S a m s u n g G a l a x y S 6 e d g e P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

O Galaxy S6 Edge é a verdadeira vedete da Samsung para este ano, com mudança de verdade e não apenas um novo representante que chega a cada ano, com pequenas melhorias. Neste modelo a marca sul-coreana colocou duas bordas curvadas nas laterais e acabou aumentando consideravelmente a área de visualização da tela, além de deixar o conjunto muito bonito com suas bordas metálicas e a traseira em vidro - adeus plástico, não volte mais! Por dentro há um processador próprio da marca, rodando oito núcleos e 3 GB de memória RAM. Muito, mas muito rápido.

A embalagem segue o mesmo padrão que está em outras da Samsung, ou seja, um retângulo com o nome do aparelho na parte de fora, junto de outras informações gerais do dispositivo. Abrindo o pacote, temos o celular, uma caminha que tem espaço por dentro e que encaixa os manuais de instruções, cabo de dados USB (com possibilidade de carregar mais rápido um smartphone que conte com tecnologia Quick Charge, ou semelhante), fone de ouvido intra auricular e uma ferramenta de metal para extrair a gaveta do chip, no padrão nano-SIM. Este é o tipo de ferramenta que não é bacana perder, mas que pode ser substituída facilmente por um clipe de papel - e isso vale para quase todos os smartphones que utilizam esta gaveta.

O S6 Edge, diferente do S6 tradicional e que já comentamos no TudoCelular, mostra uma frente com duas bordas levemente curvadas e com uma visualização muito mais agradável. É realmente o lançamento da Samsung que mais chama atenção há anos. Na frente temos um display Super AMOLED curvo de 5.1 polegadas, com resolução de 2560 x 1440 pixels, densidade aproximada de 577 pixels por polegada e proteção Gorilla Glass 4. Ainda por aqui está o leitor de impressões digitais, que ficou mais inteligente do que seu antecessor, botões sensíveis ao toque e uma câmera frontal de 5 megapixels.

As laterais são bem finas, com os botões de controle de volume do lado direito e liga/desliga na extremidade oposta. Em cima está a gaveta para o chip da operadora, junto do microfone secundário e da saída infravermelho, que faz do S6 Edge um controle remoto universal. Abaixo, está a entrada microUSB, entrada para fone de ouvido e saída de áudio em uma configuração que é a cópia exata do mesmo que está nos iPhones 6 e 6 Plus.

Atrás, sem acesso para a bateria, fica a tampa traseira em vidro e que ama marcas de dedos. Por aqui está a saltada câmera de 16 megapixels, um LED para flash e o leitor de batimentos cardíacos. A bateria, que não pode ser removida, entrega 2600mAh, o que é pouco para o padrão de mais de 3.000mAh de seus concorrentes e que entrega uma autonomia menor do que outros modelos. São no máximo 50 horas de reprodução de música e um dia e meio de uso moderado.

O S6 ainda é um smartphone leve, o que vem com o preço de uma bateria que não dura o que deveria durar - quanto mais fina, menos carga tem. A pegada é ruim e isso é resultado das bordas laterais quase que inexistentes, elas ficaram lindas e ao mesmo tempo dificultam pegar o aparelho quando está em uma superfície lisa. Sem as bordas grandes nas laterais, seu dedo tem menos ponto de apoio e isso faz com que o aparelho até escorregue. Falando nisso, a traseira em vidro é um sabão - belíssimo - que gosta de escorregar em qualquer ponto. O smartphone ficou bonito, de verdade, mas a pegada foi pra longe.

Suas dimensões são de 142,1 milímetros de altura, por 70,1 de largura e outros 7 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 132 gramas de peso total - que é espetacular em um smartphone que tem apenas metal e vidro, mais pesados do que plástico.

A Samsung não aumentou muito os números do hardware do S6 em comparação com seu antecessor. O desempenho é espetacular e isso tem uma fonte bem clara: o modelo de memória interna não é o mesmo e ele é absurdamente mais veloz do que o utilizado até então. No lugar do tradicional eMMC, a fabricante sul-coreana colocou o UFS 2.0 e LPDDR4 na memória RAM, que sozinhos já apresentam uma velocidade muito superior ao conjunto, muito mais do que qualquer Android disponível. Para números brutos, o modelo anterior permitia até 250 MB por segundo de leitura e até 125 MB por segundo de escrita, o que ficou lento perto dos 350 MB por segundo de leitura e até 150 MB para escrita. Além disso, há um maior número de leituras e escritas disponíveis ao mesmo tempo, conjunto que aumenta monstruosamente a velocidade de tudo, sem tocar em processador ou quantidade de memória RAM. E sim, o S6 Edge voa.

Olhando para números mais padronizados, temos um processador Exynos 7420 que roda quatro núcleos em 1.5 GHz e outros quatro em 2.1 GHz, acompanhados de 3 GB de memória RAM LPDDR4 e opções entre 32 GB, 64 GB e 128 GB de memória interna, com uma GPU Mali-T760MP8 e sem espaço para cartões microSD. Todas as animações são rápidas, não travam e o tempo de boot é quase que a metade de outros concorrentes, como o Moto Maxx. Estas mudanças fizeram que mesmo com a pesada TouchWiz, o sistema respondesse com muito mais velocidade do que o Android puro.

