Motorola lançou este mês o Moto E6 Plus , seu novo smartphone basicão que fica abaixo da linha Moto G7, mas que chega com preço acima do modelo mais básico da linha.
Seu design foi renovado e traz mais câmera do que antes e também adota entalhe como os demais da linha G7. Quais diferenciais oferece o Moto E6 Plus, é isso que você descobre agora com a análise completa do TudoCelular.
O Moto E6 Plus vem em caixa laranja com tom chamativo, talvez uma possível alusão às opções de cores. Ele vem com acessórios que não víamos faz um bom tempo:
Fazia tempo que não víamos um celular com bateria removível, mas o que chama a atenção é o adaptador para micro SIM, algo também em extinção.
O E6 Plus traz design mais moderno com bordas mais finas e entalhe no topo, assim como os modelos da família G7. Isso deixou ele mais compacto, temos 155,6 x 73,1 mm contra 160,9 x 75,3 mm de antes. Ele também está mais fino e leve devido à menor bateria.
Apesar do seu acabamento em plástico, a empresa adotou cores mais elegantes para atrair o público jovem, como a opção em vermelho brilhante, o cinza metálico e até mesmo a cor Rubi.
Um detalhe curioso é que a tampa traseira é removível, algo que foi deixado de lado pelas fabricantes e até pela própria Motorola que não tinha adotado este design no Moto E5 Plus .
A boa notícia é que você tem acesso à bateria, que também é removível. Mas em troca a capacidade energética foi reduzida bastante, o que vai comprometer a autonomia.
Ao tirar a tampa você também tem acesso aos dois slots para chip, sendo um no tamanho nano e outro micro. Há também um slot para microSD. Isso nos faz lembrar os antigos celulares básicos lá de 2016 que foram sumindo do mercado a partir de 2017.
Há leitor biométrico na traseira onde fica a clássica logo da Motorola. Ele funciona bem e reconhece a digital de primeira na maioria das vezes. Também há biometria por facial, mas a diferença na velocidade do desbloqueio é mínima.
Sua tela continua IPS LCD e ganhou alguns pixels a mais. Agora a resolução salta para 720 x 1560, sendo uma pequena diferença para o que tínhamos antes.
Assistir vídeos nas 6,1 polegadas do E6 Plus será uma boa experiência desde que evite locais com forte iluminação. O nível máximo do brilho não é alto, como típico de um celular básico da Motorola, e o reflexo do vidro é maior do que normalmente vemos nesta categoria.
Há apenas um alto-falante na parte inferior que entrega boa potência sonora. A qualidade do som em si não é das melhores e fica abaixo de outros nessa faixa de preço, especialmente se comparado com os novos básicos da LG.
O mesmo acontece com o fone de ouvido que vem junto: faz apenas o básico e não empolga em som.
Resultados em benchmarks:
Motorola trocou Qualcomm por MediaTek. Sai o processador quad-core de antes e entra o Helio P22 com oito núcleos e velocidade superior.
Era esperado ver um salto considerável no desempenho, mas isso não aconteceu. O E6 Plus é um pouco mais rápido que o Moto E5 , e parte da culpa pode estar nos mesmos 2 GB de RAM.
Esse modelo também foi lançado com o dobro de memória. Depois veremos se isso realmente faz diferença. A verdade é que o E6 Plus é mais lento que o G7 Play e rivais de outras marcas.
A diferença maior fica para benchmarks, mostrando que o Helio P22 tem mais força que o Snapdragon 425 de antes, especialmente em GPU.
Em jogos, no entanto, a diferença foi pouca. O Moto E6 Plus ainda sofre para entregar uma experiência suave. Até mesmo games mais antigos como Asphalt 8 e Modern Combat 5 não rodam a 30 fps constantes.
Usamos a ferramenta Gamebench para medir o desempenho em jogos no Moto E6 Plus:
JOGOS | FPS |
Asphalt 8 | 26 |
Asphalt 9 | 23 |
Injustice 2 | 29 |
Modern Combat 5 | 24 |
PUBG Mobile | 25 |
Subway Surfers | 59 |
Vainglory | 39 |
Caso tenha interesse em testar o desempenho em jogos no seu Android, basta fazer o download do Gamebench via Play Store .
