A realme vem investindo no segmento de intermediários no Brasil com a promessa de entregar o melhor custo-benefício. Já analisamos vários modelos da marca, mas temos agora em mãos o C25 , que mira no segmento de entrada e promete superar os basicões da Samsung, Motorola e Xiaomi. Será que vale a pena? Vamos conferir.
O Realme C25 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
O realme C25 não vai te atrair pelo design. Ele tem corpo simples em plástico e pode ser encontrado em duas opções de cinza: esta mais clara com leve tom azulado e outra mais puxada para o grafite. A maior parte da traseira traz linhas finas que deixam o celular menos escorregadio por causa da textura, enquanto há uma estreita faixa na esquerda com acabamento mais liso e vem estampado o nome da empresa.
O leitor biométrico fica na traseira e responde rapidamente ao toque. O conjunto de câmeras segue no estilo cooktop, sendo formado por três lentes e um LED em flash. Na parte frontal há entalhe de gota, diferente de intermediários da marca que apostam em furo para a câmera de selfies.
Do lado direito há o botão de energia e de controle de volume, enquanto do lado esquerdo temos apenas a gaveta que suporta dois chips e um cartão de memória ao mesmo tempo. Na parte inferior encontramos a entrada para fones de ouvido, microfone, a entrada USB-C e o alto-falante.
Não espere por NFC no realme C25, mas pelo menos há suporte a Wi-Fi AC para redes 5 GHz e Bluetooth 5.0. Também não espere por alguma resistência especial na tela ou proteção contra água.
O básico da realme traz painel LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ e taxa de 60 Hz. O nível de brilho é bom para ambientes muito iluminados e está acima de muitos aparelhos básicos da Xiaomi e Motorola. Porém, não chega a competir em contraste, apesar de que as cores exibidas não pecam em tonalidade.
Uma tela AMOLED seria bem-vinda, mas são poucas as fabricantes que trazem esta tecnologia em aparelhos mais baratos. Também não espere por suporte a HDR10 para ver vídeos no YouTube e serviços de streaming, a tela do realme C25 faz apenas o básico.
Já a parte sonora poderia ser melhor. Há apenas uma saída de som na parte inferior, o que limita o som a mono. A potência é decente, mas faltam graves e médios. É o tipo de celular que serve para ver vídeos no YouTube, mas fica limitado para jogos e filmes.
A realme não envia fone de ouvido com o aparelho, mas pelo menos há entrada padrão para isso.
O C25 vem equipado com a plataforma Helio G70 da MediaTek acompanhado de 4 GB de RAM. É uma boa configuração, mas não chegou a impressionar em nosso teste de velocidade. Ele foi mais lento que outros modelos na mesma faixa de preço, mas chega a superar alguns lançamentos recentes, como o Galaxy M12 . A quantidade de memória é suficiente para segurar uma boa quantidade de apps abertos, mas o sistema mata tudo para economizar bateria.
E como o básico da realme se sai em benchmarks? Se você se importa com pontuação no AnTuTu tivemos pouco mais de 200 mil pontos, o que o coloca pouco acima do Moto G20 e muito acima do Galaxy M12.
Ele também vai bem em jogos graças à boa GPU aliada à baixa resolução de tela. No PUBG conseguimos boa fluidez na qualidade HD com tudo ativado. No Mortal Kombat registramos média de 60 fps e no Call of Duty foi possível jogar na qualidade média sem engasgos. Jogos casuais vão sempre tirar o máximo proveito da tela de 60 Hz do aparelho.
O desempenho é bacana, mas é a bateria que realmente impressiona. O C25 vem com generosa bateria de 6.000 mAh e rendeu muito em nosso teste padronizado. Conseguimos usar o aparelho por mais de 40 horas em uso moderado, o que o coloca muito acima dos melhores que testamos que ficam próximos das 30 horas.
O software agressivo tenta ao máximo evitar que apps e serviços fiquem em execução em segundo plano e isso ajuda bastante a bateria a render ao máximo. Ainda assim, há um modo Super Economia de Energia que a realme promete ser capaz de fazer os 5% finais de uma carga renderem várias horas.
O carregador de 18W que acompanha o C25 leva mais de 3 horas para preencher a bateria. Ele recupera apenas 14% em 15 minutos de carga e chega a 23% em meia hora.
O realme C25 possui duas configurações distintas de câmeras: o modelo indiano vem com sensor de 13 MP, enquanto o global (o mesmo que veio para o Brasil) traz câmera principal de 48 MP. Ainda temos mais duas câmeras de 2 MP, enquanto na parte frontal há uma câmera de 8 MP para selfies.
A qualidade fotográfica do C25 não é das melhores. Em situações favoráveis terá fotos decentes, mas contra a luz há perda de texturas e o alcance dinâmico fica limitado. Há inteligência artificial que exagera no contraste e só piora as fotos.
Falta câmera ultra-wide para capturar imagens de cenários mais amplos, o que seria bem mais útil que a câmera macro que tem resolução muito baixa e peca na capacidade de foco. O efeito retrato é bastante artificial e apresenta falhas.
Fotos noturnas não apresentam muitos ruídos, mas o modo noturno exagera na exposição e deixa a luz estourada. A câmera preto e branco serve como um complemento para dar um toque artístico às fotos, mas na prática não tem muita utilidade.
A câmera frontal tem resolução baixa, então não espere por selfies ricas em detalhes. Pelo menos o C25 acerta no tom de pele e tem bom contraste. O modo retrato faz bom recorte e o efeito de desfoque não é artificial.
Selfies à noite saem escuras, por mais que você esteja próximo de uma fonte de luz. Usar o modo noturno deixa as fotos muito mais claras, mas em troca de ruídos elevados e luz estourada.
A filmadora é capaz de gravar a no máximo Full HD seja com a traseira ou frontal, a diferença é que a câmera principal pode fazer vídeos a 60 fps. Não há estabilização eletrônica para lidar com os tremidos e o foco não é dos mais ágeis. O som capturado é estéreo, mas a qualidade é apenas mediana.
O realme C25 vem com Android 11 modificado pela interface Realme 2.0, a mesma presente em modelos superiores da marca. O sistema flui bem e não apresenta engasgos constantes como ainda é comum em muitos aparelhos de entrada. O que poderia ser melhor é a tradução para o português que mistura o nosso idioma com o de Portugal.
A parte de customização da interface lembra o que temos no Android da Motorola, enquanto os extras parecem que foram copiados da One UI, como a Barra Lateral Inteligente que se inspira no Tela Edge da linha Galaxy.
Há suporte a tema escuro e a possibilidade de configurar o Google Assistente para o botão de energia. No momento que testamos ele estava com patch de segurança em dia, enquanto tem fabricantes que não dão importância à segurança do sistema.
O C25 é uma boa aposta da realme no segmento de entrada, mas como ele se sai contra os rivais da Samsung e Motorola?
O Moto G20 foi mais ágil em nosso teste de multitarefas e tem tela de 90 Hz que pode ser atrativo para quem busca maior fluidez em apps e jogos. A bateria dura bem, apesar de render muito menos, mas o maior ponto fraco do Motorola é levar 5 horas para recarregar. As câmeras são piores à noite, mas é melhor em selfies.
O Galaxy M12 também é outra opção com tela de 90 Hz, mas ele foi ainda mais lento que o C25 em nosso teste de velocidade. A bateria do Galaxy rende bastante e demora menos para recarregar, enquanto as câmeras ficam no mesmo nível do rival da realme.
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