Poucos dias depois de trazer ao mundo o Motorola One Action, a empresa aumentou de novo a linha com o One Zoom, espécie de modelo que junta todas as características dos irmãos sem descuidar de trazer novidades.
Com quatro câmeras na traseira, o mais novo smartphone da linha inovadora da Motorola promete ser uma ótima opção para quem gosta de tirar fotos e gravar vídeos. Será mesmo?
É isso que você confere agora com o TudoCelular, que também mostra os diferenciais para os outros modelos da linha e principais concorrentes.
O One Zoom bem em uma caixa igual à dos irmãos: na cor roxa, minimalista em detalhes e também em suas dimensões. O nome do modelo está escrito bem na parte frontal. Dentro da embalagem, você encontra:
O Motorola One Zoom é diferente do Vision e Action já na aparência. Nada de tela com proporção de cinema, temos aqui um visor com proporção mais parecida com os concorrentes. Assim, as dimensões de 160.1 x 71.2 x 8.7 mm são bem diferentes dos irmãos.
O recorte para a câmera frontal também tem formato padrão 2019, centralizado em formato de U e bem colado na borda superior. Ao toque, a traseira não parece, mas é de vidro, enquanto as laterais são de alumínio. O peso total do dispositivo é de 181 gramas.
O acabamento dá um efeito degradê bem interessante, que fica azulado no modelo titânio. Há ainda as cores bronze e violeta disponíveis no mercado nacional. Uma capinha acompanha o dispositivo para proteger de quedas.
Ainda na parte traseira, temos uma lombada razoável em um formato que, junto com as lentes, parece uma peça de dominó [a ideia aqui é mostrar o aparelho ao lado de uma peça de dominó, que estou providenciando]. O M embaixo acende, funcionando como um LED de notificações.
Outra diferença para os irmãos é a posição do alto-falante, que fica na parte superior, onde também temos a gaveta de chips, com espaço para dois chips de operadora ou um chip e um cartão micro SD, para expandir o espaço de armazenamento.
A tela de 6,3 polegadas tem bordas são pequenas, mas mais visíveis que em modelos concorrentes. Ao menos o One Zoom já adota um painel OLED, diferente do LCD dos irmãos e da família Moto G7 - e agora E6, também.
As cores são bem calibradas, e você pode ajustar de acordo com as suas preferências entre três predefinições do sistema: naturais e realçadas são mais neutras, enquanto a opção saturada puxa para cores quentes. O nível do brilho é bom, permitindo boa visibilidade na rua e também em ambientes escuros, sem forçar sua vista.
O sistema de áudio é apenas razoável, e esperávamos um pouco mais para um modelo que chega às lojas acima dos dois mil reais. O volume máximo tem um pouco de distorção, abafando os agudos.
O fone de ouvido que vem na caixa tem qualidade satisfatória, e o Motorola One Zoom tem entrada P2 para você usar o seu preferido.
O interior do One Zoom também tem mudança em relação aos irmãos Vision e Action. Nada de plataforma Exynos, da Samsung. Dessa vez, a Motorola optou por uma solução da Qualcomm, o mesmo chipset usado no Galaxy A70, aliás.
E aquela velha história do “Android puro” ser mais fluido que as interfaces customizadas cai por terra, mais uma vez. O One Zoom foi mais de 20 segundos mais lento que o A70 em nosso teste de abertura de aplicativos.
É verdade que o modelo da Motorola apresentou pontuação um pouco melhor que o rival da Samsung nos benchmarks, mas isso não se traduz no uso do dia a dia.
Em jogos, ao menos, ele foi bem. O dispositivo da Motorola conseguiu atingir a taxa máxima de quadros na maioria dos jogos que testamos, inclusive em PUBG Mobile, com qualidade dos gráficos definida como alta.
Caso tenha interesse em testar o desempenho em jogos no seu Android, basta fazer o download do Gamebench via Play Store .
O One Zoom é o primeiro smartphone da Motorola com quatro câmeras na parte de trás. Na verdade, são três câmeras em si e mais um sensor de profundidade. A lente principal é uma wide com abertura f/1.7, enquanto as secundárias são uma teleobjetiva de zoom ótico de 3x com f/2.4 e uma ultra-wide de ângulo de visão de 117° e abertura f/2.2.
A principal tem ótima qualidade para a faixa de preço, com fotos bem definidas, exposição equilibrada, cores que não exageram demais e também não ficam muito cruas.
A ultra-wide entrega fotos mais escuras, porque tem abertura menor, mas mantém boa nitidez e cores próximas às da principal. A teleobjetiva aproxima bem a imagem sem perder qualidade.
Ultra-wide | Wide | Teleobjetiva
Isso, claro, se você usar o zoom de 3 vezes. O híbrido de 10 vezes já entrega menos qualidade. Em comparação, o P30 Pro consegue esse mesmo tanto de zoom com bem mais qualidade.
O uso de HDR ou inteligência artificial entregam resultados variados, e recomendamos que você deixe ambos no automático. A IA pode ser desativada na hora do clique: o aparelho vai te recomendar o uso de algum cenário quando detectado.
