Enfim a espera acabou e o novo Moto X foi anunciado aqui no Brasil, junto de um monte de países ao redor do mundo - com lançamento mundial, que colocou o Brasil na primeira lista de locais onde é possível encontrar este gadget. Ele é uma evolução bastante bacana, quando olhamos para o modelo lançado no ano passado. Por dentro temos um processador Snapdragon 801, quad-core de 2.5 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e 32 GB de espaço interno, sem possibilidade de expansão da memória e com uma Adreno 330. O tamanho do celular aumentou e ele agora conta com um modelo feito de couro - legítimo, de verdade, viu Samsung! A embalagem é ligeiramente maior do que a da primeira geração, com uma luva que mostra a foto do gadget.
Abrindo o pacote temos o celular, um pacote com manuais de instruções, fone de ouvido bastante curioso (novo design e bem superior ao que existia no primeiro Moto X), um carregador de tomada com duas portas USB (permite carregar o celular e qualquer outro dispositivo que você quiser), junto de um cabo de dados microUSB e uma ferramenta que serve para extrair o nano-SIM, em uma pequena gaveta. Tente não perder este acessório, já que ele não é do mesmo tamanho que o que abre a tampa do chip de iPhones.
Por fora temos um grande salto na tela do celular, que cresceu em tamanho e também em qualidade. Ela tem 5,2 polegadas, é feita de AMOLED, resolução Full HD, proteção de Corning Gorilla Glass 3, proteção contra respingos (não é à prova d'água, apenas sobrevive aos primeiros pingos da chuva) e a adição de mais três sensores infravermelho (além do sensor de luminosidade que já exsitia - que entregam comandos por gestos, sem gastar energia com a câmera frontal, que conta com 2 megapixels, ligada o tempo todo. Ainda na frente ficam os alto-falantes, que diferente do que aconteceu no Moto G de segunda geração, não reproduzem som estéreo.
Em todo o entorno do smartphone há um aro de metal, com ótima construção, acabamento e qualidade de material, com a adição de alguns pequeninos pontos em plástico que servem como antena - sem o problema de tampar o sinal, se você segurar o smartphone de certa forma, já que a antena move o sinal de local se encontrar problemas. Do lado esquerdo não há qualquer botão. Do outro lado ficam os botões de volume e o de liga/desliga, que conta com uma textura diferente para sentir qual é qual, sem olhar para o celular.
Acima de tudo fica a entrada para o chip da operadora (nano-SIM) e também para fones de ouvido.
Abaixo temos a prova de homologação da Anatel, modelo e entrada para cabo microUSB 2.0.
Atrás está a textura em couro, plástico ou bambu (depende do modelo escolhido), logo da fabricante e a câmera de 13 megapixels, que filma em até 4K (2160p, ou quatro vezes superior ao Full HD). Ao redor do aro da lente, ficam dois pequenos LEDs, para flash - sem a correção de cores, como acontece com o flash do iPhone 5S.
Não há acesso para a bateria, que conta com 2.300mAh e é capaz de durar 14 horas seguidas de uso intenso - o que dá quase que um dia inteiro de uso. Se você maneirar o uso e desligar alguns recursos de vez em quando, como o 4G e Wi-Fi, junto do GPS, pode economizar mais algumas horas. Com este pensamento em mente, podemos esperar aproximadamente um dia e meio de uso, o que ainda é inferior ao que temos em aparelhos como o Xperia Z2 e o Lumia 930, que chegam ao segundo dia sem muitos problemas.
O novo Moto X cresceu, cresceu muito quando olhamos para o compacto modelo lançado um ano antes. Porém, mesmo com suas 5,2 polegadas de tela, o dispositivo não aparenta ser desconfortável nas mãos. A pegada é confortável, graças ao material áspero da traseira e ligeira curvatura que tem em direção ao centro do celular. Isso garante uma pegada mais segura, sem a sensação de que o celular vai cair.
Suas medidas são de 14 centímetros de altura, por 7,2 centímetros de largura e 1 centímetro de espessura. Tudo isso somado aos 144 gramas de peso total, que mostram um smartphone grande e robusto, que vai ocupar bastante espaço em um bolso mais apertado, mas que não vai marcar tanto a calça quando estiver por lá.
