A linha Redmi Note é um verdadeiro sucesso e recentemente bateu a marca de 200 milhões de celulares vendidos. E para comemorar, a Xiaomi decidiu relançar o Redmi Note 8 ... sim, o mesmo aparelho lançado lá em 2019 e que queria brigar pelo título de melhor custo-benefício naquele ano. Sem dúvidas era um celular bacana, mas será que faz sentido relançá-lo agora em 2021? O que muda neste novo? É isso que vamos conferir nesta análise completa.
O Redmi Note 8 vem em embalagem branca, e apesar de fazer parte da linha de sua subsidiária, traz o logo da Xiaomi no canto superior direito. Por ser um produto barato, temos apenas os acessórios convencionais:
O design do novo é exatamente o mesmo do antigo, até mesmo as opções de cores foram mantidas. A impressão que temos é que a Xiaomi reaproveitou que tinha lote guardado e decidiu jogar de volta no mercado para desencalhar.
Dito isso, temos ainda o famigerado entalhe de gota que foi abandonado nos modelos mais recentes da linha. As bordas são largas para um lançamento de 2021 e o nome da Redmi ainda segue estampado abaixo da tela. O Redmi Note 8 2021 não consegue esconder a sua idade.
Tamanho e peso seguem iguais, assim como o corpo feito em plástico com traseira em vidro com proteção Gorilla Glass 5. Enquanto os modelos mais recentes trazem leitor biométrico na lateral, o Note 8 é da época que a empresa adotava o sensor na traseira.
Na parte de conectividade temos de novidade apenas a versão do Bluetooth que evoluiu da 4.2 para a 5.2. O antigo pecava por não ter NFC e o novo segue igual. De resto, os dois são idênticos.
Se você esperava por uma tela de 90 Hz, então aqui vai uma má notícia: o painel IPS LCD é o mesmo do modelo antigo. Ele traz 6,3 polegadas com resolução Full HD+ que entrega brilho satisfatório. Pode ser uma tela boa para época do lançamento da antiga geração, mas fraca para os padrões atuais onde rivais chegam com taxa de Hz superior.
O nível de contraste é bom, o que garante cores vibrantes e amplo ângulo de visão. Há suporte a HDR10, enquanto a calibração padrão não é das melhores com cores que tendem muito para tons frios. A MIUI fornece algumas opções de customização para ajudar a ter imagens mais próximas da realidade.
Enquanto os modelos da linha Redmi Note 10 trazem som estéreo, o Note 8 ainda é da época que a Xiaomi só incluía um único alto-falante em seus intermediários. O som fica limitado a mono, mas a potência sonora não chega a decepcionar. A qualidade do áudio é decente, apesar de não ser dos mais indicados para ouvir músicas.
Até agora não vimos nada de novo no Redmi Note 8 2021, mas é no desempenho que o jogo muda. A Xiaomi trocou o Snapdragon 665 do antigo por um Helio G85 no novo. Decepcionado? Também ficamos. Foi a mesma coisa de trocar seis por meia dúzia, já que os dois processadores ficam no mesmo patamar de desempenho. Em nossos testes de benchmarks vimos uma diferença pequena entre as gerações e no caso do AnTuTu tivemos quase a mesma pontuação.
Já no teste de velocidade focado no multitarefas vimos o novo ser mais lento que o antigo, apesar de ambos terem a mesma quantidade de RAM. Culpa de quem? Da MIUI mal otimizada como é de costume. O celular sai matando todos os apps em segundo plano, provavelmente para ajudar a bateria.
O antigo era um bom celular para jogos e o novo não é diferente. Asphalt 9 e Coverfire rodaram com tudo no máximo com boa fluidez. No Call of Duty conseguimos rodar sem lag na qualidade média e no PUBG foi possível jogar em HD com tudo ativado.
A bateria de 4.000 mAh também é a mesma do modelo antigo, porém ela rende mais no novo. Pode ser por conta do processador mais atual e também do gerenciamento de RAM agressivo que mata todos os apps em segundo plano. O Redmi Note 8 2021 entrega muito mais autonomia e passa o dia todo longe de tomadas com folga.
