A linha Galaxy J morreu. No lugar Samsung trouxe a nova série Galaxy M, com o básico sendo o M10. Ele vem para ocupar o lugar do J4/J4 Plus e traz design mais moderno para atrair o público jovem que está cansado da mesmice em smartphones de baixo custo.
Por ser um produto barato não espere alta qualidade ou tecnologias recentes. O hardware já é conhecido pelo público e presente em diversos smartphones intermediários da marca. Com isso em mente, saiba que a experiência é limitada, mas suficiente para quem busca apenas usar apps populares.
A embalagem na cor branca traz uma ilustração do aparelho que não condiz perfeitamente com o M10. Ao olhar a imagem na tampa você verá um celular com bordas extremamente finas, o que não é bem o caso do produto real. Na caixa você encontra:
OBS.: O modelo nacional a ser comercializado no Brasil vem com fone de ouvido na embalagem, enquanto a versão testada pelo TudoCelular não veio com este acessório (como informado no vídeo).
A linha J traz modelos com acabamento mais básico e outros mais caprichados com corpo de metal. A série M está focada no baixo custo, então não espere qualidade premium aqui.
O M10 tem corpo todo feito em plástico com acabamento brilhante. Pode até deixar o aparelho mais bonito para atrair o público jovem (especialmente na cor azul), mas tem a desvantagem de riscar com facilidade.
Ele é mais fino que o J4 ou J6, entregando corpo com apenas 7,7 mm de espessura. E mesmo com sua tela grande de 6,22 polegadas, o M10 não chega a ser um aparelho muito grande devido às bordas finas e adoção do entalhe em forma de gota. Aqui temos 155,6 mm de altura por 75,6 mm de largura.
Samsung fez alguns retrocessos no design do M10, jogando o alto-falante para a traseira, como era visto em celulares antigos da marca. Na parte inferior temos a entrada micro USB (esperávamos USB-C a essa altura).
Fora isso, não há muito o que comentar: há entrada P2 para fones, gaveta para dois SIMs e microSD, e botões para controle de volume e energia nas laterais. Usar o M10 é uma experiência agradável e não causará desconforto mesmo em quem possui mãos menores.
O M10 traz tela de 6,22 polegadas com resolução HD+ (720 x 1520 pixels), o que resulta em 270 pixels por polegada. A densidade pode ser pouca para alguns, mas você só perceberá os pixels na tela se aproximar o celular dos seus olhos.
Diferente do Galaxy J6, aqui no M10 temos painel LCD convencional e não a tecnologia Super AMOLED da Samsung que entrega cores vibrantes e excelente ângulo de visão. Mas isso não quer dizer que a tela desse aqui seja ruim. Ela apresenta bom contraste e a imagem não degrada tanto ao olhar de lado.
A empresa só errou na calibração das cores. O tom frio do painel deixa o branco muito azulado, e o pior é que não tem como mudar isso. O brilho também é baixo, o que resulta em tela mais escura que a do Moto G7 Play. Usar o M10 em ambiente externo será um pouco desconfortável.
A parte sonora também não empolga no aparelho básico da Samsung. Temos apenas um alto-falante na parte traseira. Além do som mono, a potência não é muito forte. Como o som é jogado na direção oposta do usuário, a experiência acaba sendo comprometida.
Para ter uma experiência melhor com músicas é indicado usar um fone de ouvido. O modelo testado por nós não veio com um na embalagem. Com isso não sabemos se a qualidade oferecida é boa ou não.
Samsung vem reaproveitando o seu chipset Exynos 7870 desde 2016. Ele equipou diversos smartphones intermediários da sul-coreana e agora vem sendo usado também nos modelos de entrada.
Aqui temos um processador octa-core de 1,6 GHz e GPU Mali-T830 MP1, que entrega bom desempenho para tarefas simples. O M10 é capaz de rodar jogos leves com desempenho máximo, mas alguns títulos mais pesados apresentam pequenos engasgos.
