Junto do Galaxy A5 , o Galaxy A3 chegou ao Brasil com uma proposta que - FINALMENTE - altera um dos piores pontos negativos de todo smartphone da Samsung (principalmente dos mais caros): o material plástico. Este modelo conta com alumínio em todo o corpo, deixando de lado apenas a tela, por motivos de: não dá pra ver display no metal. Por dentro temos um processador Snapdragon 410, rodando quatro núcleos em 1.2 GHz, com instruções para 64 bits, acompanhado de uma GPU Adreno 306, 16 GB de espaço interno (com 11,92 GB livres para o usuário), 1 GB de memória RAM e tela Super AMOLED. A embalagem segue um novo padrão de caixas da fabricante sul-coreana, com cor azul clara e deixando de lado a textura visual de madeira - agora é tudo minimalista, seguindo os passos do Material Design que o Google adotou para o Andorid Lollipop.
Abrindo a embalagem, temos o celular (neste modelo de testes, a cor é preta), carregador de tomada com porta USB (e sem o padrão mais recente de tomadas nacionais), fone de ouvido intra auricular e borrachas sobressalentes, cabo de dados USB com ponta microUSB, junto de uma ferramenta para abrir o compartimento dos SIM cards e manuais de instruções.
A Samsung criou, depois de muitos concorrentes, um material que realmente leva em conta o custo do smartphone - por mais que, neste caso, o custo está ainda acima do material utilizado. Metal foi escolhido para a linha A e ele está presente em todo o corpo do celular, com exceção da parte frontal, de vidro. Na frente temos uma tela Super AMOLED de 4.5 polegadas, com aproveitamento de 65,2% da frente do dispositivo, resolução de 960 x 540 pixels, densidade aproximada de 245 pixels por polegada e Gorilla Glass 4 para garantir que tudo fique firme e resistente. Ainda na frente está a câmera de 5 megapixels, sensores de luz, proximidade, botões sensíveis ao toque e um botão central, que não conta com leitor de impressões digitais.
Do lado direito fica apenas o botão de liga/desliga, dividindo espaço com duas entradas em forma de gaveta e que apresentam o primeiro grande ponto negativo do celular. Ele é dual-chip e com suporte para que o 4G fique ativo, mesmo com outra linha ligada ao mesmo tempo. Porém, este mesmo local abriga a entrada para cartões microSD de até 128 GB e é exatamente nesta gaveta que mora o problema: se você colocar um cartão microSD, independente da capacidade, impossibilita que outro SIM card fique inserido. A mesma gaveta é utilizada para ambas as funções, mas não há espaço para que ambos os recursos (de expansão de memória e de segunda linha ativa) funcionem ao mesmo tempo. Resumindo: ou você escolhe ter mais memória, ou escolhe ter uma segunda linha.
Do outro lado ficam, solitários, os botões de controle de volume.
Abaixo está a entrada microUSB, microfone principal e entrada para fone de ouvido. Acima de tudo, temos apenas o microfone secundário, focado em isolamento de ruídos.
Atrás, está a protuberante (ainda mais protuberante do que nos iPhones 6 e 6 Plus) câmera de 8 megapixels, flash LED e uma grelha prateada que esconde o alto-falante. A bateria não é acessível e nada da parte traseira pode ser aberto por conta do usuário. A carga de energia da bateria é de 1.900mAh, suficiente para 60 horas de reprodução de músicas ou 12 horas de conversa ao telefone em 3G. No cotidiano, é possível sobreviver apenas durante um dia inteiro de uso moderado, uma margem baixa quando olhamos alguns modelos concorrentes da Nokia/Microsoft e Sony.
Com a mudança de plástico para metal, além de ganhar um visual muito superior e começar a condizer mais de perto com o preço cobrado pelo smartphone, o Galaxy A3 ganhou linhas mais retas e isso não colaborou na hora de proporcionar uma pegada confortável. Por outro lado, o tamanho diminuto do dispositivo ajuda na hora de segurar o smartphone nas mãos e manter por lá, antes que comece a querer escorregar. Seus números são 130,1 milímetros de altura, por 65,5 milímetros de largura e 6,9 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 110 gramas de peso total.
Estes dados entregam um celular que é um dos mais finos e leves que temos no Brasil, passando de longe seus principais concorrentes - principalmente quando o peso está em jogo. Em um bolso mais apertado, o aparelho não apresenta muito volume e não marca a caça.
A Samsung continua apostando em sua pesada alteração do sistema operacional móvel do Google, como forma de diferenciar seus celulares de outros fabricantes. Com nome de TouchWiz, a interface sempre foi muito mais pesada do que poderia ser, ocupando boa parte do desempenho que o hardware pode proporcionar e ocupando muito espaço na memória interna. O Galaxy A3 não está distante desta - infeliz - realidade, mas a fabricante sul-coreana resolveu alguns problemas e conseguiu fazer com que a experiência de uso não pudesse sofrer tanto da interface. Ainda está longe de ser o ideal que conseguiu a Motorola, por exemplo, mas está muito para frente do que fez a marca no passado. A tela inicial comporta widgets e atalhos, com a adição (esta sim, é uma novidade) da possibilidade de trocar o tema inteiro do celular - o que ajuda para quem quer alterar muita coisa, sem ser obrigado a entrar em ajuste por ajuste, até encaixar tudo perfeitamente.
