Quando falamos de smartphones chineses há uma infinidade de opções no mercado para o público escolher. Além das marcas famosas como Xiaomi, Huawei e Oppo, há também algumas que são pouco conhecidas. Uma delas é a Maze, que chegou recentemente ao segmento de smartphones e vem apostando em produtos com melhor qualidade.
O Maze Alpha se destaca por oferecer corpo de metal e vidro, enquanto aparelhos no segmento de entrada ainda entregam corpo de plástico ou apenas a borda lateral em metal. Além disso, ele também chama a atenção por seguir o design da linha Mi Mix da Xiaomi, mas ao invés de custar várias centenas de dólares, o aparelho fica na faixa dos US$ 200.
A embalagem é de boa qualidade e traz, além do básico, duas películas de vidro para proteger a gigante tela do smartphone. Aqui temos um carregador que foge do padrão chinês com pinos achatados, cabo USB com padrão C de um lado e A do outro, chavinha para abrir a gaveta do cartão SIM e guias do usuário. Como esperado de um produto chinês, não há fone de ouvido.
Um destaque vai para o cabo USB, sendo mais grosso do que o usual, o que deve entregar uma boa durabilidade. Além disso, o carregador oferecido vem com suporte à tecnologia de carregamento acelerado da Qualcomm, mesmo que o chipset encontrado aqui não seja nenhum Snapdragon.
Como dito, um dos destaques do Maze Alpha é seu corpo de metal e vidro. A qualidade de construção é boa, mas o aparelho é grande e pesado. Ele tem 159,8 mm de altura, 82,5 mm de largura e 8,1 mm de espessura. Talvez o que mais incomode alguns é seu peso de 225g, sendo um dos smartphones mais pesados que já analisamos.
Usar o Maze Alpha com apenas uma mão é algo razoavelmente desconfortável. Além de grandalhão, ele tem uma borda inferior enorme, muito maior do que vemos na linha Mi Mix da Xiaomi. A empresa tentou remover ao máximo a borda superior do aparelho, mas deixou a de baixo exagerada.
Abaixo da tela temos um botão home capacitivo com leitor biométrico incorporado. E assim como no Mi Mix, o Alpha também traz tela no canto inferior direito. Na traseira temos duas câmeras no topo, além de um flash simples de LED. Na parte inferior há apenas o nome da empresa.
O design é bastante simples, mas de boa qualidade. No entanto, o Maze Alpha escorrega com facilidade e não vem com capinha de proteção. Nas laterais temos os botões de energia e volume (direita) e gaveta híbrida de cartão SIM e microSD (esquerda). Na parte superior temos a entrada P2, enquanto na parte inferior há o microfone de chamadas, porta USB-C e alto-falante.
O leitor biométrico do aparelho funciona até bem, mas não é muito rápido. Nesta faixa de preço realmente é complicado encontrar biometria eficiente, mas pelo menos o leitor do Maze Alpha raramente falha.
O Maze Alpha vem com tela gigante de 6 polegadas com painel IPS LCD Full HD (1920 x 1080 pixels). A qualidade é boa pelo preço cobrado, entregando ângulo de visão decente. No entanto, o que mais chama a atenção aqui é o brilho que passa dos 1.000 lux (medição feita com luxímetro). Normalmente só vemos este nível de brilho em aparelhos topo de linha.
A empresa oferece a tecnologia MiraVision, que permite alterar a saturação das cores da tela a gosto do usuário. Temos três perfis para escolher: padrão, vívido e modo usuário. Os dois primeiros permitem escolher entre cores mais precisas ou exageradas na tela do aparelho. O destaque aqui vai para o último modo.
O software permite alterar o contraste, saturação, brilho, nitidez, temperatura e até o contraste dinâmico. Também há a opção de filtro de luz azul para reduzir a fadiga visual ao usar o smartphone no escuro.
Se o Maze Alpha chega a empolgar com sua tela gigante, o mesmo não podemos dizer do som. Ele conta com apenas um alto-falante que entrega som abafado, distorcendo quando o volume está no máximo. E como já citado, o modelo não acompanha fone de ouvido.