Assim como outros modelos da recente linha Moto, da Motorola, o novo Moto X não conta com uma interface alterada pela empresa. Apenas há alguns recursos extras e pouquíssimos apps pré-instalados, daqueles que você realmente pode usar um dia na vida (tem um que nem é tão assim, mas até que chega lá). A interface escolhida vem do Google Now Launcher, que aciona o Google Now ao mover a tela para a direita. Visualmente, não há diferenças entre um Nexus e este celular - o que é bom, já que não há consumo extra de energia e desempenho do smartphone, para segurar tamanha modificação (não é, Samsung?). Na área de notificações temos apenas o mais básico que você espera de lá: notificações. Há atalhos, que ficam em uma aba secundária e que é acionada quando você puxa o topo da interface com dois dedos, ou quando toca no ícone que aparece no canto superior direito, da tela de notificações.
Na área de apps, não há como organizar manualmente os aplicativos e jogos. Não é possível criar pastas para organizar o conteúdo. Tudo fica lá, exatamente da mesma forma como você encontra em um Nexus. Por dentro temos um processador Qualcomm MSM8974AC Snapdragon 801, rodando quatro núcleos em 2.5 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e 32 GB de espaço interno, com aproximadamente 24 GB livres para o usuário. Tudo roda muito, muito bem e sem qualquer travamento. Durante quase que uma semana de uso, não passei por um engasgo do Android, que está na versão 4.4.4, a mais atual do Google - e vai receber o Android L, assim que estiver disponível.
As modificações e personalizações que a Motorola inseriu dentro do Android são bastante sutis e de grande utilidade - para a maioria delas. Uma das mais bem-vindas é a tela com notificações inteligentes, que utilizam de memória no display de AMOLED para exibir conteúdo em baixíssimo consumo de energia. Quando você recebe uma notificação, apenas algumas linhas das letras que dizem o que é, aparecem. Apenas estas linhas consomem energia, enquanto o restante da tela continua desligada. Esta tecnologia foi introduzida no primeiro Moto X e agora apresenta mais detalhes da notificação, com direito a uma pequena foto - no caso do chat, com a foto do perfil do usuário. É possível receber mais de uma notificação destas por vez, podendo até escolher quais apps poderão enviar notificações para a tela bloqueada - escolhendo se você quer, ou não, um resumo da conversa (como está na foto abaixo).
Outra modificação fica por conta de sensores infravermelho que ficam na frente do gadget. Eles captam movimentos na frente da tela, que podem acionar as notificações inteligentes, desligar um alarme e silenciar uma chamada que está tocando. Basta passar a mão por cima do display e pronto. Não é necessário tocar em qualquer parte. Além disso, há como ligar as notificações ao pegar o celular e erguer até os olhos - sem passar a mão na frente do display.
Junto destes, temos o Assist. Ele permite acionar alguns recursos de forma automática ou por comandos de voz. Se você chegar em casa (o endereço é ajustado manualmente), o smartphone passa a ler todas as mensagens que chegaram e avisa quem está ligando (por voz). Se estiver dirigindo, o Moto X melhora a captura de rede Bluetooth, pode iniciar a reprodução de músicas e ler todas as notificações que chegarem. Por fim, quando você está em uma reunião (informação que é coletada de sua agenda de compromissos), o celular fica no silencioso automaticamente e pode enviar uma resposta automática, via SMS, para quem te ligar. Esta novidade já foi lançada pela Motorola há anos, com outros nomes. Já foi chamada de SMartactions e agora está dentro de uma interface de gerencimento de recursos contextuais. Ficou como um recurso do sistema e não um app terceiro.
Por último está o assistente de voz, que agora pode ser acionado por qualquer comando - que você grava previamente. Antes apenas o "Ok Google Now" poderia liberar o assistente. Hoje, basta gravar qualquer frase curta e ele pode ser acionado desta forma. Os comandos que podem ser acionados estão em maior número, como a possibilidade de enviar uma mensagem pelo WhatsApp, perguntar quais são seus compromissos do dia e até começar a ouvir uma música no YouTube. Tudo isso sem tocar no display. Só falar e o Moto X responde. A resposta ainda é bastante robótica, quando olhamos o Siri. Porém, diferente do Siri, esta ferramenta entende muito bem o nosso português e responde no mesmo idioma.
