L G G 5 S E P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A LG mostrou que finalmente escutou seus usuários e mudou o visual do aparelho topo de linha da marca, que recebeu o nome e G5. Agora, em corpo de metal e com a curiosa forma de dispositivo modular, você pode encontrar uma evolução interessante na empresa asiática. O problema é que para o Brasil (e mais alguns poucos países), uma versão chamada de "G5 SE" e que vem com hardware inferior, chegou e vem com preço que poderia ser cobrado apenas em dispositivos mais potentes. Descubra, nesta análise, se o G5 SE é um erro da LG ou se ele vale sua atenção.

Para deixar bem claro o ideal de smartphone modular e que é um dos únicos que ainda trabalha com bateria removível, a caixa do aparelho mudou. Ela agora tem uma luva menor do que a embalagem completa e ao abrir, revela o tamanho real da bateria. Abrindo mais uma vez você encontra o carregador de tomada com porta USB e que está de acordo com o padrão Quick Charge, fone de ouvido em sua própria caixa (eu já vi duas empresas concorrentes da LG fazendo isso, sabe?) e que poderia ser muito bom, se não fosse o cabo que deixa de ser de tecido e passa a ser comum depois de mais de dois terços de seu comprimento - nesta parte ele deixa de ser mais resistente e fica "comum". Há também uma ferramenta para remoção da gaveta que vai o SIM card e o cartão microSD, que pode suportar até 256 GB

Como disse nas linhas logo acima, muita coisa mudou no G5 e, como a variante SE é idêntica do lado de fora, no SE também. Este é o primeiro smartphone da LG que deixa o plástico de lado e adota metal e vidro. Finalmente um smartphone desta empresa tem cara de premium , além de preço de premium . Porém, o que mais chama atenção não é bem a escolha de materiais de construção, mas que este celular é o primeiro smartphone modular que chega ao mercado grande de telefonia móvel. Ainda não é a forma de modular que você espera, mas é um começo.

A parte inferior é removível e é por aqui que a bateria pode ser trocada, ou que você pode alterar algumas coisas na parte modular. A base da bateria pode ser substituída por uma que melhora o áudio (conta com hardware específico para isso e tem nome de H3 by B&O PLAY, criado pela B&O) e outra que adiciona mais 1.200mAh de bateria e comandos físicos para fotos (chamado de Cam Plus). É isso, nada além disso. Nada de melhorar hardware ou tornar o som do alto-falante mais forte.

O corpo é áspero e encaixa bem nas mãos, mas desliza com facilidade e há um detalhe na traseira que dá uma sensação de que algumas peças não encaixaram direito e estão com partes mais afiadas do que deveriam ser. Outro ponto bem negativo no design está no alinhamento da parte inferior com o restante. Esta mesma linha que é afiada e incomoda no toque não é respeitada. Ela existe na pare removível, mas não acompanha a linha reta que segue para todo o restante do aparelho. Este problema seria abafado em um modelo mais simples, mas estamos falando do smartphone mais caro da LG e que, em tese, tem o que há de mais perfeito no mundo dos celulares.

A tela é um IPS LCD de 5.3 polegadas, com resolução de 2560 x 1440 pixels, densidade aproximada de 554 pixels por polegada e que exibe muito bem as cores. Há um balanço agradável na saturação e não há aberrações cromáticas, além de exibir de forma satisfatória o conteúdo debaixo de luz solar direta. O vidro, na parte do alto-falante frontal, é levemente curvado em um design que não faz muito sentido prático. É só um detalhe, sem ser bonito, feio ou útil. Assim como seu maior concorrente, o S7, o G5 SE tem tela que fica acesa o tempo todo, com relógio, lembretes, data e algumas notificações. Como não estamos falando de uma tela AMOLED, todos os pixels de iluminação ficam acesos para este recurso, o que acaba gastando mais bateria do que precisa de fato - a sorte é que isso, de ficar ligado o tempo todo, pode ser desligado.

Os botões de controle de volume voltaram para a lateral, mas o liga/desliga continua na traseira e agora ganhou um leitor de impressões digitais redondo. Ele acomoda melhor o dedo do que a versão do S7 e consegue ler a digital do usuário mesmo sem a necessidade de apertar o botão para iniciar a leitura. Isso significa que para destravar a tela, basta pousar o dedo lá e ela liga sozinha (desgaste menor do botão, que precisa de menos uso para suas funções). O alto-falante agora está na parte inferior e é bastante fraco quando comparado com alguns concorrentes. Por fim, ainda aqui, está a dupla de câmeras que chamam mais atenção do que o restante do conjunto.