Em benchmarks não espere números altos, temos os mesmos resultados de aparelhos antigos:
No Asphalt 8 tivemos uma média de 23 fps, enquanto no Asphalt 9 o desempenho foi um pouco melhor, chegando próximo aos 30 fps. Injustice 2, Vainglory e Modern Combat 5 também apresentaram desempenho abaixo do desejado. Pelo menos PUBG ficou dentro da média e não deve fazer você passar raiva.
Talvez a parte mais decepcionante do desempenho esteja no gerenciamento de RAM. Mesmo com 3 GB de memória, o M10 não consegue segurar muitos aplicativos abertos em segundo plano – mesmo problema que vimos no Moto G7 Play, mas este conta com apenas 2 GB de RAM.
O K12 Plus, que tem a mesma quantidade de memória do M10, foi capaz de manter os apps carregados e entregou um melhor desempenho geral.
Na traseira do Galaxy M10 temos uma câmera de 13 MP com abertura f/1.9 e foto automático do tipo PDAF. Há uma câmera secundária de apenas 5 MP com lente ultra-wide e abertura focal de f/2.2.
Na frente do aparelho encontramos mais uma câmera de 5 MP, mas esta com abertura f/2.0. O M10 contra com flash em LED de ambos os lados, o que ajuda a tirar selfies mais claras em locais pouco iluminados.
Esperávamos melhores resultados da câmera principal. As imagens exibem um alcance dinâmico muito limitado e os detalhes são geralmente perdidos em regiões sombreadas.
O HDR não funciona como deveria. Quando ativado, você terá fotos escuras. Já quando está desligado, os cenários saem com luz estourada.
A lente ultra-wide registra fotos mais equilibradas e com cores mais saturadas. Mas é perceptível um pouco de distorção nos cantos das imagens. Esta câmera não é recomendada para fotos noturnas, já que registra um nível muito maior de ruídos.
Não há modo noturno dedicado e mesmo ao usar ajustes manuais é difícil registrar boas fotos à noite.
As selfies apresentam bom nível de detalhes e melhores resultados com o HDR ligado. Porém, ao ativar o modo retrato, as fotos perdem nitidez e o HDR acaba sendo desativado.
O efeito de desfoque do cenário é feito via software, e o resultado não é dos melhores. Mas também não fica abaixo da concorrência.
A filmadora grava na resolução Full HD com todas as câmeras, e como esperado de um aparelho de entrada há muitos tremidos. A qualidade sonora é boa e supera rivais como o K12 Plus, que grava áudio mono.
O Galaxy M10 mostrou que não precisa de 4.000 mAh para ter uma autonomia interessante, com seus 3.400 mAh sendo suficientes para dar conta do hardware básico, tela grande HD+ e Android Oreo sob a interface Samsung Experience 9.5.
As praticamente 20 horas de uso ficaram acima do que conseguimos com K12 Plus e Moto G7 Play, que possuem bateria de 3.000 mAh e tela HD+ de 5,7 polegadas, sendo provavelmente seus maiores concorrentes no mercado brasileiro, o que demonstra que por R$ 899 será difícil encontrar um modelo atual mais interessante em termos de autonomia.
O problema está na demora no tempo de recarga. Devido ao carregador fraco que vem com o M10, você precisará esperar mais de 3 horas para ter a bateria cheia. O Moto G7 Power tem bateria muito maior e leva menos tempo para recarregar.
Estamos perto da metade do ano e Samsung ainda vem trazendo smartphones com Android Oreo, assim como a LG fez com o K12 Plus. O M10 conta com versão 8.1 do robozinho e interface Samsung Experience 9.5, mas traz algumas novidades da One UI como o suporte a gestos.
Por padrão, o M10 apresenta propagandas na tela de bloqueio. Você pode desativar este recurso em ‘Histórias da tela de bloqueio’. Também é possível customizar o tipo de conteúdo que será exibido baseado em seu gosto pessoal.
A sul-coreana alegou que lançará a atualização para o Pie com a nova interface nos próximos meses. Enquanto isso, só nos resta esperar
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