Poucos meses após o lançamento do OnePlus 5 , a fabricante chinesa OnePlus trouxe ao mercado uma versão aprimorada do aparelho, que apesar de manter o mesmo hardware, trouxe uma tela maior e pequenas mudanças no design.
Diferente do que aconteceu no ano passado, o modelo T não vem com hardware mais potente. Nesta geração a OnePlus decidiu reformular o design do aparelho, pelo menos a parte frontal do mesmo, ao abandonar o botão home abaixo da tela e esticar o painel Optic AMOLED para 6 polegadas.
O resultado é um smartphone com melhor aproveitamento frontal, tendo a sua tela ocupando 80% da frente do dispositivo. A empresa também adota o novo padrão 18:9, fugindo do tradicional 16:9 que esteve presente por anos nos smartphones. A boa notícia é que o novo smartphone da OnePlus tem quase as mesmas medidas do antecessor, o que garante que a ergonomia não seja comprometida.
A embalagem do OnePlus é praticamente idêntica à do modelo lançado no começo do ano. O que muda é que a na lateral tem escrito OnePlus 5T para diferenciar os produtos da chinesa. Na traseira temos uma etiqueta com informações do número serial do aparelho, código IMEI de ambos os slots SIM e também os detalhes sobre a versão – no nosso caso o modelo com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.
Junto com o aparelho recebemos o carregador Dash Charge com insanos 4A em 5V. Tanta potência é capaz de fazer a bateria de 3.300 mAh do aparelho ser preenchida em poucos minutos, mas iremos realizar nossos testes para vermos quanto tempo o OnePlus 5T fica na tomada até ser totalmente recarregado.
O cabo USB é o mesmo de antes, na cor vermelha. Temos uma ponta no padrão USB-C, que conecta no celular, e outra no padrão antigo para conectar no carregador ou em seu PC. Em uma caixa vermelha encontramos a chave para abrir a gaveta dos cartões SIM, além dos guias dos usuários e uma case de silicone. O aparelho também vem com película grudada na tela para evitar risco, mesmo oferecendo proteção Gorilla Glass 5.
O OnePlus 5T manteve a entrada P2 para fones de ouvido, o que evita a necessidade de incluir um adaptador junto com o smartphone. A má notícia, no entanto, é que a OnePlus continua evitando oferecer um fone de brinde junto com seus aparelhos.
O design da traseira é praticamente idêntico ao OnePlus 5. O que muda é que o leitor biométrico agora fica abaixo da câmera dupla traseira. E por falar em câmera, o aro de metal ao redor está mais saliente e curvo, dando um pouco mais de requinte ao design do smartphone.
Na parte frontal é que tivemos uma maior mudança com a tela de 6 polegadas no padrão 18:9. A boa notícia é que as medidas seguem quase as mesmas, com 156,1 mm de altura, 75 mm de largura e 7,3 mm de espessura. Ele é apenas 2 mm mais alto e 1 mm mais largo que o OnePlus 5. O peso teve um aumento de 9 gramas, indo de 153g para 162g no OnePlus 5T.
Se pouco mudou no design, no acabamento também não tivemos mudanças drásticas. A empresa manteve o mesmo corpo em alumínio, entregando uma qualidade decente para o preço exigido. Há aparelhos com acabamento mais caprichado na mesma faixa de preço, mas o que fica claro é que o OnePlus 5T tenta chamar a atenção pelo desempenho que oferece.
Na lateral esquerda encontramos um botão largo para controle do volume e uma chave que permite colocar o smartphone no silencioso e apenas em alertas importantes definidos pelo usuário com o recurso ‘Não Perturbe’ do Android. Na lateral direita temos o botão de ligar/desligar e a gaveta para dois chips de operadora (nada de microSD).
Na parte inferior do OnePlus 5T temos o alto-falante, a entrada USB-C e a entrada P2, além do microfone de chamadas. Dois pequenos parafusos ficam evidentes ao lado da porta USB, mas nada que comprometa o design do smartphone.
A tela continua com a mesma tecnologia Optic AMOLED de antes, entregando boa reprodução de cores. Por ter sido esticada, ela ganhou alguns pixels para manter a mesma densidade de 401 ppi de antes. Aqui temos um painel Full HD+ com 1080 pixels na vertical e 2160 pixels na horizontal.
OnePlus calibrou a tela para o padrão DCI-P3, usado atualmente para mídias em geral. Isso garante reproduzir fotos e vídeos com cores fieis, mas o usuário pode alterar a calibragem das cores escolhendo entre alguns perfis nas configurações de tela. O software também permite regular a temperatura das cores, deixando o branco mais frio ou mais quente a gosto de cada um.
Um grande ponto positivo da tela do aparelho está no brilho máximo alcançado. Usamos um luxímetro para medir a intensidade da luz emitida pelo painel Optic AMOLED e vimos valores superando os 1.100 lux (página do TudoCelular celular aberta no Chrome) e até 1.200 (com uma imagem totalmente branca).
