M o t o r o l a E d g e 2 0

O Edge 20 vai atrair a atenção daqueles que curtem celular fininho. Ele tem apenas 7mm de espessura e este é seu grande atrativo comparado aos demais da linha e dos principais celulares premium do mercado. Ele fica situado acima do Edge 20 Lite , porém não traz todas as tecnologias presentes no Edge 20 Pro . E mais uma vez surge aquele dilema: será que o modelo do meio é o que tem o melhor custo-benefício da família? Vamos conferir.

O Moto Edge 20 vem em caixa mais tradicional, diferente do Pro que vem com modelo completo com cabo HDMI. Na caixa, você encontra os seguintes acessórios:

Em nossa análise do Edge 20 Pro comentamos sobre a falta de curvatura na tela do aparelho, que foi o grande apelo da geração passada. O Edge 20 vai além, sendo o mais plano dos três aparelhos, seja na parte frontal ou traseira. Ele tem laterais de metal com acabamento fosco e traseira em plástico que não compromete a qualidade premium proposta.

O Edge 20 não se destaca apenas por ser fino, mas ele também é mais leve do que estamos acostumados a ver em celulares mais avançados. Enquanto muitos aparelhos passam dos 200g, o da Motorola pesa apenas 163g. Há proteção contra respingos, mas seria bom ver certificação IP para resistência completa contra água.

A parte frontal tem proteção Gorilla Glass 3 contra riscos e impactos. A moldura ao redor da tela não apresenta bordas muito largas. A traseira em plástico fosco vem em duas opções de cores: preta ou branca. Ambas as tonalidades possuem efeito cromático com pequenos tons diferentes a depender do ângulo da luz refletindo na traseira.

O leitor biométrico está na lateral direita integrado ao botão de energia; ele funciona bem e reconhece a digital rapidamente. Acima dele temos a tecla de controle de volume; enquanto do lado esquerdo há apenas um botão para o Google Assistente. No topo há um microfone; enquanto na parte inferior temos um segundo microfone, a porta USB-C, o alto-falante e a gaveta para dois chips, mas sem possibilidade de expandir a memória com microSD.

O Edge 20 tem suporte a redes 5G, vem com Wi-Fi de sexta geração compatível com redes 5 GHz, Bluetooth 5.2 e NFC.

A Motorola decidiu apostar no mesmo tamanho de tela em toda a linha e aqui também temos 6,7 polegadas com resolução Full HD+. O painel OLED traz taxa de 144 Hz, assim como na variante Pro e entrega fluidez muito superior ao Lite que está limitado a 90 Hz. O brilho é forte, mas não a ponto de concorrer com celulares top de linha, porém tem suporte a HDR10+ e consegue exibir mais de 1 bilhão de cores.

Há opção de atualização dinâmica a 120 Hz que regula a velocidade da tela e depender da necessidade, o que ajuda a economizar bateria. O sensor de toque opera a 576Hz, o que garante pouco atraso nos comandos, sendo um adicional para gamers. Há dois perfis de calibração, com o Saturado puxando para tons frios. O Natural é mais equilibrado e apresenta cores próximas da realidade.

O Edge 20 é mais um celular avançado da Motorola que peca por não ter dois alto-falantes, o que acaba limitando a experiência multimídia com som apenas mono. A potência é decente e a qualidade do áudio garante boa reprodução em médios, baixos e agudos. Ele vem com o mesmo fone de ouvido da versão mais cara que entrega bom conforto e qualidade sonora.

A diferença é que esse tem plug tradicional e o Edge 20 não possui conexão P2 para fones de ouvido. Pelo menos, a Motorola manda na caixa um adaptador para USB.

Equipando o Edge 20 temos a plataforma Snapdragon 778G, encontrada em poucas opções de intermediários até o momento. Em nosso teste de velocidade tivemos um bom tempo de resposta no multitarefas com o aparelho segurando todos os apps abertos em seus 8 GB de RAM. Ele ficou abaixo do Pro e acima do Lite, o que já era esperado.

O mesmo acontece em benchmarks com o Edge 20 dando uma boa diferença nas pontuações comparado a rivais de outras marcas. Ele chegou a conquistar mais de 400 mil pontos no AnTuTu, mas não chega nem perto do 600 mil alcançados pelo Edge 20 Pro.

E nos jogos? O Pro rodou bem todos os games que testamos. E este com hardware mais fraco também dá conta? No Call of Duty conseguimos colocar na qualidade Muito Alta e tudo ativado. A mesma coisa aconteceu com o PUBG que entregou boa fluidez na configuração HDR e molduras no Alto com altialising ativo. Games casuais como Subway Surfers rodam suave na fluidez máxima que a tela permite.

Para deixar o Edge 20 fino, a Motorola teve que sacrificar a bateria. Ele é o que tem a menor capacidade dos três modelos da linha e é justamente o que entrega a pior autonomia. Ainda assim é capaz de durar o dia todo, desde que você não abuse do brilho da tela ou jogue muito no celular.

