Para quem já conhece o G7 ThinQ, não há nenhuma novidade nos acessórios que acompanham o aparelho ou em sua embalagem de venda. Temos a mesma caixa na cor preta, com o nome do dispositivo em sua parte frontal. A caixa é de papelão rígido e conta com divisórias internas para manter tudo organizado.
Dentro dela, temos o mesmo carregador com suporte a carregamento acelerado (5V-1,8A e 9V-1,8A), cabo USB no padrão C, chavinha para abrir a gaveta do cartão SIM, manuais, fones de ouvido de ótima qualidade e flanela para limpeza do aparelho.
O V35 ThinQ herda o design do seu antecessor, trazendo corpo de metal e vidro com proteção IP68 contra água e poeira e certificação militar 810G para situações um pouco mais adversas, como também temos no G7 ThinQ.
Na traseira vemos estampado o nome ThinQ, indicando que este produto também faz parte do ecossistema da LG de dispositivos inteligentes que se comunicam entre si.
A qualidade de construção é ótima, mas o design já comum não chega a chamar a atenção. Talvez a falta de entalhe no topo da tela seja um atrativo, especialmente para quem não curtiu o G7.
O leitor biométrico está incorporado ao botão de energia na traseira do aparelho. Ele funciona bem, desbloqueando até mais rápido do que nos rivais da Samsung. A LG também incluiu duas opções de biometria facial, uma mais rápida e outra mais segura que leva alguns segundos a mais para reconhecer o usuário.
E, diferente do G7 ThinQ, não há um botão dedicado para o acionamento do Google Assistente.
O V35 ThinQ traz tela de 6 polegadas com tecnologia OLED, diferente do G7 ThinQ que investe em um painel IPS LCD. Outra diferença está no padrão 18:9 aqui, enquanto o outro flagship da LG adota uma tela mais esticada por causa do entalhe.
A qualidade da imagem é muito boa, ainda mais com conteúdo em HDR. O brilho é alto o suficiente para garantir uma boa visibilidade em ambiente externo , superando o que é entregue pelo G7.
A parte sonora, no entanto, deixa a desejar. Mesmo com o alto-falante Boombox, o áudio não tem a mesma qualidade do G7 e fica abaixo do que a concorrência entrega, o que compromete um pouco a experiência multimídia.
O fone que vem com o V35 ThinQ é de boa qualidade, tanto em construção quanto em som oferecido. Ele fica no mesmo nível do fone AKG que é fornecido pela Samsung em seus aparelhos, e ainda é otimizado pelo ótimo sistema de áudio interno, tornando-o uma das opções mais interessantes neste quesito.
O V35 ThinQ vem equipado com Snapdragon 845, o mesmo chipset presente no G7. Devido ao fato de ter 2 GB a mais de RAM, porém, ele acabou entregando um melhor desempenho no multitarefas .
Em benchmarks temos a mesma pontuação que é vista em outros aparelhos com este processador.
Já em jogos, o V35 ThinQ apresentou resultados mistos. No geral ele entrega ótima fluidez, mas alguns títulos ficaram abaixo do esperado. O Vainglory foi um dos casos, onde o jogo ficou travado a 30 fps no aparelho da LG e em outros oferece o dobro do desempenho.
Percebemos que ao modificar as configurações de jogo no próprio menu de configurações do aparelho, foi possível obter o mesmo resultado de outros flagships, mas isso não aconteceu com o Modern Combat 5, que continuou na casa dos 50 fps.
Outro ponto que o V35 é melhor que o G7 é na câmera. Mesmo ambos contando com configurações similares, aqui tivemos fotos de melhor qualidade geral. No entanto, a LG ainda fica atrás da concorrência , especialmente contra Samsung e Apple.
O aparelho traz inteligência artificial integrada ao aplicativo de câmera, que busca otimizar os ajustes para cada tipo de cenário ideal. Em alguns casos até reconheceu corretamente a cena, mas no geral o recurso acaba sendo praticamente inútil.
Temos também a função "super brilho", que é algo como o modo noturno da Huawei ou o night sight da Google, especialmente útil para áreas com iluminação muito baixa. É necessário usar o recurso com moderação, pois a tendência a criar rastros de movimento ou estourar áreas mais claras é grande.
Claro, assim como outros modelos da LG há algum tempo, o destaque fica para a segunda câmera com lentes grande-angulares, que dão uma dinâmica maior para suas fotos e permitem imagens e vídeos ainda mais impactantes.
A câmera frontal é capaz de capturar boas selfies independente do cenário e iluminação. O modo retrato também funciona bem, mas não está imune a falhas.
A filmadora registra vídeos em 4K a 60 fps com ótima qualidade. O sistema de estabilização é eficiente e entrega vídeos com poucos tremidos. O usuário pode alternar entre as duas lentes, usando a grande angular para registrar mais elementos do cenário.
Por fim, não podemos deixar de comentar sobre o software, que continua como um grande destaque. O modo profissional da LG é sem dúvidas o mais completo entregue nativamente, tanto para fotos quanto para vídeos, oferecendo controle profundo dos mais diversos detalhes para que você registre as cenas da maneira desejada.
Um dos maiores pontos positivos do V35 ThinQ é sua bateria. Ele foi um dos melhores no nosso ranking de autonomia entre os flagships. Ao tirá-lo da tomada no início da manhã, sua bateria chegou a durar até o começo da madrugada.
Além disso, o carregamento acelerado garante que o V35 não fique muito tempo preso à tomada. Com 30 minutos, temos metade da bateria para usar; carregando por completo com pouco mais de 1 hora e meia.
Mesmo com jogos temos uma boa autonomia, entregando 6 horas de jogatina longe da tomada, o que deve agradar a maioria.
Em nosso teste prático de consumo, ele alcançou os seguintes resultados:
O Android 8.1 Oreo modificado do V35 ThinQ é o mesmo do G7. Aqui temos alguns recursos interessantes como o Always-On Display, a possibilidade de ligar ou desligar conexões controladas pela localização, ou abrir o music player automaticamente ao plugar o fone de ouvido.
São pequenos mimos que tornam a experiência mais divertida, mas não que chegam a ser um diferencial para o aparelho, já que alguns destes recursos também podem ser encontrados em modelos mais antigos da empresa.
O V35 deverá ser atualizado para o Android Pie até o final do ano, juntamente com o G7.
O V35 ThinQ é o que o G7 deveria ter sido. Ele oferece belo design com boa construção, tela de qualidade com alto brilho e suporte a HDR10, mas peca no som entregue por seus alto-falantes – pelo menos os fones de ouvido que vêm juntos compensam esta falha.
A câmera é capaz de registrar boas fotos e vídeos, superando o G7 em praticamente qualquer tipo de cenário. Outro ponto que o V35 é consideravelmente melhor é em desempenho e bateria.
Apesar de ser um flagship interessante, o V35 acaba sendo uma escolha difícil por dois motivos: o primeiro está no seu preço salgado de R$ 5 mil; enquanto o segundo está na sua disponibilidade limitada, já que o aparelho é encontrado apenas em lojas da própria LG.
Comparado aos flagships da concorrência, o V35 peca principalmente no equilíbrio entre custo e benefício.
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