M o t o r o l a M o t o G 7 P l u s

A Motorola apresentou no começo de fevereiro de 2019 a nova linha Moto G no Brasil, que veio desta vez composta por nada menos que quatros smartphones. Entre as mudanças temos a adoção de entalhe, ou notch como alguns preferem, além de hardware mais potente, deixando de lado os processadores de entrada da Qualcomm.

Além do G7 Plus, a empresa também trouxe ao mercado as variantes: Play e Power. O primeiro é o mais básico, voltado apenas para quem usa aplicativos leves, enquanto o segundo oferece generosa bateria para mais de um dia de uso pesado. E claro que não poderia faltar o carro-chefe G7, mas aqui você confere tudo o que a versão mais poderosa do quatro tem a oferecer.

A embalagem do Moto G7 Plus é mais elegante que a do G7, mas ambos contam com praticamente os mesmos acessórios: extrator da gaveta de chips, capinha, manuais, fone de ouvido estéreo, cabo de sincronização e carregador Turbo Power.

Os que muda entre as duas versões é que o G7 Plus tem um carregador ainda mais poderoso, de 27 watts, que promete carga de 0 a 100% em menos de uma hora. E o cabo de sincronização tem as duas pontas no tipo USB-C.

O Moto G7 Plus tem praticamente as mesmas medidas do G7, com as únicas diferenças sendo a espessura (0,3 mm mais espesso) e o peso (4g mais pesado). Mas ambos compartilham corpo de metal com acabamento traseiro em vidro.

As bordas são curvas, o que melhora a ergonomia com o aparelho. Mas por ser de vidro ele ainda escorrega facilmente da mão. Sem falar que na opção de cor azul fica muito evidente o acúmulo de marcas de dedos, que passam mais despercebidas na opção vermelha. Pelo vemos vem uma capinha na embalagem para evitar quedas acidentais com o Moto G7 Plus.

Outra diferença é a presença do flash Dual LED aqui, enquanto o G7 ficou com flash simples. Mas ambos trazem câmera traseira dupla, leitor de impressão digital centralizado na traseira.

Nas laterais, temos os botões de energia e volume no lado direito e, no topo, gaveta de chips com três slots, sendo dois para cartão de operadora e mais um para o micro SD. Na parte inferior, há entrada USB-C, uma das saídas de som e o conector do fone de ouvido.

A parte frontal traz a tela no padrão 19:9 com o notch em gota. Acima do sensor, bem colado na lateral, a outra saída de som – que aqui entre áudio estéreo, diferente do G7 com som mono. As bordas são bem pequenas, mas ainda temos o nome da Motorola estampado abaixo da tela.

O Moto G7 Plus traz tela IPS LCD de 6,24 polegadas, mas por ter adotado notch e reduzido a espessura das bordas, temos um aproveitamento frontal de 81,4%. Assim você tem um aparelho com mais tela, porém sendo menor que seu antecessor.

A resolução é Full HD+, como antes, mas agora incorpora uma quantidade maior de pixels (1080 x 2270), o que resulta em 405ppi. Essa densidade está muito acima do necessário para uma boa experiência, o que torna a imagem nítida mesmo que você olhe muito de perto. O lado negativo fica parta a proteção Gorilla Glass, que não evoluiu da geração passada para a nova.

O painel escolhido pela Motorola entrega boa qualidade de imagem. E diferente do que vimos no G7, a tela do G7 Plus tende a tons mais frios, o que dá aquele aspecto meio azulado, mas tende a agradar mais ao público que o tom amarelado dos demais da linha.

O maior ponto fraco fica para o brilho máximo alcançado pelo painel. No G7 Plus, nossa calibragem de 200 lux (realizada com ajuda de luxímetro) fica em cerca de 80% do brilho total. Dá para alcançar um nível mais alto em ambientes mais iluminados se você mantiver o brilho adaptável ativado, como já vem por padrão. Mas não é nada demais, ficando na média de 600 lux (um pouco acima do que vimos no G7).

O brilho mínimo, ao menos, é bastante confortável para usar o dispositivo no escuro. E por ter painel IPS LCD, o ângulo de visão é amplo, não perdendo muito contraste ao olha de lado para a tela.

A qualidade do som é boa, com graves e agudos dentro do esperado para dispositivos intermediários. O volume não é muito alto, mas pelo menos não perde tanta qualidade no máximo. O diferencial aqui fica para os alto-falantes estéreo, que no Moto G7 fica limitado apenas a som mono.

O Moto G7 Plus traz chipset Snapdragon 636, uma versão mais atualizada do modelo 630 presente no G6 Plus. A velocidade do processador é menor (2,2 GHz no antigo e 1,8 GHz no novo), mas tem arquitetura mais atual da Qualcomm, o que acaba entregando melhor desempenho.

Em nosso teste de velocidade ele se saiu muito bem, superando o G7 em desempenho. Diferente dos modelos antigos que sofriam com gerenciamento ruim de memória, a Motorola finalmente vem acertando a mão com o Android Pie.

