S a m s u n g G a l a x y S 1 0

A linha Galaxy S completou 10 anos. Para celebrar essa década de avanço tecnológico, Samsung trouxe uma geração mais completa de flagships com três opções para os consumidores. Além do tradicional e sua variante Plus, este ano também tivemos o S10e.

O S10 pode até ser ofuscado por seus irmãos. O S10e tem a vantagem de ser consideravelmente mais barato e entrega muitas das tecnologias presentes neste aqui, enquanto o Plus é superior em tudo.

Será que o S10 ainda é uma boa opção a escolher ou seus irmãos oferecem um conjunto mais condizente pelo preço cobrado?

A embalagem está diferente este ano, com design mais minimalista e sem o acabamento brilhante de antes. A cor do nome do modelo na caixa é igual à do aparelho em seu interior. E como visto nas outras gerações, Samsung é bastante generosa com os acessórios do Galaxy S10. Você encontrará:

Um diferencial está ano está na película que vem aplicada na tela. O S10 possui leitor biométrico sob a tela e algumas películas acabam atrapalhando o seu funcionamento. Caso você danifique esta que vem com o S10, poderá adquirir outra com a Samsung ou buscar uma de outra marca que seja compatível.

Do S8 para o S9 tivemos mudanças mínimas no design. Com o S10, Samsung buscou inovar ao reduzir drasticamente as bordas, mas sem adotar o famigerado entalhe no topo. A sul-coreana seguiu um novo caminho ao apostar no entalhe circular – um furo na tela que abriga a câmera frontal.

O S10 é maior que seu antecessor com 149,9 mm de altura e 70,4 mm de largura, contra 147,7 por 68,7 mm de antes. Esse aumento nas medidas é justificado pela tela mais generosa, que agora entrega 6,1 polegadas contra 5,8” de antes. O aproveitamento frontal subiu de 83,6% para 88%.

Apesar de contar com o mesmo corpo em metal com traseira de vidro, o S10 é um pouco mais leve (157g vs 163g) e também é mais fino (7,8 mm vs 8,5 mm). A pegada não foi afetada, mas o smartphone ainda continua escorregando facilmente.

A novidade chegou ao mercado nacional em três opções de cores: azul, branco e preto. Estas são as mesmas opções disponíveis para o S10 Plus, enquanto o S10e tem a cor exclusiva Amarelo Canário – um tom mais chamativo para conquistar o público interessado no iPhone XR.

As placas de vidro que cobrem a estrutura de metal trazem Gorilla Glass 6 para proteção reforçada contra riscos e impactos. E assim como nas gerações anteriores, o S10 mantém a certificação IP68 para ser usado na água por no máximo 30 minutos respeitando o limite de 1,5m de profundidade.

Na lateral esquerda temos os botões de volume e o que é dedicado à assistente Bixby, que pode ser mapeado para uma função mais útil. O botão de energia na lateral direita encontra-se mais no topo e pode ser desconfortável de ser acessado especialmente por canhotos.

Samsung manteve a entrada padrão P2 para fones de ouvido na parte inferior, o que vai agradar aqueles que estão fugindo de fones Bluetooth, por enquanto. Já no topo temos a mesma gaveta híbrida que permite usar dois chips ao mesmo tempo ou abrir mão do secundário para expandir os 128 GB de armazenamento interno com cartão microSD.

O leitor biométrico que ficava na traseira foi jogado para debaixo da tela. Ele é do tipo ultrassônico - emite ondas sonoras de alta frequência através da camada de exibição e recria um mapa 3D das pontas dos dedos.

Ele funciona bem, mas poderia ser melhor. Você precisa acertar o local precisamente ou a leitura será demorada. Por mais avançada que seja a tecnologia empregada, não vimos uma diferença significativa comparado a aparelhos mais baratos com biometria na tela.

As telas da Samsung evoluíram e agora recebem o nome de Dynamic AMOLED. Mas o que muda? Bom, é basicamente a mesma tecnologia de antes mas agora com suporte a HDR10+. Esta novidade permite um maior controle do alcance dinâmico, entregando cores e brilho mais equilibrados para cada cena.

Para garantir que seus olhos vejam a diferença, a tela do S10 alcança brilho maior que a do S9, o que não apenas é ótimo para conteúdo em HDR, mas também ajuda muito a usar o aparelho em locais com forte iluminação. As bordas curvas, no entanto, ainda geram muito reflexo.

Aqui temos 6,1 polegadas, sendo maior que os 5,8” do S10e e abaixo dos 6,4” do S10 Plus. O tipo de painel e a qualidade entregue é praticamente idêntica entre os três modelos. O que muda é que o menor não tem borda curvada nos cantos e sofre menos com reflexos em locais abertos.

As cores são bastante vivas e fogem do considerado ideal. A boa notícia é que é possível reduzir essa saturação nas configurações do display ao mudar para o perfil Natural. Samsung também permite regular a temperatura do branco e ajustar o balanço das cores primárias. São menos opções de controle do que tínhamos no S9, mas será suficiente para a maioria.

A parte sonora também evoluiu e temos alto-falantes mais potentes que os da geração passada, entregando volume muito alto e claro. A qualidade sonora entregue pelo S10 também é excelente, até mesmo com os fones que vem de brinde. Se você é do tipo audiófilo ficará empolgado com a qualidade entregue pelo flagship da Samsung.

