R e a l m e C 1 1

Procurando um celular barato para comprar e não curtiu as opções da Samsung, Motorola e Xiaomi no mercado? A realme chegou apostando neste segmento recentemente no Brasil ao trazer o C11 , o seu novo basicão para quem busca um bom smartphone pagando pouco. Ele foi lançado por R$ 1 mil, mas já aparece por menos de R$ 800 atualmente. É uma boa compra? Vamos descobrir.

O Realme C11 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

Nem sempre celular barato significa design batido e sem graça. O C11 mantém elementos dos modelos mais caros da marca, como as pequenas linhas que cruzam a traseira para gerar um efeito gradiente e tornar o aparelho menos escorregadio.

Há uma faixa lisa que vai desde o topo onde fica o bloco da câmera até a parte inferior ostentando o nome da realme. O C11 chega em duas opções de cores, cinza e azul, e tem tom metalizado para dar a impressão de produto mais robusto.

Há dois pontos decepcionantes que precisamos citar: o primeiro é a falta de leitor biométrico, mas nesta faixa de preço ainda é comum; o segundo é que o alto-falante fica na traseira e tende a ser abafado facilmente.

As bordas traseiras são curvadas para tornar a pegada mais confortável. Do lado esquerdo encontramos a gaveta do SIM Card que permite usar dois chips e um cartão micro SD ao mesmo tempo. Na lateral direita há o botão de energia e o de controle de volume. Na parte inferior temos entrada ainda do tipo micro USB, microfone e entrada para fones de ouvido.

O C11 vem com tela de 6,52 polegadas com painel IPS LCD e resolução HD. O nível de brilho é apenas decente, mas no segmento de entrada não é comum ver aparelhos com telas brilhantes. Então não espere boa visibilidade ao usar o básico da realme fora de casa.

Por padrão ele tende para cores mais frias, deixando o branco azulado. É possível controlar a temperatura das cores e também usar o recurso de conforto visual para reduzir a emissão de luz azul e causar menor fadiga visual.

A posição do alto-falante pode não ser das melhores, mas a qualidade sonora está acima da concorrência. Temos boa potência com graves e agudos definidos, mas peca por ter médios praticamente inexistentes.

É bom lembrar que este modelo que testamos é a versão 2021 equipada com plataforma da Unisoc, sendo diferente do C11 de 2020 que vem com Helio G35 da MediaTek. Além disso, há 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. Se você busca um celular com bom desempenho, esqueça o C11. Ele é lento no uso com vários apps, não consegue segurar os aplicativos abertos em segundo plano e demora bastante para carregar jogos.

Também não espere por números altos em benchmarks. No AnTuTu temos pontuação similar ao Helio G25 presente no Redmi 9A e o Snapdragon 450 do Galaxy A02s . E nos jogos? No Call of Duty consegue boa fluidez na qualidade gráfica mais baixa, enquanto no PUBG foi possível jogar na opção gráfica balanceada sem sofrer com muitos engasgos. O C11 é um celular para jogos casuais.

O C11 vem com bateria de 5.000 mAh, praticamente o padrão de qualquer celular básico recente. Como o hardware antigo da Unisoc consegue lidar com isso? Bem, a duração é boa e chega a render o dia todo, mas não compete com Samsung e Motorola neste ponto.

O carregador de 10W leva mais de 3 horas para encher totalmente a bateria. É um tempo longo, mas dentro do padrão do segmento. A falta de carregamento acelerado faz com que a bateria recupere apenas 9% com 15 minutos na tomada e mesmo com meia hora de carga temos apenas 20% recuperados.

Na parte de câmera temos mais uma decepção: o modelo de 2020 conta com sensor principal de 13 MP e câmera secundária para desfoque de cenários. No C11 2021 há apenas uma câmera na traseira com sensor simples de 8 MP. A frontal, no entanto, é a mesma de antes com uma câmera de 5 MP para selfies.

As fotos registradas pelo C11 são decentes quando há luz favorável, mas o alcance dinâmico é muito limitado. Ao fotografar contra a luz perderá detalhes nas sombras e terá céu estourado com frequência.

Há IA para ajudar a calibrar melhor o software na tentativa de ajudar nas fotos, mas na prática é inútil. Em muitos cenários não faz qualquer diferença e quando ajuda não chega a mudar muito. Como não há câmera para desfoque, todo o processo de efeito retrato é feito via software e apresenta grandes falhas.

Se a câmera já não empolga ao fotografar de dia, à noite temos imagens com contraste inferior e granuladas. Nem mesmo há um modo noturno para ajudar, então tente não ficar muito longe de locais iluminados.

A frontal registra selfies razoáveis, mas sofre com ruídos à noite e o modo retrato tende a desativar o HDR. A filmadora grava em Full HD, não possui estabilização e o foco é lento. A captura de áudio é apenas mono e o som fica bastante abafado.

O C11 vem com Android 11 Go Edition modificado pela interface Realme UI. O sistema não é dos mais rápidos e isso já era esperado pelo hardware fraco que possui. Porém, como temos aqui a versão mais leve do Android, ele poderia ser um pouco mais fluido.

A interface da fabricante chega próximo do Android padrão e vem com apenas o básico para você usar. Não é o tipo de aparelho que traz vários recursos extras, então você encontra basicamente o que está disponível em qualquer Android.

Como não há leitor biométrico terá que usar biometria facial ou padrão para desbloqueio do aparelho. Já com relação ao suporte a atualizações, o C11 não está tão defasado nos patches de segurança comparado a outros mais caros que testamos recentemente.

Ficou decepcionado com o C11? O que podemos encontrar na mesma faixa de preço? O Galaxy A02s entrega melhor desempenho, tem sistema mais completo, a bateria dura muito mais e a filmadora é melhor.

Da Motorola temos o Moto E7 Power que entrega mesmo nível de desempenho, mas a bateria rende mais e as câmeras são melhores para fotos e vídeos. Da Xiaomi há o Redmi 9A que também é um pouco mais ágil, enquanto a bateria rende o mesmo e câmera tem qualidade similar, porém seu software é mais completo.

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