A Samsung refez a linha Galaxy A, colocando ainda mais beleza e aumentando o desempenho de seus intermediários premium. O Galaxy A5 de 2016 está no meio desta linha, cobrando menos do que o Galaxy A7 e oferecendo quase que o mesmo hardware, com a mesma câmera e em um corpo mais compacto. Será que este modelo é realmente tão bom quanto seu irmão maior? É o que vou tentar explicar nas próximas linhas.
O Galaxy A5 de 2016, ou chamado de A5 6, chega com acabamento de primeira, hardware poderoso com o processador Exynos Octa 7580 de oito núcleos, 2 GB de memória RAM (contra 3 GB no Galaxy A7 2016) e cara de Galaxy S6. A caixa também lembra o parrudo do ano passado, com poucos detalhes impressos, mas os acessórios deixam claro que você não está com um topo de linha. O fone de ouvido não vem em caixinha própria, mas tem boa qualidade de áudio (para um fone gratuito, que vem com o celular), enquanto o carregador de tomada tem saída de 2A, para carregamento mais veloz. Todo o entorno dos acessórios, na caixa, é feito em plástico bem simples.
Como disse nas linhas acima, muito deste smartphone lembra o Galaxy S6, até a presença do leitor de impressões digitais no mesmo local do high-end de 2015. Este é um dos pontos que deixa o A5 de 2016 entre o mundo dos intermediários e o mundo dos topo de linha. Nas bordas você encontra metal com acabamento mais áspero, levemente escovado e que ajuda na pegada, mas que não salva da sensação de que tudo vai escorregar - e isso é bem comum.
A tela é uma Super AMOLED de 5.2 polegadas, com resolução Full HD e que apresenta aproximadamente 424 pixels por polegada, com ótimo nível de contraste e brilho, além de mostrar bem o conteúdo do display quando o dia está mais ensolarado, dividindo espaço com o botão de tela inicial (que também é um leitor de impressões digitais), sensores de luz e proximidade, junto da câmera frontal de 5 megapixels, com lente grande angular. Assim como na geração anterior, este aparelho conta com suporte para cartões microSD, mas em uma bandeja híbrida que te faz escolher entre ter um smartphone dual-chip ou aumentar a memória com cartão externo. Nunca ambos ao mesmo tempo, tem que ser ou um ou outro.
Por aqui são 2.900mAh, contra 2300mAh da geração anterior e a autonomia desta carga toda você encontra clicando aqui, em nosso teste de bateria.
O vidro da frente e da traseira apresenta proteção de Gorilla Glass 4, mas ele aparenta estar um tiquinho acima da borda lateral e isso me preocupa. Qualquer queda vai fazer o vidro atingir o chão e sem qualquer proteção das bordas (pensando que você está sem uma capa protetora). A traseira também apresenta este vidro para fora, mas com uma sensação de ser levemente curvado nos fins do vidro - fica mais bonito do que ergonômico.
Outro ponto que me preocupa é a câmera saltada para fora, que continua como herança da geração anterior e dos modelos mais caros da mesma fabricante. O aro ao redor da lente garante que o vidro não arranhe, mas sempre dá um frio na espinha quando a câmera está para baixo e o smartphone "passeia" pela mesa, em um empurrão acidental.
Um ponto que me chamou atenção e merece todo tipo de festa é a espessura. Ele está mais grosso e pesado, mas não de forma que possa atrapalhar a pegada ou seu manuseio. Esta gordurinha extra garante uma bateria de maior capacidade e isso é espetacular! Aparentemente a Samsung está notando que a fixação por um corpo cada vez mais fino acaba atrapalhando diretamente a autonomia de bateria, algo nada inteligente e que não está no desejo do usuário. Eu, assim como muita gente que perguntei, prefiro um smartphone menos fino, só que com bateria que me garante ao menos um dia inteiro de uso - ou mais.
Do lado de dentro temos um processador Exynos 7580 Octa de oito núcleos rodando em 1.6 Ghz, acompanhado de 2 GB de memória RAM, GPU Mali-T720MP2 e 16 GB de espaço interno. Você pode colocar um microSD e aumentar a capacidade de memória em mais 256 GB, ou escolher tirar este recurso para adicionar um segundo SIM card e transformar o aparelho em um dual-chip. Lá fora o A57 vem com o mesmo processador da geração passada, com um Qualcomm MSM8939 Snapdragon 615 também octa-core e com uma GPU Adreno 405.
Durante meus dias de uso o A5 funcionou muito bem, sem qualquer engasgo ou travamento mesmo com muitos aplicativos abertos ao mesmo tempo - isso inclui apps de redes sociais, o Chrome, Uber, mapas, players de música e até o YouTube ou Netflix no meio. Tudo rodou bem, com os aplicativos abertos ao fundo e sem qualquer momento onde poderia apresentar pequena queda no desempenho.