O Galaxy S10 chega ao mercado em duas versões de hardware: Snapdragon 855 para alguns países e Exynos 9820 para outros, incluindo o Brasil. Ambas as versões entregam ótimo desempenho, mas o modelo nacional acaba ficando um pouco atrás do que é vendido nos Estados Unidos.

Ele é mais rápido que o S10e, porém mais lento que o S10 Plus, mesmo os três contando com o mesmo hardware. A interface One UI entrega animações mais suaves que as interações anteriores, mas ainda carece de otimização. O S10 é atropelado por iPhones e rivais chineses mais baratos.

Em benchmarks também temos números abaixo que o iPhone XS ou demais aparelhos com Snapdragon 855 entregam. Em jogos, pelo menos, não vimos problema na execução, mesmo em títulos mais pesados.

A verdade é que pelo preço que Samsung pede no S10 esperávamos mais do aparelho em velocidade. Não é raro ver engasgos na interface e até mesmo na resposta na abertura de alguns aplicativos. Pelo menos os 8 GB de RAM seguram muitos apps abertos ao mesmo tempo.

S9 tinha apenas uma câmera, enquanto a variante Plus tinha o diferencial de trazer uma secundária do tipo teleobjetiva. Com o S10 temos exatamente a mesma quantidade de câmeras na traseira comparado ao S10 Plus, mas na parte frontal há uma a menos.

Na traseira do S10 temos uma câmera de 12 MP com abertura variável f/1.5-f/2.4 (mesma de antes), uma secundária de 16 MP com lente ultrawide e uma terceira de 12 MP com zoom óptico de 2x.

O grande destaque fica para a lente ultrawide com campo de visão de 123 graus. Isso permite capturar fotos muito mais amplas e registrar mais detalhes dos cenários ou grupo grande de pessoas. Mas diferente das demais câmeras do S10, não temos foco automático aqui ou estabilização óptica de imagem.

Só a nível de comparação, o Mi 9 também oferece lente ultawide com campo de visão de 117 graus, o que abrange menos do cenário que o modelo da Samsung. Já a câmera principal do S10 entrega campo de visão de 77 graus, o ajuda a mostrar a grande diferença entre as duas.

Ter zoom óptico é legal, mas a maioria fará mais uso da câmera ultrawide, é tanto que Samsung deixou a lente teleobjetiva de fora do S10e. Mas tenha em mente que a menor abertura focal (f/2.2) faz as fotos com a ultrawide saírem mais escuras e com maior nível de ruídos em cenários com luz precária.

A câmera evoluiu e apresenta fotos melhores que as gerações anteriores. O S10 registra imagens detalhadas e limpas em locais abertos. As cores são mais vivas que as do iPhone XS, com ótima faixa dinâmica e pouquíssimos ruídos.

À noite a câmera do S10 também vai bem, mas o modo noturno apanha para o do Pixel 3. O smartphone do Google registra muito mais detalhes, especialmente de objetos distantes. Mas contra iPhone XS e Mate 20 Pro, o flagship da Samsung não faz tão feio.

O maior avanço está na câmera frontal. Sabe aquelas selfies que você saia parecendo boneco de cera? Isso acabou no S10. Ainda não temos o mesmo nível de nitidez dos iPhones, mas a diferença está muito menor este ano.

Com modo retrato Apple ainda domina, mas o S10 é capaz de separar bem o assunto em primeiro plano do fundo do cenário. Com o S10 Plus o resultado fica ainda melhor graças à câmera secundária.

A filmadora do S10 também manda bem, pena que não venha com modo manual para vídeos. A estabilização é excelente, assim como a qualidade na captura de áudio. Agora é possível gravar em 4K também com a câmera frontal, mas ficando limitado a 30 fps – enquanto a traseira grava com o dobro de quadros por segundo.

A bateria subiu de 3.000 mAh para 3.400 mAh, isso faz com que o S10 passe algumas horas a mais longe da tomada. Ele entrega melhor autonomia que o S10e com 3.000 mAh e fica abaixo do S10 Plus com seus 4.100 mAh – o que já era esperado.

Como temos o mesmo carregador de antes, o S10 demora o mesmo do S9 para ter sua bateria recarregada – em média 1 hora e 40 minutos.

Em nosso teste simulando uso real tivemos os seguintes resultados:

O S10 entrega maior autonomia que o iPhone XS, mas fica abaixo do Mi 9. Se você faz uso mais pesado, recomendamos investir na versão Plus que chega no final do dia com um pouco de carga sobrando.

A interface TouchWiz foi renomeada para Samsung Experience na linha S8 e agora foi rebatizada para One UI. Rodando por cima do Android Pie, exibe ícones grandes e botões organizados na parte inferior para facilitar o acesso. Menus começam a partir da metade da tela para que você use o celular confortavelmente com apenas uma mão.

Se você foi traumatizado pelas gerações antigas do Android da sul-coreana, a situação começou a melhorar um pouquinho, mas claro que chamar a One UI de melhor é algo subjetivo, nem todos apreciam o novo formato e o desempenho ainda precisa melhorar muito para alcançar otimizações como as oferecidas por Xiaomi e OnePlus, para citar alguns exemplos.

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