M o t o r o l a M o t o G 1 0 P o w e r

Depois de analisarmos o Moto G10 , G20 , G30 , G60 e G100 chegou a vez do G10 Power, o baratinho da Motorola que tem uma única missão: ser o novo rei em autonomia. Será que finalmente superaremos o G7 Power ? Será que bateria é seu único atrativo? O que muda para o Moto G10 normal? Vamos conferir tudo isso nesta análise completa do TudoCelular.

O Moto G10 Power vem em embalagem escura com o logo branco da Motorola e o nome do aparelho em verde. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

O Moto G10 Power herda o design do seu irmão e aqui temos quase a mesma carcaça. A diferença é que o Power é mais gordinho para abrigar a bateria maior. É um celular com corpo de plástico que possui textura na traseira para melhor pegada. Ele pode ser encontrado nas cores cinza e azul.

A linha Moto G foi rebaixada este ano e o G10 não é um sucessor direto do Moto G anterior, mas sim da linha Moto E. Podemos dizer o mesmo do Power que não é superior ao G9 Power lançado em 2020. O novo é mais simples, perde a câmera em furo e traz uma tradicional em formato de gota, a tela é menor e o hardware inferior.

O bom da tela ter encolhido é que agora temos um celular mais compacto sem abrir mão da bateria generosa. O leitor biométrico fica na traseira em posição confortável e funciona bem.

A qualidade de construção é decente e os botões não passam fragilidade. Na lateral direita temos o de energia, controle de volume e um dedicado para o Google Assistente. Do lado esquerdo há apenas a gaveta híbrida para o SIM Card e microSD. No topo temos entrada para fones de ouvido e na parte inferior a entrada USB-C, alto-falante e microfone.

E assim como o G10, temos no Power conectividade Wi-Fi AC para redes 5 GHz e giroscópio, além de proteção contra respingos.

É uma pena que o G10 Power não venha com uma tela melhor. Seu painel LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ e taxa de 60 Hz é o mesmo do modelo convencional e também peca no nível máximo de brilho. É o tipo de celular indicado para ser usado em lugares fechados. O contraste alto ajuda a reduzir o tom acinzentado do preto e temos cores saturadas.

A parte sonora também decepciona. A potência é apenas mediana e como temos um único alto-falante ficamos limitados a som mono. Falta equilíbrio na reprodução sonora, faltando graves e médios. Como o G10 Power foca muito nos agudos, ele distorce um pouco quando o volume está no máximo.

O modelo que testamos foi adquirido via marketplace e por isso não veio fone de ouvido, enquanto a versão nacional do Moto G10 conta com o acessório na caixa.

O hardware é o mesmo do Moto G10. Temos aqui a plataforma Snapdragon 460 aliada a 4 GB de RAM. Em nosso teste de velocidade focado no multitarefas tivemos desempenho um pouco melhor no Power, mas ainda fica muito abaixo do G9 Power.

Ele também fica abaixo em benchmarks, mas isso já era esperado diante do hardware mais potente do modelo antigo. No AnTuTu tivemos a mesma pontuação entre as duas versões do G10, o que também já era esperado.

O G10 Power é o tipo de celular para quem busca uma jogatina mais casual. Ele conseguiu rodar o PUBG na qualidade suave e o Call of Duty com os gráficos no alto; se jogar para o máximo sofrerá com lag. Jogos mais leves rodam de boa, assim como aconteceu no Moto G10.

E a bateria, é realmente boa? Este é o ponto em que as duas versões do G10 se diferenciam. O Power entrega autonomia muito maior e finalmente conseguiu superar o Moto G7 Power que foi o nosso rei em bateria por muito tempo. O G10 Power pode até não ser o novo rei no ranking do TudoCelular, mas está entre os melhores.

