, o Pixel 2 XL não tem suporte a microSD.

Como dito, um dos diferenciais do Pixel 2 XL para o Pixel 2 está em sua tela. Aqui temos um painel P-OLED de 6 polegadas com fabricação da LG. A tecnologia permite desligar os pixels quando a cor preta é exibida, o que não apenas ajuda a economizar bateria, mas também entrega contraste infinito.

A tela do aparelho oferece alto brilho, passando de 1.000 lux (medição feita com luxímetro) quando uma imagem totalmente branca é exibida. Com a página do TudoCelular aberta no Chrome temos algo próximo de 900 lux. O que deixa claro que o smartphone da Google pode ser usado confortavelmente em ambiente externo.

Por padrão, a tela do Pixel 2 XL apresenta cores bem equilibradas, preenchendo 100% do espectro de cores do padrão DCI-P3. Para aqueles que preferem cores saturadas, Google fornece três perfis de calibração, indo do ‘Natural’ ao ‘Realçada’ e também ‘Saturada’. O último é o que entrega as cores mais vivas e que fogem do real.

Em som o Pixel 2 XL se destaca com seus alto-falantes potentes. Eles são largos o bastante para garantir uma boa reprodução sonora e equilibrada, apresentando graves, médios e agudos de forma satisfatória. O lado ruim vai para a ausência de entrada P2, obrigando o usuário a usar o adaptador que vem junto com o aparelho. Além disso, o Pixel 2 XL não acompanha fones de ouvido.

Assim como o Pixel 2, o XL também vem com o chipset Snapdragon 835, 4 GB de RAM e 64/256 GB de armazenamento. O processador oferece oito núcleos que chegam até 2,35 GHz, além da GPU Adreno 540.

O Pixel 2 apresentou bons resultados em nossos testes, ficando no nível de outros com Snapdragon 835. E com o Pixel 2 XL não seria diferente.

Realizamos um teste de velocidade para medir quanto tempo o Pixel 2 XL leva para abrir uma dúzia de apps. Na lista selecionada temos os apps de Câmera, Galeria e Configurações enquanto outros foram baixados, como Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8.

A abertura foi realizada exatamente nesta ordem, contando o tempo a partir do momento em que o cronômetro foi iniciado e sendo feita uma marcação ao final do primeiro ciclo para vermos se a segunda etapa seria executada mais rapidamente, pois todos os apps e jogos teoricamente já estariam armazenados na RAM.

Na primeira rodada o Pixel 2 XL levou apenas 47 segundos para abrir todos os aplicativos. Na segunda rodada, o smartphone da Google precisou de apenas 14 segundos. Os seus 4 GB de RAM foram bem usados para manter todos os apps e jogos abertos em segundo plano. No entanto, o Pixel 2 XL não é o smartphone Android mais rápido que já passou por nossas bancadas, ficando abaixo do OnePlus 5 (54s) e Xperia XZ Premium (56s).

Em benchmarks temos os seguintes resultados:

Em benchmarks, o Pixel 2 XL fica a par dos demais smartphones com Snapdragon 835. É bom lembrar que no AnTuTu sempre temos resultados diferentes, onde é possível passar de 170 mil pontos, mas quando o aparelho está quente a pontuação cai para menos de 160 mil.

Também medimos o potencial do aparelho em jogos usando a ferramenta Gamebench. Em títulos como Asphalt 8, Asphalt Xtreme e Injustice 2 temos 30 quadros por segundo, já que estes jogos vêm travados para não passarem disso no Android. O Modern Combat 5 também roda com média de 30 quadros, mas é possível destravar nas configurações do aparelho.

Em jogos mais leves, como Subway Surfers e Clash Royale, tivemos uma média de 60 FPS, sendo um ótimo resultado para quem curte estes títulos.

O que fica claro é que o Pixel 2 XL, apesar de não ser o smartphone mais rápido que já passou pelo TudoCelular, oferece ótimo desempenho. Tendo poder de fogo de sobra para rodar qualquer app e jogo sem problema.