A interface ficou pouco mais limpa do que nos modelos anteriores e continua recheada de recursos extras. As bordas curvadas são bonitas no visual, mas péssimas em funções. Basicamente você pode usar a borda como um relógio digital e para notificações, bastando passar o dedo várias vezes com a tela desligada. Outra função é de deixar um atalho para contatos que você mais fala, com no máximo cinco deles. Cada um tem uma cor diferente e quando o celular estiver de cabeça para baixo em uma mesa reta, a borda pulsa naquela cor - e então você sabe quem liga, ao olhar a cor que pulsa por ai. Além disso, você pode colocar notificações nestas bordas, no estilo Note Edge, mas sem os widgets que davam alguma função extra no irmão mais velho da linha Note. É, acabou por ai e a tela curvada é apenas mais beleza do que funcionalidade - beleza bem cara, já que o S6 faz tudo que ele faz e custa menos.

A Samsung prometeu deixar o Android, neste caso o 5.0.2, rodando mais limpo de porcarias pré-instaladas e isso realmente aconteceu, mas não tanto quanto você - e eu - esperava. De fábrica, antes de qualquer download ou instalação de apps que você fará, temos aplicativos de galeria de fotos, música, vídeo, e-mail, calculadora, relógio, bloco de notas, gerenciador de arquivos, gravador de voz (muito bom, por sinal), app para controle remoto, agenda de compromissos, S Health, S Voice (você ainda por aqui?), loja de apps da Samsung, gerenciador de consumo de memória RAM (que faz um trabalho bem duvidoso, ao não diminuir o consumo de qualquer forma), OneDrive, OneNote, Skype, Homem-Aranha, Pastry (jogo também), Instagram, Facebook, Messenger, Evernote, manual do usuário, app para roteador (o Android faz isso nativamente, Samsung!) e o pacote de apps do Google que está em qualquer Android. Nenhum destes apps pode ser desinstalado, no máximo ele é desativado e continua ocupando parte do espaço que ocupava antes, já que o instalador (apk) continua na memória interna. É, não foi desta vez que a TouchWiz permite o usuário escolher o que quer que continue por lá.

Outro recurso que não está no Android nativamente e que poucas empresas apostam, é o leitor de impressões digitais. Ele continua no botão de home e ficou mais sensível ao dedo, reconhece com mais facilidade do que no S5. Está longe de ser como no Touch ID da Apple, que reconhece em qualquer posição e sem a necessidade de passar o dedo, mas trabalha bem. No dia a dia, usando o aparelho na rua, ele falhou várias vezes na hora de reconhecer a minha digital, o que me fez utilizar a senha de reserva. O sensor trabalha para desbloquear o aparelho, mas também pode funcionar para inserir senhas no navegador, confirmar compras no app da loja da Samsung, mas não no Google Play (é, seria bem mais interessante no Google Play) e, por fim, autorizar compras pelo Samsung Pay, que não sabemos ainda como funcionará no Brasil e em quais parceiros ele vai trabalhar.

A GPU Mali não é das mais famosas como Adreno, que trabalha nos processadores da Qualcomm e a PowerVR, que a Intel usa e também a Apple nos iPhones, iPods Touch e nos iPads. Mesmo assim ela não faz feio, nem de longe, no S6 Edge. Jogos pesados rodam como uma luva e ela é capaz de fazer qualquer aplicativo do Google Play funcionar sem qualquer engasgo, mesmo jogos pesados como foi o caso de Asphalt 8 e Dead Trigger 2. Tudo rodou bem, no máximo dos gráficos e sem reclamações.

O app de músicas ficou bem mais bonito, com efeitos de transparência e sem tantos botões na frente. Ficou mais minimalista, mais elegante e continua bastante potente. Nativamente o Galaxy S6 lida com MP3, WAV, WMA, eAAC+ e FLAC para áudio e MP4, DviX, XviD, WMV e H.264 para vídeo de até Full HD, com suporte para legendas externas e tudo isso sem a necessidade de um programa terceiro.

O Galaxy S6 Edge é fantástico na câmera, facilmente o melhor sensor de imagens que um Android pode apresentar até agora - ou quase, já que o G4 está por ai e é igualmente fantástico. A Samsung conseguiu algo muito próximo da Apple na interface e na forma como a câmera trabalha: basta tocar, focar e tirar a foto. É simples e o resultado é incrível, com ótimos níveis de cor, ótima nitidez e nível de detalhes nas imagens tiradas durante o dia. Tão simples de usar como o iPhone e ainda assim superior em qualidade do que a Apple conseguiu com seu smartphone. São 16 megapixels com altíssima qualidade, alta velocidade no foco, na abertura do app da câmera e na hora de tirar a foto. Em fotos noturnas o resultado também mostra ótimo trabalho do sensor, com pouca granulação e pouca confusão na hora de colocar a cor correta no objeto correto. Repito: é a melhor câmera que eu já usei em um Android e faz qualquer concorrente parecer uma câmera simples, fraca.

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