O Galaxy Note 9 não muda muito em design quando comparado ao Note 8. O aparelho mantém um formato retangular, com bordas menos arredondadas que os modelos da linha Galaxy S. O acabamento traseiro ainda é em vidro, com laterais metálicas.
Curiosamente, apesar do tamanho da tela, o modelo mais recente é menor em altura que o modelo do ano passado, mas aumentou tanto em largura como em espessura medindo agora 161.9 x 76.4 x 8.8 mm, e pesando 210 gramas. A diferença é para abrigar a bateria de 4.000mAh, bem maior que a do modelo anterior, e o sistema de resfriamento.
Mas é um smartphone gostoso de segurar. Claro, mesmo que você tenha a mão grande, vai ter dificuldade de utilizá-lo com uma mão só. Mas essa linha tem a S Pen, e o usuário mais acostumado com os Galaxy Note já tem o hábito de sacar a caneta para navegar na internet e realizar boa parte das tarefas.
Ah sim, e o Note 9 é mais confortável de segurar que o Galaxy S9 Plus, apesar de ser um pouco maior e mais espesso. Por causa do formato, mesmo. O encaixe nas mãos é muito bom.
Dentro da caixa, vem bastante acessório, que são os mesmos do modelo do ano passado. A Samsung ainda inclui uma capinha de policarbonato, bem simples, mas ao menos é uma proteção para seu telefone todo em vidro e metal que não é nada barato.
A gaveta de chips de um slot híbrido. E o aparelho tem a mesma certificação IP68 vista nos flagships da Samsung desde o Galaxy S6 Active - ou, globalmente, o S7.
A Samsung aumentou o tamanho da tela do Galaxy Note 9 em 0,1 polegada quando comparamos com a tela do Note 8. Mas a ocupação da parte frontal melhorou, apesar de ter sido pouca coisa, de 83,2% para 83,4%. Ou seja, agora o display SuperAMOLED tem 6,4 polegadas, mantendo a proporção 18,5:9, com resolução que pode chegar a Quad HD de 1440 x 2960 pixels.
A exibição de conteúdo é muito boa, e não é à toa que o Note 9 chegou a ser considerado o smartphone com a melhor tela por algum tempo na avaliação da DisplayMate - até a chegada do iPhone XS Max.
E, claro, dá pra usar muito bem o dispositivo em ambientes externos, com brilho máximo. Para ambientes escuros, a visualização também é pra lá de confortável com o brilho mínimo..
Como em toda a sua linha de flagships, a Samsung permite uma boa variedade de ajustes na exibição da tela, que vão desde o filtro de luz azul até configurações de balanço de cor.
A qualidade do áudio também é boa, mas o volume máximo acaba estourando um pouco. É melhor ficar com o volume um pouco abaixo do máximo, que já é bastante bom e não fica abafado nem nada.
O aparelho sai da caixa com o Android 8.1 e a Samsung Experience 9.5. A linha Note costuma trazer algumas novidades em software em relação à linha Galaxy S, além de todos os recursos já existentes em modelos anteriores, mas este ano, tem pouca coisa a destacar.
A maior parte das novidades são exclusivas da linha Note. A S Pen agora é uma espécie de controle remoto, conectando-se ao smartphone via Buetooth. Você pode configurar algumas ações para o botão da caneta, que vem como padrão abrir a câmera ao apertar e segurar.
As funções são configuráveis, dentro de ações pré-definidas. Já há vários aplicativos compatíveis com essa função, e dá para ajustar as ações app a app.
Ainda temos aqui a tela edge, também presente na linha Galaxy S, o Dual Messenger, mensagens animadas e o ar emoji, que vai melhorando bem aos poucos.
O Galaxy Note 9 não tem grandes novidades em hardware. O conjunto é exatamente o mesmo do S9 Plus, com o chipset Snapdragon 845, 6 GB de memória RAM e armazenamento de 128 GB. Há opção também com 8 Gb de RAM e 512 GB de armazenamento, apenas na cor cobre no Brasil.
E, apesar do conjunto idêntico ao S9 Plus, a Samsung otimizou um pouco mais a interface e o dispositivo flui melhor. Ainda não é o flasgship mais rápido que já testamos, ficando atrás do OnePlus 5T e iPhone X no nosso teste de velocidade.