A diferença nos benchmarks não é grande coisa, cerca de 10 mil pontos de vantagem para o G7 Plus no AnTuTu. Mas essa distância não foi sentida nos jogos. Nossos testes com Asphalt 9 deram ótima taxa de quadros, assim com o Street Fighter 4 - que costuma mesmo ficar em torno de 20 fps em todos os dispositivos, mesmo os top de linha.

PUBG Mobile, por fim, também ficou na mesma taxa em ambos os aparelhos, de 25 fps. O jogo só permite a configuração de gráficos balanceado com fps médio.

Comparado ao Moto G6 Plus, não há um avanço tão notável. O antigo intermediário da Motorola já rodava jogos com boa fluidez. O que vemos é apenas um menor tempo no carregamento dos apps.

O Moto G7 Plus vem com 3.000 mAh, sendo menos bateria do que tínhamos em seu antecessor. No entanto, essa capacidade ainda é suficiente para garantir um dia inteiro de uso moderado, incluindo YouTube, Spotify e alguns jogos.

Em uso mais leve, apenas com redes sociais e troca de mensagens, você precisará recarregá-lo apenas quando for dormir. No entanto, quem busca um aparelho para uso mais pesado (com muitos vídeos e jogos), a versão Power com 5.000 mAh é capaz de entregar o dobro de autonomia.

Se a bateria foi reduzida, pelo menos o tempo de recarga também foi, graças ao novo carregador Power Turbo de 27W. Para ter o G7 Plus totalmente recarregado é preciso esperar pouco menos de 50 minutos – sendo o melhor tempo entre os aparelhos que analisamos. Enquanto o G7 leva 1 hora e meia para chegar a 100%.

Diferente do G7 para o seu antecessor, na variante Plus tivemos um maior avanço nas câmeras entre gerações. Desta vez há um sensor de 16 MP acompanhado do mesmo de 5 MP de antes. O intermediário da Motorola já gravava em 4K, mas agora também é capaz de fazer isso com a frontal que recebeu upgrade para 12 MP.

Em qualidade, as fotos tendem a ficar superexpostas, então recomendamos que você faça alguns pequenos ajustes antes de tirar fotos principalmente quando há muita luz e elementos claros na imagem.

Como era de se esperar, o G7 Plus fica atrás com pouca luz, entrega resultados satisfatórios, mas poderia ir melhor para um aparelho que tem nas fotos com pouca luz um de seus principais atrativos de marketing.

O Modo Retrato surpreendeu positivamente, com bom nível de acerto para um dispositivo intermediário. Você ainda pode escolher o nível de desfoque, tanto na hora de tirar a foto como posteriormente, pelo editor de imagem.

E, mesmo com uma câmera só, também é possível usar esse modo nas selfies, com resultado também satisfatório. O G7 Plus consegue identificar relativamente bem a pessoa a ficar focada e separá-la do cenário, inclusive sem borrar muito outras partes do corpo como já vimos alguns dispositivos de outras marcas fazerem.

A cor em destaque também foi mantida, mas aqui o recorte já fica mais aparente, com uma borda em volta do objeto dependendo do tipo de cenário. A Motorola também manteve os recursos chinemagraph e recorte, já vistos em aparelhos da marca antes e sem novidades. Esses recursos são mais para experimentar e se divertir, e ainda estão longe do ideal.

Em vídeo, a novidade fica para a estabilização ótica de imagem, o que permite realizar filmagens com menos tremidos que no G6 Plus ou no G7. O áudio tem boa qualidade, bem limpo e audível.

A Motorola continua a entregar poucas modificações visuais no Android, com um Pie bastante parecido com o que vemos na linha Pixel e smartphones Android One.

Há recursos extras, como os gestos da Motorola, com atalhos para câmera e lanterna, principalmente. E também tem alguns recursos de tela incluídos pela fabricante, tudo reunido no app Moto, fácil de usar e configurar.

A linha Moto G7 também oferece o desbloqueio pela digital, na parte traseira - incluindo acesso às notificações pelo sensor - e também tem um desbloqueio facial, que testamos e é bem rápido, mas menos seguro, como o próprio sistema alerta.

Existe pouca diferença do Moto G7 para o modelo Plus, que não justifica o preço tão mais alto, de 300 reais considerando os valores sugeridos pela Motorola.

Ainda assim, o modelo mais caro acaba sendo mais atraente por oferecer estabilização ótica na câmera, que melhora bem a qualidade das imagens, seja para foto ou para vídeo, além do carregador mais rápido, que faz a carga em menos de uma hora. O desempenho, pelo que vimos, acaba sendo equivalente, bem como a autonomia de bateria.

Enfim, fica a recomendação para você aguardar um pouco até que os preços no varejo caiam. Mas são dois bons aparelhos para a proposta, e uma queda de vinte por cento nos preços de lançamento - mil e seiscentos e mil e novecentos, respectivamente - já os coloca em valores bastante justos.

Pontos fracos são a autonomia de bateria e a tela com brilho baixo. Já os pontos fortes são o design elegante e atual, os espaços para dois chips de operadora e um cartão de expansão, e a boa otimização do software, além da câmera com estabilização ótica no caso do Moto G7 Plus.

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