Depois de analisarmos os modelos intermediários e básicos da realme, chegou a hora de finalmente conferir tudo o que o realme GT tem a oferecer. Este é o primeiro celular da marca com Snapdragon 888 e promete um ótimo conjunto com preço acessível para bater de frente com as principais rivais no segmento. Ele é realmente um flagship ou apenas um intermediário com chip de topo de linha? Vamos descobrir.
O Realme GT não vem vem em embalagem amarela como nos modelos intermediários e aqui temos algo mais sóbrio com caixa preta e nomes cromados. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
O realme GT vem em duas versões: a mais tradicional tem traseira de vidro nas cores cinza ou azul e esta amarela que testamos tem acabamento em couro. A realme alega que o material usado é resistente a desgaste e não rasga com facilidade, além de ter tratamento especial para evitar odores. Já nas laterais temos acabamento em plástico em ambas as versões.
Enquanto as outras cores possuem traseira toda lisa, o modelo na cor amarela tem uma pequena faixa em preto na mesma espessura do módulo de câmeras e cruza todo o corpo do aparelho. Sem dúvidas é a opção mais elegante e que foge dos tradicionais celulares do mercado. Porém, essa versão é mais espessa por conta do material usado.
O GT é mais um celular da realme com furo para câmera de selfies no canto esquerdo. Suas bordas poderiam ser mais finas, mas a leve curvatura torna a pegada agradável, ainda mais pelo fato de o celular não ser tão grande quanto os flagships mais recentes de outras marcas.
O leitor biométrico fica na tela e traz sensor do tipo óptico de alta precisão e velocidade no reconhecimento da digital. Infelizmente, não há slot para microSD, então a gaveta na lateral esquerda tem espaço apenas para dois chips; logo abaixo dela encontramos os botões de volume.
Do lado direito há apenas o botão de energia, enquanto na parte inferior há a entrada USB-C, alto-falante principal, microfone e entrada P2 – sim, é raro ver conexão para fones de ouvido em aparelhos deste porte. Em termos de conectividade há tudo que se espera de um celular avançado atual: Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.2, NFC e 5G.
A realme não economizou na tela do GT e temos aqui um painel AMOLED fabricado pela Samsung com 6,4 polegadas, resolução Full HD+, taxa de 120 Hz e suporte a HDR10+. Realmente é uma tela bem completa que entrega brilho forte, cores vibrantes, amplo ângulo de visão e boa calibração por padrão.
Há o recurso Ultra Vision Engine que converte conteúdo normal em HDR, além de permitir melhorar a nitidez em vídeos de baixa resolução. O sensor de toque responde a 360 Hz, o que torna o realme GT ótimo para jogos por ter rápido tempo de resposta.
O alto-falante de chamadas acima da tela serve como canal secundário para entregar som estéreo. A potência é boa e o som bem equilibrado com suporte a Dolby Atmos e áudio de alta resolução sem compressão. O alto-falante na parte inferior reproduz mais graves e tem som mais forte, mas a experiência é imersiva em filmes e jogos.
O realme GT vem equipado com Snapdragon 888 e acompanhado de até 12 GB de RAM. O que esperar do aparelho? Bem, ele foi rápido em nosso teste de velocidade, mas quase empatou com o Moto G100 que vem com Snapdragon 870. Já vimos em outras análises que desempenho não é o forte da realme, mas não podemos negar que o GT é um celular ágil que roda qualquer aplicativo para Android sem dificuldade.
Nos benchmarks ele já empolga mais com pontuações altas. No AnTuTu chegamos próximo dos 700 mil pontos, o que o coloca entre os melhores que testamos. E jogos? Bem, aqui vem outra parte decepcionante: a Realme UI não tira bom proveito da tela de 120 Hz. A interface não permite que jogos rodem acima de 60 fps, mas a realme deve resolver isso com uma atualização.
De qualquer forma, ele vai rodar qualquer game na qualidade gráfica máxima e com ótimo desempenho. O GT possui um bom sistema de dissipação que evita que ele esquente durante longas sessões de jogatina. Sem falar que a resposta ágil de toque ajuda bastante em jogos competitivos como PUBG ou Call of Duty.
O nosso campeão em bateria atualmente é o C25 e a realme possui outros celulares bons de bateria. No caso do GT, ele até que entrega autonomia para o dia todo, mas bateria não é o seu ponto forte. Se você exigir um pouco mais do aparelho ou usá-lo com brilho no máximo terá que realizar uma segunda carga no dia.
A boa notícia é que o tempo de recarga não é demorado e em pouco mais de 40 minutos terá a bateria completamente cheia. Com 15 minutos na tomada terá 30% recuperado, que chega a 70% com apenas meia hora de carga.
