Se você busca um smartphone com ótimo aproveitamento de tela e sem o famigerado entalhe ocupando espaço na parte frontal do aparelho, há algumas opções disponíveis no mercado nacional com câmera no estilo pop-up. E talvez um recente lançamento que você nem sabia que pode ser encontrado no marketplace local é o Y9 Prime da Huawei. Ele é um intermediário com pegada premium que busca entregar um bom conjunto cobrando pouco mais que o preço de um basicão. Será uma boa opção de celular? É isso que você confere agora nesta análise completa.
Embalagem branca vem com imagem do aparelho estampada na tampa. Em seu interior encontrará além do Y9 Prime:
Por ser um produto focado em preço baixo, não espere acabamento de ponta ou tecnologias muito avançadas. O Y9 Prime tem corpo feito de plástico, seja na estrutura lateral ou mesmo na traseira. Diferente de muitos que testamos com este acabamento, ele não apresenta riscos com tanta facilidade.
O diferencial está na câmera pop-up, que você não encontra em rivais no mesmo preço. Ela fica localizada no canto superior esquerdo e notamos que o recorte não é perfeito e há um pequeno vão entre o mecanismo e o buraco de onde ele surge – algo que não vimos em modelos mais caros com este tipo de câmera.
A Huawei promete uma durabilidade de 100 mil usos da câmera. Se você tirar uma média de 30 selfies por dia, o mecanismo deve durar em torno de 9 anos. É muito mais tempo do que a maioria das pessoas passa com o mesmo celular.
O Y9 Prime detecta quando está em queda e retrai a câmera para evitar qualquer choque com o chão. Huawei alega que mesmo que você exerça forte pressão não será capaz de danificar o mecanismo ao fechar a câmera manualmente.
O leitor biométrico encontra-se na traseira e funciona bem. Há entrada P2 para fones de ouvido, conectividade Bluetooth 5.0 e entrada USB-C. Pelo visto a Huawei não capou o essencial para reduzir o preço, como vimos em alguns intermediários recentes.
Apesar da ideia de tentar aproveitar ao máximo a área frontal do aparelho, ainda há uma borda considerável abaixo da tela. E por falar nela, o painel usado é LCD com resolução Full HD+, que possui ajuste inteligente para reduzir a resolução para HD+ em determinados momentos e reduzir o consumo de bateria, e isso passará despercebido pela maioria.
Seu painel tem boa qualidade e reprodução de cores que não exagera na saturação, mas o usuário pode forçar a ter cores mais vibrantes ao mudar o perfil de calibração. O ângulo de visão também é bom e o brilho é suficiente para usar o celular fora de casa sem dificuldade.
A parte sonora fica limitada por som mono, devido ao único alto-falante na parte inferior. A potência não é alta e o áudio sai meio abafado, pelo menos não chega a distorcer quando no máximo.
O fone que vem junto tem qualidade razoável e o som entregue também é mediano. Aqui já notamos certa distorção com o volume alto, sem falar que a reprodução de graves é quase inexistente.
Equipando o Y9 Prime temos a plataforma Kirin 710F, que vimos também em outros celulares como o Honor 9X e o Enjoy 10 lançados recentemente. Este hardware entrega desempenho similar ao Snapdragon 665, que vem equipando vários intermediários na mesma faixa de preço.
E isso ficou comprovado em nosso teste de velocidade, onde o Y9 Prime foi mais rápido que alguns e mais lento que outros com o hardware da Qualcomm. Já em benchmarks ele ficou um pouco atrás no AnTuTu, mas a diferença é pequena.
A GPU do Kirin 710F até tem poder de fogo para rodar jogos sem engasgos e consegue fazer isso em títulos mais leves como Subway Surfers. Se você busca um celular para jogar Call of Duty ou PUBG Mobile pode se irritar com os engasgos constantes, especialmente ao forçar os gráficos para o máximo.
O Y9 Prime tem câmera tripla na traseira com a principal entregando imagens de no máximo 16 MP e complementada por uma secundária grande-angular e uma adicional que ajuda no desfoque de cenários.
