O Moto Maxx chegou em um momento onde o Moto X, de segunda geração, acabara de entrar no mercado. O novo smartphone pode ser considerado o mais parrudo flagship Android lançado em 2014, com a melhor bateria, grande qualidade na tela e construção quase impecável na parte externa. Por dentro há um parrudo Snapdragon 805 rodando quatro núcleos em 2.7 GHz, acompanhado de 3 GB de memória RAM e GPU Adreno 420. A embalagem é quase que a mesma do Moto X, com uma luva protetora na parte de fora e a caixa de papelão duro por dentro.
O celular fica deitado em uma cama que é a caixa onde estão os manuais de instruções, seguidos de um fone de ouvido de ótima qualidade, cabo de dados USB e um carregador imenso que tem um grande segredo: ele carrega a bateria monstruosa do Moto Maxx, em poucas horas. São 12 volts de saída, muito mais do que o necessário para carregar um iPad de 10 polegadas, quase que o mesmo para carregar seu notebook. A Motorola garante que em 30 minutos de tomada, o smartphone recebe energia suficiente para 6 horas de uso.
O Moto Maxx não é muito diferente do que temos no Moto X mais recente, quando o assunto é a parte externa e apenas no visual. Ele entrega uma construção semelhante, mas com bordas levemente mais finas, botões sensíveis ao toque impressos na frente e ausência de alto-falante na parte frontal. Na frente está uma tela OLED de 5,2 polegadas, protegida por Gorilla Glass 3, resolução de 2560 x 1440 pixels, densidade aproximada de 565 pixels por polegada e proteção contra pequenos respingos. Ainda na frente está a câmera frontal de 2 megapixels, junto de sensores de luz e proximidade.
Do lado esquerdo não há nada, enquanto do lado oposto estão botões de volume, liga/desliga e uma pequena gaveta para o chip da operadora, escondido atrás do botão de volume (pois é!).
Abaixo fica a entrada microUSB 2.0 e acima uma para fone de ouvido.
Atrás, em uma malha de nylon balístico, está a câmera de 21 megapixels e que filma em 4K, com auxílio de dois LEDs e mais nada. Abaixo do nylon fica uma fina camada de Kevlar, que - junto do nylon - entrega resistência muito superior do que o plástico, principalmente na hora de entortar e não quebrar. A bateria não é removível e ela conta com absurdos 3.900mAh, suficiente para dois dias intensos de uso. Se você não utilizar muito de navegação, 4G ou GPS, pode passar três dias inteiros sem recarregar sua bateria - sim, finalmente um smartphone com bateria que dura mais do que um dia. Toda a volta do smartphone é feita em alumínio com uma fina camada emborrachada por cima, que passa um visual opaco e fosco, bastante agradável e sóbrio. Já a traseira, com nylon, é bonita e, ao mesmo tempo, frágil. Em poucos dias de uso já notamos que alguns fios da malha de nylon estavam soltos, o que nos fez pensar no estado de uso de um Moto Maxx depois de um ano - acreditamos que ele estará desfiado, ou algo do tipo.
A pegada no Moto Maxx, mesmo se tratando de um phablet dos grandes, não é ruim. As laterais emborrachadas, junto do nylon áspero e dos lados ligeiramente curvados, fazem com que o celular encaixe perfeitamente nas mãos - mesmo nas menores mãos. Por outro lado, o nylon tira parte da aderência das bordas, o que não ajuda muito - mas não atrapalha. Em números, temos 143,5 milímetros de altura, por 73,3 milímetros de largura e 11,2 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 176 gramas de peso total.
Sim, ele é espesso e pesado e isso acontece por conta da bateria maior que está dentro do conjunto. Vale a pena, vale muito! Ter um smartphone que é mais pesado do que todos os seus concorrentes diretos, mas que entrega mais do que o dobro de bateria que seus concorrentes, é uma matemática satisfatória e sua carga extra vai te cativar ao ponto de esquecer as gorduras extras.