A câmera principal agora traz 13 MP, sendo um pequeno avanço em resolução para o antecessor. A novidade mesmo fica para a secundária de 2 MP que cuida de fazer o desfoque com o modo retrato.
A qualidade é básica, como esperado de um celular de entrada. É possível tirar boas fotos quando a iluminação está a seu favor.
Em alguns cenários ele sofre para regular a exposição e temos fotos com céu estourado, enquanto em outros cenários há um melhor equilíbrio entre brilho e contraste.
A câmera secundária tem como único objetivo desfocar o fundo. O resultado não é bom. O contorno é mal aplicado e isso fica mais evidente ao redor da cabeça da pessoa fotografada.
A frontal também permite usar o efeito de desfoque com ajuda apenas do software. O efeito é igualmente limitado e não é possível ajustar depois que a foto é capturada como outros da Motorola permitem.
Fotos à noite é o grande ponto fraco de celulares básicos e aqui o Moto E6 Plus deixa isso bem evidente. Você terá fotos bastante escuras com nível acentuado de ruídos, que ficam ainda mais visíveis quando se usa o modo retrato.
Ele não possui flash LED dedicado para a câmera frontal como o modelo anterior, mas traz uma solução via software que pisca a tela na cor branca para iluminar seu rosto na hora de tirar a foto... e até que funciona bem.
Enquanto o G7 Play permite gravar vídeos em 4K, este fica limitado apenas à resolução Full HD. A qualidade é decente de dia, só à noite que será difícil enxergar algo que esteja longe da câmera.
O foco automático é um pouco lerdo e nem sempre acerta o objeto de primeira e fica ainda pior em locais mais escuros. Por não ter estabilização os vídeos saem tremidos, como esperado de aparelhos nessa categoria. Só peca mais por gravar áudio mono.
O E5 Plus veio com generosa bateria de 5.000 mAh, mas o seu sucessor acabou cortando esta capacidade para apenas 3.000 mAh. Esse é o preço a se pagar para ter uma bateria removível.
Sua autonomia é boa, sendo possível usar o celular o dia todo sem precisar sair de casa com o carregador. Ele fica abaixo dos concorrentes que trazem baterias mais generosas, mas o pior do E6 Plus é o tempo de recarga.
Ele vem com carregador de 10W que pode ser uma boa potência para um celular com bateria pequena, mas acontece que ele demora quase 4 horas para chegar a 100%. Suspeitamos que o gargalo esteja na conexão micro USB que não consegue explorar toda a potência do carregador. Independente de carregá-lo no PC ou na tomada vai demorar o mesmo.
É quase o dobro do tempo do que temos em celulares básicos da Samsung, Xiaomi e até da própria Motorola.
Assim como demais celulares da marca, o E6 Plus vem com Android mais puro. Este aqui é até mais limpo que os modelos da linha Moto G7.
A empresa deixou de lado os seus aplicativos que trazem alguns recursos extras como os gestos para abrir a câmera ou ligar a lanterna.
Há apenas o Moto Ajuda que traz informações sobre a garantia do aparelho e uma versão digital do manual do usuário.
Não chega a ser a mesma experiência que temos com o Android One, já que não há garantias de que o E6 Plus será atualizado para versões futuras do sistema.
O Moto E6 Plus é um celular perdido dentro do portfólio da Motorola. Por ser o novo basicão da marca ele deveria custar menos que o G7 Play que entrega melhor desempenho, bateria e câmera.
Nesta faixa de preço é possível encontrar o Galaxy A20 que também tem melhor desempenho e bateria, além de passar muito menos tempo na tomada.
Para modelos importados há o Redmi 7 que pode ser encontrado no Brasil pelo mesmo valor. Este é ainda mais rápido e tem como grande vantagem suas câmeras, especialmente a frontal que registra selfies muito melhores.
Se desempenho é o que mais importa para você, o LG K12 Plus é uma boa aposta. Sua bateria também rende bem e recarrega muito mais rápido que este modelo da Motorola.
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