O sistema operacional que roda por aqui é o Android 5.1.1 e fica a dúvida na cabeça sobre o motivo que fez a Samsung investir tanto em desempenho e beleza neste modelo, deixando o Android 6.0 (que está no S7) de lado. Seria aceitável se fosse um modelo mais barato, mas não para um parrudo e que fica muito próximo dos mais fortes modelos da marca asiática. Ele roda abaixo da TouchWiz, que já foi bem ruim e travada, mas que hoje roda bem com as melhorias de software feitas pela Samsung.
É a mesma TouchWiz que já vimos em aparelhos do ano passado, o que não adiciona qualquer novidade para este modelo. As melhorias que foram feitas estão na eliminação de vários ajustes e ferramentas duplicadas, mas ainda continuamos com dois navegadores para internet, dois players de música, dois apps para e-mail e até duas galerias para fotos - sério, parem e coloquem apenas uma opção.
A lista de apps pré-instalados recebeu atenção dos refinamentos que chegaram na TouchWiz no ano passado, o que significa que temos menor quantidade de aplicativos do que já existiu. Como em qualquer Android, há um conjunto de aplicações do Google, mas há parcerias da Samsung com a Microsoft e isso significa que o Office está por aqui e em toda sua glória, além do OneDrive para backup em nuvem. Há soluções próprias da Samsung, como calculadora, agenda de compromissos, bloco de notas, gravador de voz, gerenciador de memória RAM e o S Health para queimar gordurinhas.
Voltando ao desempenho, seguem resultados de benchmark para os amantes de números:
Junto do processador de oito núcleos criado pela própria Samsung, temos uma GPU bastante parruda e que fez bem seu trabalho no Galaxy S6. Por aqui há uma Mali-T720MP2, que conseguiu rodar jogos pesados como Real Racing 3, Dead Trigger 2 e Mortal Kombat X sem qualquer problema, travamento ou engasgo. Todos os jogos rodaram com os gráficos no máximo, detalhes completos e todos os recursos ligados. Em alguns momentos do Real Racing 3, o jogo demonstrou quedas leves na taxa de quadros por segundo, mas nada que fizesse a jogatina ficar insuportável - você sente isso quando está abaixo dos 20 quadros por segundo.
Neste momento, em jogos que quase sempre utilizam a tela virada em modo horizontal, notei um problema bem conhecido de usuários de iPhone. Se você ficar animado e esquecer que o alto-falante está logo abaixo do aparelho, vai acabar tampando a saída de áudio e isso estraga boa parte da imersão do jogo. Claro, é perfeitamente simples solucionar e remover o dedo de lá, mas ter em mente que você precisa lembrar da posição da saída de áudio, enquanto faz os cálculos para saber se a curva do Real Racing 3 será feita da melhor forma, não é nada bacana.
Este é um dos momentos em que você lembra que está em um aparelho intermediário e não em um topo de linha. O Galaxy A5 não tem uma câmera ruim, mas está logo abaixo dos resultados que você vai conseguir com um S7 ou mesmo no S6. São 13 megapixels na câmera traseira e 5 megapixels na frontal, ambas com abertura f/1.9 e que ajuda bastante na hora de entrar mais luz em fotos noturnas. O resultado sempre é bacana, com boa reprodução de cores, mas que tende a não ficar muito bom quando você liga o modo de cena noturna. Ele estoura demais o granulado, para ajudar na entrada extra de luz e deixa tudo com muito mais luz do que o seu olho pode notar - longe demais do objeto real.
Dica: vai tirar fotos de noite? Ligue apenas o HDR e o resultado será mais semelhante ao ambiente que está na sua frente. A única vantagem que notei na parte de cenas noturnas e que as fotos tendem a ficar menos borradas do que no HDR, para momentos de baixa luz.
Assim como os aparelhos mais recentes da linha Galaxy S, se você tocar duas vezes no botão inicial, mesmo com a tela bloqueada, vai abrir a câmera e estará pronto para bater uma foto. Este recurso é bem mais prático do que utilizar o atalho da tela bloqueada e que faz o mesmo, mas que necessita de um arrastar de dedo no vidro.
Outro ponto que notei é que o HDR até que salva as fotos com muita diferença de contraste, mas também tende a deixar o céu claro demais. Olhe na foto com mais árvores e note que o céu está....branco, muito branco. Aos meus olhos, existiam nuvens que foram negligenciadas pelo sensor de imagens. Em outros momentos ele trabalha bem, como na foto da avenida paulista (o que tem a ciclovia vermelha no meio), que eliminou boa parte das sombras e o céu continua bem visível.
Leave a comment