Samsung anunciou o Galaxy A50 aqui no Brasil por R$ 2000, tendo como destaques a câmera com lente ultrawide, bateria grande de 4000 mAh e até mesmo um leitor de digitais na tela, algo inusitado em um modelo intermediário.
Será que há alguma pegadinha ao oferecer tecnologia de ponta por preço mais acessível? É isso que iremos discutir em nossa análise. Aqui você verá todos os prós e contras do novo intermediário da empresa que tenta ser premium, mas será que consegue?
Antes de conferirmos tudo o que o A50 tem a oferecer, vamos primeiro dar uma olhada no que vem na caixa. O conteúdo é basicamente o que temos na linha M:
O carregador presente aqui é basicamente o mesmo que temos em todos os lançamentos da Samsung. O fone de ouvido é o mesmo da linha M. Pelo preço mais elevado do A50 esperávamos por um acessório melhor.
A era dos smartphones de plástico está de volta. O A50 é mais um lançamento da Samsung que deixa o metal de lado para compensar com tecnologias mais avançadas.
O acabamento é brilhante e passa a impressão de ser vidro, o que foge da aparência de celular barato que muito intermediário tem.
Algo que surpreende pelo seu preço é a presença de leitor biométrico na tela, enquanto o Galaxy S10e, que é um smartphone top de linha, não possui esta tecnologia.
Você pode até ficar empolgado com a ideia de desbloquear o celular ao apenas tocar na tela, mas o leitor não é muito bom. Ele demora para ler a digital e até você aprender a colocar o dedo no local certinho vai enfrentar muitas falhas.
Como vimos lá na MWC19 em Barcelona, o A50 é um dos primeiros da Samsung a trazer o tradicional entalhe no topo. A parte frontal lembra muitos celulares chineses lançados recentemente, como o Redmi Note 7. Para reduzir os custos, a proteção contra água, presente nos antigos modelos da linha A, foi removida.
Ele possui o mesmo tamanho de tela do Galaxy 30, mas pro ter bordas um pouco mais fina consegue ser mais compacto. Aqui temos 158,5 mm de altura, 74,7 mm de largura e 7,7 mm de espessura.
De qualquer forma, ainda é um celular grande para ser usado confortavelmente com apenas uma mão. O acabamento em plástico liso o torna um pouco escorregadio. Pelo menos a inclusão de uma capinha de proteção na embalagem foi uma boa ideia por parte da Samsung.
Apesar dos cortes na escolha dos materiais usados, a tela continua sendo Super AMOLED, já que alguns lançamentos da Samsung neste ano chegaram com tela TFT básica. As bordas finas fazem com que o A50 ostente uma tela maior que rivais, porém sendo até mais compacto que alguns. O aproveitamento frontal de 84,9% é muito bom.
São 6,4 polegadas com resolução Full HD (1080 x 2340 pixels) em padrão 19,5:9. Isso resulta em 403 pixels por polegada, o que fornece uma densidade suficiente para impedir que seus olhos vejam cada pixels individualmente na tela.
O painel usado é de boa qualidade e alcança bom nível de brilho, o que permite usar o A50 de força confortável em qualquer tipo de ambiente. As cores são vibrantes e conquistará você pelas belas imagens exibidas.
Na parte inferior temos um único alto-falante, que até entrega uma potência decente, mas a qualidade sonora decepciona em clareza e detalhes.
Curiosamente, o som entregue consegue ser pior que o da linha M que testamos. Fica claro que Samsung teve que fazer sacrifícios para colocar biometria na tela e ainda conseguir trazer o aparelho por menos de R$ 2 mil.
O mesmo podemos dizer do fone de ouvido. É o mesmo acessório que vimos em celulares de entrada nos último anos. O som não é lá essas coisas e com o baixo desempenho sonoro do A50 torna a experiência com músicas bastante decepcionante.
O A50 estreia o chip Exynos 9610 da Samsung, uma solução bastante potente e que fica abaixo apenas das plataformas para flagships da empresa.
