Temos aqui um dispositivo bastante parecido com o iPhone X: as laterais cromadas, a parte frontal com notch, a parte de baixo com entrada do cabo de dados no meio e uma fila de “buraquinhos” de cada lado… Mas dá para saber que é um Android por alguns detalhes.
Um deles é o formato do conector, USB tipo C. Outra é o queixo, que ainda tem o nome da Motorola escrito. E a parte traseira, com as duas lentes da câmera uma em cada lombada separada, ajuda a concluir que não é um iPhone que você tem nas mãos. Ah sim, e ainda tem o leitor de impressão digital aqui na parte traseira.
De modo geral, o Motorola One é um intermediário bastante elegante. A parte traseira é de vidro, apesar de não parecer vidro ao toque. O acabamento lateral também não parece metal ao toque. E provavelmente é plástico, já que a Motorola não informa em lugar nenhum o acabamento dessa parte do aparelho.
Para um dispositivo com tela de 5,9 polegadas, o Motorola One é bastante compacto, mas é bem mais alto que o iPhone X - mesmo levando em conta que a tela é 0,1 polegada maior. As dimensões são de 149,9 x 72,2 x 7,9 mm, então é uma tela grande em um corpo compacto, de qualquer forma. E o aparelho é bem leve, também, com cerca de 160 gramas.
A Motorola ainda manda todos os acessórios importantes dentro da caixa, incluindo cabo e fone de ouvido. O carregador é Turbo Power e tem também uma capinha protetora para o dispositivo dentro no conjunto.
Como já mencionamos, a tela IPS LCD tem 5,9 polegadas na proporção 19:9, mas com o notch a área útil acaba sendo de 18:9. Aliás, o notch mais atrapalha do que ajuda nesse dispositivo, já que é tão grande que cabem poucos ícones de cada lado para mostrar notificações, relógio e bateria.
Outro ponto que incomoda um pouco são as quinas arredondadas. Em alguns jogos, deu para notar que o software não foi otimizado para considerar as áreas perdidas. É basicamente uma tela retangular com as bordas cobertas. Você perde conteúdo, que em alguns poucos casos pode ser importante.
A resolução HD+ (720 x 1520 pixel),é baixa, o que resultado em densidade aproximada de apenas 285 ppi, mas você mal percebe. A qualidade de exibição é bem satisfatória e, no HD+, você tem um pequeno ganho em desempenho e autonomia. O Motorola One ainda é razoável para usar na rua e no escuro, com brilhos máximo e mínimo.
O áudio é razoável, ficando dentro do esperado para um smartphone intermediário. É recomendável manter um pouco abaixo do volume máximo para conseguir uma qualidade melhor, como acontece na maior parte dos aparelhos.
Um smartphone com Android One tem interface pouco modificada, certo? Bom, não pra Motorola. É verdade que temos menos modificações que outros aparelhos da marca aqui, mas ainda tem bastante recurso da fabricante no One.
Já falamos do software da câmera. Tem também as Ações, apesar de ser só as mais bacanas, agitar pra ligar a lanterna e girar pra abrir a câmera. Moto tela também está aqui.
E é isso. Não é tanta coisa como na linha Moto G6 ou Z3, e não podemos dizer que não sejam recursos interessantes. Mas há um problema: o One ainda tem o Android 8.1 Oreo instalado. Os testes com o Pie ainda estão em andamento, e não há previsão para a atualização chegar por aqui até o início de novembro, ao menos.
E até recentemente, até o pacote de segurança estava bem atrasado. Ainda estava com o nível de segurança de agosto. Só agora, em novembro, foi lançado o patch de outubro. Melhorou, mas continua atrasado. Ou seja, uma das maiores vantagens do projeto Android One inexiste aqui no dispositivo da Motorola.
Muita gente já criticou a Motorola por colocar um chipset considerado defasado no One. Crítica bastante justa, considerando o preço do aparelho no Brasil.
Mas o Snapdragon 625 ainda é melhor, por exemplo, do que o Snapdragon 450. É mais potente, com processador de oito núcleos que podem chegar a 2 GHz e a mesma GPU, Adreno 506. Mas a plataforma da série 600 é mais econômica. E pudemos notar isso nesse aparelho.
Com um Android menos modificado, o One conseguiu segurar todos os aplicativos na segunda volta de nosso teste de velocidade, ficando à frente dos Moto G6 e G6 Plus em multitarefas.
Em benchmarks, nada demais. A pontuação no AnTuTu ficou próxima à do Moto Z2 Play e mais de cinco mil pontos acima de outros dispositivos que possuem o mesmo chipset, como o Mi 5X.
O desempenho em jogos também é bastante satisfatório, ficando na média que estamos acostumados a observar em intermediários. Para quem não é exigente, tá de muito bom tamanho. Mas lembre-se: a tela é 720p, então alguns gráficos, mesmo no máximo, não vão agradar olhos mais treinados.
Chipset econômico, tela com resolução reduzida e bateria de 3.000mAh. Sim, o Motorola One atende às expectativas e entrega autonomia ainda melhor que o Moto G6 Plus. E isso com menos carga.
A duração é suficiente para uso moderado a intenso em um dia inteiro longe da tomada. E ainda sobra um pouco para o final do dia.
A recarga de 0% até 100% fica na média da Motorola, com pouco mais de 1 hora e meia para preencher toda a bateria.
As câmeras do Motorola One foram um destaque à parte da apresentação no Brasil. São várias funções, que vão desde modos que a fabricante já apresentou em lançamentos desse ano até a integração com o Google Lens.
O dispositivo tem um sensor duplo na traseira, de 13+2 MP, mas é para habilitar recursos como o cinemagraph, cor em destaque e modo retrato, apenas. Nada de zoom ótico, grande angular nem nada do tipo. Na frente, o sensor tira fotos de, no máximo, 8 MP.
Mas isso não significa que o dispositivo tire boas fotos. Pra começo de conversa, não temos aqui software do Google, mas sim da Motorola. Se você esperava uma qualidade próxima à dos Pixel, pode esquecer. Ao menos, não nativamente.
No geral, as fotos são ok, mas dá para reparar, por exemplo, que é hábito do software estourar algumas áreas mais claras para tentar registrar detalhes em áreas mais escuras. Mesmo com o HDR no automático, é raro o dispositivo acionar esse recurso.
Dá para tirar boas fotos, sim, mas depende do seu conhecimento e paciência para isso. Os modos especiais são interessantes para brincar um pouco, mas entregam resultados às vezes decepcionantes.
A câmera frontal também não é grande coisa, mas dá para tirar algumas selfies bacanas para as redes sociais. É só tomar cuidado para garantir uma iluminação razoável para destacar o seu rosto.
Em vídeo, temos a possibilidade de filmar em 4K com o sensor traseiro, que gera resultado razoável para um intermediário. A selfie não é de todo ruim, mas às vezes tem um problema com a compensação da exposição. A dica das fotos serve aqui para o vídeo, também.
Pontos positivos
Pontos negativos
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