O One Vision é o celular mais inovador dentro do portfólio atual do Motorola. Ele é o primeiro smartphone da companhia com tela no padrão cinema (21:9), visto recentemente nos celulares da Sony. Mas o que mais nos surpreendeu é a escolha de hardware da Samsung no lugar da Qualcomm ou MediaTek.
E estes não são apenas os destaques do One Vision, ele têm câmera que é capaz de enxergar no escuro e promete fotos mais claras à noite que intermediários como modo noturno. Motorola já fez outras promessas de câmera inovadora e não cumpriu. Será diferente dessa vez?
A embalagem segue o padrão da marca com cor chamativa e o logo imenso na tampa. Além do One Vision, você também encontrará na caixa:
É sempre bom ver empresas incluindo capinha de brinde para garantir que seu celular estará protegido desde o momento que sair da caixa. Os acessórios são os mesmos da linha G7.
A linha One da Motorola tem a proposta de trazer inovações, e isso inclui o design. Assim como o primeiro modelo da família, o One Vision tem aparência diferente dos outros Motorola.
Isso fica claro logo na frente. Além da tela com proporção diferente, esse modelo inova ao trazer o furo na tela para a câmera de selfies - uma solução que acaba alongando o espaço da barra de status. Ao menos está em uma posição que não atrapalha tanto nos jogos e nos filmes. Outra novidade é que não tem o nome da Motorola na borda inferior.
Atrás, nada daquele visual “tampa de bueiro” para as câmeras. Os sensores ficam encostados na lateral, estilo iPhone, mesmo. O leitor de impressão digital fica aqui centralizado.
O One Vision tem acabamento em vidro 4D, ou seja, arredondado em todos os lados, efeito gradiente e conector P2 na parte superior. Devido ao seu padrão 21:9, ele é mais confortável de ser usado com uma mão que outros no padrão 18:9. O leitor biométrico também está bem posicionado para todos os tamanhos de mão.
Aqui temos um aparelho com 160,1 mm de altura, 71,2 mm de largura e 8,7 mm de espessura com 180 gramas de peso. Diferente de outros smartphones da marca, este não traz proteção interna contra água, então é melhor evitar molhar o One Vision.
O modelo testado é na cor grafite, mas há também a opção em azul que deixa o efeito de textura por baixo do vidro mais visível.
A tela de 6,3 polegadas tem molduras bastante grossas pelos padrões modernos e um queixo proeminente. A câmera selfie fica em um buraco no canto superior esquerdo da tela e tem bordas também grossas, criando o que é sem dúvida o maior buraco na tela que vimos até agora.
Este furo é tão grande que a Motorola teve que tornar a barra de status um pouco mais grossa para tornar os dois mais alinhados. O painel tem resolução de 1080 x 2520 pixels, mantendo a densidade comum de 432 ppi. E o vidro que cobre a tela traz proteção Gorilla Glass.
Apesar do visor ser LCD, o preto é bastante profundo. Os brilhos máximo e mínimo são satisfatórios para uso na rua ou em ambientes escuros. Por padrão, o smartphone tende a tons muito frios, deixando o branco azulado. Dá para escolher entre cores naturais, realçadas ou saturadas. Então fica fácil corrigir este problema.
O aparelho tem um único alto-falante na parte de baixo e entrega som muito alto para que você não precise se preocupar em perder uma chamada em um ambiente barulhento. No entanto, o posicionamento não é ideal ao assistir vídeos devido à direção do som.
Existem algumas predefinições na seção de áudio no submenu Dolby Audio, mas encontramos pouca ou nenhuma diferença quando se trata de intensidade sonora. Isso pode afetar, no entanto, a experiência com filmes ou músicas.
O fone que vem com o One Vision entrega boa qualidade sonora e potência decente, mas a potência da saída P2 não é das melhores e vai limitar a qualidade do áudio entregue por fones mais caros com impedância maior. Se você é tipo audiófilo, então este smartphone da Motorola não é para você.
Pela primeira vez a Motorola utiliza uma plataforma da Samsung em um de seus smartphones. A escolha foi por um Exynos levemente modificado em relação ao do Galaxy A50, com velocidade máxima quase nada menor.
