L G G 8 X T h i n Q

Celulares dobráveis serão a próxima grande revolução no mundo da tecnologia móvel e este ano vimos as primeiras apostas do segmento como o Galaxy Fold , Mate X e o recente Moto Razr . Todos eles têm algo em comum: a tela é dobrada para que o aparelho ocupe menos espaço. Mas há certa preocupação com relação à durabilidade de uma tela dobrável, sem falar do preço absurdo cobrado pela novidade. Pensando em resolver estes dois problemas, a LG lançou o G8x, que é basicamente um G8s maior com tela secundária. Se vale pagar mais pela segunda tela ou é melhor investir em flagship mais barato, é isso que você confere nesta análise completa.

O G8x ThinQ vem em embalagem preta similar a de outros da linha, porém os acessórios que você recebe com o celular são diferentes:

A capa com telas adicionais são o grande diferencial do G8x. E apesar de ele ser vendido em alguns países sem este acessório, aqui no Brasil a LG só lançou o pacote completo.

O G8x em si nem chama tanta a atenção, já que ele traz o mesmo design com corpo feito de metal com traseira de vidro dos demais da linha. A certificação IP68, assim como a militar de resistência contra impactos, também faz parte do pacote.

O diferencial está na capinha que traz a segunda tela. Ela é feita de plástico rígido e apresenta boa qualidade. O design é um pouco diferente da capinha com tela do V50. Agora temos uma terceira tela localizada do lado de fora. Ela é monocromática e serve apenas para exibir horas e notificações. É uma adição bacana, já que evitará ter que ficar abrindo o celular todo o tempo.

O bom é que esta tela menor não fica ligada o tempo inteiro. Ela funciona como o Always On Display e acende quando chega alguma notificação ou quando você pega no celular – o que vai ajudar a economizar bateria. E por falar nisso, a tela maior que fica do lado de dentro usa a bateria do celular para ser alimentada.

Os dois painéis principais também usam tecnologia OLED e são do mesmo tamanho e com resolução similar. O mais curioso é ver que a tela secundária também possui entalhe em formato de gota, mesmo que não haja uma câmera lá. Talvez a decisão tenha sido tomada apenas para deixar o design mais harmônico.

Com o G8x conectado ao acessório você terá um aparelho volumoso e pesado. Esse é o preço a se pagar pela segunda tela. Pelo menos acaba sendo mais prático que os celulares dobráveis, já que você pode remover o G8x e usá-lo normalmente como um celular comum. O que preocupa é a frente de vidro da capinha que acumula muita marca de dedo e também pode acabar riscando com facilidade.

Já a outra metade que cobre parte da traseira do G8x tem acabamento texturizado. Só é estranho ver um corte tão grande que deixa quase metade do aparelho desprotegido. A dobradiça permite girar a tela em 360 graus, mas ela foi desenvolvida para que você use o celular aberto como se fosse um tablet.

O LG8x ThinQ tem telas OLED de qualidade. A reprodução de cores é excelente em ambas as telas, com cores vivas e vibrantes. É possível usar até 7 modos diferentes de perfil de cor. O nível do brilho é bom o suficiente para usar o celular fora de cara sem dificuldades. Apenas notamos que a tela secundária tem brilho inferior, mas a diferença é pequena.

A tela do próprio celular entrega tons mais quentes, enquanto a outra reproduz um branco mais azulado. Você pode corrigir isso de forma individual ajustando a temperatura das cores.

Há dois alto-falantes, sendo o secundário o que fica acima da tela. Este reproduz mais os sons agudos, enquanto o inferior ao lado da porta USB-C cuida dos médios e graves. A potência é boa, mas distorce um pouco no máximo.

O fone que vem tem boa qualidade e é revestido de nylon para dar maior durabilidade. O som é equilibrado, destacando um pouco mais os médios. Há o recurso DTS:X 3D e HI-Fi Quad DAC embutido no software que dão mais graves às músicas tocadas.

O G8x vem equipado com o mesmo Snapdragon 855 presente no G8s, assim como a quantidade de RAM é similar. Era de se esperar desempenho igual, mas ele é mais lerdo que seu irmão menos exótico.

O modelo mais caro da LG também come poeira para seus rivais e fica claro que a empresa poderia ter dado mais atenção à otimização de software. Curiosamente, a pontuação em benchmarks também é menor no G8x.

A boa notícia é que isso não afeta os jogos e todos os títulos que testamos no aparelho rodaram sem engasgos e na qualidade máxima definida por padrão em cada jogo. E o melhor de tudo é usar a tela secundária como um gamepad. A interface exibe botões virtuais como D-pad, quatro botões de ações e vários atalhos úteis.

