O Pixel 3 chegou contrariando a tendência de celulares com diversas câmeras, ao menos na parte traseira, mas será que ele consegue competir com os rivais em qualidade?
Lançado em outubro pelo preço sugerido de US$ 749 (mesmo valor pelo qual é possível encontrar flagships como Galaxy S9 e iPhone XR ), o modelo tem como óbvio destaque seu conjunto de câmeras, mas de acordo com a Google ele vai muito além disso.
O Pixel 3 tem uma caixa bem parecida com seu antecessor, trazendo tudo muito bem organizado e protegido para o transporte. Ao abrir a caixa, temos:
A novidade dessa geração vai para o par de fones de ouvido que acompanha o produto, algo que fez falta nos dois primeiros Pixels. Eles são feitos de plástico rígido e trazem conexão USB-C – o que dispensa o uso do adaptador.
O smartphone do Google não sofreu fortes mudanças no design. Apesar de estar do mesmo tamanho de antes, temos meia polegada a mais de tela. A empresa finalmente encurtou as bordas para aproveitar melhor a parte frontal do aparelho.
Enquanto o antecessor tinha traseira que mesclava metal com vidro, o Pixel 3 traz acabamento todo em vidro sendo boa parte com textura fosca para melhorar a pegada com aparelho – o que também ajuda a reduzir o acúmulo de marcas de dedo.
No caso do modelo na cor branca, ainda temos o botão de energia colorido, que neste caso é verde. Fora isso não há muito o que dizer: temos apenas a entrada USB-C e a gaveta do cartão SIM na parte inferior e o botão de volume abaixo do de energia do lado direito do aparelho.
Na parte frontal encontramos os mesmos alto-falantes de antes, mas a novidade da vez fica para a segunda câmera para selfies, que tem lente grande angular. O leitor biométrico continua na traseira e funciona muito bem, desbloqueando rapidamente o aparelho.
Diferente da versão XL, o Pixel 3 não veio com entalhe no topo da tela. Google apenas esticou o painel para aproveitar melhor a parte frontal do aparelho. São 5,5 polegadas com resolução Full HD+ e tecnologia OLED.
As cores são vívidas, mas o tom de branco é meio puxado para o azul. É possível corrigir isso mudando o perfil de saturação para Natural.
A tela entrega ótima qualidade de imagem, mas o nível de brilho fica abaixo dos rivais . Ao usá-lo em ambiente externo fica mais complicado enxergar o conteúdo em sua tela do que no Galaxy S9 e OnePlus 6T, por exemplo.
Os alto-falantes do Pixel 3 são potentes e não deixam a desejar para a concorrência. O que notamos é que o componente superior reproduz mais os sons agudos, enquanto o inferior fica responsável por boa parte dos baixos.
O fone que vem com o aparelho não é confortável e pode não agradar a muitos. A qualidade sonora, por outro lado, é decente, mas fica abaixo do que outros flagships entregam.
O Pixel 3 conta com o chipset Snapdragon 845, o mesmo que você encontra em praticamente qualquer Android top de linha lançado em 2018. Mas, curiosamente, Google decidiu reduzir a velocidade de operação do processador. Resultado disso? O Pixel 3 acaba sendo mais lento que outros aparelhos com a mesma configuração.
É claro que o smartphone do Google roda qualquer aplicativo disponível para Android sem problema, mas para quem busca o celular mais rápido do ano, este não seria o indicado. Há modelos intermediários que se saíram melhores em nossos testes.
Em benchmarks também vemos resultados abaixo do que foi registrado por outros aparelhos com Snapdragon 845.
Pelo menos em jogos não vimos nenhuma queda no desempenho. A duração de bateria ao jogar pode não ser das melhores, mas é possível ficar algumas horas longe da tomada.
Câmera sempre foi o forte da linha Pixel e isso não mudou nesta geração. Os smartphones do Google seguem capturando excelentes fotos e vídeos, mas agora têm concorrência mais pesada por parte da Apple . Os smartphones da Maçã estão chegando perto da qualidade entregue pela linha Pixel.
O algoritmo HDR registra ampla faixa dinâmica com realces bem preservados e bom contraste, o que faz com que as fotos capturadas em locais bem iluminados fiquem excelentes. A câmera do aparelho entrega um equilíbrio de cor mais neutro, enquanto os modelos da Samsung tendem a cores mais quentes e os da Apple a tons mais frios.
O Pixel 3 usa o recurso super res zoom para aproximar objetos sem comprometer a qualidade. O resultado é interessante, mas fica abaixo de rivais com lente teleobjetiva. Por outro lado, o aparelho usa o modo noturno para registrar fotos mais claras em ambientes com pouca luz ou contra o sol.
Para selfies, o Pixel 3 manda muito bem, entregando os melhores resultados da categoria. E com a câmera secundária com lente grande angular, é possível tirar fotos com a turma toda.
Em cenários noturnos notamos que o Pixel 3 não se esforça para esconder os ruídos, mas consegue preservar uma boa quantidade de detalhes dos cenários. O mesmo fica para a filmadora, que registra vídeos mais claros, porém com muito granulado.
A estabilização é eficiente com ambas as câmeras, mas a qualidade do áudio poderia ser melhor.
Google aumentou a capacidade da bateria nesta geração para lidar com a tela maior. É uma pena que a empresa continue se recusando a inserir baterias generosas em seus aparelhos. E como esperado, a autonomia do Pixel 3 fica abaixo do desejado.
Se você tirar o Pixel 3 da tomada ao acordar, ele acabará descarregando no final da tarde em uso moderado com vídeos e jogos. Em uso mais leve é até possível chegar ao final do dia com carga, mas é recomendável andar com o carregador por segurança.
E mesmo a bateria do aparelho não sendo grande, o carregador ainda leva quase 2 horas para recarregá-la. A boa notícia é que o carregamento acelerado permite recuperar um terço da bateria com meia hora na tomada.
O Pixel 3 estreou o Android Pie, que foi liberado previamente em versão beta para alguns aparelhos. Nesta versão tivemos uma forte mudança na interface e também no modo como interagimos com o Android – trocando os clássicos botões por um sistema de navegação por gestos.
Aqui vemos uma interface rápida e muito bem otimizada com animações ágeis de deixar muito flagship Android com inveja. Sem falar que o smartphone do Google sempre recebe atualizações antes dos modelos das outras fabricantes.
A Google reduziu as bordas do seu novo smartphone para entregar uma tela mais ampla sem aumentar as dimensões do aparelho. O Pixel 3 entrega boa tela, som potente, desempenho ágil e atualizações em dia. A câmera continua sendo o seu maior destaque, superando o que as principais rivais entregam.
Entretanto, a empresa ainda continua pecando na bateria que fica abaixo do desejado, e mesmo contando com hardware potente e Android sem modificações, o Pixel 3 conseguiu ser mais lento que a grande maioria dos flagships de 2018 e até mesmo alguns intermediários.
Para quem busca a experiência pura do Android e uma câmera de qualidade, o Pixel 3 é o mais recomendado. Mas analisando o conjunto no geral, você encontrará opções mais interessantes tanto no mercado nacional quanto nos importados.
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