L e n o v o V i b e K 5 P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A Lenovo continua sua caminhada inaugural no Brasil, desta vez com o segundo modelo lançado em terras tupiniquins. Assim, como já aconteceu no Vibe A7010, temos um dispositivo com boas especificações, visual bem-acabado e um preço agressivo que lembra o lançamento do primeiro Moto G. No Brasil este é o K5, lá fora é o K5 Plus e se ele pode, ou não, ser seu próximo smartphone, eu vou tentar explicar nas próximas linhas.

A embalagem é tão simples como o que vimos no modelo anterior, com detalhes minimalistas e seis imagens em forma de ícones, que indicam fatores chave para o dispositivo existir. Abrindo o pacote está o smartphone, sendo que logo abaixo dele temos um fone de ouvido de boa qualidade, cabo de dados USB com ponta microUSB e o carregador de tomada, que é capaz de carregar o smartphone com muito mais velocidade do que carregadores comuns - a magia acontece por conta dos 2A que entram de tensão, suficientes para encaixar nos padrões de QuickCharge da Qualcomm.

As linhas do K5 lembram um misto de Galaxy com iPhone, sem deixar de lado materiais de boa qualidade no acabamento e construção do dispositivo. Ele conta com metal nas bordas e também na tampa traseira, com um detalhe pequeno que reflete a luz que bate na frente e que fica um fio de cabelo acima do vidro frontal, perfeito para proteger a tela de quedas ou impactos. Um ponto que me deixa curioso é o motivo dos botões impressos na parte frontal estarem invertidos, deixando o botão de multitarefa do lado esquerdo, com o "voltar" do lado direito - ok, você pode facilmente se acostumar com a condição em pouco tempo de uso, mas vai estranhar se este for seu segundo Android.

A frente abriga uma tela IPS LCD de 5 polegadas, com resolução de 1920 x 1080 pixels, densidade aproximada de 441 pixels por polegadas e que preenche quase que 69% da frente do aparelho. Ela reproduz cores com ótima intensidade, além de garantir um ângulo de visão bastante grande, antes de deformar as cores por conta da posição em que seus olhos estão, em comparação com a tela. Ainda por aqui ficam os sensores de luz, proximidade e a câmera frontal de 5 megapixels.

Os botões de controle de volume estão do lado direito, com o liga/desliga na extremidade oposta. Todos os conectores não estão na parte inferior, mas sim no topo e lá temos a porta microUSB e também a entrada para fones de ouvido. A traseira abriga, em um visual que lembra o iPhone, a lente para a câmera de 13 megapixels, um LED para flash e o microfone secundário. Logo abaixo fica o logo da Dolby e a saída para os dois alto-falantes estéreo, mas, mesmo com a tecnologia Dolby Atmos, não são tão envolventes como seriam se estivessem na parte frontal do aparelho.

Abrindo a tampa da bateria temos as duas entradas para SIM cards e outra separada para cartões microSD de até 32 GB. A bateria é de 2.750mAh e consegue durar 14 horas seguidas de uso moderado. Clique aqui para um teste de bateria, onde mostramos qual é sua real capacidade de carga.

Mesmo com linhas bem retas e um formato quadradão, as bordas traseiras são levemente curvadas e isso faz com que o aparelho fique firme nas mãos. A traseira áspera ajuda ainda nisso, dando mais segurança para todo o conjunto ficar parado, sem escorregar com facilidade.

Dentro do smartphone temos um processador bastante parrudo, que é um Snapdragon 615, rodando quatro núcleos em 1.2 GHz e outros quatro em 1.5 GHz, junto de 2 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna, que pode ser expandida em até 32 GB extras. Em quase que todos os momentos, o smartphone não demonstrou lentidão ou travamento, mesmo quando estava com muitos aplicativos abertos ao mesmo tempo. Só notei alguma queda no desempenho quando estava atualizando algum aplicativo pelo Google Play e, ainda assim, insisti em continuar utilizando o aparelho. Esta queda pode estar associada com a memória que a Lenovo escolheu para este aparelho, que conseguiu (em testes que fiz) escrever em apenas 12 MB/s. Apenas para comparação, eu consegui resultados muito superiores no Lenovo A7010, que marcou perto de 40 MB/s - é quase quatro vezes mais rápido, o que muda muita coisa no desempenho.

