M o t o r o l a M o t o X P l a y P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A Motorola criou duas variantes de sua linha X de smartphones, deixando o Moto X Style com o motor mais potente e o Moto X Play como variante que está focada em maior autonomia de bateria - não dá para falar que ele é para jogos, se tem processador e GPU inferiores ao Moto X Style, né? Por dentro temos um processador Snapdragon 615 que roda oito núcleos, 2 GB de memória RAM e opções entre 16 GB e 32 GB de memória interna, dual-chip e capaz de ler cartões microSD. Tudo isso alimentado por uma bateria enorme de 3.630mAh de pura energia.

A embalagem cresceu muito e agora vem em um papelão grosso, firme e bastante robusto. O pacote cresceu e isso é bom, já que a apresentação inicial do smartphone ficou mais bonita. Na caixa temos o celular, cabo de dados USB com ponta microUSB, fone de ouvido, carregador de tomada com saída de até 12 volts e recarregar a bateria por completo em duas horas - muito mais rápido que outros carregadores, já que temos muita energia por aqui. Além disso, há mais uma capa traseira em cor diferente e a ferramenta para extrair a gaveta do chip da operadora e do cartão microSD.

Por aqui temos mais uma mudança, quando o assunto é diferenças entre o Moto X Play e o restante da linha Moto X: ele é todo feito em plástico, por mais que as bordas trabalhem com um visual que lembra metal. Este é um ponto que está longe de ser negativo, já que o propósito do aparelho é ser um mid-range de alto desempenho e com muita bateria. Na parte da frente temos uma tela de 5,5 polegadas, com resolução Full HD, densidade aproximada de 403 pixels por polegada, proteção Gorilla Glass 3 e que ocupa 74,4% da frente do aparelho. A tecnologia de tela deixou de lado o AMOLED das duas gerações passadas e agora adota o LCD TFT, que conta com contraste e saturação inferiores ao que temos em modelos com telas IPS ou até mesmo que o Moto X do ano passado - não é nada drástico, mas a mudança é visível. Ainda na frente, há duas grelhas para o alto-falante, sendo que o áudio é reproduzido apenas na inferior - mancada isso, no aparelho que tem "play" no nome. Por fim, a câmera frontal conta com 5 megapixels de resolução, para selfies com muitos detalhes.

Os botões ficam todos na lateral direita, com direito ao de liga/desliga e os de volume. Na parte inferior está a entrada microUSB e acima fica a entrada para fone de ouvido. Ainda por aqui está a gaveta que guarda os dois nano-SIM (que podem ser 4G) e a entrada para cartão microSD de até 128 GB, tudo no mesmo local.

A parte traseira exibe a câmera de 21 megapixels, dois LEDs para flash e mais nada. A tampa é removível, mas apenas para trocar de cor e não dá acesso para a bateria. Esta, por sua vez, conta com generosos 3.630mAh de capacidade, suficiente para até dois dias de uso moderado. Comigo o aparelho durou um dia e meio, com aproximadamente 35 horas de vida entre uma carga para chegar aos 100% e a primeira reclamação de falta de energia, aos 15%. Esta autonomia é grande, mas está longe do que a Motorola promete nas campanhas.

A consequência para a bateria maior é um aparelho que é mais grosso e pesado, mas isso está longe de ser um ponto negativo. Esta gordurinha extra faz com que o celular encaixe melhor nas mãos, com mais firmeza e segurança. A traseira é em material mais aderente do que o plástico das bordas, o que dá ainda mais segurança para a pegada. Suas dimensões são de 148 milímetros de altura, por 75 milímetros de largura e 10,9 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 169 gramas de peso total.

No bolso, mesmo nos mais justos, o celular não ocupa tanto espaço como parece ocupar e não marca como alguns concorrentes. Porém, para quem utiliza calça feminina - e seus bolsos quase que inexistentes - vai sofrer um pouco.

Por dentro do aparelho, nós temos um processador Qualcomm MSM8939 Snapdragon 615 que roda oito núcleos, sendo dois em 1.7 GHz e outros dois de 1 GHz, todos com instruções para 64 bits, acompanhados de 2 GB de memória RAM LPDDR3, 32 GB de memória interna (com 25,45 GB livres para o usuário) e uma GPU Adreno 405. Tudo roda bem, sem qualquer engasgo ou travamento mesmo quando há muitos aplicativos abertos ao mesmo tempo - alguns deles recarregam ao voltar para a tela, algo que pode ser sinal da quantidade de memória RAM e o Android que gosta de colocar tudo para funcionar.