De acordo com a Maze, o Alpha vem com chipset Helio P25. No entanto, há alguns detalhes curiosos a serem citados aqui. Este chipset é vendido pela MediaTek com processador octa-core de 2,6 GHz, mas neste smartphone a velocidade nunca passa de 2,4 GHz. Além disso, em apps de análise de hardware é citado que o modelo correto é o MT6757CD, que seria uma versão “capada” do Helio P25, ou melhor, uma versão com overclock do Helio P20.
O mesmo acontece com a GPU presente aqui, a Mali-T880 MP2. No Helio P25 ela chega à velocidade máxima de 1 GHz, mas aqui fica abaixo de 900 MHz. É uma diferença pouca e que não deve impactar no uso real. De qualquer forma é curioso ver a Maze usando de tal prática (há outras chinesas que também fizeram isso antes).
O modelo testado conta com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, além de permitir expandir a memória com cartões microSD de até 256 GB. Realmente é uma oferta generosa da empresa pelo preço que é cobrado no aparelho. Maioria dos smartphones abaixo de R$ 1 mil tem 3 GB de RAM e 32 GB de espaço interno ou até menos.
Em benchmarks temos as seguintes pontuações:
Em um teste mais prático medimos quanto tempo o Maze Alpha leva para abrir uma dúzia de apps. Na lista selecionada temos os apps de Câmera, Galeria e Configurações enquanto outros foram baixados, como Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8.
A abertura foi realizada exatamente nesta ordem, contando o tempo a partir do momento em que o cronômetro foi iniciado e sendo feita uma marcação ao final do primeiro ciclo para vermos se a segunda etapa seria executada mais rapidamente, pois todos os apps e jogos teoricamente já estariam armazenados na RAM.
Na primeira rodada o Alpha levou 1m18s para abrir todos os aplicativos. Na segunda rodada, o smartphone da Maze precisou de apenas 24s. O resultado é bom, mas há smartphones da Xiaomi na mesma faixa de preço que conseguiram terminar este teste mais rápido, como o Redmi 4 Pro e o Note 4X .
FPS | CPU | Memória | |
Asphalt 8 | 28 | 14% | 563 MB |
Asphalt Xtreme | 29 | 12% | 594 MB |
Modern Combat 5 | 21 | 37% | 490 MB |
Injustice 2 | 16 | 9% | 748 MB |
Clash Royale | 58 | 6% | 437 MB |
Subway Surfers | 59 | 16% | 276 MB |
Também testamos alguns jogos, desta vez, medindo as taxas de quadros por segundo e exigência do sistema, com a ajuda do aplicativo GameBench. Os títulos utilizados foram Asphalt 8, Asphalt Xtreme, Modern Combat 5 Injustice 2, Clash Royale e Subway Surfers.
No Asphalt 8, o Maze Alpha usou 14% da CPU e 563 MB de RAM para manter uma taxa média de 28 fps, enquanto com o Asphalt Xtreme tivemos um desempenho ligeiramente melhor (média de 29 fps), com um uso de hardware semelhante: 12% da CPU e 594 MB de RAM.
Foram necessários 37% da CPU e 490 MB de RAM para manter 21 fps em Modern Combat 5, enquanto o jogo de luta Injustice 2 forçou a CPU em apenas 9% com 748 MB de RAM para manter a taxa de quadros por segundo em 16.
Fechando temos Clash Royale com média de 58 fps no uso de apenas 6% da CPU com 437 MB de RAM, enquanto o Subway Surfers exigiu 16% da CPU com 276 MB de RAM para manter 59 fps.
O que fica claro é que a GPU Mali-T880 MP2 é fraca para lidar com jogos recentes na resolução Full HD. Este chip gráfico é mais indicado para smartphones mais simples com tela HD. Mesmo que o chipset do Maze Alpha fosse o Helio P25 padrão, os 100 MHz a mais de GPU não fariam grande diferença aqui.