Ao todo são cinco temas diferentes, que trocam o papel de parede, tela de bloqueio e até o formato de vários ícones. Tudo é alterado em apenas um toque de tela, mas não é possível instalar novos temas - algo que concorrentes como Huawei, já permitem em seus celulares.
O Android escolhido para rodar dentro do A3 está, de certa forma, atrasado. Este atraso fica evidente quando olhamos para concorrentes como o Moto G, que apresenta o Android Lollipop, contra o KitKat na versão .4.4.4 já instalada. Todos os aplicativos presentes no Google Play serão prontamente instalados e sem reclamar da versão presente, mas a sensação de "ficar para trás" é evidente, ainda mais quando sabemos que o Google lançou o Android 5.0 há bons meses - tempo suficiente para que um novo smartphone já trouxesse o sistema instalado. O aparelho conta com espaço para dois SIM cards e o gerenciamento de ambas as linhas é bastante simples. Há uma área específica para isso, com escolha de qual conta enviará dados de internet e qual é a rede preferida - algo como escolher uma linha para chamadas, por conta de promoções ou preços mais vantajosos.
Algumas funções foram herdadas de aparelhos mais parrudos, como é a forma de economia severa de energia. Nela, o smartphone elimina todo tipo de animação, desliga um grande número de recursos e deixa a tela sem cores, com o objetivo de economizar a maior quantidade possível de energia. Funciona, já que desliga muito do que está funcionando e faz com que o celular fique em uma espécie de "modo celular", onde ele não faz nada além do básico de um telefone móvel - com a adição de um navegador de internet.
Não há recursos novos e nem recursos que são interessantes, presentes em outros aparelhos. Um deles é o assistente de conexão remota, que apresenta todo tipo de conexão sem fio presente no local e ajuda na hora de conectar com o dispositivo que emite tal conexão. Outro é o S Finder, que funciona como buscador de conteúdo dentro do smartphone - algo extremamente útil, principalmente para quem tem muitos dados guardados. Por fim, mas fora desta lista, está o S Voice, assistente de voz que a Samsung criou para bater de frente para o Siri, da Apple. Não funciona direito nos outros aparelhos e não faz muita falta por aqui.
De fábrica há um pacote pré-instalado de apps, sendo que uns são bacanas e úteis e a grande maioria pode ser eliminada sem qualquer saudade. Este pacote é focado em jogos, que - finalmente -permite a desinstalação dos títulos de forma nativa. Esta habilidade é bastante interessante, principalmente para a baixa quantidade de memória interna disponível para jogos e programas - já que a memória externa não permite, de forma nativa, a instalação de programas baixados pelo Google Play.
A GPU que trabalha no Galaxy A3 é uma Adreno 306, versão atualizada da 305 que equipava os smartphones com Snapdragon 400. Mesmo com uma boa GPU, o A5 não é o dispositivo para games que você espera com todo o poder do mundo, mas ele foi capaz de rodar Asphalt 8 com todos os gráficos no máximo e sem demonstrar muitos travamentos ou dificuldades na execução do título. Este feito, de rodar um jogo pesado em um hardware nada parrudo, pode estar ligado diretamente com as melhorias desta TouchWiz e a resolução mais baixa.
Pela primeira vez, ao menos neste modelo que recebemos para testes, não há um player da Samsung povoando os dispositivos. Calma! Você não está órfão de músicas, já que o Play Música, player nativo do Android, está presente e ele faz muito bem o papel de reproduzir canções que estão na memória interna, no cartão externo ou então no serviço online de músicas do próprio Google. Nativamente o A3 é capaz de reproduzir MP3, WAV, WMA, eAAC+ e FLAC.
O player de vídeos é bastante simples, com menos recursos extras e, sozinho, é capaz de rodar MP4, WMV e H.264, em até Full HD e sem engasgos.
A câmera do A3 conta com um sensor de 8 megapixels, com bom trabalho em reprodução de cores e até em profundidade de campo (é possível embaçar o fundo com facilidade, deixando apenas a frente em foco). A câmera frontal, que é um dos chamarizes do celular, entrega 5 megapixels e é mais do que suficiente para qualquer app de chamadas de vídeo, além de garantir boas selfies. Elas, as selfies, ganham uma ajuda de uma lente grande angular que permite mais pessoas na mesma foto, ou impede que o amigo do lado fique com o braço de fora da foto. Por fim, para tirar a foto é necessário apenas levantar o braço e o contador é iniciado (lembra bastante o recurso lançado pelo G3, no ano passado).
Em fotos noturnas, a qualidade não fica muito longe de seus concorrentes. É possível notar granulado nas imagens, mesmo de longe. A reprodução de cores e de detalhes fica comprometida por conta da falta de luz, mas não impede uma foto noturna de ser capturada.
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