R e d m i N o t e 1 0 S

Depois de analisarmos o Redmi Note 10 , temos em mãos o Note 10S , uma versão bastante parecida e que traz pequenas mudanças: como a troca do hardware da Qualcomm pelo da MediaTek, o aumento da resolução da câmera principal e o ganho de RAM para ajudar no multitarefas. Será que vale pagar a mais por ele apenas por estes pequenos incrementos? Vamos descobrir.

O Redmi Note 10S vem em embalagem branca tradicional da Xiaomi com uma ilustração do aparelho na tampa. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

Por fora é difícil diferenciar o Redmi Note 10S do Note 10 tradicional. Eles são do mesmo tamanho e compartilham o mesmo design. Os dois modelos podem ser encontrados nas cores branca ou cinza. A diferença está no tom de verde exclusivo para o Note 10 e este azul degradê para o Note 10S. A parte superior tem um tom prata que vai mudando para um azul escuro na ponta, com acabamento fosco que dá elegância.

O que muda do Note 10S para o Note 10 Pro é que o mais barato perde a traseira de vidro com proteção Gorilla Glass e traz uma peça de plástico mais simples. As laterais também são de plástico e possuem pintura metálica para passar a sensação de acabamento em metal. O bom é que a Xiaomi não cortou a certificação IP53, o que garante resistência contra respingos e poeira.

As bordas do Note 10S são finas, com a parte inferior sendo um pouco mais larga. O conjunto de câmeras na traseira é igual aos demais da linha. O bloco de vidro maior abriga o flash em LED, enquanto a peça menor tem quatro câmeras com a principal se destacando pelo aro cromado.

O leitor biométrico fica no botão de energia na lateral direita. Você pode configurar para que ele leia sua digital apenas quando o botão for pressionado ou ao apenas encostar o dedo no sensor, o que torna o processo de desbloqueio mais ágil.

As partes superior e inferior do aparelho têm design plano e acabamento fosco, diferente das laterais com pintura brilhante. No topo encontrará o emissor de infravermelho, uma saída de som e um microfone; na parte inferior há outro alto-falante, entrada USB-C, porta P2 para fones e segundo microfone. Do lado esquerdo há a gaveta para dois chips e um cartão microSD. Em termos de tecnologias só ficou faltando NFC no Redmi Note 10S.

A tela de 6,43 polegadas traz resolução Full HD+, painel AMOLED e taxa de 60 Hz. É uma pena que a Xiaomi não tenha investido em painel de 90 Hz para diferenciar o Note 10S do Note 10 mais básico. Pelo menos o nível de brilho é alto, as cores são vibrantes e o contraste é excelente com amplo ângulo de visão.

A calibração de cores padrão está melhor do que normalmente vemos em celulares da Xiaomi, mas seria interessante ver suporte a HDR para aproveitar ao máximo conteúdos de serviços de streaming. Isso faz com que o Redmi Note 10S seja um aparelho básico para consumo multimídia.

O lado positivo fica para o som estéreo. A potência é boa e a qualidade está dentro da categoria. Falta um pouco mais de graves e os médios ficam bastante apagados, mas como ainda é comum ver celulares com som mono nessa faixa de preço, não há muito o que reclamar. A saída P2 tem suporte a áudio sem compressão e pode tirar proveito de apps mais avançados de música.

O Redmi Note 10 vem com chip Snapdragon 678 e não empolgou em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. O Note 10S com MediaTek Helio G95 foi melhor, mas também o fato de ter 2 GB a mais de RAM ajudou a não ficar matando todos os aplicativos em segundo plano. O mais curioso é que ele se saiu melhor do que o Redmi Note 10 Pro Max.

Em benchmarks ficou no mesmo patamar do Note 10 Pro e superou com folga o Note 10 e o Redmi Note 9S . Porém, no AnTuTu a diferença de pontuação entre gerações foi de apenas 10%, o que pode ser decepcionante para quem está pensando em fazer o upgrade para o novo.

E em jogos? PUBG rodou em HDR no Ultra com boa fluidez, assim como Asphalt 9 e CoD Mobile na qualidade alta. Coverfire, Mortal Kombat e Mario Kart entregaram média de 60 fps.