O realme GT possui três câmeras na traseira, sendo a principal com 64 MP, a secundária com 8 MP e lente ultra-wide e uma terceira com apenas 2 MP para macros. Há um flash em LED de dois tons para ajudar a fotografar à noite. Por fim, temos uma câmera frontal de 16 MP para selfies.
A câmera salva as fotos por padrão em 16 MP ao comprimir quatro pixels em um. Neste modo você terá fotos detalhadas, com poucos ruídos, cores e contraste na medida sem pesar no armazenamento. É possível usar a câmera na resolução máxima para ter imagens um pouco mais nítidas, mas vai lotar o espaço interno muito mais rápido. É bom lembrar que não tem como expandir o armazenamento do realme GT com cartão de memória.
O realme GT não oferece o zoom sem perdas do realme 8 Pro e neste notamos uma queda mais acentuada na qualidade das fotos ao usar o zoom digital. A câmera ultra-wide registra fotos decentes, mas não tem o mesmo bom resultado em cores e contraste da principal. Além disso, o software de correção de distorção de lente decepciona em muitos casos.
A câmera macro tem foco fixo com distância média de 4 cm. Desde que você tenha a paciência de acertar a distância certa será capaz de capturar boas fotos, apesar do pós-processamento exagerado. O realme GT não possui câmera dedicada para desfoque de fundo, mas até que o efeito é bem aplicado para algo simulado apenas por software. Ele mantém o bom equilíbrio de cores e contraste.
Até aqui vimos que o GT é um top de linha, mas com câmera de intermediário. Como ele se sai em cenários escuros? Bem, as fotos noturnas não apresentam uma queda tão drástica na qualidade e ainda conseguimos boas fotos desde que evite usar a ultra-wide. O modo noturno prolonga a exposição para termos fotos mais claras, apesar de não comprometer as imagens com excesso de ruídos.
A câmera frontal do GT é a mesma do realme 8 Pro, mas a qualidade das selfies é um pouco melhor devido ao hardware mais poderoso. Há mais detalhes registrados da pele, bom contraste e alcance dinâmico na medida, apesar de não chegar a competir com flagships de outras marcas, especialmente à noite quando a qualidade das selfies cai drasticamente.
A filmadora é capaz de gravar vídeos em 4K com a câmera principal e Full HD com a ultra-wide e frontal. Há estabilização eletrônica que funciona em todas as câmeras e todas as resoluções, o que é algo raro. Ela reduz bastante os tremidos, mas não compete com outros que possuem estabilização óptica. O foco automático poderia ser mais ágil, mas a experiência de filmar com o realmente GT é muito boa. Ele captura som de qualidade, porém o som sai um pouco abafado devido à redução agressiva de ruídos.
O realme GT está atualmente com o Android 11 modificado pela interface Realme 2.0, a mesma presente em recentes modelos da marca. O sistema flui muito bem, ainda mais quando está com a tela em 120 Hz ou no modo automático.
A parte de customização da interface traz algumas opções a mais que os modelos mais baratos da marca, enquanto os extras parecem que foram copiados da One UI, como a Barra Lateral Inteligente que se inspira no Tela Edge da linha Galaxy. Há também outros atalhos que podem ser adicionados na parte inferior, ficando próximo do dedo se o usuário usa a navegação por gestos.
Existe também a Esfera de Auxílio, uma espécie de bolha flutuante que serve como atalho para os botões de navegação. A parte curiosa é que a interface não tem suporte a português, nem mesmo o de Portugal como vimos em outros modelos testados.
Por fim, temos o modo GT que força o hardware para extrair mais desempenho em troca menor duração da bateria.
Como visto, o realme GT é um bom celular que mistura características de aparelhos top de linha com intermediários avançados. Este seria o mesmo caso dos Poco F3 e Moto G100, aparelhos que buscam entregar alta experiência por valor mais acessível. Qual fabricante acerta mais neste ponto?
O da Xiaomi também tem tela de 120 Hz, mas consegue fazer melhor uso em jogos. Seu desempenho multitarefas fica um pouco abaixo por falta de otimização da MIUI, mas a bateria dura mais. Em câmera temos qualidade similar de dia, porém fotos um pouco melhores à noite.
E o da Motorola? O G100 fica colado em velocidade no multitarefas e, apesar de ter tela de apenas 90 Hz, conseguiu rodar alguns jogos com taxa de fps superior. Sua bateria dura muito mais, porém leva o dobro do tempo para recarregar. Ele é melhor em câmeras com fotos mais nítidas e capaz de gravar vídeos com resolução superior.
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