O Pixel 2 XL vem com câmera simples na traseira. Isso não quer dizer que o aparelho não seja capaz de capturar boas fotos, mas que Google não precisou apelar para uma solução dupla – algo cada vez mais comum. Aqui temos um sensor de 12 megapixels com abertura f/1.8, dupla estabilização de imagem (OIS + EIS) e capacidade de gravar vídeos na resolução 4K.

Na parte frontal encontramos uma câmera de 8 megapixels com abertura f/2.4 e capacidade de gravar vídeos em Full HD. O ponto negativo vai para a captura de áudio mono, algo inaceitável para um aparelho na sua faixa de preço. No entanto, o Pixel 2 XL não é o único flagship que não grava em estéreo; os smartphones da Apple também possuem essa limitação.

Se tem algo que o Pixel 2 XL manda muito bem é em sua câmera. Ela é capaz de capturar fotos com alto nível de detalhes, baixa quantidade de ruídos e artefatos, bom equilíbrio de cores, além de oferecer HDR+. Com a atualização para o Android 8.1 passou a ser possível usar o HDR+ em apps além do nativo de câmera da Google. No entanto, é necessário que o desenvolvedor do app habilite tal suporte.

Outro ponto que o Pixel 2 XL se sobressai é na estabilização de imagem. O aparelho conta com sistema de estabilização via hardware, além de fazer tratamento via software para reduzir os tremidos restantes. Resultados? Em cenas em movimentos temos apenas pequenos balanços, enquanto ao gravar parado a estabilidade é tão precisa quanto a de um tripé.

Apesar de não contar com câmera dupla, o Pixel 2 XL é capaz de gerar o efeito bokeh ao borrar o fundo das imagens. O resultado funciona muito bem e não deixa a desejar para smartphones que se destacam neste tipo de foto, como é o caso da linha Plus do iPhone. Acima temos o efeito ligado e desligado para que se veja a diferença no fundo da imagem com o modo retrato.

Google ampliou a capacidade de bateria nesta geração, mas a diferença é pouca para o Pixel XL. Enquanto o antigo trouxe 3.450 mAh, o novo vem com 3.520 mAh. O carregador fornecido junto com o aparelho é bastante potente, com 3A em saída de 5V. No entanto, Google acabou limitando a carga via software, fazendo com que o Pixel 2 XL leve mais de 2h para ter sua bateria recarregada.

Com uma carga de bateria é possível assistir vídeos por 13h27 ou gravar vídeos por 2h50. Para quem prefere realizar chamadas, o Pixel 2 XL rende 17h20 de ligações ou 3h56 de videochamadas pelo Skype. Os gamers podem esperar uma autonomia razoável com o aparelho, que consegue rodar jogos por 5h37.

O ponto negativo aqui fica para o tempo de filmagem. A câmera nativa devora muita bateria, entregando um resultado abaixo do esperado. Além disso, se você curte gravar em 4K no celular é bom ficar ciente que o Pixel 2 XL esquenta bastante após alguns minutos gravando vídeos.

Simulamos um teste prático de uso mediano com o Pixel 2 XL, tirando o aparelho às 7h da manhã da tomada, e os resultados podem ser conferidos abaixo:

Foram necessárias 2 horas e 8 minutos para o carregador padrão (5V-3A e 9V-2A) encher totalmente a bateria de 3.520 mAh. Com meia hora conectado à tomada você consegue aproximadamente 36% de carga; após 1 hora temos 72% recuperado.

O Pixel 2 XL veio com Android 8.0 Oreo de fábrica, mas já conta com a versão 8.1 disponível, trazendo o mais recente pacote de segurança da Google. O aparelho apresentava alguns problemas que foram corrigidos nesta atualização, como o ruído metálico do microfone.

O tempo de carregamento do sistema caiu pela metade, fazendo com o que o Pixel 2 XL seja um dos aparelhos mais rápidos a entregar o sistema pronto para o usuário. O Android Oreo flui muito bem e não vimos problema de lentidão ou engasgos. A nova versão do robozinho não deixa em nada a desejar para o iOS em termos de velocidade e estabilidade.

Outra novidade do Android 8.1 é permitir que apps de terceiros tenham acesso ao Pixel Visual Core, tirando benefício do HDR+. Este recurso precisa ser ativado nas configurações do desenvolvedor, sendo necessário reiniciar o aparelho sempre que é ativado ou desativado.

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