Se você está interessado neste intermediário da Huawei pela câmera, então esqueça. Este é justamente o maior ponto fraco do Y9 Prime. A qualidade das fotos é mediana, seja em locais iluminados ou à noite.
Você pode até conseguir registrar boas fotos, mas no geral vemos que este sensor captura menos detalhes que muito celular básico com resolução inferior. As duas câmeras apresentam calibração diferente de cores, com a principal puxando mais para tons frios e a grande-angular exagerando na saturação.
A secundária esta aí apenas para permitir capturar mais dos cenários, mas a qualidade cai tanto que não recomendamos usar a grande-angular. É melhor você dar alguns passos para trás e tirar a foto mais distante.
O Y9 Prime possui IA que identifica vários tipos de cenários e normalmente tende a saturar mais as cores para deixar tudo vibrante, isso acontece especialmente com o HDR ligado e o resultado não é nada bom.
Pelo menos o HDR sozinho faz o seu trabalho, mas ele não ajudará a salvar a foto quando a câmera principal peca na riqueza de detalhes ou captura alguma foto desfocada.
Há um modo noturno que não ajuda tanto em locais mais escuros, mas contribui para fotos mais claras, isso a custo de ruídos extras. Já em locais fechados e com objetos mais próximos, o modo noturno ajuda bastante a salvar detalhes que seriam perdidos nas sombras.
Apesar de ter uma câmera dedicada para desfoque, o efeito é bastante suave por padrão. A frontal, por outro lado, exagera tanto no recorte que até partes da pessoa fotografada são afetadas, o que resulta em algo bastante artificial com cara de edição malfeita no Photoshop. Para selfies até se consegue registrar boas fotos com ele.
A filmadora também não é lá essas coisas. A qualidade dos vídeos é decente, porém treme muito... tanto com a principal quanto com a grande-angular. A captura de áudio é apenas ok.
Ter 4.000 mAh de bateria se tornou o padrão de qualquer bom intermediário e o hardware da Huawei faz bom uso desta capacidade. Com uma média de 20 horas de autonomia você pode usar o celular o dia inteiro sem se preocupar e mesmo que abuse do brilho da tela ainda vai render o dia todo.
Ao reduzir a resolução da interface para HD+ ou mesmo usar o modo automático que alterna a resolução de acordo com o conteúdo, você terá uma bateria que dura ainda mais, mas não suficiente para dois dias inteiros longe de tomadas.
O carregador demora 2 horas para fazer o Y9 Prime ir de 0 a 100%, é um tempo longo, mas que está na média dos intermediários de 2019 com bateria grande.
Ao tirá-lo da caixa você encontrará o Android 9 rodando por baixo da EMUI 9. A interface é bastante modificada e apresenta menus um pouco confusos, para quem nunca usou um aparelho da marca. Pelo menos não notamos lentidões ou travamentos que atrapalhem o uso.
Boa parte dos recursos são os mesmos de outros celulares da empresa, como a navegação por gestos e o compartilhamento rápido de uma screenshot. Não é possível usar os gestos do nó do dedo para dividir a tela ou fazer a captura de tela de uma parte do visor, como vimos em outros dessa linha.
O Y9 Prime até poderia ser uma opção interessante de intermediário, mas ele não entrega mais que concorrentes com preço similar. Se busca mais velocidade há alternativas interessantes como o Galaxy A50 e Moto G8 Plus , também melhores para jogos.
Já se busca câmeras mais competentes, além do modelo da Samsung, você também pode investir no Redmi Note 8 . O problema deste modelo da Xiaomi é ser um pouco mais lento e sua bateria render menos, porém é mais barato.
Se ficou interessado na câmera pop-up do Y9 Prime, mas ficou decepcionado pela qualidade das fotos e vídeos, vale a pena investir um pouco mais e ir no Mi 9T . Ele é mais rápido, bateria rende mais, passa menos tempo na tomada e tira fotos muito melhores – além de gravar em 4K.
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