Em seu interior temos um processador octa-core formado por 4 núcleos Cortex-A73 com velocidade máxima de 2,3 GHz em conjunto com 4 núcleos Cortex-A53 de velocidade máxima de 1,7 GHz. A parte gráfica é responsabilidade da Mali-G72 MP3.
O desempenho em benchmarks é similar ao do Snapdragon 710, mas a GPU do A50 é mais fraca que a do Snapdragon 660.
Na abertura de aplicativos ele conseguiu ser mais lento que rivais e até mesmo que celulares mais baratos da Samsung. Será falta de otimização da One UI?
Em jogos também pecou em desempenho. Alguns títulos rodaram na velocidade máxima, mas para um hardware desse porte esperávamos que todos os jogos entregassem fluidez impecável.
Enquanto alguns modelos da linha M chegaram com generosa bateria de 5.000 mAh, no A50 Samsung incorporou “apenas” 4.000 mAh. Ainda assim é uma capacidade muito boa e o resultado é que temos autonomia para o dia inteiro com folga.
Este não chega a ser o melhor intermediário da empresa em duração de bateria, mas fica acima dos concorrentes. O carregador poderia ser mais potente, o que evitaria que o A50 ficasse quase 2 horas preso à tomada.
Esse intermediário da Samsung traz câmera tripla na traseira. A principal registra imagens de até 25 MP, a secundária tem lente ultrawide para você tirar fotos mais amplas, e a terceira serve para desfocar o fundo de cenários.
Por padrão a câmera vem configurada para tirar fotos de 12 MP. Se você optar pela resolução máxima terá que abrir mão do HDR. Além disso, as fotos perdem nitidez e você terá a impressão que o foco falhou na hora de capturar a imagem, mas isso também aconteceu com o Galaxy A9 que testamos anteriormente.
Em cenários abertos e bem iluminados, a câmera do A50 registra boas cores e exposição uniforme. Muitos celulares nessa faixa de preço tendem a deixar o céu estourado, o que não é o caso desse.
O HDR tanto no automático quanto no manual tende a deixar as fotos mais escuras. As sombras têm seus detalhes destruídos, então recomendamos deixar desligado. Já em cenários fechados o HDR funciona melhor e registra fotos mais claras com alcance dinâmico mais amplo.
A câmera ultrawide faz o seu trabalho e permite registrar muito mais do cenário nas fotos. A qualidade das imagens não muda muito comparado à câmera principal. À noite é que vemos a maior diferença entre as duas.
A lente mais aberta perde muito dos detalhes e gera fotos borradas e com maior nível de ruídos. Recomendamos que você use a câmera principal em cenários com pouca luz.
A terceira câmera é o verdadeiro destaque aqui. Ela desfoca o fundo de forma muito eficiente, superando até alguns celulares top de linha. Claro, nem sempre o resultado é perfeito, mas está muito acima do que celulares nessa faixa de preço entregam no modo retrato.
Para selfies o A50 também manda bem. Nada de céu estourado em fotos ao ar livre ou muitos ruídos em fotos tiradas em locais fechados. Claro, não espere selfies excelente à noite, ainda mais se houver uma fonte de luz atrás de você.
Por fim, o celular da Samsung também é bom na captura de vídeos e seu sistema de estabilização é bastante eficiente.
O A50 é um dos primeiros da Samsung a vir com a interface One UI baseada no Android Pie, enquanto outros recentes lançamentos da empresa ainda chegaram com a antiga Samsung Experience baseada no Oreo.
Boa parte dos recursos que você encontra nos modelos mais caros estão presentes aqui. A interface facilita o uso com apenas uma mão, o que é bem-vindo em um aparelho grande como esse.
Mas assim como em outros da linha Galaxy, o Android da Samsung ainda apresenta pequenos engasgos e lentidão para algumas tarefas, mas no geral o desempenho não decepciona.
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