O Galaxy J2 Prime chega como uma ‘versão premium’ do modelo de entrada da Samsung lançado no final de 2015. Antes que você se anime achando que a versão Prime vem com melhor qualidade de construção, fique sabendo que aqui temos exatamente o mesmo corpo feito em policarbonato de antes.
O Prime nada mais é do que uma versão ‘turbinada’ do antigo modelo. Temos uma tela maior, um chipset mais potente, maior quantidade de RAM e novos sensores para ambas as câmeras; e claro, uma bateria mais generosa para lidar com o hardware mais potente.
Outra diferença para o novo aparelho está em sua interface atualizada que vem com o Android Marshmallow, sendo a mesma que foi estreada com o Galaxy Note 7, que recebe o codinome Grace UI. Será que estas pequenas mudanças tornam o J2 um smartphone mais atrativo?
Assim como outros lançamentos da Samsung de 2016, o Galaxy J2 Prime vem em uma embalagem simples feita em papel cartão na cor branca que suja com incrível facilidade. Na parte frontal temos apenas o nome da marca e do modelo, enquanto na traseira há algumas informações sobre o processador, bateria, câmera e sua TV digital.
Ao abrir a caixa do J2 Prime, você dará de cara com o aparelho envolto em película que resume algumas de suas especificações. Logo abaixo temos o guia rápido de uso, o carregador de 1A, o cabo USB tradicional, fone de ouvido padrão da linha Galaxy J e um adaptador para usar como antena para a TV digital.
É bom saber que temos o pacote completo aqui, já que é cada vez mais comum algumas fabricantes cortarem custos ao não fornecerem um cabo USB ou fone de ouvido em aparelhos de entrada.
Por ter uma tela maior, 5 polegadas contra 4,7 polegadas do J2, o modelo Prime acaba sendo maior. Aqui temos 144,8 mm de altura, 72,1 mm de largura e 8,9 mm de espessura, contra 136,5 x 69 x 8,4 mm, respectivamente. Visualmente, a única novidade é o flash frontal que fica do lado esquerdo do alto-falante de chamadas.
Do lado direito temos o botão de ligar e desligar o aparelho, do lado esquerdo as teclas de volume, na parte superior a entrada para fones de ouvido, e na parte inferior a entrada micro USB e microfone. O alto-falante pode ser encontrado na traseira ao lado da câmera principal, enquanto ao remover a tampa é possível acessar os dois slot SIM e microSD.
Apesar de a tela ter aumentado no Prime, ela mantém a mesma resolução qHD de antes (540 x 960 pixels), o que reduz ainda mais a proporção de pixels por polegada, indo de 234 para 220. Desta forma, usar o J2 Prime muito próximo dos seus olhos pode acabar resultando em perda na qualidade da imagem diante da percepção dos pixels na tela.
A pior parte é que Samsung trocou o painel Super AMOLED de antes por uma tela PLS TFT LCD. Isso significa que não há mais o contraste infinito de antes que gera o ‘preto perfeito’. Não apenas isso, mas este painel usado no J2 Prime tem um contraste bastante baixo, o que deixa o preto acinzentado.
Além disso, o ângulo de visão ficou mais limitado no J2 Prime, mas a pior parte está no baixo brilho com o alto nível de reflexos do vidro que cobre o painel. Se você usa muito o celular em ambientes com forte iluminação, este smartphone da Samsung não será indicado.
Em som não há o que comentar. O J2 Prime entrega o mesmo som mono limitado do J2 antigo. O fone de ouvido que acompanha o celular também é o mesmo de antes.
O J2 chegou com o chipset Exynos 3475 da própria Samsung, mas a sul-coreana decidiu apostar na fabricante taiwanesa MediaTek buscando reduzir o custo de produção. Desta forma, o modelo MT6737T até traz um salto em desempenho, teoricamente, já que temos um processador de quatro núcleos trabalhando a 1,4 GHz, contra 1,3 GHz do Exynos 3475.
Além da CPU quad-core, este chipset oferece a GPU Mali-T720 que conta com dois núcleos gráficos de processamento. Fechando o pacote temos 1,5 GB de RAM – 500 MB a mais que o J2 – e os mesmos 8 GB de armazenamento com a possibilidade de expansão via cartão microSD.
Resultados em benchmarks:
Usamos a ferramenta GameBench para medir a taxa de quadros por segundo em alguns títulos aqui no Galaxy J2 Prime. O Asphalt 8 rodou com média de 22 FPS, mostrando o que já havíamos visto em outros modelos com a mesma GPU.