Outra diferença entre as duas versões do G10 está no carregador. O Power vem com acessório mais potente que entrega 20W. Isso faz a bateria recarregar mais rápido, mesmo que seja maior. Ainda assim, é preciso esperar duas horas e meia para ir de 0 a 100%, o que é muito para os padrões atuais.

Uma carga de 15 minutos recupera apenas 16% de bateria, que chega a 29% com meia na tomada. De qualquer forma, será suficiente para muitas horas de uso.

O conjunto de câmeras conta com quatro na traseira. A principal tem resolução de 48 MP, a secundária traz lente ultra-wide, a terciária é do tipo macro e ainda há uma dedicada para desfoque de fundo.

O G10 Power é um celular básico que registra fotos decentes em cenários bem iluminados. A principal tende para tons mais frios, enquanto a ultra-wide já apresenta cores mais quentes. Não espere por fotos bem detalhadas, especialmente ao fotografar no final de tarde. As sombras saem bastante escuras e com borrões nos cantos.

Cenários noturnos são mais desafiadores para o G10 Power, mas ele não sofre com excesso de ruídos e a nitidez não é tão prejudicada. Há o modo Night Vision da Motorola que ajuda a salvar pontos mais escuros e faz um balanço melhor das cores e tom de branco, mas não espere um modo noturno tão agressivo quanto o da Xiaomi.

A macro é bastante fraca, não apenas por ter resolução muito baixa, mas por sofrer com fotos granuladas mesmo de dia. Também é difícil acertar a distância focal da câmera, então você terá que ter paciência para ter fotos nítidas. A de desfoque apresenta falhas em cenários mais complexos, porém não tende a deixar fotos à noite ainda mais escuras.

A câmera frontal consegue registrar boas selfies de dia, mas apresenta grande perda de detalhes e nitidez em locais com luz fraca. O modo retrato funciona bem na separação de planos e apresenta poucas falhas, mas o modo noturno deixa as selfies à noite ainda mais artificiais.

O G10 Power grava vídeos em Full HD e não sofre tanto com tremidos, mas seu foco automático é lerdo. A filmadora serve para filmagens em locais iluminados, mas à noite registra vídeos bastante escuros e cheios de ruídos. A captura de áudio é estéreo e melhor que a qualidade de antigos celulares de entrada da Motorola.

O Moto G10 Power sai da caixa com Android 11 e a interface limpa da Motorola que já conhecemos. O app Moto marca presença e reúne as opções de customização para alterar fonte, formato e cores dos ícones.

Há uma sessão dedicada aos clássicos gestos da Motorola, como o de sacudir o celular para ligar a lanterna ou girar o aparelho para abrir a câmera. Há a opção de exibir notificações na tela do aparelho, no mesmo estilo do Always on Display. Também é possível manter a tela sempre ligada enquanto você estiver olhando para o celular.

Nada de novo para quem já teve um celular recente da Motorola. E quanto às atualizações? Bem, o Moto G10 não tem updates garantidos do Android, então não espere muito pelo G10 Power.

Depois de analisarmos todos os pontos do G10 Power, o que muda tanto comparado ao Moto G10 padrão? Podemos dizer que a bateria dura mais e o desempenho multitarefas é um pouco melhor, apesar de ambos terem o mesmo hardware. A qualidade fotográfica é parecida, mas o Power se saiu um pouco melhor em cenários noturnos, mas foi pior em vídeos. Pelo visto o software não foi ajustado da mesma forma em ambos.

Vale a pena trocar o G9 Power pelo novo? Não. Você estará mudando para um aparelho inferior. O antigo tem melhor desempenho, porém a bateria rende menos. Ele apresenta melhor tela e captura fotos mais nítidas, mas peca por não ter ultra-wide.

E da Samsung, o que temos de bom na mesma faixa de preço? O M12 vem com tela de 90 Hz e tem bateria que dura quase o mesmo do G10 Power, porém o desempenho é ainda pior. Ele também traz câmera de 48 MP e entrega qualidade um pouco melhor para fotos e vídeos.

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