A Xiaomi envia um novo carregador no modelo 2021 que fornece carga máxima de 22,5W, indo muito além do anterior, porém, a diferença no tempo de recarga não foi tão grande assim: o novo ainda demora quase 2 horas para recarregar.
Uma carga rápida de 15 minutos recupera 16% da bateria, enquanto meia hora na tomada chega a 40%.
O conjunto de câmera é o mesmo de antes com direito a sensor principal de 48 MP, secundária com lente ultra-wide, uma dedicada para macros e outra para desfoque de fundo. A câmera frontal segue com os mesmos 13 MP de antes.
Então podemos esperar a mesma qualidade fotográfica? Podemos dizer que ambos estão no mesmo patamar. Apesar do hardware da MediaTek ser inferior no pós-processamento de imagens, o software mais atual ajuda a equilibrar as coisas. No modo padrão notamos que falta um pouco de nitidez, que pode ser resolvido ao fotografar na resolução máxima.
Fotografar à noite é um desafio maior para o Redmi Note 8 2021. A nitidez é ainda mais comprometida, além da perda nas cores e contraste. Pelo menos o modo noturno ajuda a amenizar o problema e não apenas temos fotos mais claras como parte dos detalhes são salvos da escuridão.
A ultra-wide apresenta borrões nos cantos das fotos, além de sofrer bastante em locais mais escuros. É o tipo de câmera que você só irá usar se realmente não conseguir enquadrar tudo com a principal. A macro tem resolução muito baixa e registra fotos com pouca nitidez; ela serve para fotografar pequenos detalhes da natureza, mas a falta de foco automático atrapalha. A de desfoque gera um efeito decente e foi até melhor que alguns celulares mais caros da Xiaomi.
A frontal captura selfies com a mesma qualidade de antes. É bom ver que o pós-processamento mais limitado da MeidaTek não matou os detalhes da pele ou comprometeu o equilíbrio das cores. O modo retrato também funciona bem e apresenta poucas falhas. Claro que selfies noturnas apresentam qualidade inferior, mas as fotos não são tomadas por ruídos.
Talvez o maior retrocesso fique para a filmadora que perdeu a possibilidade de filmar em 4K. Limitação do hardware da MediaTek? Possivelmente. Pelo menos a estabilização eletrônica ainda está disponível para reduzir os tremidos e o foco continua tão ágil quanto antes. A captura de áudio estéreo tem qualidade decente, mas não é eficiente na redução de ruído do ambiente.
A terceira diferença entre as duas gerações do Redmi Note 8 está na versão do Android. O novo vem com a versão 11 do robozinho modificada pela MIUI 12.5, enquanto o antigo foi lançado com Android Pie e recebeu apenas uma atualização do sistema, sendo esquecido pela Xiaomi.
Para muitos usuários essa será a principal diferença no novo modelo, já que o desempenho na prática e o design são os mesmos de antes. A sensação que temos é que você está pagando apenas para ter a versão mais atual do Android.
Os recursos são os mesmos que você encontra em outros celulares recentes da Xiaomi, incluindo os modelos da subsidiária Poco. O desempenho da interface não empolga para um intermediário lançado em 2021 e a falta de tela com alta taxa de atualização limita a fluidez do sistema.
O Redmi Note 8 foi um celular interessante para o seu tempo, mas que não tem mais apelo para os dias atuais com opções melhores da concorrência. O Redmi Note 10 custa um pouco a mais e entrega um conjunto muito melhor: ele é mais rápido, tem melhor bateria, roda bem todos os jogos e suas câmera registram melhores fotos.
O Galaxy A32 também é uma melhor alternativa. Ele supera o modelo da Xiaomi em desempenho, bateria e câmeras. Sem falar que tem tela de 90 Hz que fez muita falta na atualização do Note 8. Outra alternativa com tela de 90 Hz seria o Moto G30 , mas ele perde em alguns pontos para o da Xiaomi.
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