Os resultados em benchmarks impressionam. No AnTuTu, conseguimos a maior pontuação já vista em nossa bancada - em um Android -, superando em mais de 20 mil pontos o Xperia XZ2 Compact e o Zenfone 5Z, líderes até então. O Note 9 somou 283.021 pontos.
O desempenho em jogos também não decepciona. A gente até queria fazer o teste no Gamebench com o Fortnite, mas o jogo não roda com algumas configurações no aparelho necessárias para a ferramenta analisar o desempenho, então a análise da fluidez foi a olho nu. Mas é bem boa, o jogo roda liso, como o pessoal diz.
E isso se repete em outros títulos que testamos. O problema fica para o sistema de resfriamento. Dá para sentir o aparelho aquecer bastante com a jogatina prolongada. Então, mesmo com a bateria grande, não dá para jogar um tempão sem parar no Note 9.
Demora um pouco, mas chega um ponto em que é até difícil segurar o aparelho de tão quente. A vantagem é que o desempenho não é afetado, então dá para jogar com gráficos no máximo por um tempo relativamente maior do que em outros smartphones.
A ideia de colocar uma bateria de 4.000mAh foi muito boa. O Note 9 é o flagship oficialmente à venda no Brasil com maior tempo de uso em nossa simulação de uso real.
Claro que podia ser melhor, mas está bom. O Note 9 aguenta um dia inteiro de uso intenso, com bastante tempo de tela, navegação na internet e mesmo conectado na rede móvel com uma sobra bacana no final do dia.
E a recarga fica na média, com cerca de uma hora e 50 minutos para ir de 0% a 100% - tempo razoável para uma bateria de 4.000mAh.
A S Pen é o carro-chefe das mudanças na câmera. Sim, na câmera. Porque agora você pode usar a caneta como um controle remoto e tirar fotos sem encostar no dispositivo. Ou seja, dá para tirar autorretratos com a câmera principal, em vez da frontal, por exemplo.
Isso acontece porque, com a câmera aberta, basta apertar o botão uma vez para tirar uma foto, ao passo que apertando duas vezes, você alterna entre a frontal e a traseira.
As câmeras em si mudaram pouco. Só o que mudou das características técnicas em relação ao Note 8 é a presença da abertura variável. O sensor principal não tem mais abertura f/1.7, mas sim a opção de f/1.5 ou f/2.4, permitindo fotos mais equilibradas tanto em ambientes claros como em ambientes escuros.
Em software, a Samsung adicionou uma inteligência artificial para ajudar a fazer o melhor ajuste em cerca de 20 cenários diferentes, que vão desde paisagens até fotos de comida ou de animais. O reconhecimento é automático e costuma funcionar bem, apesar de ainda precisar de ajustes. E o dispositivo te avisa de alguns erros, como borrões ou se alguém piscou.
A qualidade das imagens é muito boa. O Note 9 é um dos melhores smartphones para fotos e também para vídeos. O foco funciona bem, com velocidade incrível e bem mais preciso que o S9 Plus. O sensor extra permite o uso do Foco Dinâmico, que vai melhorando aos poucos nos dispositivos da Samsung, e o zoom ótico de até duas vezes.
Mas o problema das câmeras está nas selfies. A Samsung insiste com o embelezamento forçado, que muitas vezes deixa o rosto das pessoas parecendo de cera. Para selfies, os flagships da sul-coreana ainda ficam bastante atrás de concorrentes, especialmente do iPhone.
Em vídeos, é possível gravar com resolução 4K a 60fps na traseira, com estabilidade impressionante. Você já viu alguns vídeos aqui no TudoCelular gravados com o Note 9 na mão, sem estabilizador, e não vimos reclamações quanto a tremedeiras nem nada do tipo.
Na frente, dá para gravar em Quad HD com qualidade que deixa um pouco a desejar em comparação com a traseira. O áudio tem equalização um pouco melhor, sem estourar tanto como nos Galaxy S8 e S9.
O Galaxy Note 9 é um passo à frente da Samsung na linha Note. O dispositivo manteve o que era bom no antecessor e melhorou alguns aspectos que já apontamos serem necessários no review do Note 8.
Pontos positivos
Pontos negativos
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