Voltando em design, o metal que chega ao vidro das lentes está com um corte muito reto, o que deixa a sensação de que não é curvado o suficiente para aumentar o conforto. Voltando para a câmera, temos um sensor de 16 megapixels e outro de 8 megapixels. O que muda de um para o outro é a abertura da lente (f/1.9 no de 16 megapixels de f/2.4 no de 8 megapixels) e o ângulo de visão, que chega aos 135 graus na lente de 8 megapixels e que é normal, tradicional na outra câmera. A sensação da lente grande angular é que você está fotografando ou filmando com uma GoPro nas mãos. Há muito potencial com este recurso.

Por fim, outro ponto que me chama atenção é que esta parte modular deixa um espaço bem pequeno e que entra direto para o fim do smartphone. Imagine que você deixou um copo de café cair no celular e não travou completamente o módulo. A água vai entrar e pode ir até partes internas do aparelho. Poeira é outro problema que pode aparecer em certo tempo de uso. Poeira que ficará em locais onde você não alcança para limpar. Em modelos anteriores, com a bateria removível pela parte traseira, tudo isso pode ser solucionado pela limpeza ocasional. Não dá para falar o mesmo do G5 SE. Me preocupa bastante, ver uma abertura com partes internas expostas (há um conector na parte inferior, que claramente chega até a placa interna e que fica visível, aberto).

Por fim, outro ponto que me chama atenção é que esta parte modular deixa um espaço bem pequeno e que entra direto para o fim do smartphone. Imagine que você deixou um copo de café cair no celular e não travou completamente o módulo. A água vai entrar e pode ir até partes internas do aparelho. Poeira é outro problema que pode aparecer em certo tempo de uso. Poeira que ficará em locais onde você não alcança para limpar. Em modelos anteriores, com a bateria removível pela parte traseira, tudo isso pode ser solucionado pela limpeza ocasional. Não dá para falar o mesmo do G5 SE. Me preocupa bastante, ver uma abertura com partes internas expostas (há um conector na parte inferior, que claramente chega até a placa interna e que fica visível, aberto).

A bateria é de 2.800mAh nominais e 2.700mAh reais, chegando em 300mAh a menos do que no G4 e isso significa autonomia menor. A diferença é bem pequena, chega aos poucos minutos, mas para saber tudo sobre a bateria do G5 SE, é só clicar aqui .

Este é o ponto mais polêmico de toda a análise. Temos aqui uma troca de hardware que faz muita diferença em pontos de benchmarks, pouca diferença no curto prazo e uma imensa diferença em um ou dois anos de uso. A LG trouxe o melhor do poder de fogo que existe para o G5, com um parrudo Snapdragon 820 e 4 GB de memória RAM. O G5 que você comprar em qualquer loja brasileira está na versão SE, que cortou o processador para um Qualcomm MSM8976 Snapdragon 652 que roda quatro núcleos Cortex-A72 em 1.8 GHz, outros quatro núcleos Cortex-A53 em 1.2 GHz, com uma Adreno 510, 3 GB de memória RAM e 32 GB de memória interna. Pode parecer pouco e realmente é quando você está utilizando o smartphone em pouco tempo, mas depois de um ou dois anos, este 1 gigabyte a menos de memória RAM e este processador que não está na família 800, vai sofrer bem mais de velocidade inferior, do que a versão com 820 e 4 GB de RAM. Para uma comparação bem crua, o AnTuTu dá 78.692 pontos para o G5 SE, que é o vendido no Brasil, e 128.232 pontos para o G5 completo, que não é encontrado por aqui. A diferença chega quase aos 50 mil pontos. Bastante, né?

Olhando para o conjunto geral, animações não engasgam e não sofrem de absolutamente qualquer travamento durante o uso mais cotidiano. Isso inclui redes sociais, deixar um ou outro app de mensagens aberto no fundo e escutar alguma música em serviço de streaming. Tudo rodou bem e com boa velocidade. A escolha do Snapdragon 652 não afeta diretamente seu uso, o problema é, como disse antes, o longo prazo e principalmente o valor cobrado por isso.

