A linha Moto E era a mais básica da Motorola até 2016. Este ano, a empresa decidiu apostar em um segmento mais básico com um smartphone ainda mais simples. Para o mercado nacional, recebemos o modelo C Plus, que tem como destaque oferecer uma generosa bateria de 4.000 mAh para conquistar o público que busca um celular com longa autonomia, mas que não custa muito.
O Moto C Plus foi lançado no mercado nacional por R$ 699, mas atualmente é possível encontrá-lo por aproximadamente R$ 500. Será que a nova aposta da Lenovo/Motorola chega entregando bom custo-benefício?
O Moto C Plus vem em embalagem bastante colorida que aposta em elementos chamativos para conquistar o público brasileiro. Na parte frontal temos a imagem de dois picolés sob o logo da marca, enquanto o nome da Lenovo aparece no canto inferior direito. Além disso, há o desenho de uma bateria abaixo para mostrar que o foco do C Plus é oferecer ótima autonomia.
Esta alegação é reforçada na traseira da embalagem, onde a Motorola repete duas vezes que o aparelho conta com imensa bateria de 4.000 mAh, que rende mais de um dia de uso. Isso saberemos com nossos testes de bateria, mas por enquanto podemos esperar que o C Plus realmente não decepcione quando o assunto é sua autonomia.
Na embalagem encontramos, além do smartphone, um carregador de parede com 2A de saída entregando um total de 10W, o que deve acelerar o carregamento da bateria. Temos também um cabo USB tradicional, fone de ouvido básico, uma antena para a TV digital e o guia de usuário com algumas informações sobre a câmera e TV.
O Moto C Plus é um smartphone de entrada, e como tal, seu acabamento é bastante simples. A tampa traseira de plástico rígido é removível, o que permite não apenas termos acesso à bateria, que também é removível, mas também aos slots para cartão SIM e também o de microSD.
O aparelho conta com 144 milímetros de altura por 72,3 milímetros de largura. Por ter uma bateria generosa, ele acaba sendo gordinho com 10 milímetros de espessura, mas se oferecer ótima autonomia isso não será um problema para muitos. No geral, o acabamento é bastante simples, algo já esperado nesta faixa de preço.
Na lateral direita temos o botão para ligar e desligar, além das teclas de volume. Do lado esquerdo não há nenhum botão, enquanto na parte superior temos a entrada micro USB, que foge do tradicional, além da entrada P2 para fones de ouvido. Por fim, na lateral inferior temos o microfone de chamadas e um corte na tampa para facilitar sua remoção.
O alto-falante fica posicionado na traseira do aparelho, no canto inferior. No centro temos o clássico logo da Motorola, enquanto acima disso encontramos a câmera principal e o flash em LED. Na parte frontal há também um flash para oferecer selfies mais claras, enquanto abaixo da tela encontramos botões capacitivos para controle do Android.
A tela do aparelho tem 5 polegadas com resolução HD. O painel é TFT LCD, mas à primeira vista oferece boa qualidade, com alto brilho e ângulo de visão decente. Mesmo não vindo com tela IPS, a tela do aparelho não deixa a desejar para a concorrência.
Em nossa medição de brilho com ajuda de um luxímetro, a tela do Moto C Plus passou de 500 lux com uma imagem totalmente branca. Com o site do TudoCelular aberto no Chrome, registramos uma média de 400 lux. Este é um valor decente para um smartphone básico, ficando acima do que é oferecido pela LG em sua linha K, por exemplo.
O painel usado pela Motorola é simples mas oferece bom contraste e reprodução de cores. Não tivemos problema com cores lavadas ou ângulo de visão muito limitado, como é normal ver em telas TFT de má qualidade. Em som, no entanto, o aparelho não empolga. Seu alto-falante na traseira distorce com facilidade.
O fone de ouvido que acompanha o aparelho é simples ao extremo; oferece um som com graves abafados e médios quase inexistentes. Ele conta com botão dedicado no fio para atender chamadas e também traz um microfone incorporado.
O Moto C Plus vem com chipset MediaTek MT6737 com processador quad-core de 1,3 GHz, GPU Mali-T720 MP2 e 1 GB de RAM. Este é o mesmo chipset presente nos recentes lançamentos da linha Moto E da empresa. O diferencial fica apenas na quantidade de memória.
