A Motorola, mesmo que com uma bem sucedida linha G, resolveu criar um aparelho para entrar num mercado que está procurando algo ainda mais barato. O Moto E chegou com esta pegada no ano passado e se deu bem, mas a receita não se repetiu neste ano e a empresa pisou na bola ao criar um aparelho mais parrudo e com preço muito próximo de um modelo com melhores configurações: o Moto G. Por dentro temos um processador Snapdragon 410 rodando quatro núcleos em 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e GPU Adreno 306. A embalagem segue exatamente o mesmo padrão adotado pela marca desde o primeiro Moto G, ou seja, caixa com abertura lateral e que é limitada ao espaço necessário para os acessórios que vão junto do aparelho - o que é muito bom.
Do lado de dentro encontramos o celular deitado em um pequeno apoio, com duas laterais extras (ele não conta com tampa traseira removível, mas sim a lateral inteira) em cores diferentes (por aqui temos turquesa e roxa, além da preta que já vem no celular), cabo de dados microUSB, fone de ouvido com microfone embutido, carregador de tomada com porta USB, antena para captar sinais de TV digital e, por fim, manuais de instruções.
Pouco mudou no Moto E de primeira para segunda geração, com foco na parte frontal que perdeu uma das grelhas, da traseira que ficou mais áspera e da borda, que agora é removível e oferece opção para trocar de cor e acessar o slot para cartões microSD e também o SIM card. Na parte da frente temos uma tela de 4.5 polegadas com tecnologia IPS, 960 x 540 pixels de resolução, densidade aproximada de 245 pixels por polegada, proteção Gorilla Glass 3 e também para marcas de dedos - que, neste caso, facilita a limpeza e remoção das digitais que ficam na tela. Ainda por aqui, temos alto-falante (um só, nada de estéreo), câmera frontal VGA e mais nada.
Os botões de liga/desliga e para controle de volume ficam no lado direito, enquanto a extremidade oposta não apresenta qualquer entrada ou interface.
Abaixo está a entrada microUSB e o microfone para chamadas. Na parte superior, temos a conexão para fones de ouvido no padrão P2, que suporta fones com microfone embutido no mesmo cabo.
As entradas para SIM card (são duas) e para cartão microSD (com suporte para até 32 GB) estão do lado de dentro do contorno do aparelho e são acessadas a partir de uma alça, que remove toda a borda. A bateria não pode ser acessada pelo usuário, mas conta com 2.390mAh, quantidade bem acima de seu antecessor e que é capaz de fazer o aparelho durar um dia e meio, em uso moderado. Entenda isso como: acesso esporádico em apps que conversam com a internet, alguma navegação em GPS e poucos jogos por dia.
Olhando em números, o Moto E de segunda geração ficou maior do que o de primeira e mais pesado, mas manteve a espessura que utilizou no ano passado. Ele continua com uma ligeira curvatura na parte traseira e isso garante uma pegada mais confortável, que fica ainda melhor quando olhamos para a textura levemente áspera que está por ali. Suas medidas são: 129,9 milímetros de altura, por 66,8 milímetros de largura e 12,3 milímetros de espessura. Tudo isso somado aos 145 gramas de peso total - já com a parte removível instalada.
Como o gadget continua pequeno, ele pode conviver em um bolso de calça jeans com mais conforto do que praticamente qualquer concorrente direto - com exceção de gadgets mais finos, como alguns Galaxy de baixo custo.
A Motorola deu um tapa no hardware que equipava a versão anterior do Moto E, mas sem mudanças drásticas como as ocorridas entre a primeira e segunda geração do Moto X. Por aqui, temos duas versões de hardware que dependem da conexão escolhida e da capacidade de armazenamento interno. Se sua escolha for pelo aparelho mais simples e mais em conta, você leva um processador Qualcomm Snapdragon 200 rodando quatro núcleos Cortex-A7 em 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM, GPU Adreno 302 e 8 GB de espaço interno, sem possibilidade de trabalhar com 4G. Se sua escolha incluir 4G e você quiser o dobro de memória interna, sua escolha resulta em um Snapdragon 410 rodando a mesma quantidade de núcleos e de velocidade deles, mas com um Cortex-A53, GPU Adreno 306 e 16 GB de memória interna. Ambos os modelos entregam 1 GB de memória RAM e um slot para microSD de até 32 GB. A unidade de testes que a Motorola nos enviou é a mais parruda e com TV Digital, que apresentou desempenho bastante satisfatório para um celular de hardware mediano. Em momento algum encontrei travamentos do sistema operacional, ou engasgos em animações - quando alguns apps já estavam abertos no fundo. Este ponto positivo acontece por conta do Android pouco modificado, quase que puro ao que o Google entrega aos fabricantes - ponto realmente positivo, já que há poucos apps pré-instalados e praticamente nenhuma alteração para o processador lidar com ela.
