O Galaxy M51 foi o primeiro celular da Samsung com bateria imensa de 7.000 mAh, e quase um ano depois temos um novo lançamento da coreana com esta mesma capacidade, o Galaxy M62 . O novo reaproveita muito do conjunto do modelo antigo e traz a mesma plataforma Exynos adotada na linha Galaxy Note 10. Isso faz com que o Galaxy M62 seja um intermediário metido a top de linha. Será que ele une o melhor dos dois mundos e aposta em preço justo? Vamos conferir.
O Galaxy M62 vem em embalagem tradicional na cor branca com a imagem do aparelho estampada na parte frontal. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:
O design está diferente do Galaxy M51, que se inspirava nos modelos mais caros da marca. O M62 tem câmera com módulo quadrado no estilo cooktop, visto com frequência em intermediários de outras marcas. Ele lembra alguns celulares da Motorola e de rivais chinesas.
Apesar da mudança no design, o novo celular da Samsung tem o mesmo tamanho do anterior, sendo levemente mais pesado. Ele chegou ao mercado nacional em duas opções de cores: preto ou azul. Em ambas há um efeito degradê que tende para um tom prateado, além de exibir pequenas listras verticais.
Seu corpo é todo feito de plástico e apresenta pintura cromada nas laterais para reforçar o visual metálico do aparelho. Do lado esquerdo há uma gaveta para dois chips e um cartão microSD; do lado oposto temos a tecla de controle de volume e o botão de energia com leitor biométrico integrado; na parte inferior há a entrada USB-C, o alto-falante, microfone e entrada para fones de ouvido; enquanto no topo temos mais um microfone.
O M62 é um intermediário mais simples que os modelos da linha Galaxy A, então não espere por proteção contra água. Em termos de conexões ele vem completo com Wi-Fi AC, Bluetooth 5.0 e NFC, mas nada de 5G.
A parte frontal apresenta bom aproveitamento com a tela tomando quase toda a área. A câmera de selfies fica em furo central próximo da borda superior. O painel adotado pela Samsung é o mesmo Super AMOLED Plus de 6,7 polegadas com resolução Full HD+ do M51. O nível de brilho é alto o suficiente para garantir boa visibilidade em locais abertos e o contraste infinito garante preto real e amplo ângulo de visão.
O que decepciona é a falta de uma tela de 90 Hz ou superior, considerando o preço cobrado no M62. O Galaxy A32 possui taxa de atualização superior, mesmo que seja um aparelho inferior. A Xiaomi e outras fabricantes já investem em celulares intermediários com tela de 120 Hz, o que mostra que a Samsung ainda está atrasada neste ponto.
Outro ponto que também decepciona é a falta de som estéreo presente em aparelhos como o Galaxy A52 e A72 . A única saída sonora do M62 sofre em potência, mas não chega a pecar tanto em qualidade. Por mais que o som não vá te conquistar pelo volume, pelo menos não distorce e garante áudio com nível decente de graves, médios e agudos.
O Galaxy M62 vem equipado com a plataforma Exynos 9825 com 8 GB de RAM, mesma configuração presente no Galaxy Note 10. Isso faz com que o novo intermediário da coreana entregue desempenho de celular top de linha? Deveria, mas em nosso teste de velocidade focado no multitarefas tivemos desempenho próximo ao do Galaxy M51, que possui hardware inferior.
Já em benchmarks vemos o Galaxy M62 chegar próximo do Note 10 nas pontuações e no AnTuTu tivemos uma diferença tão pequena que podemos até declarar um empate – o que era esperado de acontecer. Isso deixa claro que a Samsung não se importou em otimizar o software em seu recente lançamento para um melhor desempenho multitarefas.
O Exynos 9825 pode ser meio antigo, mas ainda tem muito potencial para jogos. Games leves rodam na qualidade máxima sem nenhum engasgo. No Call of Duty foi possível jogar na qualidade muito alta com fps no máximo, enquanto no PUBG conseguimos ótima fluidez na opção HD com molduras no Ultra e antialising ativado. Fica claro que uma tela com taxa de atualização superior faria melhor uso do hardware do M62.
