A linha Redmi Note é a mais queridinha da Xiaomi por aliar boas especificações com preço acessível. O Note 7 caiu no gosto dos brasileiros, sendo um dos melhores em termos de custo-benefício atualmente. Será que o Note 8 Pro vai repetir a mesma receita? É isso que você confere em nossa análise completa.
O Redmi Note 8 Pro vem em embalagem branca e não menciona o nome da Xiaomi, como já esperávamos. Por ser um produto barato, ele traz apenas o básico:
O Note 8 Pro é mais um intermediário da Xiaomi que combina acabamento em plástico com traseira em vidro. Ele está um pouco maior e mais pesado que o Note 7 Pro.
A qualidade de construção está dentro do esperado para um celular deste preço. O que testamos é na cor verde, mas se preferir há tons mais neutros como cinza ou branco.
O antecessor trazia câmera dupla na traseira e o novo dobra a quantidade. Além de lente ultra-wide e sensor profundidade, agora temos uma câmera dedicada para macros.
Esta é menor que as outras e fica abaixo do flash, enquanto as demais são alinhadas em parte mais saltada que inclui o leitor biométrico.
Apesar de funcionar bem, a sua localização não é das melhores. Será normal acabar acertando a câmera ultra-wide ao tatear a traseira em busca do leitor biométrico.
A frontal do aparelho não teve grandes mudanças. Ainda temos entalhe em formato de gota, porém a borda inferior está mais fina.
A tela cresceu e agora tem 6,53 polegadas com resolução Full HD+. O painel LCD usado pela Xiaomi tem boa qualidade e apresenta brilho satisfatório, sendo suficiente para usar o Note 8 Pro fora de casa sem dificuldade.
Por padrão, ele exibe cores muito frias, fazendo com que o branco fique azulado. É possível configurar a calibração de cores, mas independente de como você tentar ajustar, não terá uma exibição próxima do ideal.
Um ponto que regrediu foi na parte sonora. O alto-falante na parte inferior é mais baixo que o do Redmi Note 7. Se você estiver em local com muito barulho, poderá até perder uma ligação. É sempre bom deixar a vibração do aparelho ativada.
A qualidade sonora também já foi melhor. O alto-falante não tem boa representação das faixas sonoras e ao plugar um fone de ouvido o Note 8 Pro acaba apresentando muita interferência entre os canais esquerdo e direito. Já vimos celulares da Xiaomi ótimos para ouvir música como o Mi A3 ou mesmo o Redmi Note 7, mas não é o caso deste aqui.
Xiaomi vinha adotando hardware da Qualcomm na linha Note, mas no 8 Pro decidiu investir no recém-lançamento da MediaTek, a plataforma Helio G90T, que tem seu foco em entregar desempenho gráfico superior e compete com o Snapdragon 730G.
O Note 8 Pro traz tecnologia HyperEngine com a promessa de ótima fluidez em jogos e melhor estabilização para conexão tanto Wi-Fi quanto 4G. Na prática, o que temos é um celular mais lento que rivais com Snapdragon 730.
Já em benchmarks é onde vemos o hardware da MediaTek levar vantagem, com pontuação mais alta no AnTuTu e também no GeekBench quando todos os núcleos estão em uso.
Em jogos o Note 8 Pro se destaca com fluidez superior ao dos outros intermediários testados este ano. Ele rodou todos os games sem engasgos, e você terá uma ótima experiência no geral.
Note 8 Pro traz sensor de 64 MP, indo além da enxurrada de celulares chineses que chegaram ao mercado este ano com câmera de 48 MP. A lente mais ampla tem ângulo de visão de 120 graus, o que permite registrar muito mais nas fotos.
Ter uma resolução tão alta tem suas vantagens? As fotos que tiramos apresentam qualidade decente. Para um sensor com tantos megapixels esperávamos mais. Já vimos câmeras com resoluções muito mais baixas registrarem fotos com mais detalhes.
Pelo menos o HDR funciona bem em todas as câmeras, algo raro em intermediários chineses. Já a ultra-wide é o que mais decepciona aqui. A qualidade das fotos é muito inferior. Falta nitidez e o nível de detalhes é similar ao de celulares de entrada. Tirar uma ou outra foto para postar nas redes sociais até vai, mas evite usar a ultra-wide ao máximo.
Câmera macro
Há um atalho de 2x no app de câmera. Ele simula o zoom óptico dos celulares com câmera teleobjetiva. O bom de ter um sensor de 64 MP é que mesmo este zoom sendo digital, não há uma perda grande na qualidade da imagem.