No Modern Combat 5 tivemos praticamente o mesmo resultado, com média de 21 FPS. O jogo até pode ser aproveitado neste aparelho da Samsung, mas em cenas com explosões é normal a taxa de quadros cair para menos de 10 FPS.
E fechando temos o Subway Surfers que roda a 60 FPS. Este é considerado o ideal para jogos em smartphones, já que garante boa fluidez e rápido tempo de resposta, mas pelo visto o J2 Prime só é capaz de alcançar este desempenho em jogos leves.
Em uma abordagem mais prática, abrimos 12 aplicativos em seguida, sendo o primeiro deles o de relógio para iniciarmos o cronômetro. A ordem de abertura dos aplicativos é a seguinte: Câmera, Galeria e Configurações, apps nativos, e outros baixados da Play Store, como o Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon Go e Asphalt 8. Por aqui, realizamos dois ciclos de abertura dos aplicativos na mesma ordem, contando apenas as "voltas" no cronômetro nativo.
O aparelho da Samsung precisou de 1 minuto e 43 segundos para abrir todos os apps citados. Este é um resultado decente para um aparelho em sua faixa de preço. No entanto, ter apenas 1,5 GB de RAM não ajuda aqui, onde o modelo levou quase o mesmo tempo na segunda rodada, precisando de 3 minutos e 24 segundos no total.
Outra novidade no J2 Prime está nos sensores de ambas as câmeras. A traseira agora traz uma resolução máxima de 8 megapixels, enquanto a frontal oferece 5 megapixels. Isso não deixa claro que teremos imagens melhores, mas o J2 Prime é capaz de capturar imagens maiores do que o seu antecessor.
Em termos de abertura temos a mesma f/2.2 de antes em ambas as câmeras, além disso, o J2 continua gravando na resolução máxima HD (720p), mesmo com o aumento na resolução do sensor. O aparelho não conta com nenhum recurso de estabilização de imagens e nem de redução avançada de ruídos, mas ainda oferece melhores resultados que outros de entrada.
No software da câmera temos alguns modos além do básico que é visto no Android puro, como o Pro, Panorama, Foto sequencial, HDR, Noturno, Esportes e foto com som. No modo profissional podemos escolher apenas a tonalidade do branco (nublado, ensolarado, luz incandescente ou fluorescente), o valor do ISO (100 a 800) e a compensação (-2 a +2).
Para a câmera frontal contamos com o recurso de embelezamento de rosto, algo que virou padrão em smartphones básicos, não apenas da Samsung. Aqui o resultado acaba ficando um pouco artificial, mas é possível aumentar ou reduzir o nível do efeito aplicado. O destaque, no entanto, fica para o flash frontal que ajuda em fotos e vídeos feitos à noite.
O Galaxy J2 Prime trouxe 600 mAh adicionais comparado ao J2 antigo, o que deveria resultar em uma maior autonomia. No entanto, a troca do painel Super AMOLED por TFT e o chipset Exynos por MediaTek não deu muito certo. O novo smartphone da empresa teve drástica redução de autonomia.
Enquanto o antigo passava de 14 horas de uso, o novo descarregou ao chegar a 10 horas de uso. Além disso, sua bateria leva mais tempo para ser recarregada, sendo necessárias 3 horas e meia preso à tomada.
Com uma carga de bateria é possível assistir vídeos por 9 horas e 12 minutos no Galaxy J2 Prime. Para quem curte gravar vídeos, o aparelho aguenta 4 horas e 33 minutos antes de desligar. Já para quem busca um smartphone para chamadas, o J2 Prime rende 14 horas com uma carga ou 4 horas e 10 minutos de videochamadas no Skype.
Em um teste prático simulando um uso mais real, realizamos 7 ciclos de testes que incluíram:
O Galaxy J2 Prime vem com Android 6.0.1 Marshmallow e não deve receber atualização para o Nougat. Pelo menos Samsung vem lançando atualizações de segurança para o aparelho, onde a mais recente disponível data de junho de 2017.
Mesmo com 1,5 GB de RAM, o J2 Prime ainda oferece uma experiência pouco satisfatória. O pior está no armazenamento com apenas 8 GB, mas que na prática temos menos da metade para uso, o que torna a compra de um cartão microSD obrigatória.
O diferencial do J2 Prime está em oferecer TV digital de alta resolução. O aplicativo permite tirar capturas de tela do que estiver sendo exibido ou mesmo gravar o programa para ser assistido posteriormente.
No geral, o J2 Prime não chega a empolgar, entregando um desempenho inferior comparado a outros modelos básicos que venham com sistema mais leve.
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