M o t o r o l a M o t o G 8 P l a y

O Moto G7 Play é um celular básico que não se destacou no segmento de entrada e após 7 meses já ganhou o seu sucessor. A novidade fica por conta de um aparelho com design mais atual incluindo conjunto triplo de câmera. Será que desta vez o mais básico da linha G se destaca no segmento ou será novamente esquecido diante de opções melhores? É isso que você confere nesta análise completa.

O Moto G8 Play vem em embalagem verde com o logo gigante da Motorola e o nome do aparelho estampado na tampa. Além do celular, você recebe:

De frente o G8 Play lembra o One Macro, enquanto a traseira traz o mesmo conjunto de câmeras alinhadas verticalmente no canto superior esquerdo, como visto também no G8 Plus.

Comparado ao G7 Play, o novo traz mais tela e menos bordas em corpo feito inteiramente de plástico. A Motorola apostou em duas opções de cores, sendo a Preto Ônix e esta em Vermelho Magenta, que vai do vermelho ao rosa em estilo degradê.

O aparelho cresceu e está mais pesado. Parece que as fabricantes esqueceram dos consumidores que preferem celulares mais compactos. Até mesmo os de entrada já estão ultrapassando a barreira das 6 polegadas de tela. Isso faz com que o G8 Play seja mais desconfortável de usar com apenas uma mão e o plástico liso não ajuda na pegada.

Ele é um aparelho que fica entre o segmento básico e o intermediário e com isso peca por deixar de lado tecnologias mais recentes, como o Bluetooth 5.0 ou até mesmo Wi-Fi de 5 GHz. Pelo menos a entrada comum para fones de ouvido continua e também a conexão com rádio FM. A antiga porta micro USB deu lugar a uma USB-C e o leitor de digitais continua no logo na traseira e faz bem o seu trabalho.

A tela cresceu, porém a resolução continua a mesma HD+ de antes. Isso reduziu a densidade de pixels, fazendo as imagens exibidas terem nitidez inferior. A tela do G7 Play pecava pelo brilho baixo e pelo menos isso foi melhorado no novo. A qualidade geral é decente, mas já vimos telas melhores neste segmento.

Por padrão, e como de costume dos celulares da Motorola com tela IPS, a tonalidade do branco é puxada para o frio, o que deixa tudo um pouco azulado. Você pode tentar corrigir isso com os perfis de saturação, mas não dá para mudar muito.

O alto-falante continua com som mono e a potência sonora é decente, porém distorce fácil quando o volume é forçado ao máximo. Se busca uma melhor experiência multimídia, vale a pena investir no G8 Plus com seu áudio estéreo.

O fone que vem junto é o mesmo da variante Plus. Ele tem boa qualidade, é confortável e entrega bom som. Na caixa também vem algumas ponteiras de tamanhos diferentes para todo tipo de ouvido.

O hardware mudou: saiu o Snapdragon 632 e entra o Helio P70M da MediaTek. Na teoria ele é mais potente, tanto no processador quanto no chip gráfico. Na prática, ele acabou sendo comprometido pela pouca quantidade de memória.

A Motorola precisa entender de ter apenas 2 GB de RAM não é mais suficiente para entregar uma boa experiência com o Android. Ainda mais em um celular que chegou ao mercado custando mais de mil reais. A pouca memória faz o G8 Play ser mais lento que rivais e até mesmo que o seu antecessor.

Em benchmarks a história muda e temos pontuação muito acima do que antes. Mas para você, o que importa mais: ter melhor desempenho real ou números mais altos em benchmarks?

Se você busca um smartphone bom para jogar pagando pouco, vai ficar um pouco decepcionado com o G8 Play. Ele até roda muitos jogos sem engasgos, mas Asphalt 9 é um que foge a regra. Nem tanto por falta de poder gráfico, mas porque alguns títulos da Gameloft nem sempre rodam bem no hardware da MediaTek. Já no Call of Duty Mobile é preciso baixar um pouco os gráficos para ter boa fluidez.