E como visto em outros smartphones testados com este hardware da MediaTek, o Moto C Plus apresenta resultados nada empolgantes, seja em benchmarks ou em uso real. O maior problema está no fato de ter apenas 1 GB de RAM, o que limita muito a experiência com o aparelho. É normal ver seus apps fechando o tempo todo ou mesmo o smartphone parando de responder por alguns segundos.
Usamos a ferramenta Gamebench para medir a taxa de quadros por segundo em jogos, mas, infelizmente, o Moto C Plus não conseguiu segurar a ferramenta aberta enquanto jogávamos Asphalt 8 e Modern Combat 5. Mas o que vimos é que ambos os títulos ficam abaixo de 30 FPS pela lentidão apresentada. Subway Surfers teve média de 52 FPS, de acordo com o GameBench.
Em uma abordagem mais prática, abrimos 12 aplicativos em seguida, sendo o primeiro deles o de relógio para iniciarmos o cronômetro. A ordem de abertura dos aplicativos é a seguinte: Câmera, Galeria e Configurações, apps nativos, e outros baixados da Play Store, como o Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8. Por aqui, realizamos dois ciclos de abertura dos aplicativos na mesma ordem, contando apenas as "voltas" no cronômetro nativo.
Na primeira rodada o Moto C Plus levou 2 minutos e 28 segundos para abrir todos os aplicativos, enquanto na segunda rodada foram necessários 2 minutos e 23 segundos para reabrir todos os apps. Este resultado já era esperado para um aparelho com apenas 1 GB de RAM que teve que recarregar todos os apps na segunda rodada.
Se a Motorola tivesse colocado mais RAM no aparelho, talvez até mesmo 500 MB a mais, veríamos uma diferença considerável no teste.
Moto C Plus oferece uma câmera traseira de 8 megapixels com abertura f/2.2 capaz de gravar na resolução HD. Na parte frontal temos uma câmera de apenas 2 megapixels com abertura f/2.8, mas que grava apenas em VGA com o app nativo de câmera. No entanto, ao usar o app Open Camera é possível gravar em HD com a frontal também.
O aparelho conta com flash em ambas as câmeras, mas nenhum dos dois faz um bom trabalho. Se você curte tirar selfies à noite, esqueça o Moto C Plus, sua câmera frontal já deixa a desejar em ambientes iluminados e em ambientes escuros os resultados são ainda piores. Filmar à noite também é uma tarefa complicada, já que a câmera perde todos os detalhes da cena.
O aplicativo de câmera da Motorola oferece controle de HDR e o recurso de embelezamento de rosto. Infelizmente não há controles manuais, mas como estamos diante de um aparelho básico isso já era esperado. A câmera permite tirar selfies por sorriso. Desta forma, você precisa apenas sorrir para que a foto seja salva.
O Moto C Plus traz generosa bateria de 4.000 mAh. Motorola alega que o carregador de 2A fornecido junto com aparelho recarrega rapidamente esta bateria, mas em nossos testes foram necessárias 3 horas e 42 minutos para fazer a bateria ir de 0 a 100%.
Foi possível reproduzir vídeos por 14h25 minutos com uma carga de bateria ou gravar vídeos por 7h42min. Para aqueles que buscam um smartphone para chamadas, o Moto C Plus aguenta 23h de ligações via 3G ou 6h59min de videochamadas via Skype. O ponto negativo fica para o tempo de recarga, que mesmo com um carregador de 5V e 2A, leva 3h42min para fazer a bateria ir de 0% a 100%.
Em um teste mais prático usamos o aparelho por 21 horas com um total de 10 horas e 32 minutos com a tela ligada durante o teste.
Realizamos 15 ciclos completos de testes, que incluíram:
Aqui temos o Android 7.0 Nougat e a interface da Motorola que entrega algo muito próximo ao que vemos na linha Nexus e Pixel. No entanto, dos 8 GB de memória, metade é devorada pelo Android. Desta forma, a compra de um cartão microSD torna-se obrigatória aqui.
O Moto C Plus conta com TV digital e rádio FM e pelo que vimos inicialmente ambos os recursos funcionam bem. A TV, no entanto, é do tipo 1Seg, desta forma, o conteúdo é exibido em baixa qualidade ficando abaixo de 240p, mas suficiente para acompanhar um jogo ou seu programa de TV enquanto estiver fora de casa.
O aplicativo permite gravar o conteúdo exibido para ser assistido posteriormente. Mas não dá muitas opções de controle para assistir TV enquanto realiza outras tarefas no aparelho. No geral, o sistema engasga com frequência, mas isso acontece devido à pouca quantidade de memória.
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