O Moto G7 Play traz uma nova proposta para os smartphones que antes eram conhecidos por entregar maior autonomia de bateria. O modelo de 2019 foi desenvolvido para quem busca um smarphone compacto, é também o que oferece menos em hardware.
Mas será que consegue entregar experiência satisfatória? A bateria de 3.000 mAh é suficiente para entregar boa autonomia? Nos próximos parágrafos, o TudoCelular vai te mostrar se o dispositivo vale a pena.
Nada muda na caixa em relação aos outros modelos. Os acessórios ficam jogados na parte de baixo, embalados separadamente, e não têm nada demais. O carregador não tem TurboPower e este modelo é o único a não oferecer capinha protetora.
O fato de não ter a capa protetora é explicado pelo acabamento do dispositivo, que é de plástico. A parte traseira tem uma leve rugosidade que ainda ajuda a evitar escorregões da sua mão.
No geral, é quase uma versão menor do G7 Power, mas traz notch bem maior - e em uma tela menor - ocupando um espaço bem grande das notificações. Além de compacto, com apenas 147.3 x 71.5 x 8 mm e 149 gramas, o dispositivo tem ótima pegada.
O lado bom: gaveta de chips com três slots, para dois nano SIM e um micro SD; conector no padrão USB-C, igual aos modelos mais avançados da família; e leitor de impressão digital na parte traseira, além de desbloqueio facial - este segundo, não muito seguro.
A Motorola continua a entregar poucas modificações visuais no Android, com um Pie bastante parecido com o que vemos na linha Pixel e smartphones Android One.
Há recursos extras, como os gestos da Motorola, com atalhos para câmera e lanterna, principalmente. E também tem alguns recursos de tela incluídos pela fabricante, tudo reunido no app Moto, fácil de usar e configurar. De diferente para os modelos mais caros, esse aqui não tem o Moto Voz.
A linha Moto G7 também oferece o desbloqueio pela digital, na parte traseira - incluindo acesso às notificações pelo sensor - e também tem um desbloqueio facial, que testamos e é bem rápido, mas menos seguro, como o próprio sistema alerta.
O Moto G7 Play é o único da família a trazer tela menor do que 6 polegadas, com 5,7" em proporção 19:9. A resolução, assim como do G7 Power, é HD+, com 720 x 1512 pixels. Isso dá uma densidade aproximada de 294 ppi, em um dispositivo cuja parte frontal é de cerca de 77.3% ocupada pela tela.
Brilho máximo é o mais baixo do quarteto e o mínimo é um pouco alto, chegando a incomodar em pouco tempo de uso em ambientes escuros. No geral, o display tem boa qualidade, com ajustes da temperatura de cor, apesar de oferecer apenas três opções pré-definidas.
E no sistema de som temos um dos maiores pontos fracos desse dispositivo, com áudio baixo e bastante abafado.
O G7 Play tem menos memória RAM do que seus irmãos maiores, e isso afeta bastante o desempenho geral. É que o dispositivo segura ainda menos aplicativos abertos em segundo plano do que o G7 Power, ou seja, vai recarregar seus processos com ainda mais frequência - o que dá a sensação de mais lentidão.
Assim, mesmo trazendo também a plataforma Snapdragon 632 em seu interior, o dispositivo teve o maior tempo entre os quatro Moto G7. Muito por conta de abrigar apenas 2 GB de memória RAM.
O modelo compacto também foi o que teve a menor pontuação do quarteto no AnTuTu, um pouco abaixo dos cem mil pontos, mesmo com chipset idêntico ao do Moto G7 e G7 Power.
Por fim, nos jogos, tivemos desempenho aceitável, sem notar tantos engasgos nem no Asphalt 9 e nem no Subway Surfers - esse último, como esperado. PUBG Mobile rodou com gráficos balanceados com taxa de quadros média, com desempenho razoável.
Apesar de trazer os mesmos 3.000 mAh dos modelos Moto G7 e G7 Plus, o G7 Play oferece tempo de uso maior. Não chega às 29 horas do G7 Power, mas teve por volta de 17h30min, com mais de 12 horas ativo e 11h15min com a tela acesa. Um aparelho para usar bastante, ficando o dia inteiro longe da tomada mesmo com uso mais intenso.
Porém, a recarga é decepcionante. Com o carregador padrão da caixa, foram quase 2h20min para preencher a bateria de 0% até 100%.
Não dá para esperar muito da câmera de um aparelho compacto e barato. O foco é complicado, especialmente com pouca luz, quando o dispositivo simplesmente não encontra o objeto da foto.
O nível de detalhes da câmera de 13 megapixels com abertura f/2.0 é muito bom para um smartphone simples. Há alguns problemas de superexposição, mas no geral as fotos ficam bastante equilibradas, talvez pelo fato de usar uma câmera de abertura menor que o G7 e G7 Plus.
Com pouca luz, no entanto, o negócio complica bastante. Apesar de o nível de ruídos não ser tão alto, tem vezes que o aparelho demora a processar a foto. E você ou fica esperando ele registrar a imagem, ou vai perder o momento - o que, em foto, pode ser fatal.
As selfies, registradas com um sensor de 8 megapixels e abertura f/2.2 só são aceitáveis com muita luz - até usando o modo retrato, pelo menos para as redes sociais. Baixou um pouco a iluminação, entretanto, aparecem ruídos ou superexposição.
Em vídeo, apesar de gravar em 4K, a estabilização é ruim, a imagem fica cheia de rastros e a nitidez é bem ruim. A menos que você use um tripé ou estabilizador, o que na maior parte das vezes não vai ser possível. A captação de áudio ao menos é bem razoável, e a câmera frontal faz vídeos aceitáveis, considerando que é um aparelho bem básico.
Para quem busca um dispositivo simples e compacto, terá no Moto G7 Play um bom companheiro. É um dos melhores modelos básicos, porque traz em seu interior um chipset bom bom desempenho, que segura as tarefas do dia a dia sem nenhum esforço.
A autonomia de bateria é boa, o desempenho está acima do esperado para a proposta - e até ajuda a justificar um pouco o preço alto. A qualidade da tela não é das melhores, mas não chega a comprometer.
Se você não usa muitos apps ao mesmo tempo e não se incomoda com a câmera fraca, não vai ter muitos problemas com o Moto G7 Play. Curiosamente, esse modelo também não tem suporte à rede 5Ghz do WiFi, e ainda demorou mais que o G7 Power para baixar e instalar apps e jogos usados no teste.
Para um aparelho básico a preço baixo, os pontos fracos não são determinantes para evitar uma compra, caso você busque um smartphone compacto e simples. Pelo contrário, parece que o G7 Play tem uma boa durabilidade tanto em construção quanto no uso do dia a dia. Não vale os mil reais do lançamento, mas até uns oitocentos é aceitável.
Pontos fortes
Pontos fracos
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