Por dentro da área de configurações há apenas três inserções da Motorola. A primeira é a área contextual (que falei logo acima), passando pelo ID da Motorola, que faz com que você possa recuperar dados, apagar o celular e encontrar o dispositivo. A terceira é a área de privacidade da empresa, onde você escolhe se quer ou não compartilhar dados com a Motorola. Outra novidade bastante bacana é a inserção de um app que exibe uma infinidade de tutoriais sobre o dispositivo, com a possibilidade até de conversar (por voz ou chat de texto) com alguém de suporte da fabricante.
Além deste app, há um para migração de conteúdo de um iPhone antigo ou um Android, para o novo Moto X. Há também o Alerta, que foi lançado para o Moto E e chegou no Moto X, onde é possível enviar um alerta de emergência para um, ou mais, contato que está em sua agenda. Por fim, há o pacote do Google, como Chrome, QuickOffice, Gmail, YouTube e outros.
Por fim, temos o Connect. Este app permite a conexão e o controle de algumas funções do Moto X, como enviar e responder mensagens de texto, rejeitar ligações e procurar o dispositivo, quando você não encontra mais. Tudo isso é feito em uma extensão do Chrome, que roda em qualquer computador com Windows, Mac e Linux - ou seja, onde há o Chrome disponível. Este tipo de auxílio é muito bem-vindo, mas seria mais útil se permitisse, por exemplo, responder uma mensagem no WhatsApp pelo computador. Ou então um e-mail, sem tirar o celular do bolso. De qualquer forma, se você envia muito SMS, vai acabar salvando boa parte do tempo ao digitar em um teclado físico e não no virtual do Google.
O navegador padrão é o Chrome, sem nenhum navegador extra - como fazem quase que todas as fabricantes de smartphones Android. Ele é capaz de abrir qualquer site, com sincronia de dados, senhas e histórico de navegação de um Chrome em outro dispositivo, navegação em abas e a interface mais limpa que chegará ao Android L, já disponível por aqui.
Há poder de fogo suficiente para rodar qualquer game disponível, hoje, no Google Play. O Snapdragon 801, com quatro núcleos rodando a 2.5 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM, GPU Adreno 330 e uma interface que não pesa para o sistema operacional rodar, temos uma máquina para jogos. Testamos o pesado Asphalt 8, que rodou tranquilamente. O mesmo ocorreu com o Modern Combat 5 e outros títulos pesados. Tudo rodou sem qualquer engasgo ou travamento, muito menos com queda na taxa de quadros por segundo. Com este conjunto, jogos que serão lançados num futuro próximo (coisa de um ano) poderão rodar sem qualquer problema.
O player de música é o nativo do próprio Android, ou seja, o Play Música. Ele é capaz de rodar qualquer arquivo em MP3, AAC+, WAV e WMA. A capa do álbum é exibida sem problemas, junto de informações que estão no arquivo executado. Além disso, ele é capaz de conectar com o Google Play Música e acessar as músicas que estão salvas no serviço - que não funciona no Brasil, infelizmente.
Não há player de vídeo nativo, sendo a galeria o player padrão de fábrica. Com ela você consegue reproduzir arquivos MP4, H.263, H.264 eWMV em alta definição. Não há travamentos ou engasgos durante a reprodução.
Chegamos ao calcanhar de Aquiles do Moto X, que era o mesmo ponto fraco do modelo anterior. A câmera não é tão boa quanto seus principais concorrentes. São 13 megapixels que não trabalham muito bem imagens noturnas - salvando a vida com o HDR, que costuma deixar tudo tremido, já que o mundo não para sua foto. O resultado final, em boas condições de luz, é de fotos com bons detalhes e cores bem reproduzidas. Em fotos noturnas, tudo fica meio granulado e com pouca luz entrando. A interface da câmera é bastante simples e conta com a função de abrir o app ao girar o smartphone na mão.
Em vídeos, o aparelho filma até 4K e pode realizar filmagens em câmera lenta de até 120 quadros por segundo em Full HD. A qualidade final é a mesma que temos em fotos, ou seja, boa em boas condições de luz e bem razoável quando a luz apaga.
Pontos fortes
Pontos fracos
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