O realme 8 Pro é um dos vários lançamentos da marca chinesa que chegou recentemente ao Brasil. Ele é sucessor do 7 Pro , mas não traz grandes avanços. Isso não é necessariamente algo ruim, já que o antecessor apresentou um bom custo-benefício. Vamos ver o que o novo traz de novidade e se é uma boa compra frente aos rivais.
O Realme 8 Pro vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
A ficha técnica do realme 8 Pro pode ser parecida com a do seu antecessor, mas o design traseiro foi repaginado: as câmeras em layout retangular deram lugar a um módulo mais quadrado no estilo cooktop para deixar o intermediário da realme alinhado com a tendência do mercado.
As câmeras estão maiores e parte da culpa está no novo sensor de 108 MP. O acabamento traseiro em plástico fosco traz o slogan “Dare to Leap” com acabamento espelhado e pode incomodar alguns por tomar muito espaço. Pelo menos o novo ficou um pouco mais fino e leve, apesar da antiga bateria ter sido mantida. Só é uma pena a resistência contra respingos ter sido removida.
O modelo que testamos apresenta um tom degradê que vai do cinza ao azul. A traseira reflete a luz em raios direcionados para todos os lados, o que combinado com o acabamento fosco do plástico passa a sensação de um vidro jateado. Realmente é um celular que chama a atenção e apesar de grande tem uma pegada confortável.
As laterais do 8 Pro também seguem o efeito degradê, sendo prateada no topo e azul na parte inferior. Do lado direito temos o botão de energia e controle de volume; do lado esquerdo há apenas a gaveta do SIM Card e microSD; no topo há apenas um microfone; enquanto na parte inferior temos o alto-falante, entrada USB-C, entrada para fone de ouvido e outro microfone.
A tela do realme 8 Pro é a mesma de 6,4 polegadas com tecnologia Super AMOLED do modelo anterior. Até mesmo a taxa de 60 Hz foi mantida, o que é uma pena. Pelo menos a realme fez algumas melhorias no controle de brilho e agora é possível alcançar brilho mais forte, além de cores mais precisas do que antes.
A tela tem suporte a HDR10 e funciona com vídeos no YouTube, mas não espere o mesmo em serviços de streaming. O brilho mínimo é baixo o suficiente para garantir uma boa experiência no escuro sem causar fadiga. No geral, o realme 8 Pro tem uma boa tela para a categoria, só faltou ter uma taxa de atualização mais alta que virou o padrão no segmento.
O que não faz sentido é a realme ter removido o segundo alto-falante. Enquanto o 7 Pro tem som estéreo, o seu sucessor ficou limitado a som mono. Com a perda da segunda saída de som, a potência sonora foi comprometida e o volume agora é apenas decente. A qualidade sonora também peca por falta de agudos claros que ficam perdidos entre os médios acentuados e os graves abafados.
É uma pena que a realme não tenha feito upgrade na plataforma do seu intermediário e continuamos com o Snapdragon 720G de antes. De qualquer forma, ainda é um bom chip em 2021 e está presente em celulares como o Galaxy A52 e A72 . Em nosso teste de velocidade, ele até conseguiu melhor resultado no multitarefas que o rival da Samsung, mas ficou abaixo do realme 7 Pro – será falta de otimização no software do novo modelo?
O que importa é que a diferença no uso com vários apps é pequena e nos benchmarks eles ficam empatados, mostrando que o hardware está bem afinado. No AuTuTu tivemos média de 280 mil pontos, sendo mais que os 250 mil pontos do Galaxy A52.
E jogos? Call of Duty rodou na qualidade máxima com tudo ativado a 60 fps, assim como tivemos no Asphalt 9. Fica claro que o hardware do 8 Pro tem fôlego para ir além e uma tela de 90 Hz seria bem-vinda.
O que mais impressiona é a bateria, que mesmo tendo o mesmo tamanho de antes, acabou rendendo muito mais e fica entre os melhores que já testamos. Fica claro que a realme preferiu otimizar o software para fazer a bateria render ao invés de explorar o desempenho do aparelho.
Caso tivesse tela de 90 Hz ainda teríamos bateria para um dia inteiro com sobra. De qualquer forma, muitos ficarão felizes em ver um bom intermediário que consegue render dois dias longe de tomadas.
A realme não economiza no carregador e manda um acessório potente com o 8 Pro que faz sua bateria recarregar em apenas 43 minutos. Em apenas 15 minutos de carga temos quase metade da bateria para usar, que chega a 81% em meia hora na tomada.