O ângulo de visão, como esperado de uma tela com painel AMOLED, é ótimo. A resolução pode parecer baixa para um flagship, mas mesmo ao usar o OnePlus 5T de perto é praticamente impossível enxergar os pixels na tela.
Se o aparelho é capaz de oferecer uma boa imagem, não podemos dizer o mesmo do som. Ele conta com apenas um alto-falante, que além de entregar um áudio mono, não tem muita qualidade. Ao colocar o volume no máximo, ou mesmo próximo disso, vemos o áudio sair bastante distorcido, especialmente em músicas com graves. Além disso, a posição do alto-falante não é das melhores, sendo encoberto facilmente pela mão do usuário.
Como dito anteriormente, o OnePlus 5T não é uma versão turbinada do OnePlus 5. Aqui temos o mesmo chipset Snapdragon 835, formado por processador octa-core com velocidade máxima de 2,45 GHz, a GPU Adreno 540 e 8 GB de RAM. O modelo pode ser encontrado também com 6 GB de memória, além de ter duas opções de armazenamento: 64 ou 128 GB.
Em benchmarks temos valores altos, como já esperado de um flagship. No AnTuTu registramos 170 mil pontos, enquanto no GeekBench tivemos 1.962 (teste single-core) e 6.612 (teste multi-core). Com a GPU envolvida, a pontuação subiu para 7.846 – deixando claro que o aparelho chinês é realmente poderoso.
Em testes gráficos sintéticos tivemos 3.436 pontos no 3D Mark e até 112 fps no T-Rex do GFX Bench, como pode ser visto nas capturas de tela acima. A unidade de processamento gráfico do OnePlus 5T tem fôlego de sobra para lidar com qualquer aplicativo 3D ou jogo na resolução Full HD+.
Em um teste mais prático medimos quanto tempo o OnePlus 5T leva para abrir uma dúzia de apps. Na lista selecionada temos os apps de Câmera, Galeria e Configurações enquanto outros foram baixados, como Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8.
A abertura foi realizada exatamente nesta ordem, contando o tempo a partir do momento em que o cronômetro foi iniciado e sendo feita uma marcação ao final do primeiro ciclo para vermos se a segunda etapa seria executada mais rapidamente, pois todos os apps e jogos teoricamente já estariam armazenados na RAM.
Na primeira rodada o 5T levou apenas 40 segundos para abrir todos os aplicativos. Na segunda rodada, o smartphone da OnePlus precisou de apenas 13 segundos. E como já esperado, os seus absurdos 8 GB de RAM fizeram o trabalho devido ao manter todos os apps abertos em segundo plano. Desta forma, o OnePlus 5T supera (por pouco) o seu antecessor.
FPS | CPU | GPU | RAM | |
Asphalt 8 | 30 | 6% | 51% | 624 MB |
Asphalt Xtreme | 29 | 5% | 49% | 692 MB |
Injustice 2 | 30 | 5% | 52% | 805 MB |
Modern Combat 5 | 60 | 25% | 32% | 556 MB |
Clash Royale | 59 | 2% | 36% | 319 MB |
Subway Surfers | 60 | 7% | 29% | 353 MB |
Usamos a ferramenta Gamebench para medir a taxa de quadros por segundo em alguns jogos. Infelizmente, alguns títulos da Gameloft vêm travados para rodarem a 30 fps, como é o caso dos dois jogos de corrida testados. Injustice 2 também entra neste grupo, o que acaba limitando o potencial do aparelho.
Os demais jogos entregam 60 fps no geral, com excelente fluidez no smartphone da OnePlus. Assim como visto em outros aparelhos com Snapdragon 835, a Adreno 540 tem fôlego de sobra para encarar qualquer jogo no OnePlus 5T. E como esperado, os resultados são similares aos do OnePlus 5.
Em termos de resolução, nada mudou. A câmera principal mantém os mesmos 16 megapixels de antes, assim como a secundária que continua com 20 megapixels. A mudança fica para a abertura que subiu de f/2.6 para f/1.7, o que pode ser uma boa notícia. A má, no entanto, é que o OnePlus 5T não oferece mais zoom óptico.
A câmera frontal mantém os mesmos 16 megapixels e a mesma abertura f/2.0. Em termos de vídeos também não há mudanças, onde é possível gravar em 4K a 30 quadros por segundo com a câmera principal e Full HD com a frontal. Ou seja, tecnicamente o OnePlus 5T não trouxe avanços na câmera, mas na prática vemos que não é bem assim.
A câmera do OnePlus 5T oferece boas fotos, entregando mais detalhes e melhor equilíbrio entre exposição e contraste do que foi visto com a câmera do OnePlus 5. Infelzimente, a câmera do flagship chinês ainda peca em ambientes com baixa iluminação, gerando fotos granuladas. Sem falar que o HDR é um dos priores da categoria.