Nenhum, absolutamente nenhum Android consegue ter o mesmo desempenho (hoje, na produção desde review, em novembro de 2014) que o Moto Maxx consegue. A mágica está em usar o Android puro, sem interferência da fabricante em alguma interface que consome boa parte do hardware (não é, Samsung?) . Todo poder de fogo do Snapdragon 805, com seus quatro núcleos rodando a 2.7 GHz, acompanhado de 3 GB de memória RAM e uma GPU Adreno 420, pode ser notado em animações que não travam, não engasgam e isso acontece até quando há ~MUITOS~ apps abertos ao mesmo tempo - e, com os 64 GB de espaço interno, há muito o que ser instalado por aqui. A interface escolhida vem do Google Now Launcher, que aciona o Google Now ao mover a tela para a direita. Visualmente, não há diferenças entre um Nexus e este celular. Na área de notificações temos apenas o mais básico que você espera de lá: notificações. Há atalhos, que ficam em uma aba secundária e que é acionada quando você puxa o topo da interface com dois dedos, ou quando toca no ícone que aparece no canto superior direito, da tela de notificações.
Na área de apps, não há como organizar manualmente os aplicativos e jogos. Não é possível criar pastas para organizar o conteúdo. Tudo fica lá, exatamente da mesma forma como você encontra em um Nexus. As modificações e personalizações que a Motorola inseriu dentro do Android são bastante sutis e de grande utilidade - para a maioria delas. Uma das mais bem-vindas é a tela com notificações inteligentes, que utilizam de memória no display OLED para exibir conteúdo em baixíssimo consumo de energia. Quando você recebe uma notificação, apenas algumas linhas das letras que dizem o que é, aparecem. Apenas estas linhas consomem energia, enquanto o restante da tela continua desligada. Esta tecnologia foi introduzida no primeiro Moto X e agora apresenta mais detalhes da notificação, com direito a uma pequena foto - no caso do chat, com a foto do perfil do usuário. É possível receber mais de uma notificação destas por vez, podendo até escolher quais apps poderão enviar notificações para a tela bloqueada - escolhendo se você quer, ou não, um resumo da conversa (como está na foto abaixo).
Junto destes, temos o Assist. Ele permite acionar alguns recursos de forma automática ou por comandos de voz. Se você chegar em casa (o endereço é ajustado manualmente), o smartphone passa a ler todas as mensagens que chegaram e avisa quem está ligando (por voz). Se estiver dirigindo, o Moto Maxx melhora a captura de rede Bluetooth, pode iniciar a reprodução de músicas e ler todas as notificações que chegarem. Por fim, quando você está em uma reunião (informação que é coletada de sua agenda de compromissos), o celular fica no silencioso automaticamente e pode enviar uma resposta automática, via SMS, para quem te ligar. Esta novidade já foi lançada pela Motorola há anos, com outros nomes. Já foi chamada de Smartactions e agora está dentro de uma interface de gerencimento de recursos contextuais. Ficou como um recurso do sistema e não um app terceiro.
Por último está o assistente de voz, que agora pode ser acionado por qualquer comando - que você grava previamente. Antes apenas o "Ok Google Now" poderia liberar o assistente. Hoje, basta gravar qualquer frase curta e ele pode ser acionado desta forma. Os comandos que podem ser acionados estão em maior número, como a possibilidade de enviar uma mensagem pelo WhatsApp, perguntar quais são seus compromissos do dia e até começar a ouvir uma música no YouTube. Tudo isso sem tocar no display. Só falar e o smartphone responde. A resposta ainda é bastante robótica, quando olhamos o Siri. Porém, diferente do Siri, esta ferramenta entende muito bem o nosso português e responde no mesmo idioma.
