A Huawei ainda não é a empresa mais conhecida por smartphones no mercado brasileiro, mas ela faz um grande sucesso na China, sua terra natal e cria aparelhos de boa qualidade - e bem bonitos também. Um dos mais recentes da marca asiática é o Ascend P7, um modelo que entrega hardware de ponta para brigar de frente com dispositivos mais parrudos de empresas como Motorola, Samsung e Sony. Por dentro há um processador quad-core de 1.8 GHz, 2 GB de memória RAM e uma GPU Mali-450MP4, suficiente para muita coisa do cotidiano, junto de jogos mais pesados. A embalagem segue a mesma linha do Ascend P6, que é bastante bonita, bem acabada, com apenas o nome do celular em um espaço pequeno e dourado, junto de alguns detalhes (como cor e IMEI) que ficam em uma das laterais.
Abrindo o pacote, temos o celular deitado em um apoio para ele e, logo abaixo ficam duas caixinhas para conteúdos distintos. A maior de todas guarda os manuais de instruções e uma ferramenta para a extração do chip da operadora e cartão microSD - junto de tags para ajustes e configurações NFC. Em outra caixa, ficam o fone de ouvido, cabo de dados USB e o carregador de tomada. Tudo bem organizado e cada acessório em seu local específico. Este é o tipo de organização que não é comum encontrar em smartphones vendidos por empresas concorrentes.
Se você colocar, lado a lado, o Ascend P6 e este modelo, temos diferenças bem pequenas e apenas algumas modificações aqui e ali. O smartphone continua lembrando bastante o que temos no iPhone 4 , principalmente pelas laterais, locais de encontro de antenas, posição da câmera na parte traseira (junto do flash) e o vidro preto atrás de tudo. Na parte da frente temos uma tela IPS LCD de 5 polegadas, com resolução de 1920 x 1080 pixels, proteção de Gorilla Glass 3 e densidade aproximada de 441 pixels por polegada. Ainda por aqui, fica a câmera frontal de 8 megapixels (!!!!), sensor de luz e proximidade, junto do alto-falante para chamadas.
Do lado esquerdo não há nada, enquanto na extremidade oposta temos botões de controle de volume e um apenas para ligar e desligar o smartphone (que lembra bem a posição e formato do botão liga/desliga dos Xperia mais recentes). Por fim, aqui ficam as gavetas para chip da operadora (Micro-SIM) e o slot para cartões microSD de até 64 GB.
Acima está a entrada para fone de ouvido e também o microfone secundário, para isolamento de ruídos.
Abaixo, em um belo formato curvo, ficam o microfone principal e a entrada microUSB.
Atrás, sem acesso para a bateria, está a tampa feita em vidro e com um efeito de textura bastante agradável aos olhos. Por aqui fica a câmera de 13 megapixels, que filma em Full HD com 30 quadros por segundo, flash LED e um pequeno alto-falante. A bateria conta com 2500mAh, suficiente para 422 horas em stand-by e 22 horas de conversa ao telefone. No uso cotidiano, ela é capaz de suportar um dia inteiro de uso, indo para o segundo quando o modo de economia de energia está ativo.
Por mais que este seja um smartphone de grandes proporções, a pegada não é desconfortável. Ela, sim, poderia ser mais aconchegante nas mãos, mas não perde muito quando olhamos suas linhas retas e design meio quadradão. A parte curva abaixo de tudo agrada apenas ao olhar, já que sua mão não vai ficar por lá. Em números, temos 139,8 milímetros de altura, por 68,8 milímetros de largura e 6,5 milímetros de espessura.
Estes números entregam um dispositivo bastante fino e que não é absurdamente enorme quando fica num bolso de calça jeans - situação ainda melhor quando está em uma mochila ou na bolsa de seu dono.
A Huawei, assim como outras empresas chinesas, utiliza uma interface bastante diferente para o Android que roda dentro de seus aparelhos. A maior diferença destas interfaces está na ausência de um menu de aplicativos. No lugar desta área em que apenas os apps instalados ficam listados, o smartphone entrega áreas iniciais onde tudo fica lá - desde aplicativos e jogos que você instalou, até ícones que levam para configurações do próprio dispositivo. Lembra, muito, o que a Apple faz com o iPhone e o que a BlackBerry faz com seus aparelhos. Por dentro a Huawei coloca um chip próprio, algo que faz há anos e que consegue bons resultados - mesmo quando deixa de lado opções de peso como Qualcomm e Intel. Dentro do smartphone temos um processador HiSilicon Kirin 910T que roda quatro núcleos em 1.8 GHz, acompanhado de uma GPU Mali-450MP4 e 2 GB de memória RAM.
