O design do aparelho é bastante conhecido, mas traz algumas particularidades bem interessantes. No geral, é muito parecido com o iPhone X, incluindo a presença do notch e a disposição das câmeras na parte traseira.
Mas o MS80X tem um efeito de brilho bem bacana no vidro de trás. Ao ver o reflexo da luz, parece que o formato é meio irregular, mas não: a traseira é levemente curvada, principalmente nas bordas, mas isso que você está vendo na tela é só efeito, mesmo. Aqui ainda tem o leitor de impressão digital, que funciona bem, sem muitas falhas e com boa velocidade.
As laterais também não têm muita novidade. Botões de volume e energia ficam no lado direito, onde tem uma separação com o nome da marca na parte de baixo, também. À esquerda, a gaveta de chips, com espaço para um cartão de operadora e um segundo slot híbrido. Um pouco abaixo, um botão, que serve para acionar o Google Assistente. Você pode reconfigurar essa ação entre outras quatro opções, ou desativar esse botão.
Na parte de baixo, temos um conector micro USB - que bem poderia já ser USB-C, mas tudo bem - e o monte de buraquinho igual iPhone, mas só do lado que realmente sai som. No lado esquerdo tem a entrada para fone de ouvido e um microfone.
A parte de cima é lisa, e aqui você consegue ver como a lombada da câmera não é tão acentuada. Aliás, o aparelho é bem fino, e a altura é menor que a do Galaxy S9 Plus, que tem tela de mesmo tamanho, sendo as dimensões do MS80X de 156 x 76 x 7.7 mm. E isso porque o aparelho tem um queixo bem razoável e um recorte na tela, que dá para esconder.
O dispositivo vem com carregador de 10W, cabo micro-USB para USB, removedor da gaveta de chips, película de vidro e uma capinha para proteger de riscos e quedas. Não é das melhores, mas já é um bom início, ainda mais que não é fácil encontrar acessórios para um modelo manos conhecido.
A tela em si tem 6,2 polegadas na proporção 19:9. É IPS LCD e usa resolução Full HD+, com boa exibição do conteúdo, tanto as cores quanto o brilho, confortável para uso na rua e em ambientes escuros, se você utilizar o máximo e o mínimo, respectivamente.
O ângulo de visão é bem razoável, dependendo das condições do ambiente. O único problema que notamos é que o brilho parece baixar consideravelmente quando na reprodução de vídeos. Isso ajuda a prolongar a vida da bateria, mas atrapalha a visibilidade dependendo do ambiente onde você estiver.
Quanto ao áudio, é um dos maiores pontos fracos do dispositivo. O som tem bom volume, mesmo que você não chegue ao máximo. Mas, independente do nível, sai sempre bastante abafado, com graves bem ruins e agudos em muitos casos estourando. Mas é uma questão que um bom par de fones de ouvido resolve - que não acompanham o aparelho.
A Multilaser mexe bem pouco no Android, mantendo a aparência usada pelo Google em seus Pixel. Também tem bem pouco app instalado no MS80X quando você liga pela primeira vez. Só o básico, mesmo.
Mas isso não significa que o dispositivo não tenha ganhado alguns bons recursos extras. Por exemplo, dá para ativar alguns gestos para abrir aplicativos. Não é lá muito prático, você tem que deslizar a tela desde a parte superior esquerda para abrir uma caixa de diálogo na qual fará o gesto programado. Mas é interessante e deve agradar uma parcela de usuários.
Tem ainda outros recursos de gestos, tudo na parte Sobre do menu de configurações. É só acessar e ver o que cada item oferece, e testar caso te chame a atenção.
Ah sim, esse modelo aqui tem o Android 8.1 Oreo instalado de fábrica, com o pacote de segurança de outubro. O problema da Multilaser é que a entrega de atualizações, ao menos até agora, é bem inconstante.
O MS80X tem chipset um pouco mais potente do que o MS80. Seu processador também tem oito núcleos, mas alcança velocidades maiores. E também vem com a RAM e o armazenamento do modelo mais potente do antecessor.
Mais especificamente, é o mesmo chipset presente no Moto G6: o Snapdragon 450, da Qualcomm, que tem processador de oito núcleos rodando a até 1,8 GHz e GPU Adreno 506. São ainda 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno.
E isso faz diferença. Nosso teste de velocidade foi realizado em um tempo ainda menor do que no MS80, com a segunda volta bem rápida, sem nenhum engasgo. A troca entre aplicativos é suave e rápida, como deve ser em um bom intermediário. A pontuação no AnTuTu e no GeekBench ficou no mesmo nível do Moto G6. Sinal de que o hardware funciona bem.
Nos jogos que testamos para o review, alcançamos os 30 fps em todos. Asphalt 9 rodou lisinho, bem como Final Fantasy Awakening. Street Fighter 4 também rodou legal, sem engasgos, sem travamentos e com velocidade de carregamento sempre dentro do que esperamos para um intermediário básico.
Também testamos o tão pedido PUBG Mobile, que alcançou média de 26 fps cm gráficos no mínimo, suficiente para jogar satisfatoriamente.
A bateria de 3.500mAh aguenta bem o aparelho com um chipset não muito econômico e resolução Full HD. Nossa simulação de uso real mostra que o MS80X tem autonomia para um dia inteiro de uso moderado a intenso, com uma sobrinha para chegar em casa e colocar o aparelho na tomada sem precisar correr.
Foram mais de 16 horas de uso, com a carga apontando ainda 2% depois de 11 ciclos e meio da nossa simulação de uso real. O tempo de tela ultrapassou as 10 horas.
Agora, ter autonomia para usar o dia todo e ainda sobrar um pouco para o final é bom porque o adaptador que vem junto na caixa é de apenas 10W, então demora mais de duas horas para fazer a recarga de 0 até 100%.
O conjunto de câmeras é bem decente para um smartphone que não tem na fotografia o seu principal foco. O fato de ter câmera dupla na parte de trás permite ao usuário aproveitar o modo retrato, inclusive escolhendo, antes de tirar a foto, o nível de desfoque do cenário.
O HDR também é bem decente. Na primeira foto dos exemplos que deixamos abaixo, o prédio estava totalmente estourado na tela quando fiz a captura. Bem diferente do resultado final. No geral, com bastante luz, dá para tirar algumas fotos bem interessantes com o MS80X. Porém, com iluminação fraca, os ruídos aparecem e não são poucos.
O mesmo vale para a câmera de selfies. Dá para o gasto, e até é possível tirar boas fotografias, mas você precisa de um tempo para identificar bem pontos fortes e fracos da câmera.
Em vídeos, a gravação segue a qualidade das fotos. Dá para captar em Full HD, e o áudio fica em volume um pouco baixo e meio abafado. A qualidade geral do microfone não é legal.
Pontos positivos
Pontos negativos
Leave a comment