A vantagem de ter uma bateria menor é que ele passa menos tempo na tomada, já que vem com o mesmo carregador TurboPower de 30W dos demais. Para ir de 0 a 100% é preciso esperar menos de uma hora. Em 15 minutos de carga temos 35% recuperados, chegando a 64% com meia hora.

O conjunto fotográfico é formado por uma câmera principal de 108 MP, uma ultra-wide de 16 MP e uma teleobjetiva de 8 MP com zoom óptico de 3x. A frontal é a mesma de 32 MP dos demais e tem foco fixo.

O Edge 20 salva as fotos em 12 MP por padrão e apresenta boa qualidade fotográfica como esperado deste sensor ISOCELL da Samsung. Porém, vimos o mesmo exagero no pós-processamento e assim como nos demais da linha as fotos saem com excesso de nitidez deixando algumas imagens meio artificiais. Uma forma de reduzir esse problema é usar a resolução máxima da câmera e assim terá fotos com nitidez correta e cores mais próximas da realidade.

A ultra-wide consegue enquadrar muito dos cenários e não apresentou borrões ou distorções nos cantos das fotos. Por outro lado, os pequenos detalhes saem perdidos, especialmente à noite. Essa câmera tem modo macro graças à presença de foco automático. A qualidade é decente e as cores ficam dentro do esperado. Mas em uma das fotos que tiramos tivemos umas manchas verdes sem explicação.

O Edge 20 não possui câmera dedicada para desfoque, mas é possível usar o modo retrato com a principal ou a teleobjetiva. A diferença fica para o que você deseja fotografar. Se for um grupo de pessoas, então a principal faz um bom trabalho, mas se for algo menor e mais específico é melhor deixar a teleobjetiva para isso.

A câmera teleobjetiva empolga por ter zoom óptico de 3x, o que permite ir longe sem perder muita qualidade. A parte sem sentido é que o software da Motorola faz upscale na resolução para resultar em fotos de 12 MP. Pense da seguinte forma: você teria uma foto em 8 MP com boa nitidez, mas a imagem é esticada e põe tudo a perder.

Pelo menos o modo noturno funciona bem no Edge 20 e ajuda a recuperar detalhes perdidos na escuridão sem comprometer as fotos com excesso de ruídos. Infelizmente, este modo não está disponível na ultra-wide, o que deixa a lente mais ampla limitada em cenários escuros.

A câmera frontal registra boas selfies em locais claros ou escuros. Pode não ser as fotos mais nítidas e detalhadas do segmento, mas está bem acima do que vimos no Edge 20 Lite. O modo retrato funciona bem e apresenta poucos erros, além de manter o HDR ligado em locais com excesso de luz.

A filmadora grava a no máximo 4K 30 fps, mas a estabilização eletrônica só está disponível em Full HD. A qualidade das filmagens é decente e com cores que pecam um pouco em saturação. O foco automático é bastante lerdo em algumas situações, mas o celular lida bem com tremidos. A captura de áudio é estéreo e de boa qualidade. Há opção de zoom no áudio para você focar no que realmente importa.

O Edge 20 sai da caixa com Android 11, mas estava com pacote de segurança defasado quando testamos, o que mostra que a Motorola não dá a mesma atenção a todos os seus aparelhos. Ele vem com versão quase completa do Ready For com suporte a miracast para usar uma tela maior como monitor ou mesmo ser usado como webcam no PC via USB, diferente do Edge 20 Lite que funciona apenas no PC via cabo USB. Porém, não tão completo quanto no Edge 20 Pro.

Com relação ao software em si, temos ótima fluidez graças à tela de 144 Hz. Também não podemos negar que a Motorola se esforçou mais nesta linha para deixar o sistema bem leve.

Os recursos são os mesmos de outros da marca e estão agrupados no app Moto. Além disso, há um criador de GIFs que faz uma gravação de uma parte da tela para gerar memes instantâneos para você compartilhar.

A Motorola promete duas grandes atualizações do sistema para essa linha, o que deve garantir o Android 13 lá para 2023.

Ficou balançado pelo Edge 20 depois de ver seus prós e contras? Quais outras opções temos neste segmento? O Galaxy A72 seria o celular mais premium da Samsung desconsiderando seus top de linha. Ele traz resistência contra água e tem tela do mesmo tamanho e com tecnologia Super AMOLED, mas o painel é apenas 90 Hz. Por outro lado, tem som estéreo para melhor experiência multimídia. O A72 pode até não ter avançada câmera de 108 MP, mas manda bem em fotos e também tem zoom óptico de 3x que entrega melhor qualidade.

O Poco F3 é um bom celular premium da Xiaomi com preço mais em conta. Ele tem tela de 120 Hz e som estéreo, entrega desempenho próximo e sua bateria dura mais. Porém, suas câmeras são mais limitadas e ele grava vídeos apenas em Full HD com a frontal.

Vale pagar mais no Edge 20 ou o Lite é melhor compra? O mais barato é um pouco mais lento, tem pior desempenho em jogos, tela de apenas 90 Hz, Ready For capado, câmeras muito piores, mas a bateria dura muito mais.

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