E câmera, pelo menos nisso tivemos um salto considerável? Bom, o sensor principal é o mesmo de 13 MP de antes, sem mudanças na abertura focal. E como esperado, a câmera continua fazendo o básico. Você terá boas fotos em situações favoráveis, mas em locais mais escuros fica clara a limitação do hardware.

A lente grande-angular será de ajuda quando não for possível enquadrar tudo com a principal. As fotos saem um pouco mais escuras devido à menor abertura focal, porém a qualidade é basicamente a mesma. Ou seja, fora de casa faz bom trabalho quando há luz, já em locais fechados ou mais escuros pode esperar por grande perda de detalhes e muitos ruídos.

Já a terceira câmera é apenas um sensor de profundidade que sozinho não faz nada. Ele serve para ajudar com o modo retrato. O desfoque é bastante suave como em outros da Motorola por padrão, mas pode ser regulado posteriormente.

Há um grande problema com o foco. Ao usar o modo retrato muitas vezes ele desfoca o primeiro plano ao invés do fundo. Será preciso corrigir isso na galeria. Já quando há pouca luz, muitas vezes ele se quer funciona.

A frontal faz selfies básicas. Em locais com boa iluminação você terá fotos decentes para publicar no Instagram. Em meia luz a qualidade já cai e os ruídos ficam visíveis. É possível usar o flash de tela para minimizar o problema, mas a qualidade não fica lá essas coisas. O modo retrato faz um trabalho razoável em separar a pessoa do fundo.

O G7 Play se destacava por gravar na resolução 4K, algo que não se encontra em celulares de entrada. A Motorola decidiu capar o novo e agora temos a resolução Full HD como a máxima possível.

Talvez a limitação esteja no hardware da MediaTek, mas o problema principal é a qualidade. Em locais mais escuros há queda na taxa de quadros. Falta também um sistema de estabilização eficiente para lidar com os tremidos que não são poucos.

A captura de som é razoável e tem os mesmos cortes no áudio vistos no One Macro.

O One Macro apresentou a melhor autonomia de bateria entre os intermediários deste ano com seu chip Helio P70. E o P70M também faz com que o G8 Play impressione em duração de bateria.

O novo básico da linha G traz 4.000 mAh, assim como os demais. Em uso moderado é possível ter carga para mais de um dia, chegando a render dois dias facilmente se você não é de ficar jogando no celular. Isso é realmente ótimo, mas não supera o lendário Moto G7 Power.

O carregador de 10W é o padrão deste segmento e faz o aparelho passar mais de 2 horas na tomada. É um tempo alto, mas que é comum de se ver em modelos mais baratos.

Se você tem um G7 Play e está querendo mudar para o novo saiba que na parte de software não há nenhuma novidade. Temos o Android 9 Pie direto da caixa que será atualizado para o Android 10, e só. A Motorola garante apenas uma grande atualização do sistema. Já com relação aos pacotes de segurança, há a promessa de dois anos de updates.

Os apps do Google estão lá, assim como alguns da Motorola. Há o suporte para gestos, seja para ativar a câmera ou ligar a lanterna rapidamente. São adicionais interessantes, mas já está na hora da Motorola trazer algo de novo. A sensação que temos é que nada mudou nos últimos anos em termos de experiência com a linha Moto G.

Vale trocar o G7 Play pelo G8 Play? A verdade é que não. O novo tem bateria melhor, porém é um pouco mais lento mesmo com hardware mais forte. Se tivesse mais RAM a história seria diferente. A câmera piorou e agora não grava mais em 4K.

Podemos indicar o Galaxy M20 e Redmi 8 como opções mais baratas que entregam desempenho muito melhor. O rival da Samsung também é ótimo em bateria e tem câmera grande-angular com qualidade superior. Já o da Xiaomi é mais simples e tem apenas o sensor de profundidade, mas é capaz de tirar boas fotos.

Se você não curte o Android bastante modificado da Samsung e Xiaomi, uma boa alternativa seria o Mi A3 , que faz parte do Android One e tem sistema mais limpo. Ele custa o mesmo do modelo da Motorola, é mais rápido, bateria dura bem e tem câmeras muito melhores.

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