Se a câmera dupla na traseira não chega a empolgar, a frontal faz um melhor trabalho. Ela produz selfies claras e limpas, usando software de embelezamento facial para deixar as fotos do usuário melhores. Em alguns casos pode resultar em algo artificial, mas apresenta bons resultados na maioria das vezes.
O atalho de zoom em 2x continua presente no software da câmera, mas o OnePlus 5T não oferece zoom óptico. Além disso, o modo retrato não é dos melhores. Para quem é fã do efeito bokeh, as fotos tiradas com o aparelho chinês resultam em um processamento mal-acabado, deixando algumas partes da foto mais borradas que outras.
A filmadora faz um bom trabalho durante o dia, entregando um excelente sistema de estabilização de imagem que coloca muito rival com estabilização óptica no chinelo. Este eficiente sistema de estabilização também funciona em filmagens noturnas, mas a qualidade dos vídeos cai drasticamente com as imagens granuladas.
O OnePlus 5T grava áudio em estéreo, contando com microfone dedicado para cancelamento de ruídos, que tenta fazer um bom trabalho, mas não entrega um resultado digno. Isso não chega a ser um problema grave, já que mesmo smartphones mais caros também pecam ao reduzir o ruído do vento em gravações externas.
O OnePlus 5T manteve a mesma bateria de 3.300 mAh do OnePlus 5. E mesmo trazendo uma tela maior, o aparelho foi capaz de manter a mesma ótima autonomia de antes, mostrando que a OnePlus sabe otimizar bem seus aparelhos para extraírem cada mAh presente.
A primeira boa notícia é que o novo modelo passa menos tempo na tomada. Enquanto o antigo leva pouco mais de 1h30, o 5T precisou de apenas 1h24 para chegar a 100%. Com 30 minutos na tomada ela já havia recuperado 58%, e após 1h já tínhamos 93% da bateria recarregada.
Em nossos testes de uso contínuo registramos resultados mistos comparado ao OnePlus 5. Em execução de vídeos foi possível assistir no aparelho por 16h59 – superando o teste do modelo anterior. No entanto, no teste de gravação de vídeos vimos uma queda drástica, com apenas 3h50. Talvez a mudança na câmera dupla tenha impactado severamente a autonomia.
Em chamadas registramos 18h05 de ligações com o OnePlus 5T, enquanto em videochamadas ficamos com 6h38. No primeiro vemos um ganho comparado ao antecessor, mas no segundo teste tivemos uma pequena perda. O mesmo acontece com os jogos, rendendo 6 horas de jogatina, enquanto o OnePlus 5 rendeu 36 minutos a mais.
Em um teste simulando uso real foi possível chegar aos seguintes resultados:
O flagship chinês não é apenas o smartphone mais rápido que já passou pelo TudoCelular, mas também oferece uma autonomia de bateria suficiente para passar o dia inteiro longe da tomada. E a parte mais impressionante é que o OnePlus 5T mantém os apps e jogos rodando em segundo plano, sem comprometer a duração de bateria.
Pelo fato de ter uma tela no padrão 18:9, vídeos e alguns jogos não preenchem totalmente a área do painel, deixando faixas pretas nos cantos. Como temos um aparelho com tela AMOLED, estes cantos sem iluminação acabam ajudando a bateria a durar mais, já que os pixels são desligados. Este detalhe acabou ajudando o OnePlus 5T a manter sua ótima autonomia, mesmo com o aumento de tela.
A Oxygen OS é uma interface leve e bastante otimizada. As animações rápidas do Android deixam animado qualquer usuário do sistema. Ela não apresenta muitos recursos, mas tem alguns interessantes, como os gestos para a tela de bloqueio. Você pode desenhar um círculo para ligar a lanterna ou um ‘V’ para abrir a câmera quando o aparelho está em standby, por exemplo.
Por ter 8 GB de RAM, o aparelho é capaz de manter todos os apps do usuário rodando em segundo plano, e por ter animações muito ágeis, alternar entre os aplicativos é uma tarefa fácil, rápida e prazerosa. Se tem algo que o OnePlus 5T manda muito bem é em desempenho, deixando muito aparelho mais caro para trás.
O leitor biométrico na traseira funciona muito bem, além do leitor facial muito ágil. Qualquer meio de segurança escolhido entrega alta eficiência, só resta saber se o desbloqueio por leitura facial é tão seguro quanto o de digital.
Ele foi lançado com Android Nougat, mas neste momento em que a análise foi desenvolvida já contávamos com a versão de teste do Oreo disponível. A OnePlus lança atualizações constantes para correções de bugs e melhorias do aparelho. Sem falar que os smartphones da empresa contam com grande suporte do fórum XDA, o que oferece ao usuário uma vasta gama de opções de ROMs, MODs, kernels, entre outras modificações.
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