O Android que roda neste dispositivo está na versão 5.1.1, abaixo de uma interface bastante modificada pela Lenovo, chamada de Vibe UI, mas que pode ser facilmente trocada pelo usuário. De fábrica a empresa asiática já instala o Google Now Launcher, que coloca o visual mais comum de Android novamente no aparelho, deixando de lado as modificações comuns para aparelhos de empresas chinesas, como a remoção da bandeja de aplicativos. Mesmo trocando o launcher, ainda ficam alguns detalhes como a alteração visual do menu de configurações e também a barra de atalhos, que oferece um grande número de funções e ajustes logo de cara.

A Lenovo economizou, ainda bem, a lista de aplicativos que já estão instalados de fábrica no aparelho. Além do Google Now Launcher, encontramos o pacote do Google, gerenciadores de temas, tocador de músicas alterado pela fabricante, gerenciador de arquivos instalados e um aplicativo próprio da Lenovo, que oferece suporte para atualizações, suporte para problemas que podem aparecer e até vídeos com dicas sobre os produtos da empresa. Um ponto que gostei foi a inserção de testes para o hardware, dentro deste app. Nele, por exemplo, você pode testar ambas as caixas de som, ou o flash traseiro e até se a tela de toque está funcionando corretamente.

Outro aplicativo que chama atenção, até mesmo pela parte externa do aparelho, é o equalizador que a Dolby colocou por aqui. Nele você consegue equalizar todos os sons que são reproduzidos pelo aparelho, não somente músicas e jogos. A alteração sonora é mais perceptível se você utiliza fones de ouvido, principalmente quando altera a reprodução de graves e agudos - dá para escolher entre quatro configurações pré-definidas ou montar sua própria equalização e mover cinco frequências diferentes.

Se você é amante de benchmarks, aqui vão alguns resultados:

Não, você não está olhando para um smartphone topo de linha e com os melhores gráficos, mas o Vibe K5 está longe de ser ruim. A GPU que controla tudo por aqui é uma Adreno 405 e é capaz de lidar muito bem com games pesados, que foi exatamente onde eu testei o dispositivo. Rodei o Real Racing 3, Mortal Kombat X e também o Dead Trigger 2, que rodaram bem e sem qualquer queda visível na taxa de quadros por segundo, ao ponto de deixar a jogatina insuportável. O Real Racing 3 foi quem mostrou maior força nos gráficos e quem deixou escapar um ou outro frame que não estava tão veloz assim.

Mortal Kombat X exibiu todos os golpes na velocidade correta, sem travamentos ou engasgos. O mesmo vale para Dead Trigger 2, que rodou ainda mais liso. É seguro afirmar que o Vibe K5 é um aparelho poderoso o suficiente para rodar praticamente qualquer jogo e reproduzir vídeos em alta definição sem qualquer problema.

Se você já estava animado em saber que por aqui há um hardware muito semelhante ao que temos no Moto G Turbo, só que com preço bem menor, é melhor prestar atenção agora. A câmera é onde está um dos maiores pontos fracos do Vibe K5. Mesmo que com 13 megapixels na câmera traseira e outros 5 megapixels na frontal, o resultado final está longe do que na Motorola fez com o Moto G Turbo e até mesmo o Moto G de terceira geração, que é mais simples.

As fotos ficam com cores desbotadas em quase que todos os momentos, com reprodução de cores abaixo de seus concorrentes e um trabalho enorme para tratar tudo com o HDR, que costuma levar quase cinco segundos de processamento e que impede que a imagem da tela se mova. Te faz ficar firme tempo demais, muito para um smartphone. Com o HDR bem utilizado, respiração presa e firmeza nas mãos, as fotos ainda assim apresentam pouca cor, quantidade pequena de detalhes e grande diferença no contraste dinâmico, que deixa áreas da foto com sombras bem escuras, ou o céu totalmente branco - quando você bem sabe que não é assim que ele está.

As fotos noturnas sofrem também de um problema no foco, que dificilmente acerta de primeira. Na maioria das vezes o usuário precisa tocar novamente na tela e supor que o toque conseguiu selecionar o local do foco com precisão - o que costuma não acontecer.

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