Este conjunto deveria proporcionar uma experiência bastante fluida e com poucos travamentos, ou quase nenhum. Infelizmente não é isso o que acontece, principalmente quando você está com alguns aplicativos abertos ao mesmo tempo no dispositivo. Acreditamos que este engasgo ocasional ocorra por conta da interface altamente modificada que a Huawei utiliza, a Emotion UI 2.3, que adiciona alguns recursos interessantes ao Android e ainda coloca algumas animações bem bonitas, mas que pesa na hora de rodar tudo isso em cima do Android 4.4 KitKat - que, sozinho e neste hardware, rodaria bem melhor.
De fábrica, a fabricante asiática não entrega apenas uma interface modificada, mas também ícones que seguem um padrão que, novamente, lembra bastante o que a Apple faz com o iOS. Os ícones são quadrados, mas com bordas recheadas de cantos arredondados e com cores chapadas (ok, isso já está no Android 5.0 e sempre esteve no Windows Phone). Já instalado há alguns apps, como um gerenciador de temas para o celular, gerenciador de arquivos, app para previsão do tempo, lanterna, calculadora, app para notas rápidas, rádio FM, gravador de voz, assistente para backup, o Polaris Office, Twitter e o Bitcasa, que funciona como repositório de fotos, músicas e vídeos na nuvem.
Por fim, temos uma função que lembra muito (muito mesmo) uma já existente no sistema operacional da Apple, que é um botão que fica suspenso na tela de todos os apps e até na tela inicial. Este botão substitui os botões do Android e ainda entrega alguns atalhos. No iOS este botão faz sentido, principalmente quando o botão físico começa a falhar. Já que não há botão físico no Ascend P7, sua única função relevante seriam os atalhos, que já estão na área de notificações. Então, é, botão flutuante não faz muito sentido por aqui.
O Ascend P7 não entrega a melhor placa gráfica do mercado, mas não faz com que isso atrapalhe o bom rendimento do dispositivo em jogos pesados. Com uma Mali-450MP4, testamos o Asphalt 8, colocando os gráficos no máximo e o resultado foi uma jogatina bastante positiva, com quase que rara baixa na taxa de quadros por segundo. Todos os detalhes foram apresentados sem erros, travamentos ou engasgos.
O tocador de músicas é bastante diferente do padrão utilizado por outros fabricantes, apostando em um design único e com uma função bem-vinda para alguns: escolha da música de acordo com o humor dela. Nativamente, o P7 oferece suporte para MP3, eAAC+, WMA, WAV e FLAC. O P7 ainda conta com Dolby Digital Plus, que melhora bastante a qualidade de reprodução de áudio em fones de ouvido, mas que não faz tanta diferença para o alto-falante do celular.
Não há tocador de vídeos que possa ser aberto direto da área de apps, que é a tela inicial. Porém, se você abrir um arquivo de vídeo, o player aparece e toma conta da tarefa. Nativamente o smartphone reproduz XviD, MP4, H.264 e WMV, de até 1080p (Full HD). Testamos um MP4 em Full HD e o vídeo foi reproduzido sem qualquer travamento.
Além de uma câmera frontal monstruosa para selfies, com 8 megapixels, o aparelho ainda conta com uma boa câmera traseira de 13 megapixels. O resultado final das fotografias é de imagens com ótima reprodução de cores e boa entrada de brilho, quando a foto é batida com boas condições de luz. Para fotos noturnas, o resultado é bastante promissor, mas o granulado faz com que a foto fique meio que suja - algo esperado de um smartphone que custa menos de R$ 2 mil.
Para vídeos, é possível filmar em até Full HD com 30 quadros por segundo e a qualidade do vídeo é pouco abaixo do que temos em fotos. O áudio é captado em dois canais, mas a qualidade dele não é tão cristalina como fazem seus concorrentes.
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