Tudo isso é controlado pelo Android na versão 5.1.1, com promessa da Motorola para atualização que leva até o Android 6.0 Marshmallow assim que ela estiver disponível. A Motorola já trabalhava com uma versão mais pura do Android e agora o número de alterações está ainda menor. A limpeza do Android, extremamente útil, começa com o launcher que é o Google Now Launcher e sem nenhum widget ou atalho pré-definido pela fabricante, passa pela quantidade de 35 aplicativos instalados. São quatro da Motorola e o restante do Google, sendo que do total do Google temos o Google+, Play Banca e Play Games desinstalados - se quiser, é só baixar no Play Store.

A fabricante, para diminuir ainda mais sua mão em cima do Android, unificou o assistente pessoal, Assist, Gestos e Tela em um só app e ele é chamado de Moto (é um dos quatro apps da Motorola). Nele você controla e configura os comandos de voz que faz mesmo com a tela do aparelho desligada, configura se quer ou não o Moto Tela, configura os comandos por gestos (por aqui apenas para ligar a câmera, já que não há sensores frontais para identificar a mão do usuário) e personaliza o Assist, que pode acionar alguns recursos de acordo com sua localização - como deixar no silencioso assim que você entrar no cinema e voltar para o perfil mais barulhento quando sair, tudo automaticamente.

Não, você não está com o melhor que a Qualcomm pode oferecer em hardware (o que é estranho para um smartphone que promete multimídia ao máximo, com o nome "play). Em games o Moto X Play acaba lidando bem com títulos pesados, mas abaixo do que seu irmão mais musculoso. A GPU é uma Adreno 405, que reproduziu sem problemas exagerados o Real Racing 3, mas engasgos foram visíveis durante cenas com muitos carros na tela ou de tomadas velozes com carros passando próximos ao seu. Testei ainda o Asphalt 8, que rodou um pouco melhor do que o Real Racing 3, sendo que ambos estavam com gráficos no máximo.

Este é um ponto muito negativo, já que a Motorola colocou um nome no aparelho que faz lembrar jogos e música. Justamente em jogos e em games nem tão recentes assim, ele não reproduziu de forma espetacular. Pode ser gargalo da GPU mais lenta do que a que está no Moto X Style, ou então a economia de 1 GB na memória RAM. Faz diferença.

Para rodar músicas, não há player da Motorola e o único disponível é do Google, com o Play Música. Nativamente você reproduz os formatos MP3, eAAC+, WAV, Flac e WMA. Para vídeos não há qualquer solução que faça o trabalho, mas a galeria de fotos do próprio Android reconhece os arquivos MP4, WMV e H.264 de alta definição e sem engasgos.

Assim como a Motorola fez com o Moto X Style, a qualidade da câmera finalmente está próxima ao de seus rivais mais semelhantes - finalmente Motorola! Este componente foi tão melhorado, que a Motorola utilizou boa parte de seu tempo de apresentação do aparelho para falar dela. O sensor é um Sony IMX230 que trabalha com resolução de 21 megapixels e é o mesmo que você vai encontrar no Moto X Style. O resultado final das imagens é equilibrado em cores, com muitos detalhes e pouco ruído na foto - ponto positivo!

O software que controla a câmera continua simples e é bem diferente do que quase todos os concorrentes da marca fazem, ao entregar seus programas que permitem uma infinidade de modos de cena e até controles manuais de ISO, tempo do obturador e se quer o HDR ou não. Por aqui o máximo que você pode alterar é o flash e o HDR, além de escolher se quer uma foto panorâmica ou não. Dá pra controlar a exposição, mas não é tão simples e intuitivo como outros fazem.

Em fotos noturnas o trabalho do HDR é muito bom e coloca detalhe onde não existia, como a forma de nuvens quando o céu está escuro. Há um modo noturno, que desce a resolução para 3,7 megapixels, adiciona mais ruído e acaba com fotos com mais brilho do que no modo automático, ou com HDR.

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