Além da polêmica do chipset, aqui temos outra envolvendo a câmera. O Alpha conta com dois sensores na traseira, sendo um de 13 megapixels e outro de 5 megapixels. Porém, o secundário serve apenas para auxiliar o primeiro no foco automático, funcionando mais como um sensor de luz do que uma câmera de fato.
Mesmo que o aparelho ofereça o recurso bokeh (para borrar o fundo das imagens em modo retrato), o que ele faz é algo similar ao que temos no Instagram, borrando apenas as bordas da foto. É possível selecionar o nível de intensidade, mas o resultado final está longe do que encontramos em smartphones que realmente desfocam o fundo dos cenários.
Na parte frontal temos uma câmera de 5 megapixels que filma apenas na resolução VGA (480p), enquanto a traseira entrega Full HD. Ambas filmam a 30 quadros por segundo e oferecem uma qualidade razoável, mas pecam por não entregar um sistema de estabilização eficiente.
Apesar de vir com sensor ISOCELL da Samsung, a câmera do Maze Alpha deixa muito a desejar. A representação de cores é ruim, saindo fotos saturadas em ambientes ensolarados e imagens com baixa saturação em momentos registrados com pouca luz. O modo HDR também não faz um bom trabalho diante da limitada faixa dinâmica que a câmera é capaz de alcançar.
Fotos contra o sol saem bastante escuras, diante do problema de exposição prolongada. Em cenários noturnos, a câmera do Maze Alpha também deixa a desejar. Temos fotos muito granuladas, onde objetos distantes não passam de apenas manchas.
Tudo bem que estamos diante de um aparelho que custa em média US$ 200, mas há opções no mercado que oferecem resultados mais decentes. Diante do bom acabamento e tela oferecida, era esperado que a fabricante realizasse cortes de custo em algum lugar, sendo a câmera a maior sacrificada aqui.
O Maze Alpha vem com generosa bateria de 4.000 mAh, uma quantidade suficiente para render um dia inteiro de uso. Em nossos testes, no entanto, a autonomia ficou abaixo do esperado devido ao hardware da MediaTek, que sempre apresenta consumo maior do que as soluções da Qualcomm.
Utilizando o adaptador que a Maze incluiu na caixa do Alpha, com saídas de 5V ou 9V a 2A ou 12V a 1,5A, temos no processo de recarga os tempos de 10 minutos para 8% de carga, 12% de carga após 15 minutos, 26% após meia-hora, 54% após uma hora e um tempo total de 2 horas e 22 minutos para completar a carga na bateria de 4.000 mAh.
Com uma carga completa no Maze Alpha é possível reproduzir vídeos por 11 horas e 2 minutos ou gravar vídeos por 7 horas. Caso você prefira, pode realizar chamadas de voz por 12 horas e 17 minutos ou videochamadas por 5 horas e 34 minutos, ou ainda jogar títulos diversos por cerca de 7 horas (houve um bug no Clash Royale que fez o tempo ser maior do que o real).
Em um teste mais real, tiramos o aparelho da tomada às 7h da manhã e chegamos ao seguintes resultados:
Bateria do Maze Alpha até que rende bem, ficando no nível de outros modelos básicos e até melhor do que alguns smartphones mais caros. Para que o aparelho chegue ao final do dia com carga, será preciso fazer um uso mais leve.
O Maze Alpha vem com Android 7.0 Nougat. Atualmente o aparelho está com pacote de segurança de setembro de 2017, o que mostra que a empresa não é muito boa em atualizações do Android. Sem falar que não há qualquer prazo de quando veremos o Oreo chegar ao aparelho.
As poucas modificações na interface devem agradar muitos usuários do Android, mas mesmo contando com processador octa-core e 4 GB de RAM, o Alpha engasga com frequência, até mesmo chegando a travar em alguns apps e jogos, como aconteceu com o Subway Surfers algumas vezes.
As animações também pecam em fluidez, o que é algo comum de se ver em aparelhos de baixo custo, infelizmente. De qualquer forma, pelo hardware entregue era esperado ver um desempenho melhor no geral.
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