Olhando para o software, temos uma visível tentativa da LG para deixar tudo mais limpo e menos tumultuado. O visual geral da interface que a empresa usa está mais próximo do Android puro e a escolha de cores claras para os atalhos e menus foi bem acertada. Os atalhos da área de notificações estão bem menores e ocupam menos espaço, além de ganharem um contraste bem forte para ajudar na identificação de cada função. O que não mudou e me deixa curioso para saber o motivo é que a bandeja de aplicativos ainda exibe uma separação de aplicativos e widgets, algo comum em versões antigas do sistema operacional móvel do Google e que já foi abolido por várias fabricantes.

Falando em bandeja de apps, a LG acredita que ela não é mais necessária e coloca uma versão de seu launcher sem ela. O resultado é o visual que você conhece do iOS ou de fabricantes chinesas de Androids, como Xiaomi e Lenovo. Nelas você deixa todos os apps e widgets no mesmo local e só vai adicionando ou removendo telas iniciais. Para piorar, não há o launcher padrão da LG até esta data instalado e você precisa, obrigatoriamente, entrar no LG Smart World e baixar o launcher "LG Home 4.0". Quem vem de um Android antigo, ou até mesmo do G4, acaba ficando perdido com a falta deste menu.

Algumas funções do smartphone, que eram famosas em versões anteriores, foram removidas ou escondidas. Uma delas é o Smart Bulletin, que funciona como uma alternativa ao Google Now e agora chega desativada por padrão - pode ser ativada dentro das configurações e sua exibição ainda fica na última tela inicial da esquerda. Uma que foi removida e que era bastante popular com algumas pessoas é a possibilidade de dividir a tela com dois aplicativos ao mesmo tempo. Infelizmente, neste, a LG não escondeu o recurso e a única forma de ter novamente é buscando alguma solução de outro desenvolvedor dentro do Google Play. Como o Android N coloca esta ferramenta dentro do sistema, de forma nativa, pode ser que esta remoção não apareça como um problema grande. Por fim, o QSlide, que mostra janelas flutuantes com alguns aplicativos, também está menos visível e pode ser acionado dentro do menu de ajustes do sistema. A lista de aplicativos pré-instalados diminuiu, mas ainda não foi um corte tão drástico como a Asus fez na Zen UI que está acima do Android Marshmallow e que removeu 20 aplicativos pré-carregados.

Se você gosta de benchmarks, confira alguns resultados que consegui com o G5 SE:

Neste ponto o G5 SE mostra que ter um hardware de intermediário, por melhor que seja, coloca o aparelho no mundo dos intermediários e não dos dispositivos topo de linha. Os jogos testados rodaram bem, mas a escolha automática de gráficos sempre colocou o smartphone mais abaixo dos high-end que já testei, como o Galaxy S7 Edge e os iPhones mais recentes. Um dos jogos testados, o Sky Force Reloaded, rodou com baixa taxa de quadros por segundo e perdeu desempenho quando muitos inimigos estavam na mesma tela. Unkilled, Real Racing 3 e Mortal Kombar X rodaram bem, mas sempre com opção de gráficos que não estava no máximo.

Este é um dos pontos que mais merece destaque, não somente pela manutenção de uma das melhores câmeras que você pode encontrar em um Android, mas pela adição bem bacana de uma lente grande angular em uma das duas câmeras traseiras. Sim, o G5, e também o G5 SE, conta com duas lentes e dois sensores diferentes na parte traseira do aparelho. Um deles é de ângulo tradicional e que registra imagens com 16 megapixels de resolução, abertura f/1.8 e filma em 4K. A câmera que fica logo ao lado faz fotos de 8 megapixels, também filma em 4K, só que adiciona uma lente grande angular de 135 graus. A sensação clara é de estar fotografando com algo como uma GoPro, mas o ponto negativo é que esta lente secundária é escura. Ela tem apenas f/2.4 e as fotos sempre ficam menos claras.

As fotos contam com ótima reprodução de cores, bom balanço no contraste em ambientes mais desafiadores e detalhes que saltam facilmente aos olhos. É basicamente a mesma qualidade que você viu lá no G4, no ano passado e que continua por aqui na lente principal. Mas o que realmente me chamou atenção foi a lente com enorme ângulo de visão, que mesmo com uma lente escura, mostra que sabe muito bem como tirar fotos que chegam até a mostrar seu dedo segurando o smartphone.

Repare nesta foto, na lente normal:

E esta, agora com a lente grande angular:

Mesmo com uma resolução inferior e menor quantidade de luz entrando, esta certamente é a lente que eu mais utilizaria se o G5 fosse meu smartphone particular.

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