Assim como em outros aparelhos da linha Moto, o Moto E entrega quatro apps instalados e que realmente são úteis para o usuário. A lista começa com o "Ajuda", que funciona como um "tira-dúvidas" de todos os recursos e ferramentas do smartphones, junto da possibilidade de ligar para a assistência da Motorola, ou mesmo iniciar uma conversa via chat online. Todas as dicas são passadas em um tutorial lúdico e simples de entender, perfeito para os marinheiros de primeira viagem. O segundo app é o Alerta, que envia informações de sua localização para um contato específico (configurado manualmente, você que escolhe) e ainda liga para a polícia, caso algo de errado esteja acontecendo - ele até abre o áudio, para que você não precise falar. Passando adiante, há o Migração Motorola, capaz de importar diversos dados de outro smartphone (seja ele um iOS, Android ou até um celular mais simples), junto do Moto. Este último é o mais especial, já que ele nasceu no Moto X e entrega alguns recursos para o irmão mais novo e menos musculoso da Motorola.
Nele, você pode configurar para ligar a câmera ao balançar o celular (como o movimento de acelerar uma moto), receber notificações na tela sem ligar a tela inteira (este recurso não economiza energia, já que o display é IPS e não AMOLED) e até o Assist, que pode ajustar algumas configurações enquanto você dorme (neste caso, ele desliga notificações e não liga a tela quando algo acontecer) e silenciar o telefone enquanto você estiver em uma reunião, junto do envio de uma mensagem de texto para quem te ligar, dizendo que está ocupado.
Tudo funciona perfeitamente, não entra em um mundo de apps desnecessários (alô Samsung!), mas o app de migração poderia receber a opção de ser desinstalado - afinal de contas, você muda de um telefone antigo para este apenas uma vez, né? O navegador é o Chrome, que renderiza páginas com certa rapidez, permite sincronizar dados com o Chrome de outros dispositivos (seja ele um iOS, Android ou até mesmo um tablet ou computador) e reduzir o consumo de dados ao diminuir o tamanho das páginas.
Por fim, temos o app de TV digital, que infelizmente trabalha com o padrão 1-seg. Este padrão é o mais prático e móvel, já que exige pouco do processador para lidar com as imagens, que chegam em baixa resolução (320 x 240 pixels, contra os 1280 x 720 pixels do FullSeg). A qualidade das imagens é baixa e você nota facilmente os pixels que formam o conjunto - porém, assistir ao futebol ou a novela, com certa distância dos olhos, não é tão ruim assim. O app permite gravar o que está passando e até agendar uma gravação futura. Ele exibe a sinopse do conteúdo e a lista de programação dos canais.
A GPU que integra o poder de fogo do Moto E é uma Adreno 306 (ou Adreno 302, para a versão 3G), que é suficiente para jogos mais leve e casuais, como Minion Rush. Porém, em jogos pesados e com gráficos de ponta, como o Asphalt 8: Airborne, a realidade é outra - o que não é bem um ponto negativo, já que este smartphone é o mais barato da Motorola e digno de um desempenho mediano, mas faz um pouco além disso. O Asphalt rodou com raríssimas quedas na taxa de quadros por segundo e com detalhes um pouco menores do que aparelhos mais fortes, como o Moto X - afinal, a Gameloft identifica a capacidade do hardware e diminui o consumo da CPU e GPU, para entregar melhor desempenho possível.
O tocador de músicas é padrão do Google, sem alteração pela Motorola. Sua única função além de rodar arquivos MP3, é de acessar as músicas que estão no Google Music, na nuvem. Nativamente, o Moto E trabalha com MP3, eAAC+, WAV e Flac, sem a necessidade de qualquer aplicativo para rodar estes formatos.
Assim como outros aparelhos mais recentes da Motorola, não há player de vídeo nativo. A única forma de assistir um vídeo sem app terceiros, é pela galeria de fotos do Android. Conseguimos rodar um MP4 em Full HD, sem quaisquer engasgos e travadas. O desempenho foi bom, bem acima de seus concorrentes. Nativamente, o gadget consegue identificar e abrir os formatos DviX, WMV, MP4 e H.264.
A câmera traseira conta com um sensor de 5 megapixels, capaz de fotografar em até 2592 x 1944 pixels e entrega bons resultados para fotos que são tiradas em ambientes com boa iluminação ou com a luz do dia. Em fotos noturnas, o resultado não é bacana e o contraste de cores fica bem abaixo da média - mas, por outro lado, a Motorola conseguiu melhorar a qualidade que existia no primeiro Moto E e as fotos noturnas estão um pouco melhores.
Há, nesta nova geração, uma câmera frontal com resolução VGA. Não espere as selfies mais bem definidas e com melhores qualidades possíveis. Outros concorrentes conseguem melhores resultados, como alguns smartphones da LG e até da Samsung, com imagens mais nítidas. Os vídeos são filmados em até 720p, com qualidade que lembra o que temos em fotos e, também como novidade para esta geração, é possível filmar em 720p e em câmera lenta (infelizmente não há áudio nestes vídeos).
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