O Note 10S tem o mesmo tamanho de bateria do Note 10, mas o hardware da MediaTek acabou consumindo mais energia e o rendimento foi quase 15% menor. Ainda assim, o Note 10S consegue entregar autonomia para o dia inteiro e sobra um pouco de carga para o dia seguinte. Em uso mais leve será possível até ter bateria para dois dias.

O tempo de recarga foi um belo avanço comparado ao antecessor e demora pouco mais de 1 hora para ter a bateria completamente cheia. Com uma carga de 15 minutos é possível ter um terço da bateria para usar e com 30 minutos já terá mais da metade da carga, sendo suficiente para quase um dia inteiro de uso.

Outra diferença entre o Note 10 e o Note 10S está nas câmeras. O mais caro vem com sensor de 64 MP, contra 48 MP do mais básico. O restante do conjunto é igual e isso inclui uma câmera ultra-wide de 8 MP e uma macro e de desfoque com 2 MP cada.

As fotos registradas com a principal não são das mais detalhadas para um sensor de 64 MP, mas as cores, o contraste e o alcance dinâmico estão condizentes com a categoria do aparelho. Em locais escuros já temos uma queda considerável na qualidade das fotos e fica ainda pior quando o modo noturno é ativado. É raro ver um celular em que este modo atrapalhe ao invés de ajudar.

A ultra-wide é capaz de registrar boas fotos, mas ela nem sempre entrega as mesmas cores e o balanço de branco da principal: às vezes as fotos saem mais escuras e outras vezes mais claras. Em locais escuros esta câmera fica bastante limitada, mas isso já é comum em intermediários.

Há atalho de 2x no aplicativo, mas o zoom é apenas digital e compromete bastante a nitidez, muito mais do que vimos nos demais da linha Redmi Note 10. A câmera macro registra fotos medíocres e não há foco automático como temos no Note 10 Pro. A de desfoque gera um efeito artificial e bastante agressivo, com falhas constantes.

A frontal registra boas selfies de dia sem esconder detalhes da pele e acertando nas cores e contraste. O modo retrato funciona melhor com esta câmera e faz um desfoque menos artificial. Em locais escuros já se perde um pouco da nitidez, mas ainda temos selfies dentro do esperado para a categoria.

O Note 10S é capaz de gravar em 4K a 30 fps ou FHD a 60 fps, mas ambos sem estabilização de imagem. Para fazer uso da estabilização eletrônica será preciso ficar limitado a FHD 30 fps, qualidade máxima que a ultra-wide é capaz de gravar. Ele reduz bem os tremidos, mas o foco poderia ser mais ágil.

A frontal é capaz de gravar bons vídeos de dia, mas a qualidade cai drasticamente à noite, muito mais do que vimos nas fotos. A captura de áudio é estéreo e não tem um cancelamento de ruídos eficiente.

O Redmi Note 10S está com Android 11 e MIUI 12.5 com pacote de segurança recente. Os recursos são os mesmos dos demais da linha e por padrão vem com antigo painel de notificações, mas você pode mudar para o novo nas configurações e deixar no estilo do iOS.

É possível escolher o padrão de notificações do próprio Android ou o da MIUI. A tela de recentes também pode ser customizada para exibir a lista de apps na vertical ou horizontal. Há modo escuro para tirar proveito da tela AMOLED e economizar bateria, assim como os temas usuais para customização da interface.

A MIUI flui bem, mas não chega a ser tão ágil quanto o Note 10 Pro Max. Claro que a tela de 60 Hz acaba limitando as animações, mas a boa notícia é que o Note 10S não apresenta engasgos frequentes e mostra uma boa evolução comparado ao antecessor.

O Note 10S fica entre o Note 10 e o Note 10 Pro e com isso surge a dúvida: vale investir nele? É melhor economizar e ir no mais barato ou investir logo no mais caro? O 10S foi o mais rápido da família em nosso teste de multitarefas e foi o segundo melhor em bateria, mas decepcionou em câmeras.

Comparado ao Redmi Note 9S tivemos um ganho em multimídia com tela e som superiores, desempenho mais ágil, bateria que dura um pouco mais e recarrega mais rápido, mas sem um avanço na parte fotográfica.

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