A estrela na parte fotográfica está no sensor principal de 108 MP, sendo o ISOCELL HM2 da Samsung, mesmo presente no Redmi Note 10 Pro . Restante do conjunto não traz nada de especial: a câmera secundária tem sensor de 8 MP e lente ultra-wide, enquanto as demais possuem 2 MP, sendo uma dedicada para macros e outra para desfoque. Por fim, há uma câmera frontal de 16 MP fechando o conjunto.
A câmera comprime nove pixels em um e com isso temos fotos em 12 MP por padrão que apresentam bons detalhes, poucos ruídos, ótimo contraste, cores vivas sem excesso de saturação e HDR na medida.
O problema é quando mudamos para o modo 108 MP. Você terá fotos com melhor nitidez, mas o HDR é desativado e isso deixa a imagem desbalanceada entre as partes claras e escuras, com muitos detalhes perdidos nas sombras.
A realme promove o sensor de 108 MP juntamente com a promessa de zoom de 3x sem perda de qualidade, por mais que o 8 Pro não tenha lente teleobjetiva. Há um atalho para 3x e 5x no app de câmera e a perda na qualidade realmente é menor do que vemos em outros celulares com zoom apenas digital.
A câmera ultra-wide entrega fotos aceitáveis. A nitidez é inferior, as cores têm menos vivacidade e o HDR é mais limitado. A qualidade cai bastante em locais mais escuros e aqui é onde vemos que o realme 8 Pro fica no mesmo patamar que celulares mais baratos. A macro também tem o mesmo desempenho de celulares mais simples e a culpa está no sensor fraco de apenas 2 MP sem foco automático.
O realme 8 Pro não sofre tanto ao cair da luz e consegue registrar boas fotos à noite. O software de redução de ruídos não é tão agressivo a ponto de destruir os detalhes, mas não espere a mesma nitidez de fotos tiradas de dia. O modo noturno ajuda a melhorar a qualidade no geral e funciona também com a ultra-wide.
O decepcionante fica para a câmera frontal. A realme reduziu a resolução pela metade e temos fotos mais suavizadas do que o 7 Pro. O modo retrato tem bom efeito de desfoque, apesar de apresentar erros próximo da pessoa fotografada.
O realme 8 Pro é capaz de gravar vídeos em 4K com a câmera principal, enquanto a ultra-wide fica limitada a Full HD. Há estabilização eletrônica que ajuda a lidar com os tremidos, mas ela não está disponível na resolução mais alta. O foco do 8 Pro é ágil e a captura de áudio não sofre muito com barulho de vento.
O realme 8 Pro está atualmente com o Android 11 modificado pela interface Realme 2.0, a mesma presente em recentes modelos da marca. O sistema flui bem e o leitor biométrico na tela reconhece rapidamente a digital, mas é preciso aplicar um pouco de força para ativá-lo ou então ligar a tela antes de encostar o dedo no sensor.
A parte de customização da interface lembra o que temos no Android da Motorola, enquanto os extras parecem que foram copiados da One UI, como a Barra Lateral Inteligente que se inspira no Tela Edge da linha Galaxy.
Existe também a Esfera de Auxílio, uma espécie de bolha flutuante que serve como atalho para os botões de navegação. E um detalhe que notamos é que a tradução da interface lembra a MIUI das antigas: parece uma mistura de português do Brasil com o de Portugal. Sem falar que o patch de segurança estava defasado quando analisamos o aparelho.
Comparado com a câmera do Redmi Note 10 Pro, temos vantagem ou não para o realme? Podemos dizer que os dois entregam qualidade similar em fotos. Porém, o rival da Xiaomi perde em desempenho e bateria, mas ganha em tela por ter painel de 120 Hz e som estéreo para uma boa experiência multimídia.
Da Motorola temos o Moto G60 que tem desempenho um pouco melhor no multitarefas e também traz câmera de 108 MP com boa qualidade para fotos e vídeos. Sua bateria dura um pouco menos, porém demora muito mais para recarregar. Na parte multimídia temos de vantagem a tela de 120 Hz, mas também ficou faltando som estéreo.
Da Samsung temos o Galaxy A52 com o mesmo chip Snapdragon, mas acabou sendo mais lento em nosso teste multitarefas. Por outro lado, tem tela de 90 Hz para rodar alguns jogos acima de 60 fps. A bateria dura bem, mas demora mais para recarregar.
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