O desempenho é bom, mas é a bateria que realmente impressiona. Apesar de ter os mesmos 7.000 mAh do Galaxy M51, o M62 consegue entregar autonomia muito maior, chegando a 40% de diferença. Ele é o segundo melhor em bateria entre todos os que testamos e fica no topo se você considerar apenas celulares com hardware de top de linha.
Comparado ao Galaxy Note 10 com mesma plataforma temos uma diferença enorme, mas também este aqui tem o dobro de bateria. Já o tempo de recarga não é dos melhores e leva quase 2 horas para ir de 0 a 100% devido às limitações do carregador de apenas 25W.
A recarga rápida recupera 17% com 15 minutos na tomada, mas depois disso começa a desacelerar e chega a apenas 31% com meia hora. Ainda assim, é bateria suficiente para quase um dia inteiro em uso moderado.
O Galaxy M62 pode ter herdado a plataforma Exynos do Galaxy Note 10, mas o conjunto de câmeras veio do M51. A principal tem sensor de 64 MP, a secundária de 12 MP tem lente ultra-wide e há duas de 5 MP (sendo uma para macros e outra para desfoque de fundo). Na frontal temos câmera de 32 MP.
A plataforma avançada poderia garantir um salto em qualidade de fotos, mas o sensor mediano mostra suas limitações. Temos qualidade similar ao que vimos anteriormente no Galaxy M51, mas isso não chega a ser algo ruim.
O Galaxy M62 registra boas fotos sem exagerar na saturação e acertando na nitidez, desde que você evite usar o zoom digital. Quando no máximo, a qualidade cai bastante, parece que a foto foi registrada por um celular chinês de entrada.
As fotos noturnas apresentam nitidez inferior e um pouco de ruídos, mas há modo noturno que ajuda a clarear as imagens sem comprometer o restante da foto. Este modo também está presente na câmera ultra-wide, mas a qualidade do sensor mais amplo é bastante inferior. Pelo menos ao fotografar de dia temos boas fotos com a grande angular.
A macro tem resolução decente para registrar boas fotos de perto, mas poderia ter foco automático para ajudar. É preciso ter paciência e capturar várias imagens até conseguir uma que não esteja desfocada.
A frontal registra boas selfies em locais com luz ideal, sem matar os detalhes da pele. O efeito de desfoque é convincente e apresenta poucos erros. Selfies à noite já apresentam queda acentuada na qualidade, então tente ficar próximo de uma fonte de luz.
A filmadora grava vídeos em 4K com qualidade inferior a das fotos, mas não chega a sofrer tanto com ruídos em cenários escuros. A estabilização eletrônica dá conta de lidar com os tremidos e o foco não é lento. A frontal também captura vídeos em 4K com boa qualidade de imagem e estabilização acima da média. A captura de áudio é estéreo e não sofre muito com ruídos de vento.
O Galaxy M62 sai da caixa com Android 11 modificado pela interface One UI 3.1, mas aqui você não tem todos os recursos presentes nos modelos mais avançados da marca, como o Dex que transforma telas maiores em ambiente desktop.
Pelo menos não vimos o problema encontrado no sensor de toque de tela de vários intermediários recentes da Samsung que apresentam um pequeno delay ao alternar entre aplicativos. A interface em si também não sofre com engasgos e consegue segurar uma boa quantidade de apps em segundo plano.
O M62 deve receber duas atualizações do sistema e patches de segurança por alguns anos. Esse é um ponto em que a Samsung domina as rivais que normalmente só entregam uma atualização em celulares intermediários.
O Galaxy M62 é um celular com vários altos e baixos, sendo até difícil encontrar rivais diretos por ser um aparelho que tenta ocupar dois segmentos diferentes. O seu rival em bateria é o Galaxy M51, que entrega desempenho e câmeras similares, mas fica bem abaixo em autonomia apesar de também ter 7.000 mAh.
Comparado com os rivais da Motorola podemos dizer que o M62 fica acima do Moto G60 , porém abaixo do Moto G100 – exceto em bateria onde supera ambos com folga.
E comparado ao Galaxy A72? O M62 tem plataforma mais avançada e entrega melhor desempenho, além de bateria que dura bem mais. O A72 tem melhor conjunto multimídia, proteção contra água, câmera melhores com zoom óptico e estabilização mais eficiente.
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