Zoom 3x | Zoom 10x
O problema das câmeras fica para ambientes com pouca luz. A principal tem o Night Sight, o modo noturno da Motorola, que aumenta a nitidez de maneira até exagerada em alguns casos, mas geralmente deixa a foto bem mais atraente e pronta pras redes sociais.
É mais ou menos a mesma coisa que já vimos no One Vision, com nitidez bastante excessiva. Não vai agradar muito quem prefere a imagem um pouco mais limpa, mesmo que tenha um pouco de granulação.
Esse recurso não está disponível nas outras lentes, que acabam entregando fotos noturnas bem ruins.
Modo noturno ligado | Modo noturno desligado
O sensor de profundidade não é um ToF, mas faz um trabalho bem bacana, com bom recorte e desfoque ajustável. Quer dizer, é bom com boa iluminação. Com pouca luz, já começa a mostrar falhas, inclusive com tremidos na imagem ou foco fora do lugar.
Passando para a câmera de selfies, temos mais um bom sensor com iluminação ideal, com cores e exposição equilibradas. Com pouca luz, a nitidez ainda é boa, mas as cores já ficam um pouco mais lavadas dependendo do cenário.
O modo retrato de selfies tem recorte ok e você pode calibrar o nível de desfoque durante o clique ou até depois, como na câmera principal.
Modo retrato
A gravação de vídeos em 4K fica restrita apenas ao sensor principal, nem mesmo o de selfies chega a essa resolução. Mas a filmagem em Full HD entrega resultado um pouco melhor, com menos tremidos e sem rastros na imagem, apesar de perder alguns detalhes.
As lentes Zoom e Ultra Wide não entregam bons resultados nas imagens em movimento, mesmo filmando só em full HD. Já a câmera de selfies é mais que satisfatória. A captação de áudio é boa para a faixa de preço.
Depois de dois modelos com bateria decepcionante, finalmente a Motorola aumentou a capacidade de um celular da linha One, trazendo 4.000mAh no Zoom.
Isso aliado à tela OLED, que é um pouco mais econômica que o LCD, ajudou o dispositivo a chegar perto das 17 horas de uso em nosso teste padronizado de bateria, praticamente cinco horas a mais que os irmãos, mas ainda abaixo dos concorrentes. O A70 aguentou quatro horas a mais.
O carregador Turbo Power de 18W que vem na caixa consegue fazer a recarga completa em pouco mais de duas horas, uma marca um pouco acima do que esperávamos e, de novo, abaixo dos concorrentes. Motorola podia ter incluído o mesmo carregador do Moto G7 Plus nesse modelo mais caro...
Muita gente associa a linha One ao programa do Google que oferece Android com atualizações rápidas e frequentes por conta do nome. Mas, como já explicamos antes, a ideia da fabricante é oferecer dispositivos únicos, com novidades mais rápidas do que nas atualizações anuais de suas linhas.
Então não estranhe o fato de o One Zoom não estar inserido no programa Android One. No fim das contas, não faz lá grande diferença. Temos a mesma carinha da interface do Google, com poucas modificações da Motorola. Só ficam faltando as atualizações frequentes, mesmo.
Aliás, o One Zoom foi testado ainda no pacote de segurança de julho, o mais recente disponível para ele até a primeira quinzena de setembro.
E, claro, oferece o pacote completo de recursos da Motorola, com gestos de ligar lanterna, abrir câmera e fazer capturas de tela, além da navegação em um toque e as notificações na tela.
Ah, e esse é o primeiro Motorola a chegar ao Brasil com leitor de impressão digital sob a tela. A leitura tem boa velocidade e taxa de erros dentro do esperado para uma tecnologia ainda nova, ficando um pouco abaixo do leitor dedicado ainda.
Se você preferir, pode usar o reconhecimento facial, mas sem esquecer que é um tipo de bloqueio menos seguro do que a impressão digital.
Analisado cada quesito, é hora de comparar brevemente com principais rivais e, por que não, com os irmãos, também. A diferença de preço do One Zoom para o One Vision não é pouca, girando em torno de R$ 500 no varejo atualmente. Se você não faz questão da ultra-wide e não tem duração de bateria como um de seus principais focos, não vai se arrepender de ficar com o segundo.
Já o One Action tem mais desvantagens no conjunto de câmeras, mas pode ser uma opção melhor se você gosta de gravar vídeos mantendo-se em movimento. De resto, o One Zoom é uma opção mais completa, por isso o preço bem mais alto.
Já na comparação com concorrentes de outras marcas, o Galaxy A70 parece entregar um conjunto melhor que o One Zoom. O modelo da Motorola fica um pouco à frente no conjunto de câmeras, apenas, e só porque oferece a teleobjetiva e modo noturno.
Se a sua dúvida é por algum modelo da Xiaomi, o Mi 9T é mais atraente que o One Zoom, mas o dispositivo da Motorola entrega conjunto bem melhor que o Mi 9 SE .
Pontos positivos
Pontos negativos
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