Por dentro da área de configurações há apenas três inserções da Motorola. A primeira é a área contextual (que falei logo acima), passando pelo ID da Motorola, que faz com que você possa recuperar dados, apagar o celular e encontrar o dispositivo. A terceira é a área de privacidade da empresa, onde você escolhe se quer ou não compartilhar dados com a Motorola. Outra novidade bastante bacana é a inserção de um app que exibe uma infinidade de tutoriais sobre o dispositivo, com a possibilidade até de conversar (por voz ou chat de texto) com alguém de suporte da fabricante.
Além deste app, há um para migração de conteúdo de um iPhone antigo ou um Android, para o novo smartphone. Há também o Alerta, que foi lançado para o Moto E e chegou no Moto Maxx, onde é possível enviar um alerta de emergência para um, ou mais, contato que está em sua agenda. Por fim, há o pacote do Google, como Chrome, QuickOffice, Gmail, YouTube e outros.
Por fim, temos o Connect. Este app permite a conexão e o controle de algumas funções do Moto Maxx, como enviar e responder mensagens de texto, rejeitar ligações e procurar o dispositivo, quando você não encontra mais. Tudo isso é feito em uma extensão do Chrome, que roda em qualquer computador com Windows, Mac e Linux - ou seja, onde há o Chrome disponível. Este tipo de auxílio é muito bem-vindo, mas seria mais útil se permitisse, por exemplo, responder uma mensagem no WhatsApp pelo computador. Ou então um e-mail, sem tirar o celular do bolso. De qualquer forma, se você envia muito SMS, vai acabar salvando boa parte do tempo ao digitar em um teclado físico e não no virtual do Google.
O navegador padrão é o Chrome, sem nenhum navegador extra - como fazem quase que todas as fabricantes de smartphones Android. Ele é capaz de abrir qualquer site, com sincronia de dados, senhas e histórico de navegação de um Chrome em outro dispositivo, navegação em abas e a interface mais limpa que chegará ao Android L, já disponível por aqui.
Há poder de fogo suficiente para rodar qualquer game disponível, hoje, no Google Play. O Snapdragon 805, com quatro núcleos rodando a 2.7 GHz, acompanhado de 3 GB de memória RAM, GPU Adreno 420 e uma interface que não pesa para o sistema operacional rodar, temos uma máquina de peso para jogos. Testamos o pesado Asphalt 8, que rodou tranquilamente. O mesmo ocorreu com o Modern Combat 5 e outros títulos pesados. Tudo rodou sem qualquer engasgo ou travamento, muito menos com queda na taxa de quadros por segundo. Com este conjunto, jogos que serão lançados num futuro próximo (coisa de um ano) poderão rodar sem qualquer problema.
O player de música é o nativo do próprio Android, ou seja, o Play Música. Ele é capaz de rodar qualquer arquivo em MP3, AAC+, WAV e WMA. A capa do álbum é exibida sem problemas, junto de informações que estão no arquivo executado. Além disso, ele é capaz de conectar com o Google Play Música e acessar as músicas que estão salvas no serviço - que não funciona no Brasil, infelizmente.
Não há player de vídeo nativo, sendo a galeria o player padrão de fábrica. Com ela você consegue reproduzir arquivos MP4, H.263, H.264 e WMV em alta definição. Não há travamentos ou engasgos durante a reprodução.
A câmera sempre foi um ponto muito fraco da Motorola, principalmente na recente linha de smartphones "Moto". No Maxx a sensação é de upgrade bem realizado, com qualidade realmente superior e que acompanha o poder de fogo do hardware. Ainda está abaixo de concorrentes como Samsung e LG, mas melhorou bastante na qualidade final das fotografias. Em resolução, há 21 megapixels, que podem também ser 15 megapixels (para fotos em proporção de 16:9).
Fotos com boa luminosidade ficam com ótima reprodução de cores e demais detalhes. Imagens noturnas não ficam ruins, mas são inferiores ao que temos em outros aparelhos da mesma categoria - que custam, todos, mais caro.
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