O Android reconhece o acessório como sendo um joystick conectado via Bluetooth, então muitos jogos que possuem suporte a gamepad vão poder tirar proveito da tela secundária do G8x. E a verdade é que jogar nele é muito mais prazeroso do que usar os comandos virtuais espremidos na tela de qualquer outro celular.

É até possível jogar dois games ao mesmo tempo, cada um em uma tela. Mas, sinceramente, quem fará isso? Sem falar que não é possível fazer isso com qualquer jogo.

A ergonomia não é exemplar e você pode sentir desconforto após algumas horas de jogatina, mas a vantagem de ter uma tela secundária para isso e não um gamepad de fato é que você pode customizar o layout dos botões ou até mudar o tema de acordo com o tipo de jogo.

LG foi uma das primeiras a introduzir câmera ultra-wide em celulares, ainda lá em 2016 com o G5. De lá para cá, isso se tornou cada vez mais comum, até mesmo em celulares de entrada. E este é basicamente o conjunto de câmeras do G8x.

A principal consegue tirar boas fotos, seja com luz ou não. A qualidade geral é similar ao que o G8s entrega. Há bom nível de detalhes e as cores captadas estão próximas da realidade. O HDR também faz seu trabalho ao equilibrar a exposição em locais que teriam os detalhes sacrificados em fotos tiradas contra o sol, mas notamos uma queda considerável na qualidade das fotos.

A câmera grande-angular também faz um bom trabalho e registra mais detalhes que muitas que vimos recentemente. O software tenta reduzir ao máximo o efeito de distorção na lente e vemos melhores resultados que nos modelos da ASUS, por exemplo.

O G8x também não faz feio à noite. Claro, não espere fotos com a mesma qualidade com luz precária. Caso ache a imagem muita escura, você pode usar o modo noturno que aumenta bastante a exposição em troca de excesso de ruídos. A grande-angular não sofre tanto à noite quanto a de outros smartphones.

O modo retrato tem efeito bastante suave por padrão, mas você pode regular a intensidade. A separação da pessoa fotografada para o fundo do cenário é decente, mas às vezes temos algumas falhas perceptíveis.

A câmera frontal tem sensor de 32 MP e comprime quatro pixels em um só, o que reduz a resolução das selfies para 8 MP. A qualidade das fotos é boa, mas é bom manter o celular um pouco mais longe para acertar o ponto de foco e não ter selfies borradas. O modo retrato é mais agressivo na frontal e tende a errar mais na separação dos planos.

A filmadora grava em 4K com ambas as câmeras. A principal tem dupla estabilização de imagem que funciona muito bem e a captura de áudio é boa.

O G8x tem bateria maior que o seu irmão G8s e como esperado houve um ganho de autonomia, bem mais do que estávamos esperando. Se com o modelo mais barato você tinha que se preocupar em levar o carregador com você ao passar o dia todo fora de casa, com este aqui a bateria dá e sobra.

O carregador tem 18W de potência, sendo o mesmo que vem com o G8s. E como esperado, os dois passam o mesmo tempo na tomada para ter a bateria recarregada. Tem celulares top de linha por aí que são bem mais rápidos, mas está no nível que alguns rivais entregam.

O sistema do G8x é o mesmo Android Pie com interface modificada pela LG presente em outros smartphones da marca. O diferencial está na usabilidade com a tela secundária. Ela permanece desligada quando você conecta o celular na capinha e então um botão flutuante aparece na tela do G8x para que você escolha o modo de uso.

É possível deixar as telas independentes ou dividir o mesmo conteúdo nas duas. Na primeira opção você pode abrir dois apps diferentes, como um editor de texto de um lado e um navegador do outro, ou ler uma notícia em nosso site enquanto ver nossos reviews no YouTube. Se você curte uma forte experiência multitarefas, este é o grande destaque do G8x.

O segundo modo meio que transforma o aparelho em um tablet. Poderia ser interessante se não houvesse um espaço de quase 2cm entre as duas telas. De qualquer forma, ainda pode ser útil para visualizar documentos ou imagens de forma mais confortável, mas na prática muitos vão preferir abrir dois apps separados.

Celulares dobráveis ainda são inexistentes no mercado nacional e quando começarem a chegar por aqui pode esperar um preço muito salgado. Esta alternativa da LG pode parecer interessante em outros países, mas cobrar R$ 6 mil por um celular só porque tem uma tela secundária é complicado.

Se você realmente faz questão de usar dois apps ao mesmo tempo ou curtiu a tela secundária para jogar, o G8x pode ser um top de linha interessante. Mas pelo preço que se paga nele você consegue celulares muito melhores.

Galaxy Note 10 Plus e iPhone 11 Pro Max são ótimas alternativas. Claro, eles não têm uma segunda tela, mas oferecem desempenho superior e câmeras melhores. Há também o Zenfone 6 que custa muito menos e ainda se destaca com bateria superior.

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