S a m s u n g G a l a x y M 1 2

O Galaxy M12 é a nova aposta da Samsung para quem busca um celular barato com tela de 90 Hz. Ele vem com a mesma plataforma Exynos 850 do Galaxy A21s , que foi um dos melhores lançamentos de 2020 entre os modelos mais simples da sul-coreana. Será que ela consegue repetir a dose com o M12? Vamos conferir.

O Galaxy M12 vem em caixa branca com a ilustrução do aparelho na tampa, assim como nos demais da linha A. Diferente de outros modelos baratos da Samsung, este não vem com fone de ouvido.

O Galaxy M12 é um celular simples com corpo de plástico, mas que traz um design interessante com traseira que apresenta listras verticais, que por sua vez têm pequenos semicírculos esculpidos nelas. Isso não só ajuda a diferenciar o aparelho dos outros básicos da marca, como também melhora na pegada.

O M12 foi lançado em três opções de cores que a Samsung chama de preto, azul e verde, mas, na verdade, os três são tons diferentes de azul. O layout em formato de cooktop está marcando presença na traseira, assim como o entalhe de gota ainda presente em celulares mais baratos.

Na lateral esquerda há uma gaveta para dois chips e um micro SD; do lado direito há o botão de energia com o leitor biométrico incorporado e a tecla de controle de volume; no topo há apenas um microfone; e na parte inferior temos a entrada para fones de ouvido, outro microfone, a entrada USB-C e o alto-falante.

A parte decepcionante fica para a versão do Wi-Fi não compatível com padrão AC para redes 5 GHz, além da falta de NFC na versão nacional.

O M12 vem com tela LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+. O destaque fica para o painel de 90 Hz para garantir maior fluidez com as animações da One UI, mas, por outro lado, o brilho máximo é baixo e complica o uso fora de casa.

A qualidade de imagem é apenas decente. O nível de contraste está abaixo dos rivais da Motorola e Xiaomi, o que faz com que as cores não sejam tão vibrantes e o preto tenha tom acinzentado.

A parte sonora também decepciona, não apenas por ter apenas uma saída de som que limita o áudio a mono, mas por ter potência apenas mediana e não ter bom equilíbrio entre graves, médios e agudos. Para piorar, a Samsung não manda mais fone de ouvido com seus celulares, mas pelo menos há entrada padrão para que você use com qualquer fone que possua.

Como dito no início da análise, o Galaxy M12 vem com a plataforma Exynos 850 e com 4 GB de RAM, mesma configuração presente no A21s. Poderíamos esperar desempenho similar no multitarefas, mas em nosso teste de velocidade vimos o novo ser bem mais lento. A One UI vem apresentando lag ao alternar entre apps e isso aconteceu com modelos mais caros que testamos recentemente, como o A32 e A52. Esperamos que a Samsung arrume em atualização futura.

Em benchmarks não temos números expressivos e que vá deixar alguém empolgado. No caso do AnTuTu tivemos média de 127 mil pontos, ficando abaixo do Unisoc T700 presente no Moto G20 e do Helio G70 no realme C25 .

E jogos, o Exynos 850 é forte o suficiente para entregar 90 fps? Testamos vários e nenhum passou de 60 fps, nem esmo jogos como Mortal Kombat e Coverfire que entregaram fluidez superior em outros da Samsung com tela de 90 Hz. PUBG rodou na qualidade HD com boa fluidez, assim como Asphalt 9 e Call of Duty que não apresentaram engasgos.

O Galaxy M12 é mais um celular da Samsung com 5.000 mAh e apesar de ter a mesma capacidade do A21s, acabou rendendo muito mais e passou de 30 horas de uso moderado em nosso teste padronizado, o que o coloca entre os melhores em autonomia de todos que testamos.

Talvez o fato de não segurar os apps abertos na RAM tenha ajudado a bateria a durar tanto, sendo capaz de render até dois dias em uso leve. O carregador de 15W leva pouco mais de 2 horas para recarregar a bateria. Pode parecer muito, mas está bem abaixo do C25 que leva mais de 3 horas e do Moto G20 que demora absurdas 5 horas para recarregar.

Uma carga rápida de 15 minutos recupera 12% de bateria, que chega a 25% com meia hora na tomada.

O M12 possui quatro câmeras na traseira: a principal tem sensor de 48 MP, a secundária de 5 MP tem lente ultra-wide, as demais são destinadas a macros e desfoque de fundo com resolução de 2 MP em ambas. Na parte frontal há uma câmera de 8 MP para selfies.

A câmera principal registra fotos com cores neutras, bom alcance dinâmico e poucos ruídos em situações favoráveis. O problema é o foco que nem sempre acerta onde você quer focar, sem falar que também é um pouco lerdo em vídeos.

O bom da ultra-wide ter foco fixo é que você não sofrer com o mesmo problema. Além disso, em muitos casos, a câmera mais ampla registrou fotos mais claras, capturando mais detalhes das sombras, apesar das texturas serem inferiores. Ao cair da luz temos o inverso e a ultra-wide apresenta piores fotos à noite. No geral, até será possível ter boas fotos à noite, desde que fique próximo a uma boa fonte de luz.

A câmera macro é bastante limitada, assim como o zoom do aparelho que apresenta queda tão drástica que torna o zoom máximo completamente inútil. A frontal registra boas selfies, desde que evite ampliar as fotos, enquanto o modo retrato apresenta poucas falhas. Em locais mais escuros temos fotos granuladas.

O M12 grava vídeos em Full HD a no máximo 30 fps, seja com a traseira ou frontal. A qualidade não é das melhores e há ruídos mesmo em filmagens de dia. Falta estabilização eletrônica e a captura de áudio é apenas decente. A câmera principal até serve para filmar à noite, mas a ultra-wide e a frontal sofrem mais com vídeos escuros e com baixa nitidez.

O M12 vem com a One UI Core 3.1 rodando por cima do Android 11. Esta é uma versão mais capada do software da Samsung. Um dos recursos que ficaram de foram é a possibilidade de calibrar as cores da tela, mas a coreana decidiu manter o recurso Tela Edge que normalmente é encontrado em modelos mais caros.

O leitor biométrico responde bem ao mais simples toque, enquanto a interface apresenta engasgos com frequência, o que mata um pouco a fluidez superior que a tela de 90 Hz tenta passar. Aliás, por padrão ele vem no modo dinâmico que alterna entre 60 e 90 Hz a depender da demanda, mas é possível travar em 60 Hz para a bateria durar ainda mais.

O Galaxy M12 pode ser encontrado na mesma faixa de preço do A21s. Vale mais a pena investir no novo ou o antigo ainda é melhor negócio? O M12 atrai pela tela de 90 Hz, mas não tem força suficiente para empurrar os jogos além dos 60 fps. A sua maior vantagem acaba ficando para a bateria que dura muito mais. O A21s ganha em desempenho e tem câmeras mais equilibradas.

Da Motorola temos o Moto G20 com tela de 90 Hz e preço similar. Ele é mais rápido, mas tem pior bateria e demora muito para recarregar. Suas câmeras são mais fracas devido ao hardware da Unisoc que possui um pós-processamento inferior.

E o realme C25? Ele é o nosso rei em bateria atualmente e entrega autonomia muito maior. Ele também é mais rápido, mas as câmeras não superam o M12, especialmente à noite. O ruim é ter que abrir mão da tela de 90 Hz, mas a parte sonora do realme é melhor.

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