Ter uma câmera macro é bacana para registrar fotos da natureza, o problema é que o foco nem sempre acerta o ponto que você quer e muitas vezes terá fotos desfocadas. Você pode demorar um pouco para acertar a distância correta e quando isso acontecer terá boas fotos.
O sensor de profundidade gera um desfoque bastante suave por padrão, e, infelizmente, não há como regular o efeito após a foto ser capturada. Recomendamos deixar o efeito do desfoque no máximo para ter bons resultados.
Ultra-wide
Para fotos noturnas não espere muito da câmera do Note 8 Pro. O modo 64 MP faz mais diferença aqui e temos fotos mais claras e com mais detalhes, o HDR também ajuda. Já usar o zoom à noite resultará em fotos com bastante ruídos. A câmera macro também acaba sendo inútil em locais mais escuros.
O Note 8 Pro traz modo noturno para ter fotos ainda mais claras sem comprometer o contraste e balanço de cores. A diferença não é tão grande, mas ajudará em alguns casos.
A frontal é capaz de tirar boas selfies e até entrega um efeito de desfoque mais convincente. Porém, mais uma vez, já vimos celulares da Xiaomi fazerem um melhor trabalho.
Selfie e modo retrato
A câmera principal grava vídeos em 4K, enquanto a ultra-wide fica limitada apenas a Full HD e a qualidade também é inferior. Apenas notamos de vantagem que ela treme menos.
O foco funciona bem, especialmente com a macro. Já para gravar à noite você terá vídeos escuros e com bastante ruídos. A frontal apresenta boa qualidade e a captura do áudio é decente.
Mas talvez o ponto que mais preocupe alguns é a duração de bateria. Afinal, a MediaTek nunca foi um exemplo de eficiência energética.
O Helio G90T ainda é fabricado em litografia mais antiga que recentes lançamentos da Qualcomm e Samsung, mas a boa notícia é que o Note 8 Pro entrega ótima autonomia.
Em nossos testes ele aguentou o dia inteiro de uso e até sobrou um pouco de carga para o dia seguinte. Sua bateria rende mais que a do Redmi Note 7 e também rivais com Snapdragon 730G.
Preencher os 4.500 mAh leva quase 2 horas com o carregador de 18W. Ainda é menos do que alguns intermediários da marca demoram, mesmo com bateria menor.
O Note 8 Pro vem com Android Pie e MIUI 10. Muitos dos recursos são os mesmos que você encontra em outros da Xiaomi, incluindo o tema escuro. Aqui não ajudará a economizar bateria já que a tela do aparelho é do tipo LCD, mas pelo menos incomodará menos ao usá-lo no escuro.
Por trazer hardware otimizado para jogos, a Xiaomi também incluiu alguns recursos na MIUI para atrair o público gamer. Há o modo Game Turbo, que como o nome sugere força a GPU para extrair o máximo do desempenho.
É possível bloquear os botões virtuais e até os gestos de navegação para evitar toques acidentais ao jogar. Você também pode configurar uma resposta rápida para enviar ao receber uma notificação e não ter a jogatina atrapalhada.
Até mesmo a sensibilidade e tempo de resposta da tela podem ser aprimorados com o modo de alto desempenho, que até amplia a largura de banda para jogos em partidas online.
O Redmi Note 8 Pro pode ser encontrado na mesma faixa de preço do Mi 9T , que é o smartphone com o melhor custo-benefício atualmente. E qual dos dois vale mais a pena?
Ambos entregam o mesmo desempenho, seja com apps ou jogos. Se você não é gamer ou não liga tanto para jogos, recomendamos o 9T por ser mais compacto, tem melhor tela, som mais potente, autonomia superior e passar menos tempo na tomada.
Aqui no Brasil há o Galaxy A80 , que sai mais caro, porém você terá garantia nacional. Ele é mais rápido que o modelo da Xiaomi, porém entrega menos bateria. O seu design é mais exótico com câmera giratória e sua tela e som têm maior qualidade.
E comparado ao Redmi Note 7, a diferença é grande? O Note 8 Pro custa quase o dobro e não oferece muito mais por isso. Ele é mais rápido e tem melhor bateria, de resto até preferimos o Note 7, especialmente a câmera.
Não sabemos se a culpa é o hardware da MediaTek que peca no pós-processamento das imagens, se o software da câmera que está mal otimizado ou se é este novo sensor da Samsung de 64 MP que deixa a desejar. Se câmera é muito importante para você, passe longe do Note 8 Pro.
Leave a comment