O modelo exato é o Exynos 9609. Ele traz processador octa-core com velocidade máxima de 2,2 GHz. A GPU é a Mali-G72 com três núcleos gráficos. Fechando o pacote há 4 GB de RAM, uma quantidade suficiente para segurar muitos aplicativos em segundo plano - pelo menos na teoria.
Em nosso teste de velocidade o One Vision decepcionou. Ele levou um tempo maior que seus concorrentes para abrir os aplicativos da lista. Pokémon GO recarregou do zero, mostrando que a otimização não está das melhores.
Mas pelo menos em jogos o One Vision manda bem. Além de rodar legal todos os jogos que testamos, o aparelho conseguiu rodar PUBG Mobile na configuração alta com 30 fps.
Problema aqui é a tela. Você vai precisar fazer alguns ajustes para deixar os botões de controle em posição confortável e onde você não os aperte por engano.
Chegamos ao ponto mais importante do One Vision, sua câmera. Como dito anteriormente, o marketing da Motorola alega que ele têm a melhor câmera noturna da categoria, sendo capaz de registrar fotos claras mesmo em ambientes mais escuros.
São dois sensores na parte traseira, um que transforma quatro pixels em um, e tem resolução máxima de 48 megapixels - mas registra as imagens em 12 MP, por conta desse recurso quad pixel - e um sensor de profundidade, que ajuda em recursos como modo retrato, cinemagraph, apagar o fundo e outros.
A qualidade geral das fotos é satisfatória para um intermediário. Mas o One Vision tende a estourar algumas áreas para pegar mais detalhes do objeto da foto. A exposição é exageradamente alta.
Com pouca luz, ele faz um trabalho um pouco ruim, mas ativando o Night Vision dá para conseguir boas fotos. Só demora um pouco mais para ele fazer uma espécie de filme e depois transformar em uma imagem parada.
O modo retrato também é bem bacana, com recorte razoável. Claro que depende da dificuldade da foto, objetos com altos níveis de detalhes costumam ter recorte ruim, mas pra quem tem paciência, dá para tirar boas fotos.
O sensor de selfies, que fica no buraquinho da tela, tem 25 megapixels e não é ruim. Mas fica atrás em nível de detalhes em comparação com concorrentes, como o P30 Lite, por exemplo.
Falando em concorrentes, o P30 Lite tem fotos mais detalhadas que o One Vison em praticamente todos os cenários. O grande destaque pro dispositivo da Motorola fica nas fotos com o Night Vision, que além de melhorar a nitidez, também aumenta um pouco a quantidade de luz. O P30 Lite basicamente só melhora a nitidez.
Em vídeo, o One Vision grava em resolução 4K com a câmera traseira e Full HD com a frontal. A estabilização é bem razoável, mas o áudio fica um pouco abafado.
A autonomia de bateria no Motorola One não foi tão boa - salva parcialmente pela plataforma econômica e pela tela HD+ - então a Motorola resolveu aumentar a capacidade no One Vision.
Mas não deu muito resultado. Aliás, o novo modelo teve autonomia um pouco mais baixa que o antecessor, ficando em torno de 12 horas e meia de uso. Pouco para os padrões atuais, em que os dispositivos estão ultrapassando as 15 horas do nosso teste sem muita dificuldade.
Segue resumo do nosso teste de bateria com o Motorola One Vision:
E o tempo de recarga também não anima. Cronometramos mais de duas horas para fazer a carga de 0 até 100% no One Vision. E isso com o carregador Turbo Power que vem na caixa. É uma diferença enorme comparado ao Moto G7 Plus que passa menos de 1 hora preso à tomada.
O One Vision ainda faz parte do programa Android One, e a Motorola promete atualizações rápidas para novas versões do sistema, além de pacotes de segurança mensais. Porém, no final de maio, o modelo que recebemos para testar ainda está com o pacote de abril.
A fabricante ainda incluiu alguns recursos próprios no dispositivo, como os gestos de ligar lanterna e abrir câmera, além do Moto Tela. São os mesmos truques vistos em outros smartphones da empresa, então não espere novidades por aqui.
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